O Livro de Urântia
PARTE I
Auspiciada por um corpo de personalidades de Uversa, atuando por autorização dos Anciãos dos Dias de Orvonton.
O Livro de Urântia
Documento 1
1:0.1 (21.1) O PAI Universal é o Deus de toda a criação, é a Primeira Fonte e Centro de todas as coisas e todos os seres. Pensai em Deus primeiro como um criador, depois como um controlador e finalmente como um sustentador infinito. A verdade sobre o Pai Universal teve o seu alvorecer, para a humanidade, quando o profeta disse: “Apenas Vós sois Deus, não há ninguém além de Vós. Criastes os céus e o céu dos céus com todas as suas hostes; e Vós os preservais e os controlais. Pelos Filhos de Deus, os universos foram feitos. O Criador cobre-Se da luz como se fosse uma veste e estende os céus como uma cortina”. Somente o conceito do Pai Universal — um Deus único, no lugar de muitos deuses — capacitou o homem mortal a compreender o Pai como um criador divino e um controlador infinito.
1:0.2 (21.2) As miríades de sistemas planetários foram todas criadas para serem afinal habitadas por vários tipos diferentes de criaturas inteligentes, seres que poderiam conhecer a Deus, receber a afeição divina e amá-Lo em retribuição. O universo dos universos é obra de Deus e morada das Suas diversas criaturas. “Deus criou os céus e formou a Terra; e não foi em vão que Ele estabeleceu o universo e criou este mundo; Ele o formou, para que fosse habitado”.
1:0.3 (21.3) Todos os mundos esclarecidos reconhecem e adoram o Pai Universal, o elaborador eterno e sustentador infinito de toda a criação. As criaturas de vontade, de universo em universo, embarcaram na jornada imensamente longa até o Paraíso, a luta fascinante da aventura eterna de alcançar Deus, o Pai. A meta transcendente dos filhos do tempo é ir ao encontro do Deus eterno, é compreender a Sua natureza divina e reconhecer o Pai Universal. As criaturas sabedoras de Deus têm uma única ambição suprema, um só desejo ardente, que é o de tornar-se, nas suas próprias esferas, perfeitos como Ele é Perfeito na Sua perfeição de personalidade no Paraíso e na Sua esfera universal de supremacia na retidão. Do Pai Universal que habita a eternidade, emanou o supremo mandado: “Sede perfeitos, assim como Eu sou perfeito”. Em amor e misericórdia, os mensageiros do Paraíso levaram essa exortação divina, através dos tempos e em todos os universos, até mesmo às criaturas inferiores de origem animal, tais como as raças humanas de Urântia.
1:0.4 (22.1) Esse mandado, magnífico e universal, de esforçar-se para atingir a perfeição da divindade, é o primeiro dever e deveria ser a mais alta ambição de todas as criaturas que batalham nessa criação do Deus da perfeição. A possibilidade de atingir a perfeição divina é o destino certo e final de todos os homens, no eterno progresso espiritual.
1:0.5 (22.2) Os mortais de Urântia dificilmente podem esperar ser perfeitos, no sentido infinito, mas, para os seres humanos, partindo como o fazem, deste planeta, é inteiramente possível alcançar a meta superna e divina que o Deus infinito estabeleceu para o homem mortal; e, quando atingirem esse destino, em tudo o que diz respeito à auto-realização e ao alcance da mente, eles estarão tão repletos, na sua esfera de perfeição divina, quanto o próprio Deus o é, no seu âmbito de infinitude e eternidade. Tal perfeição pode não ser universal, no sentido material, nem ilimitada, em alcance intelectual, nem final, enquanto experiência espiritual, mas ela é final e completa, sob todos os aspectos finitos, em divindade, vontade, perfeição de motivação da personalidade e consciência de Deus.
1:0.6 (22.3) O verdadeiro significado do mandamento divino é este: “Sede perfeitos, assim como Eu sou perfeito”; é o que impulsiona constantemente o homem mortal a ir adiante e o atrai para o interior de si próprio, na sua labuta longa e fascinante para alcançar níveis cada vez mais elevados de valores espirituais e de significados verdadeiros do universo. Essa busca sublime, pelo Deus dos universos, é a aventura suprema dos habitantes de todos os mundos do tempo e do espaço.
1:1.1 (22.4) De todos os nomes pelos quais Deus, o Pai, é conhecido nos universos, aqueles que O designam como a Primeira Fonte e Centro do Universo são os mais freqüentemente encontrados. O Pai Primeiro é conhecido por vários nomes, em universos diferentes e nos diversos setores de um mesmo universo. Os nomes por meio dos quais a criatura designa o Criador dependem, em grande parte, do conceito que a criatura tem do Criador. A Primeira Fonte e Centro do Universo nunca revelou a Si própria por um nome, apenas pela Sua natureza. Se acreditamos que somos filhos deste Criador, afinal, torna-se natural que o chamemos de Pai. Mas essa denominação vem da nossa própria escolha, e advém do reconhecimento da nossa relação pessoal com a Primeira Fonte e Centro.
1:1.2 (22.5) O Pai Universal nunca impõe qualquer forma de reconhecimento arbitrário, de adoração formal, ou de serviço escravizador às criaturas inteligentes e dotadas de vontade dos universos. Os habitantes evolucionários dos mundos do tempo e do espaço, por si mesmos, devem — nos seus corações — reconhecer, amar e voluntariamente adorá-Lo. O Criador recusa-Se a exercer coação de submissão sobre os livres-arbítrios espirituais das suas criaturas materiais. A dedicação afetuosa da vontade humana, de fazer a vontade do Pai, é a dádiva mais bem escolhida que o homem pode oferecer a Deus; de fato, uma consagração assim da sua vontade de criatura constitui a única dádiva possível de valor verdadeiro, do homem, ao Pai do Paraíso. Em Deus, o homem vive, move-se e tem o seu ser; não há nada que o homem possa dar a Deus, a não ser a escolha de ater-se à vontade do Pai; e uma decisão como essa, efetivada pelas criaturas volitivas inteligentes dos universos, na realidade, constitui a verdadeira adoração, que satisfaz muito plenamente ao Pai Criador, em cuja natureza o amor é preponderante.
1:1.3 (22.6) Quando realmente vos houverdes tornado conscientes de Deus, após descobrirdes verdadeiramente a majestade do Criador e houverdes experimentado e compreendido a presença do controlador divino, que em vós reside, então, segundo o vosso esclarecimento e de acordo com a maneira e o método pelo qual os Filhos divinos revelam Deus, vós encontrareis um nome para o Pai Universal que expresse adequadamente o vosso conceito da Primeira Grande Fonte e Centro. E assim, em mundos diferentes e em vários universos, o Criador torna-se conhecido por inúmeros nomes; e todos significam a mesma coisa, pelo sentido do relacionamento dos filhos com Ele; em palavras e símbolos, todavia, cada nome representa um grau, uma profundidade da Sua entronização nos corações das Suas criaturas de um determinado reino.
1:1.4 (23.1) Perto do centro do universo dos universos, o Pai Universal é em geral conhecido por nomes que podem ser considerados como significando Primeira Fonte. Mais além, nos universos do espaço, os termos empregados para designar o Pai Universal significam, com mais freqüência, o Centro Universal. E, mais além ainda, nesta criação estelar, como na sede-central do vosso universo local, Ele é conhecido como a Primeira Fonte Criadora e Centro Divino. Numa constelação próxima, Deus é chamado de Pai dos Universos. Em outra, de Sustentador Infinito e, mais para leste, de Controlador Divino. Ele tem sido designado também por Pai das Luzes, Dom da Vida e Todo-Poderoso Único.
1:1.5 (23.2) Nos mundos em que um Filho do Paraíso viveu uma vida de auto-outorga ou de doação de si próprio, Deus geralmente é conhecido por algum nome que indica um relacionamento pessoal, de alguma afeição terna ou devoção paternal. Na sede da vossa constelação, todos se referem a Deus como o Pai Universal; e, nos diversos planetas do vosso sistema local de mundos habitados, Ele é alternadamente conhecido como Pai dos Pais, Pai do Paraíso, Pai de Havona e Pai Espírito. Aqueles que conhecem Deus, por meio das revelações feitas pelos Filhos do Paraíso, durante as outorgas de si próprios aos mundos, sempre cedem ao apelo sentimental da relação tocante que advém da associação entre a Criatura e o Criador, e se referem a Deus como o “Nosso Pai”.
1:1.6 (23.3) Num planeta de criaturas sexuadas, em um mundo em que os impulsos da emoção parental são inerentes aos corações dos seus seres inteligentes, o termo Pai torna-se um nome muito expressivo e apropriado para o Deus Eterno. Ele é mais bem conhecido, mais universalmente reconhecido no vosso planeta, Urântia, pelo nome de Deus. O nome que Lhe é dado é de pouca importância; o que é significativo é conhecê-Lo e aspirar a ser como Ele. Os vossos profetas de outrora verdadeiramente chamavam-No de “Deus eterno” e referiam-se a Ele como “Aquele que habita a eternidade”.
1:2.1 (23.4) Deus é a realidade primordial no mundo do espírito; Deus é a fonte da verdade nas esferas da mente; Deus abriga, com a sua sombra, todas as partes dos reinos materiais. Para todas as inteligências criadas, Deus é uma personalidade e, para o universo dos universos, Ele é a Primeira Fonte e Centro da realidade eterna. Deus não se assemelha ao homem, nem à máquina. O Primeiro Pai é espírito universal, eterna verdade, realidade infinita e personalidade paterna.
1:2.2 (23.5) O Deus eterno é infinitamente mais do que a realidade idealizada ou o universo personalizado. Deus não é simplesmente o supremo desejo do homem, a busca mortal transformada em realidade objetiva. Tampouco Deus é um mero conceito, o poder-potencial da retidão. O Pai Universal não é um sinônimo para a natureza, nem é a lei natural personificada. Deus é uma realidade transcendente, não é meramente um conceito tradicional que o homem tenha dos valores supremos. Deus não é uma focalização psicológica de significados espirituais, nem é a “criação mais nobre do homem”. Na mente dos homens, Deus pode ser qualquer desses conceitos e todos eles; no entanto, Ele é mais. É uma pessoa salvadora e um Pai cheio de amor, para todos aqueles que desfrutam da paz espiritual na Terra, e que anseiam por experimentar a sobrevivência da personalidade após a morte.
1:2.3 (24.1) A realidade da existência de Deus é demonstrada, na experiência humana, pela presença divina que reside dentro do homem, o Monitor espiritual, enviado do Paraíso para viver na mente mortal do homem e para assisti-lo na evolução da sua alma imortal e na sobrevivência eterna. A presença desse Ajustador divino, na mente humana, faz-se conhecer por três fenômenos experienciais:
1:2.4 (24.2) 1. A capacidade intelectual para conhecer a Deus — a consciência de Deus.
1:2.5 (24.3) 2. O impulso espiritual de encontrar Deus — a busca de Deus.
1:2.6 (24.4) 3. O anseio da personalidade de ser como Deus — o desejo, de todo o coração, de fazer a vontade do Pai.
1:2.7 (24.5) A existência de Deus não pode jamais ser comprovada pela experiência científica, nem pela razão pura em uma dedução lógica. Deus só pode ser compreendido no âmbito da experiência humana; contudo, o verdadeiro conceito da realidade de Deus é razoável para a lógica, plausível para a filosofia, essencial para a religião e indispensável a qualquer esperança de sobrevivência da personalidade.
1:2.8 (24.6) Aqueles que são sabedores de Deus experimentaram o fato da Sua presença; tais mortais sabedores de Deus têm, na própria experiência pessoal, a única prova positiva da existência do Deus vivo que um ser humano pode oferecer a outro. A existência de Deus encontra-se muito além de qualquer possibilidade de demonstração, a não ser pelo contato entre a consciência que a mente humana tem de Deus e a presença de Deus, no Ajustador do Pensamento, que reside no intelecto mortal e que é outorgada ao homem, como dádiva graciosa do Pai Universal.
1:2.9 (24.7) Em teoria, vós podeis pensar em Deus como o Criador, pois Ele é o criador pessoal do Paraíso e do universo central da perfeição; mas os universos do tempo e do espaço foram todos criados e organizados pelo corpo do Paraíso de Filhos Criadores. O Pai Universal não é o criador pessoal do universo local de Nébadon; o universo, no qual vós viveis, é criação do Seu Filho Michael. Ainda que o Pai não haja pessoalmente criado os universos evolucionários, Ele os controla, por meio de muitas das suas relações universais e por meio de algumas das suas manifestações de energias físicas, mentais e espirituais. Deus, o Pai, é o Criador pessoal do universo do Paraíso e, em associação com o Filho Eterno, é o Criador de todos os outros criadores pessoais de universos.
1:2.10 (24.8) Como controladora física, no universo dos universos materiais, a Primeira Fonte e Centro funciona nos moldes originais da Ilha Eterna do Paraíso e, por meio desse centro absoluto de gravidade, o Deus eterno exerce o supercontrole cósmico do nível físico, igualmente no universo central e em todo o universo dos universos. Enquanto mente, Deus atua por meio da Deidade do Espírito Infinito; como espírito, Deus manifesta-se na pessoa do Filho Eterno e nas pessoas dos filhos divinos do Filho Eterno. Essa inter-relação da Primeira Fonte e Centro, com as Pessoas e com os Absolutos coordenados do Paraíso, em nada exclui a ação pessoal direta do Pai Universal, em toda a criação e em todos os seus níveis. Por meio da presença do Seu espírito fragmentado, o Pai Criador mantém um contato direto com os Seus filhos criaturas e com os Seus universos criados.
1:3.1 (25.1) “Deus é espírito”. Ele é uma presença espiritual universal. O Pai Universal é uma realidade espiritual infinita; Ele é “o soberano eterno, imortal, invisível; e o único Deus verdadeiro”. Ainda que sejais a “progênie de Deus”, não deveis pensar que o Pai seja como vós, na forma e no aspecto físico, porque foi dito que fostes criados “à sua imagem” — no entanto, sois resididos pelos Monitores Misteriosos vindos da morada central, da Sua eterna Presença. Os seres espirituais são reais, apesar de invisíveis aos olhos humanos; mesmo não sendo de carne e osso.
1:3.2 (25.2) Disse o vidente de outrora: “Ei-Lo aqui, Ele passa a meu lado e não O vejo; Ele me ultrapassa, mas não O percebo”. Podemos observar constantemente as obras de Deus, podemos ser extremamente conscientes das evidências materiais da Sua conduta majestosa, mas raramente podemos contemplar a manifestação visível da Sua divindade, nem mesmo ver a presença do espírito que Ele delegou para residir no homem.
1:3.3 (25.3) O Pai Universal não é invisível porque esteja escondendo-Se das criaturas inferiores, que têm apenas capacidades materiais reduzidas e dons espirituais limitados. A situação antes é: “Vós não podeis ver a Minha face, porque nenhum mortal pode ver-Me e viver”. Nenhum homem material pode contemplar o Deus espírito e preservar a sua existência mortal. É impossível aos grupos mais baixos de seres espirituais, e a qualquer ordem de personalidades materiais, aproximarem-se da glória e do brilho espiritual da presença da personalidade divina. A luminosidade espiritual da presença pessoal do Pai é uma “luz da qual nenhum homem mortal pode aproximar-se; que nenhuma criatura mortal tenha visto ou possa ver”. Mas não é necessário ver Deus, com os olhos da carne, para discerni-Lo pela visão da fé da mente espiritualizada.
1:3.4 (25.4) A natureza espiritual do Pai Universal é compartilhada plenamente com o Seu eu coexistente, o Filho Eterno do Paraíso. Ambos, o Pai e o Filho, da mesma maneira, compartilham o espírito eterno e universal, plena e irrestritamente, com a Sua personalidade conjunta coordenada, o Espírito Infinito. O espírito de Deus é, em Si e por Si próprio, absoluto; no Filho, é inqualificável; no Espírito, é universal; e, em todos e por meio de todos Eles, é infinito.
1:3.5 (25.5) Deus é um espírito universal; Deus é a pessoa universal. A realidade pessoal suprema da criação finita é espírito; a realidade última do cosmo pessoal é espírito absonito. Apenas os níveis da infinitude são absolutos; e apenas em tais níveis existe unicidade de finalidade entre matéria, mente e espírito.
1:3.6 (25.6) Nos universos, Deus, o Pai, é, em potencial, o supracontrolador da matéria, da mente e do espírito. Somente por meio do imenso circuito da Sua personalidade é que Deus lida diretamente com as personalidades da Sua vasta criação de criaturas volitivas; no entanto, (fora do Paraíso) Ele é contatável apenas nas presenças das Suas entidades fragmentadas: a vontade de Deus na vastidão dos universos. Esse espírito do Paraíso, que reside na mente dos mortais do tempo e que impulsiona a evolução, na criatura sobrevivente, de uma alma imortal, é da mesma natureza e divindade que o Pai Universal. No entanto, como as mentes dessas criaturas evolucionárias originam-se nos universos locais, elas devem alcançar a perfeição divina, realizando as transformações experienciais, de alcance e de realização espiritual, que são um resultado inevitável da escolha da criatura de fazer a vontade do Pai nos Céus.
1:3.7 (26.1) Na experiência interior do homem, a mente encontra-se vinculada à matéria. E as mentes, vinculadas assim à matéria, não podem sobreviver ao perecimento mortal. Abraçar a técnica de sobrevivência é fazer as transformações na mente mortal e os ajustamentos da vontade humana, por meio dos quais tal intelecto, consciente de Deus, deixa-se gradualmente ensinar pelo espírito e, finalmente, deixa-se guiar por ele. Essa evolução da mente humana, a partir da associação material, até a união com o espírito, resulta na transmutação das fases, potencialmente espirituais, da mente mortal, nas realidades moronciais da alma imortal. A mente mortal se for subserviente à matéria, está destinada a tornar-se cada vez mais material e, conseqüentemente, a sofrer uma extinção final da personalidade; a mente entregue ao espírito está destinada a tornar-se cada vez mais espiritual e, finalmente, a realizar a unificação com o espírito divino, que é sobrevivente e que é o guia para, desse modo, conseguir-se a sobrevivência e a eternidade de existência da personalidade.
1:3.8 (26.2) Eu procedo do Eterno e tenho, repetidamente, retornado à presença do Pai Universal. Sei da realidade e da personalidade da Primeira Fonte e Centro, o Pai Eterno e Universal. Conquanto o grande Deus seja absoluto, eterno e infinito, eu sei que Ele também é bom, divino e pleno de graças. Sei da verdade das grandes declarações: “Deus é espírito” e “Deus é amor”; e esses dois atributos foram revelados e estão revelados ao universo, da forma mais completa, pelo Filho Eterno.
1:4.1 (26.3) A infinitude da perfeição de Deus é tal que faz Dele um mistério eterno. O maior de todos os mistérios insondáveis de Deus é o fenômeno da residência divina nas mentes mortais. A maneira pela qual o Pai Universal convive com as criaturas do tempo é o mais profundo de todos os mistérios do universo; a presença divina na mente do homem é o mistério dos mistérios.
1:4.2 (26.4) Os corpos físicos dos mortais são “templos de Deus”. Não obstante os Filhos Criadores Soberanos aproximarem-se das criaturas dos seus mundos habitados e “atraírem a si todos os homens”, e embora “estejam junto à porta” da consciência “e batam” e alegrem-se de entrar em todos aqueles que “abrirem as portas dos seus corações”; conquanto exista uma comunhão íntima entre os Filhos Criadores e as suas criaturas mortais, no entanto, os homens mortais têm algo do próprio Deus a residir, de fato, dentro deles e assim, pois, os seus corpos são templos Dele.
1:4.3 (26.5) Quando houverdes terminado neste mundo, e a vossa carreira na sua forma temporária terrena estiver concluída; quando a vossa viagem de provações na carne estiver finda, e o pó que compõe o tabernáculo mortal “retornar à terra de onde veio”; então, e isso está revelado, o residente “Espírito retornará a Deus, que o outorgou”. Dentro de cada ser mortal deste planeta reside um fragmento de Deus, uma parte do todo da divindade. Esse fragmento ainda não é vosso por direito de posse, mas o desígnio intencional dele é unificar-se convosco, se sobreviverdes após a vossa existência mortal.
1:4.4 (26.6) Confrontamo-nos constantemente com esse mistério de Deus; e ficamos perplexos com o desenvolvimento crescente do panorama infindável da verdade da Sua infinita bondade, da Sua inesgotável misericórdia, da Sua incomparável sabedoria e do Seu caráter supremo.
1:4.5 (26.7) O mistério divino consiste na inerente diferença que existe entre o finito e o infinito, o temporal e o eterno, a criatura tempo-espacial e o Criador Universal, o material e o espiritual, a imperfeição do homem e a perfeição da Deidade do Paraíso. Infalivelmente, o Deus do amor universal manifesta-Se a cada uma das Suas criaturas, até a plenitude da capacidade da criatura de apreender espiritualmente as qualidades da verdade, da beleza e da bondade divinas.
1:4.6 (27.1) Para todo ser espiritual e para todas as criaturas mortais, em todas as esferas e em todos os mundos, no universo dos universos, o Pai Universal revela tudo do Seu ser divino e pleno de graças, tudo o que pode ser discernido ou compreendido por aqueles seres espirituais e pelas criaturas mortais. Deus não tem preferência por pessoas, espirituais ou materiais. A divina presença, da qual qualquer filho do universo desfruta, em qualquer momento, é limitada apenas pela capacidade que tal criatura tem de receber e discernir as realidades espirituais do mundo supramaterial.
1:4.7 (27.2) Como uma realidade na experiência espiritual humana, Deus não é um mistério. Quando, porém, para as mentes físicas da ordem material, é feita uma tentativa de tornar claras as realidades do mundo espiritual, surgem mistérios: mistérios tão sutis e tão profundos que apenas o entendimento pela fé, nos mortais sabedores de Deus, pode realizar o milagre filosófico do reconhecimento do Infinito pelo finito, o discernimento do Deus eterno, por parte dos mortais em evolução, nos mundos materiais do tempo e espaço.
1:5.1 (27.3) Não permitais que a magnitude e a infinitude de Deus obscureçam ou eclipsem a vossa visão da personalidade Dele. “Ele, que planejou o ouvido, não escutará? Ele, que formou o olho, não verá?” O Pai Universal é o auge da personalidade divina; Ele é a origem e o destino da personalidade, em toda a criação. Deus é tanto infinito, quanto pessoal; Ele é uma personalidade infinita. O Pai é verdadeiramente uma personalidade; se bem que a infinitude da Sua pessoa coloque-O sempre para além da compreensão plena dos seres materiais e finitos.
1:5.2 (27.4) Deus é muito mais do que uma personalidade, do modo como a personalidade é entendida pela mente humana; Ele é mais ainda do que qualquer conceito possível de uma superpersonalidade. Contudo, é totalmente inútil discutir um conceito tão incompreensível como o da personalidade divina com as mentes das criaturas materiais, para quem o máximo, em matéria de entendimento da realidade do ser, consiste na idéia e no ideal de personalidade. O mais elevado conceito que a criatura material possui do Criador Universal está englobado nos ideais espirituais de uma idéia elevada, que ela pode ter da personalidade divina. Portanto, se bem que possais saber que a personalidade de Deus deve ser mais do que pode alcançar uma concepção humana de personalidade, igualmente, bem sabeis que o Pai Universal não pode, certamente, ser nada menos do que uma personalidade eterna, infinita, verdadeira, boa e bela.
1:5.3 (27.5) Deus não se está escondendo de nenhuma das suas criaturas. Ele é inabordável, para tantas ordens de seres, apenas porque ele “reside em uma luz da qual nenhuma criatura material pode aproximar-se”. A imensidão e a grandeza da personalidade divina estão muito além do entendimento da mente imperfeita dos mortais evolucionários. Ele “mede as águas no oco das suas mãos, avalia um universo com a palma da sua mão. É Ele quem se assenta no círculo da Terra, que estende os céus como uma cortina e que a abre, como um universo, para morar”. “Levantai alto os vossos olhos e contemplai Aquele que criou todas as coisas, que traz os Seus mundos contados e os chama a todos pelos seus nomes”; e também é verdade que “as coisas invisíveis de Deus apenas parcialmente são compreendidas pelas coisas que foram criadas”. Hoje em dia, e no estágio em que estais, deveis discernir o Criador invisível por meio das Suas diversas e múltiplas criações, bem como por intermédio da revelação e da ministração dos Seus Filhos e dos inúmeros subordinados destes.
1:5.4 (28.1) Ainda que os mortais materiais não possam ver a pessoa de Deus, eles deveriam regozijar-se com a certeza de que Ele é uma pessoa; pela fé deveriam aceitar a verdade que afirma que o Pai Universal amou tanto o mundo, que proporcionou o crescimento espiritual eterno dos seus mais humildes habitantes; que Ele “Se regozija com os Seus filhos”. Deus não carece de nenhum dos atributos supra-humanos e divinos que constituem uma personalidade Criadora perfeita, eterna, plena de amor e infinita.
1:5.5 (28.2) Nas criações locais (com exceção do pessoal dos superuniversos) Deus não tem manifestações pessoais ou residenciais, além dos Filhos Criadores do Paraíso, que são os pais dos mundos habitados e os soberanos dos universos locais. Se a fé da criatura fosse perfeita, ela saberia com segurança que, quando houvesse visto um Filho Criador, ela teria visto o Pai Universal; ao procurar pelo Pai, ela não deveria pedir nem esperar ver nada além do Filho. O homem mortal simplesmente não pode ver Deus; não antes de atingir a completa transformação espiritual e, de fato, não antes de alcançar o Paraíso.
1:5.6 (28.3) As naturezas dos Filhos Criadores do Paraíso não abrangem todos os potenciais irrestritos, ou inqualificáveis, da absolutez universal da natureza infinita da Primeira Fonte e Centro; mas o Pai Universal está, sob todos os pontos de vista, divinamente presente nos Filhos Criadores. O Pai e os seus Filhos são Um. Esses Filhos do Paraíso, da ordem de Michael, são personalidades perfeitas, modelos originais, mesmo, de todas as personalidades do universo, desde a do Brilhante Estrela Matutino até a das criaturas humanas mais primárias, provenientes da evolução animal progressiva.
1:5.7 (28.4) Sem Deus, e não fora pela Sua excelsa pessoa central, não haveria nenhuma personalidade em todo o vasto universo dos universos. Deus é personalidade.
1:5.8 (28.5) Não obstante Deus ser um poder eterno, uma presença majestosa, um ideal transcendente, um espírito glorioso; embora Ele seja tudo isso e infinitamente mais, ainda assim, Ele é, verdadeiramente e para sempre, uma personalidade perfeita de Criador, uma pessoa que pode “conhecer e ser conhecida”, que pode “amar e ser amada”, e que pode demonstrar amizade por nós; e assim vós podeis ser reconhecidos, como outros seres humanos o foram, como amigos de Deus. Ele é um espírito real e uma realidade espiritual.
1:5.9 (28.6) Por vermos o Pai Universal revelando-Se em todo o Seu universo; por discerni-Lo residindo no interior das Suas miríades de criaturas; por contemplá-Lo nas pessoas dos Seus Filhos Soberanos; por continuarmos a sentir a Sua divina presença aqui e ali, mais perto ou longe, não duvidemos nem questionemos a primazia da Sua personalidade. Não obstante todas as vastas distribuições de Si próprio, Ele permanece sendo uma pessoa verdadeira e mantém eternamente uma conexão pessoal com as hostes incontáveis das Suas criaturas espalhadas nos universos dos universos.
1:5.10 (28.7) A idéia da personalidade aplicada ao Pai Universal é o conceito ampliado e o mais verdadeiro de Deus que chegou à humanidade, sobretudo por meio da revelação. A razão, a sabedoria e a experiência religiosa, todas inferem e indicam a personalidade de Deus; no entanto, não a tornam atestada. Até mesmo o Ajustador do Pensamento residente é pré-pessoal. A verdade, e a maturidade, de qualquer religião é diretamente proporcional ao conceito que faz da personalidade infinita de Deus e à compreensão que tem da unidade absoluta de Deus. A idéia de uma Deidade pessoal transforma-se, portanto, na medida da maturidade religiosa, desde que a religião tenha antes formulado o conceito da unidade de Deus.
1:5.11 (29.1) A religião primitiva possuía muitos deuses pessoais, e eles eram moldados à imagem do homem. A revelação afirma e confirma a validade do conceito da personalidade de Deus; a qual não passa de uma mera possibilidade, segundo o postulado científico, de uma Causa Primeira, e, apenas provisoriamente, é sugerida na idéia filosófica da Unidade Universal. Apenas por meio da idéia da personalidade qualquer pessoa pode começar a compreender a unidade de Deus. Negar a personalidade da Primeira Fonte e Centro deixa-nos diante de uma escolha limitada a dois dilemas filosóficos: o materialismo e o panteísmo.
1:5.12 (29.2) Para a contemplação da Deidade, o conceito da personalidade deve ser desprovido da idéia de corporalidade. Um corpo material não é indispensável à personalidade, seja no homem, seja em Deus. Esse engano, o da corporeidade, é mostrado nos dois extremos da filosofia humana. No materialismo, quando perde o seu corpo com a morte, o homem cessa de existir como personalidade; no panteísmo, desde que não tenha nenhum corpo, Deus não pode ser, portanto, uma pessoa. O tipo de personalidade progressiva supra-humana funciona em uma união de mente e espírito.
1:5.13 (29.3) A personalidade não é simplesmente um atributo de Deus; antes representa a totalidade da natureza infinita coordenada e da vontade divina unificada, as quais são exibidas na eternidade e universalidade da sua expressão perfeita. A personalidade, em seu sentido supremo, é a revelação de Deus ao universo dos universos.
1:5.14 (29.4) Deus, sendo eterno, universal, absoluto e infinito, não pode ter o Seu conhecimento nem a Sua sabedoria aumentados. Deus não adquire experiência, como o homem finito poderia conjecturar ou entender; no entanto, Ele desfruta, dentro do âmbito da Sua própria personalidade eterna, de contínuas expansões de auto-realização, as quais, de um certo modo, podem ser comparáveis e análogas à aquisição de novas experiências conforme são feitas pelas criaturas finitas dos mundos evolucionários.
1:5.15 (29.5) A perfeição absoluta do Deus infinito levá-Lo-ia a sofrer limitações terríveis, pelo irrestrito da sua finalidade de perfeição, não fosse pelo fato de que o Pai Universal participe diretamente da luta da personalidade de cada alma imperfeita, no universo amplo, que está buscando com a ajuda divina ascender aos mundos celestes espiritualmente perfeitos. Essa experiência progressiva de cada ser espiritual e de cada criatura mortal, em todo o universo dos universos, é uma parcela da consciência-da-Deidade, sempre em expansão, do Pai, no divino círculo sem fim da auto-realização incessante.
1:5.16 (29.6) É literalmente verdade que: “Com todas as vossas aflições Ele aflige-Se”. “Em todos os vossos triunfos, Ele triunfa em vós e convosco”. O Seu espírito divino pré-pessoal é uma parte real de vós. A Ilha do Paraíso responde a todas as metamorfoses físicas do universo dos universos; o Filho Eterno inclui todos os impulsos espirituais de toda a criação; o Agente Conjunto abrange toda a expressão mental do cosmo em expansão. O Pai Universal tem, em plena consciência divina, toda a experiência individual das lutas progressivas das mentes em expansão e dos espíritos em ascensão, de cada entidade, ser e personalidade em toda a criação evolucionária do tempo e do espaço. E tudo isso é absolutamente verdadeiro, pois “Nele todos nós vivemos, nos movemos e temos nosso ser”.
1:6.1 (29.7) A personalidade humana é uma imagem, uma sombra tempo-espacial projetada pela personalidade Criadora divina. E nenhum fato pode jamais ser adequadamente compreendido por um exame da sua sombra. As sombras devem ser interpretadas em termos da substância verdadeira.
1:6.2 (30.1) Deus é uma causa para a ciência; uma idéia para a filosofia; e para a religião é uma pessoa ou mesmo o Pai celeste, cheio de amor. Para o cientista, Deus é uma força primordial; para o filósofo, uma hipótese de unidade; para o religioso, uma experiência espiritual viva. O conceito inadequado que o homem tem, da personalidade do Pai Universal, pode ser aperfeiçoado apenas pelo próprio progresso espiritual do homem no universo; e tornar-se-á verdadeiramente adequado apenas quando os peregrinos do tempo e do espaço finalmente alcançarem o abraço divino do Deus vivo no Paraíso.
1:6.3 (30.2) Nunca percais de vista os aspectos antípodas da personalidade: como concebida por Deus e como vista pelo homem. O homem vê e compreende a personalidade, olhando do finito para o infinito; Deus olha do infinito para o finito. O homem possui o tipo mais baixo de personalidade; Deus, o mais elevado, supremo mesmo, último e absoluto. Portanto, os melhores conceitos da personalidade divina tiveram de esperar pacientemente o surgimento de idéias mais evoluídas da personalidade humana; especialmente por meio de uma revelação mais acentuada tanto da personalidade humana, como da personalidade divina, feita na vida de doação que Michael levou em Urântia, uma vida de auto-outorga de si próprio, como Filho Criador.
1:6.4 (30.3) O espírito divino pré-pessoal, que reside na mente mortal, traz, com a sua simples presença, uma prova válida da sua existência factual; mas o conceito da personalidade divina pode ser alcançado apenas pelo discernimento interno espiritual, na experiência religiosa genuína. Qualquer pessoa, humana ou divina, pode ser conhecida e compreendida independentemente das reações exteriores ou da presença material dessa pessoa.
1:6.5 (30.4) Uma certa afinidade moral e harmonia espiritual são essenciais à amizade entre duas pessoas; uma personalidade amorosa dificilmente pode revelar-se a uma pessoa incapaz de amar. Da mesma forma, para aprimorar o conhecimento de uma personalidade divina, todos os dons da personalidade do homem devem consagrar-se inteiramente a tal esforço; a devoção parcial, com a metade do coração, não será de nenhuma valia.
1:6.6 (30.5) Quanto mais completamente o homem compreender a si próprio e apreciar os valores da personalidade nos seus semelhantes, tanto mais ansiará para conhecer a Personalidade Original e, mais honestamente, tal ser humano sabedor de Deus lutará para ser como a Personalidade Original. Baseados em opiniões, vós podeis discutir sobre Deus; a experiência com Ele e Nele, contudo, está acima e além de qualquer controvérsia humana e da mera lógica intelectual. O homem sabedor de Deus descreve as suas experiências espirituais, não para convencer os descrentes, mas para a edificação e a satisfação mútua dos que acreditam.
1:6.7 (30.6) Assumir que o universo possa ser conhecido, que é inteligível, significa assumir que o universo foi feito pela mente e que é administrado pela personalidade. Apenas a mente do homem pode perceber o fenômeno mental de outras mentes, sejam humanas ou supra-humanas. Se a personalidade do homem pode experienciar o universo, então há uma mente divina e uma personalidade real ocultas em algum lugar neste universo.
1:6.8 (30.7) Deus é espírito — personalidade espiritual — ; o homem também é um espírito — uma personalidade espiritual potencial. Jesus de Nazaré atingiu a realização plena do potencial da personalidade espiritual, na experiência humana; conseqüentemente a sua realização, em vida, da vontade do Pai, torna-se a revelação mais real e ideal da personalidade de Deus. Ainda que a personalidade do Pai Universal possa ser apreendida apenas por meio de uma experiência religiosa factual, na vida terrena de Jesus, somos inspirados pela demonstração perfeita dessa realização e da revelação da personalidade de Deus, em uma experiência verdadeiramente humana.
1:7.1 (31.1) Quando Jesus falou do “Deus vivo”, ele referiu-se a uma Deidade pessoal — o Pai do Céu. O conceito da personalidade da Deidade facilita a amizade; favorece a adoração inteligente; promove uma confiança arejada. As interações podem dar-se entre coisas não pessoais, mas não a amizade. A relação de amizade entre o pai e o filho, tanto quanto entre Deus e o homem, não pode ser desfrutada, a menos que ambos sejam pessoas. Somente as personalidades podem comungar uma com a outra, embora essa comunhão pessoal possa ser imensamente facilitada pela presença de uma entidade tão impessoal quanto o Ajustador do Pensamento.
1:7.2 (31.2) O homem consegue a união com Deus, mas não como uma gota de água poderia encontrar a unidade com o oceano. O homem consegue a união divina por meio de uma comunhão recíproca espiritual progressiva, pelo relacionamento da personalidade com o Deus pessoal, ao atingir, de um modo crescente, a natureza divina, por meio de uma conformidade inteligente, buscada com todo o seu coração, à vontade divina. Uma relação tão sublime só pode existir entre personalidades.
1:7.3 (31.3) O conceito da verdade poderia ser, certamente, mantido à parte da personalidade; o conceito da beleza pode existir sem a personalidade; mas o conceito da bondade divina só é compreensível em relação à personalidade. Somente uma pessoa pode amar e ser amada. E até mesmo a beleza e a verdade não teriam esperança de sobrevivência se não fossem atributos de um Deus pessoal, de um Pai repleto de amor.
1:7.4 (31.4) Não podemos entender inteiramente como Deus pode ser primordial, imutável, Todo-Poderoso e perfeito e, ao mesmo tempo, estar cercado por um universo sempre em mutação e aparentemente limitado por leis, um universo em evolução, de imperfeições relativas. Contudo, podemos conhecer tal verdade, na nossa própria experiência pessoal, posto que mantenhamos, todos, a identidade da personalidade e a unidade da vontade, a despeito das mudanças constantes, não apenas em nós próprios, mas também no nosso ambiente.
1:7.5 (31.5) A realidade última do universo não pode ser captada pela matemática, nem pela lógica, nem pela filosofia; apenas a experiência pessoal pode captá-la em conformidade progressiva com a vontade divina de um Deus pessoal. Nem a ciência, nem a filosofia, nem a teologia podem atestar a personalidade de Deus. Apenas a experiência pessoal dos filhos pela fé do Pai Celeste pode tornar efetiva a compreensão espiritual da personalidade de Deus.
1:7.6 (31.6) Os conceitos mais elevados de personalidade, no universo, implicam: identidade, autoconsciência, vontade própria e possibilidade de auto-revelação. E essas características implicam, ainda, uma comunhão de amizade com personalidades outras, iguais e diferentes, tal como existe nas associações das personalidades das Deidades do Paraíso. E a unidade absoluta dessas associações é tão perfeita que a divindade torna-se conhecida pela indivisibilidade e pela unidade. “O Senhor Deus é Um”. A indivisibilidade da personalidade não interfere na dádiva, feita por Deus, do Seu espírito, para que viva nos corações dos homens mortais. A indivisibilidade da personalidade de um pai humano não impede que ele reproduza filhos e filhas mortais.
1:7.7 (31.7) Esse conceito de indivisibilidade, associado ao conceito de unidade, resulta na transcendência, tanto do tempo quanto do espaço, feita pela Ultimidade da Deidade; portanto, nem o espaço nem o tempo podem ser absolutos, nem infinitos. A Primeira Fonte e Centro é a infinitude, que transcende, de modo inqualificável, a toda mente, a toda matéria e a todo espírito.
1:7.8 (31.8) A existência da Trindade do Paraíso é um fato que não viola, de forma alguma, a verdade da unidade divina. As três personalidades da Deidade do Paraíso são unas, em todas as suas reações à realidade do universo e em todas relações com as criaturas. E a existência dessas três pessoas eternas tampouco viola a verdade da indivisibilidade da Deidade. Eu estou plenamente cônscio de que não disponho de nenhum idioma adequado para deixar claro, para a mente mortal, como essas questões do universo mostram-se para nós. Mas vós não deveis desencorajar-vos; nem todas essas coisas estão totalmente claras, mesmo para as altas personalidades pertencentes ao meu grupo de seres do Paraíso. Tende sempre em mente que as verdades profundas, a respeito da Deidade, irão clareando-se cada vez mais à medida que as vossas mentes, progressivamente, tornarem-se mais espiritualizadas, durante as sucessivas épocas da longa ascensão mortal, até o Paraíso.
1:7.9 (32.1) [Apresentado por um Conselheiro Divino, membro de um grupo de personalidades celestes, designado pelos Anciães dos Dias, em Uversa, sede do governo do sétimo superuniverso, para supervisionar os trechos seguintes, desta revelação vindoura, que têm a ver com os assuntos de além das fronteiras do universo local de Nébadon. Eu fui incumbido de responder pelos documentos que descrevem a natureza e os atributos de Deus, porque eu represento a mais alta fonte de informação disponível para tal propósito, em qualquer mundo habitado. Tenho servido como Conselheiro Divino, em todos os sete superuniversos, e por muito tempo residi no centro de todas as coisas, no Paraíso. Muitas vezes tenho eu desfrutado do prazer supremo de uma estada na presença direta do Pai Universal. Eu retrato a realidade e a verdade da natureza e dos atributos do Pai, com autoridade indiscutível; eu conheço aquilo de que falo.]
O Livro de Urântia
Documento 2
2:0.1 (33.1) CONSIDERANDO que o conceito mais elevado possível que o homem pode fazer de Deus está abrangido na idéia e no ideal humano de uma personalidade primordial e infinita, torna-se admissível e mesmo útil, estudar certas características da natureza divina que constituem o caráter da Deidade. O melhor modo de compreender a natureza de Deus é pela revelação do Pai, tal como desenvolvida por Michael de Nébadon nos seus múltiplos ensinamentos e na magnífica qualidade da sua vida mortal na carne. O homem pode compreender melhor ainda a natureza divina, também, se ele considerar a si próprio como um filho de Deus e admirar o Criador do Paraíso como um verdadeiro Pai Espiritual.
2:0.2 (33.2) A natureza de Deus pode ser estudada por meio de uma revelação de idéias supremas; o caráter divino pode ser considerado uma representação de ideais supernos; no entanto, a revelação mais esclarecedora e espiritualmente edificante da natureza divina é encontrada na compreensão da vida religiosa de Jesus de Nazaré, tanto antes quanto depois de haver atingido a plena consciência da sua divindade. Se tomarmos a vida encarnada de Michael como a própria base da revelação de Deus ao homem, podemos tentar expressar por meio de símbolos verbais humanos certas idéias e ideais a respeito da natureza divina, os quais irão contribuir certamente para uma futura iluminação e unificação do conceito humano da natureza e do caráter da personalidade do Pai Universal.
2:0.3 (33.3) Todos os nossos esforços para ampliar e espiritualizar o conceito que os humanos têm de Deus se deparam com o imenso obstáculo da capacidade limitada da mente mortal. No cumprimento do nosso desígnio, da mesma forma, as limitações de linguagem e a pobreza do material que pode ser utilizado, no propósito de ilustrar ou de comparar, também prejudicam seriamente os nossos esforços de retratar os valores divinos e apresentar os significados espirituais à mente finita e mortal do homem. Os nossos esforços para ampliar o conceito humano de Deus seriam quase todos improfícuos, não fosse o fato de a mente mortal ser residida pelo Ajustador outorgado pelo Pai Universal e de estar impregnada pelo Espírito da Verdade, do Filho Criador. Dependendo, portanto, da presença desses espíritos divinos, dentro do coração do homem, para que o assistam na ampliação do conceito de Deus, eu empreendo, com alegria, a execução do meu mandado, que é tentar fazer uma descrição mais ampla da natureza de Deus para a mente do homem.
2:1.1 (33.4) “Ainda que no limiar do infinito, não podemos encontrá-Lo. Os passos divinos não são conhecidos.” “A Sua compreensão é infinita e a Sua grandeza é insondável.” A luz ofuscante da presença do Pai é tamanha, para as Suas criaturas mais baixas, que Ele aparentemente “habita na escuridão espessa”. Não apenas os Seus pensamentos e planos são inescrutáveis, mas “Ele faz um sem número de coisas grandes e maravilhosas.” “Deus é grande; não O compreendemos; nem pode o número dos Seus anos ser contado.” “Deus habitará de fato a Terra? Observai, o céu (o universo) e o céu dos céus (o universo dos universos) não podem contê-Lo.” “Quão insondáveis são os Seus julgamentos e quão indecifráveis os seus caminhos!”
2:1.2 (34.1) “Não há senão um Deus, o Pai Infinito, que também é o Criador fiel.”“O Criador Divino é também o Ordenador Universal, é a fonte e o destino das almas. Ele é a Alma Suprema, a Mente Primordial e o Espírito Ilimitado de toda criação.”“O grande Controlador não comete erros. Ele é resplandecente em majestade e glória.” “O Deus Criador é totalmente desprovido de medo e de inimizade. Ele é imortal, eterno, auto-existente, divino e magnânimo.” “Quão puro e belo, quão profundo e insondável é o superno Ancestral de todas as coisas!” “O Infinito é ainda mais excelente, pois reparte a Si próprio com os homens. Ele é o começo e o fim, o Pai de todo propósito bom e perfeito.” “Com Deus todas as coisas são possíveis; o Criador eterno é a Causa das causas.”
2:1.3 (34.2) Não obstante a infinitude das manifestações estupendas, da personalidade eterna e universal do Pai, Ele é irrestritamente consciente tanto da Sua eternidade quanto da Sua infinitude; do mesmo modo, Ele conhece totalmente a Própria perfeição e poder. Ele é o único ser no universo, além dos Seus coordenados divinos, a experimentar uma avaliação apropriada, perfeita e completa de Si próprio.
2:1.4 (34.3) O Pai satisfaz, constante e infalivelmente, às diferentes necessidades de demanda de Si próprio, à medida que essa necessidade vai se alterando, de tempos em tempos, nas várias partes do Seu universo-mestre. O grande Deus conhece e entende a Si próprio; Ele é infinitamente consciente de todos os Seus atributos primordiais de perfeição. Deus não é um acidente cósmico; nem é um experimentador do universo. Os Soberanos do Universo podem empreender aventuras, os Pais da Constelação podem fazer experimentos; os líderes dos sistemas podem exercitar-se; mas o Pai Universal pode ver o fim, a partir do princípio; e o Seu plano divino e propósito eterno, de fato, abrangem e compreendem todos os experimentos e todas as aventuras, de todos os Seus subordinados, em cada mundo, sistema e constelação de todos os universos dos Seus imensos domínios.
2:1.5 (34.4) Nada é novo para Deus e nenhum evento cósmico jamais surge como uma surpresa; Ele habita o círculo da eternidade. Os Seus dias não têm princípio nem fim. Para Deus não há passado, presente ou futuro; todo tempo é presente, em qualquer instante. É Ele o grande e único EU SOU.
2:1.6 (34.5) O Pai Universal é infinito, absolutamente e sem quaisquer reservas, em todos os Seus atributos; e esse fato, em si e por si mesmo, isola-O, automaticamente, de toda comunicação pessoal direta com os seres materiais finitos e outras inteligências inferiores criadas.
2:1.7 (34.6) E sendo assim, pois, tudo isso necessita de arranjos tais para os Seus contatos e a comunicação com as Suas múltiplas criaturas; e por isso ficou estabelecido, em primeiro lugar, o papel das personalidades dos Filhos de Deus no Paraíso, as quais, ainda que perfeitas em divindade, também participam, muitas vezes, da própria natureza do sangue e da carne das raças planetárias, tornando-se um de vós e um convosco; e desse modo Deus se faz homem, como ocorreu na outorga de Michael, que foi chamado intermitentemente de Filho de Deus e Filho do Homem. Em segundo lugar está a existência das personalidades do Espírito Infinito, as várias ordens de hostes seráficas e de outras inteligências celestes, que se aproximam dos seres materiais de origem inferior para ministrar-lhes ensinamentos e servir a eles, de tantas maneiras. E, em terceiro lugar, contamos com a existência dos Monitores Misteriosos impessoais, os Ajustadores do Pensamento, autênticas dádivas do grande Deus, Ele próprio, enviadas sem anunciação nem explicação, para residir em seres como os humanos de Urântia. Em profusão sem fim, eles descem das alturas da glória para conferir graças e residir nas mentes humildes daqueles mortais que apresentam capacidade de conhecer a Deus ou que têm potencialidade para realizar isso.
2:1.8 (35.1) Dessas maneiras e de muitas outras, desconhecidas para vós e muito além da vossa compreensão finita, o Pai do Paraíso, voluntária e amorosamente condescende e, de várias formas, modifica, dilui e atenua a Sua infinitude, de modo a poder chegar mais perto das mentes finitas das Suas criaturas, os Seus filhos. E assim, por meio de uma série de distribuições de personalidade, em um grau cada vez menos absoluto, o Pai infinito capacita-Se para desfrutar de um contato estreito com as diversas inteligências dos muitos reinos do Seu vasto universo.
2:1.9 (35.2) Tudo isso Ele fez, faz agora e continuará a fazer para sempre, sem a mínima redução, de fato e de realidade, na Sua infinitude, eternidade e primazia. E essas coisas são absolutamente verdadeiras, não obstante a dificuldade de compreendê-las; e apesar do mistério em que estão envolvidas, e ainda, apesar da impossibilidade de serem inteiramente compreendidas pelas criaturas, como as que residem em Urântia.
2:1.10 (35.3) Posto que o Primeiro Pai é infinito, nos Seus planos, e eterno, nos Seus propósitos torna-se inerentemente impossível para qualquer ser finito, alcançar ou compreender algum dia esses planos e propósitos divinos na sua plenitude. Apenas de quando em quando, o homem mortal pode vislumbrar os propósitos do Pai, da forma como são revelados, aqui e acolá, em relação ao desenvolvimento do plano de ascensão da criatura, em níveis sucessivos na sua progressão no universo. Embora o homem não possa compreender, na sua totalidade, o que significa a infinitude, o Pai infinito por certo compreende plenamente, e abraça amorosamente a natureza finita de todos os Seus filhos, em todos os universos.
2:1.11 (35.4) A divindade e a eternidade, o Pai as compartilha com um grande número de seres superiores do Paraíso; questionamos, todavia, se a infinitude e a conseqüente primazia universal seriam plenamente compartilhadas com qualquer deles além dos Seus coligados coordenados dentro da Trindade do Paraíso. A infinitude da personalidade deve, forçosamente, abranger toda a finitude da personalidade; e daí provém a verdade — a verdade literal — do ensinamento que afirma “Nele vivemos e movemos-nos e temos o nosso ser”. E o fragmento de pura Deidade, do Pai Universal, que reside no homem mortal, é uma parte da infinitude da Primeira Grande Fonte e Centro, o Pai dos Pais.
2:2.1 (35.5) Mesmo os vossos antigos profetas compreenderam a natureza circular eterna, sem princípio nem fim, do Pai Universal. Verdadeira e eternamente, Deus está presente no Seu universo dos universos. Ele habita o momento presente, com toda a Sua majestade absoluta e eterna grandeza. “O Pai tem vida em Si próprio, e essa vida é a vida eterna.” Através das idades eternas, tem sido o Pai que “a todos dá a vida”. Há perfeição infinita na integridade divina. “Eu sou o Senhor; Eu não mudo.” O nosso conhecimento do universo dos universos desvela que Ele não é apenas o Pai das luzes, mas também que na Sua condução dos assuntos interplanetários “não há variabilidade, sequer uma sombra de mudança”. “Do princípio, Ele prediz o fim”. Ele diz: “O Meu conselho perdurará; Eu farei tudo o que Me aprouver”, “de acordo com o propósito eterno que Me propus no Meu Filho”. Assim são os planos e os propósitos da Primeira Fonte e Centro, como é Ela própria: eterna, perfeita e, para sempre, imutável.
2:2.2 (35.6) Nos mandados do Pai há a integridade final e a perfeição da plenitude. “Tudo o que Deus faz, será para sempre; nada pode ser acrescentado e nada pode ser retirado.” O Pai Universal não Se arrepende dos Seus propósitos originais de sabedoria e de perfeição. Os Seus planos são firmes, o Seu parecer imutável, enquanto os Seus atos são divinos e infalíveis. “Mil anos diante dos Seus olhos são apenas como o passar do dia de ontem ou como a vigília de uma noite.” A perfeição da divindade e a magnitude da eternidade estão, para sempre, além de uma apreensão completa da mente limitada do homem mortal.
2:2.3 (36.1) As reações de um Deus imutável, no cumprimento do Seu propósito eterno, podem parecer variar de acordo com a atitude mutável e as mentes cambiantes das suas inteligências criadas, quer dizer, elas podem variar, aparente e superficialmente; sob a superfície e no fundo de todas as manifestações aparentes, contudo, permanece ainda presente o propósito imutável, o plano perpétuo do Deus eterno.
2:2.4 (36.2) Nos universos afora, a perfeição deve necessariamente ser um termo relativo, mas, no universo central e, especialmente no Paraíso, a perfeição não é diluída; em certos domínios até mesmo é absoluta. As manifestações da Trindade fazem variar a exibição da perfeição divina, mas não a atenuam.
2:2.5 (36.3) A perfeição primordial de Deus não consiste em uma retidão presumida, mas sim na perfeição inerente à bondade da Sua natureza divina. Ele é final, completo e perfeito. Nada há que falte à beleza e à perfeição do Seu caráter reto. E todo esquema de existências vivas, nos mundos do espaço, é centrado no propósito divino de elevação das criaturas de vontade, até o alto destino da experiência de compartilhar da perfeição do Pai no Paraíso. Deus não é autocentrado nem autocontido; Ele nunca cessa de conferir-Se a todas as criaturas conscientes do vastíssimo universo dos universos.
2:2.6 (36.4) Deus é eterna e infinitamente perfeito, Ele não pode conhecer a imperfeição como uma experiência Sua, propriamente, no entanto, Ele compartilha da consciência de toda a experiência de imperfeição, de todas as criaturas em luta, em todos universos evolucionários, dos Filhos Criadores do Paraíso. O toque pessoal e libertador do Deus da perfeição paira sobre os corações e, no Seu circuito, abrange as naturezas de todas as criaturas mortais que ascenderam no universo até o nível do discernimento moral. Desse modo, tanto quanto por meio dos contatos da divina presença, o Pai Universal participa efetivamente da experiência com a imaturidade e com a imperfeição, na carreira evolutiva de todos os seres mortais no universo inteiro.
2:2.7 (36.5) As limitações humanas e o mal em potencial não fazem parte da natureza divina, mas a experiência mortal e todas as relações do homem com o mal, certamente, são uma parte da auto-realização sempre expansiva de Deus, nos filhos do tempo — criaturas de responsabilidade moral que têm sido criadas ou que evoluíram por intermédio de todos os Filhos Criadores que vêm do Paraíso.
2:3.1 (36.6) Deus é reto, portanto, é justo. “O Senhor é reto, em todos os Seus caminhos.” “‘De tudo o que fiz, nada foi sem uma causa’, diz o Senhor”. “Os juízos do Senhor são totalmente verdadeiros e corretos.” A justiça do Pai Universal não pode ser influenciada por atos nem realizações das Suas criaturas, “pois não há iniqüidade no Senhor, nosso Deus; não há favorecimento de pessoas, nem aceitação de oferendas”.
2:3.2 (36.7) Quão fútil é fazer apelos pueris a este Deus, para que modifique os Seus decretos imutáveis, de modo a evitar as justas conseqüências da ação das Suas leis naturais e mandados espirituais retos! “Não vos enganeis; não se pode zombar de Deus; pois, do que semeardes, daquilo também colhereis.” Mas é verdade que, mesmo na justiça que vem da colheita plantada pelo erro, a justiça divina ainda tem a misericórdia a temperá-la. A sabedoria infinita é o árbitro eterno que determina as proporções da justiça e da misericórdia, a serem dispensadas em qualquer circunstância. A maior punição (na realidade, uma conseqüência inevitável) para o erro e a rebelião deliberados, contra o governo de Deus, é a perda da existência, como súdito individual do Seu governo. O resultado final do pecado pleno e deliberado é o aniquilamento. Em última análise, os indivíduos identificados com o pecado já destruíram a si próprios, ao tornarem-se inteiramente irreais por meio da adoção da iniqüidade. O desaparecimento factual de uma tal criatura, no entanto, é sempre retardado, até que a ordem comandada pela justiça corrente, naquele universo, haja sido inteiramente cumprida.
2:3.3 (37.1) A cessação da existência geralmente é decretada no juízo dispensacional, ou no juízo epocal do reino ou dos reinos. Num mundo como o de Urântia, ela chega ao fim de uma dispensação planetária. A cessação da existência pode ser decretada, em tais épocas, pela ação coordenada de todos os tribunais da jurisdição, que vão desde o conselho planetário, passando pelas cortes dos Filhos Criadores, até os tribunais de julgamento dos Anciães dos Dias. O mandado de dissolução tem origem nas cortes mais altas do superuniverso, seguindo uma confirmação ininterrupta da sentença original, na esfera de residência do ser que adotou o mal; e então, quando a sentença de extinção houver sido confirmada do alto, a execução é feita por um ato direto dos juízes que residem e atuam nos centros do governo do superuniverso.
2:3.4 (37.2) Quando uma sentença como essa é finalmente confirmada, é como se, instantaneamente, o ser, identificado com o pecado, não tivesse existido. Não há ressurreição desse destino; ele é perdurável e eterno. Os fatores da identidade da energia vivente são resolvidos nas transformações no tempo e pela metamorfose no espaço, nos potenciais cósmicos, dos quais emergiram certa vez. Quanto à personalidade do ser iníquo, é ela despojada do seu veículo de continuidade vital, em vista do fracasso de tal criatura ao efetivar as escolhas e as decisões finais que lhe teriam assegurado a vida eterna. Quando o abraçar contínuo do pecado, pela mente, culmina em completa identificação com a iniqüidade, então, ao cessar da vida, pela dissolução cósmica, essa personalidade isolada é absorvida na supra-alma da criação, tornando-se uma parte da experiência de evolução do Ser Supremo. Nunca mais aparece como uma personalidade. A sua identidade é transformada, como se nunca tivesse existido. No caso de uma personalidade residida por um Ajustador, os valores espirituais experimentados sobrevivem na realidade da continuidade do Ajustador.
2:3.5 (37.3) Em qualquer contenda no universo, entre níveis factuais da realidade, a personalidade de nível mais elevado terminará por triunfar sobre a personalidade de nível inferior. Essa conseqüência inevitável, de uma controvérsia no universo, é inerente ao fato de que a divindade da qualidade é igual ao grau de realidade, ou de factualidade, de qualquer criatura de vontade própria. O mal não diluído, o erro completo, o pecado voluntário e a iniqüidade não mitigada são, inerente e automaticamente, suicidas. Tais atitudes de irrealidade cósmica podem sobreviver no universo apenas em razão da tolerância misericordiosa transitória que depende e aguarda a ação determinante nos mecanismos da justiça e da equanimidade da parte dos tribunais que buscam encontrar o juízo da retidão no universo.
2:3.6 (37.4) O papel dos Filhos Criadores, nos universos locais, é o da criação e da espiritualização. Esses Filhos devotam-se à execução efetiva do plano do Paraíso, de ascensão mortal progressiva, de reabilitação dos rebeldes e dos pensadores em erro, mas, quando todos os seus esforços, repletos de amor, forem finalmente e para sempre rejeitados, o decreto final de dissolução é executado pelas forças que agem sob a jurisdição dos Anciães dos Dias.
2:4.1 (38.1) A misericórdia é simplesmente a justiça temperada por aquela sabedoria que surge da perfeição do conhecimento e que advém do reconhecimento pleno da fraqueza natural e das limitações ambientais, das criaturas finitas. “O nosso Deus é cheio de compaixão, de graça, de paciência e abundante em misericórdia”. Portanto “todo aquele que invocar o Senhor será salvo”, “pois Ele perdoará abundantemente”. “A misericórdia do Senhor vai de eternidade a eternidade”, sim, “a Sua misericórdia perdura para sempre”. “Eu sou o Senhor que faz prevalecer a benevolência amorosa, o juízo e a retidão na Terra, pois com essas coisas Me deleito”. “Eu não aflijo voluntariamente, nem encho de pesar, aos filhos dos homens”, pois Eu sou “o Pai da misericórdia e o Deus de toda consolação”.
2:4.2 (38.2) Deus é inerentemente bom, naturalmente compassivo e eternamente misericordioso. E jamais é necessário que se exerça qualquer influência sobre o Pai para suscitar o Seu amor e benevolência. A necessidade da criatura é totalmente suficiente para assegurar a fluência total da misericórdia terna do Pai e Sua graça salvadora. E porque Deus sabe de tudo sobre os Seus filhos, torna-se fácil para Ele perdoar. Quanto melhor o homem entender o seu vizinho, mais fácil será perdoá-lo e, mesmo, amá-lo.
2:4.3 (38.3) Somente o discernimento da sabedoria infinita capacita um Deus reto a ministrar a justiça e a misericórdia, ao mesmo tempo e em qualquer situação no universo. O Pai celeste nunca Se conturba com atitudes conflitantes, em relação aos Seus filhos do universo; Deus nunca é vítima de antagonismos de atitudes. A onisciência de Deus dirige infalivelmente o Seu livre-arbítrio, na escolha daquela conduta no universo que satisfaz, perfeita, simultânea e igualmente, às demandas de todos os Seus atributos divinos e qualidades infinitas da Sua natureza eterna.
2:4.4 (38.4) A misericórdia é fruto natural e inevitável da bondade e do amor. A boa natureza de um Pai amantíssimo não poderia, certamente, recusar o ministério sábio da misericórdia, a cada membro de todos os grupos dos Seus filhos no universo. A eqüidade da justiça eterna e a misericórdia divina constituem, juntas, aquilo a que a experiência humana chama de justiça.
2:4.5 (38.5) A misericórdia divina representa uma técnica equânime de ajustamento entre os níveis de perfeição e imperfeição do universo. A misericórdia é a justiça da Supremacia, adaptada às situações do finito em evolução; é a retidão da eternidade, modificada para satisfazer aos mais altos interesses e ao bem-estar dos filhos do tempo no universo. A misericórdia não é uma contravenção da justiça, é antes uma interpretação compreensiva das demandas da justiça suprema, aplicada com equanimidade aos seres espirituais subordinados e às criaturas materiais dos universos em evolução. A misericórdia é a justiça da Trindade do Paraíso, sábia e amorosamente enviada às inteligências múltiplas, das criações do tempo e do espaço, tal como foi formulada pela sabedoria divina e determinada pela mente onisciente e pela vontade soberana do Pai Universal, e de todos os Seus Criadores coligados.
2:5.1 (38.6) “Deus é amor” e, conseqüentemente, a Sua única atitude pessoal para com os assuntos do universo é sempre uma reação de afeto divino. O Pai ama-nos o suficiente para outorgar-nos a Sua vida. “Ele faz o Seu sol se levantar para os maus e para os bons, e Ele envia a chuva aos justos e aos injustos”.
2:5.2 (39.1) É errado pensar que Deus possa ser persuadido a amar os Seus filhos, por meio de sacrifícios feitos pelos Seus Filhos, ou pela intercessão das Suas criaturas subordinadas, “pois o Pai, Ele próprio, vos ama”. É em resposta a essa afeição paternal que o Pai envia os maravilhosos Ajustadores para residir nas mentes dos homens. O amor de Deus é universal; “todos aqueles que quiserem podem vir”. Ele gostaria “que todos os homens se salvassem pelo conhecimento da verdade”. “Ele não deseja que nenhum homem pereça.”
2:5.3 (39.2) Os Criadores são os primeiros a tentar salvar o homem dos resultados desastrosos das suas tolas transgressões às leis divinas. O amor de Deus é, por natureza, uma afeição paterna; em conseqüência, algumas vezes, Ele “nos disciplina, para o nosso próprio bem, para que possamos ser partícipes da Sua santidade”. Mesmo durante as mais duras dentre as vossas provações lembrai-vos de que “em todas as nossas aflições, Ele aflige-se conosco”.
2:5.4 (39.3) Deus é divinamente bondoso com os pecadores. Quando os rebeldes retornam à retidão, eles são recebidos com misericórdia, “pois o nosso Deus perdoará abundantemente”. “Eu sou Aquele que apaga as vossas transgressões, para o Meu próprio bem, e Eu não me lembrarei dos vossos pecados.” “Atentai para a forma de amor que o Pai nos dedica, a nós, para que fôssemos chamados de filhos de Deus.”
2:5.5 (39.4) Afinal, a maior evidência da bondade de Deus e a suprema razão para amá-Lo é a dádiva do Pai, que reside em cada um de vós — o Ajustador, que tão pacientemente aguarda a hora em que ireis, ambos, transformar-vos em um, eternamente. Embora não possais encontrar Deus procurando-O, se vos submeterdes ao guiamento do espírito residente, sereis guiados, passo a passo e vida por vida, sem erros, de universo em universo, de idade em idade, até que estejais finalmente em presença da personalidade do Pai Universal no Paraíso.
2:5.6 (39.5) Quão pouco razoável é que não adoreis a Deus, porque as limitações da natureza humana e os impedimentos da vossa constituição material fazem com que, para vós, seja impossível vê-Lo. Entre vós e Deus há uma distância imensa (de espaço físico) a ser percorrida. Da mesma forma, existe um grande abismo de diferenças espirituais a ser atravessado; mas, apesar de tudo o que vos separa, física e espiritualmente, da presença pessoal de Deus no Paraíso, parai e ponderai sobre o fato solene de que Deus vive dentro de vós, e de que, a Seu modo, Ele já venceu a separação. Ele enviou a Si próprio, o Seu espírito, para viver dentro de vós e para lutar arduamente, do vosso lado, na busca dos objetivos da vossa carreira eterna.
2:5.7 (39.6) Eu acho fácil e agradável adorar a alguém que é tão grande e, ao mesmo tempo, tão afeiçoadamente devotado ao ministério sagrado da elevação das Suas criaturas humildes. Naturalmente eu amo a quem é tão poderoso, para com a criação e o seu controle, e que, além do mais, é tão perfeito na bondade e tão fiel e gentil no Seu amor, que constantemente nos abriga na sua sombra. Eu penso que amaria a Deus da mesma forma, não fosse Ele nem tão grande nem poderoso, desde que fosse tão bom e misericordioso. Todos nós amamos ao Pai, mais por causa da Sua natureza do que pelo reconhecimento dos Seus atributos assombrosos.
2:5.8 (39.7) Quando eu observo os Filhos Criadores e os seus administradores subordinados lutando tão valentemente com as múltiplas dificuldades do tempo, inerentes à evolução dos universos do espaço, descubro que tenho uma grande e profunda afeição por esses dirigentes menores dos universos. Afinal, penso que todos nós, incluindo os mortais dos reinos, amamos o Pai Universal e todos os outros seres, divinos ou humanos, porque discernimos que essas personalidades nos amam verdadeiramente. A experiência de amar, em muito, é uma resposta direta à experiência de ser amado. Por saber que Deus me ama, eu deveria continuar a amá-Lo supremamente, ainda que Ele fosse despojado de todos os Seus atributos de supremacia, ultimidade e absolutez.
2:5.9 (40.1) O amor do Pai acompanha-nos, agora e em todo o círculo interminável das idades eternas. Ao ponderardes sobre a natureza amorosa de Deus, apenas uma reação razoável e natural surge na personalidade: amareis cada vez mais o vosso Criador; ireis dedicar a Deus uma afeição análoga àquela dedicada por uma criança a um pai terreno; pois, como um pai, um pai real e verdadeiro ama aos seus filhos, do mesmo modo o Pai Universal ama e para sempre busca o bem-estar dos Seus filhos e filhas criadas.
2:5.10 (40.2) Mas o amor de Deus é uma afeição paterna inteligente e que sabe prever. O amor divino funciona em associação unificada com a sabedoria divina e todas as outras características infinitas da natureza perfeita do Pai Universal. Deus é amor, mas o amor não é Deus. A maior manifestação do amor divino pelos seres mortais é constatada por meio da dádiva dos Ajustadores do Pensamento, mas a vossa maior revelação do amor do Pai vem da vida de doação do Seu Filho Michael, que viveu auto-outorgado na Terra a vida espiritual ideal. É o Ajustador residente que individualiza o amor de Deus em cada alma humana.
2:5.11 (40.3) Algumas vezes, chego quase a ficar atormentado ao ser compelido a descrever a afeição divina do Pai celeste pelos Seus filhos do universo, empregando um símbolo verbal humano: amor. Esse termo, ainda que tenha a conotação do mais alto conceito humano das relações mortais de respeito e devoção, com tamanha freqüência, é designativo de relações humanas tão totalmente ignóbeis, que não são merecedoras de serem conhecidas por qualquer palavra que seja também usada para indicar a afeição, sem par, do Deus vivo, pelas criaturas do Seu universo! É uma infelicidade eu não poder fazer uso de algum termo superno e exclusivo que transmita à mente do homem a verdadeira natureza, e a delicada beleza do significado da afeição divina, do Pai do Paraíso.
2:5.12 (40.4) Quando o homem perde de vista o amor de um Deus pessoal, o Reino de Deus passa a ser meramente o reino do bem. Não obstante a unidade infinita da natureza divina, o amor é a característica dominante de todas as relações pessoais de Deus com as Suas criaturas.
2:6.1 (40.5) No universo físico podemos ver a beleza divina, no mundo intelectual é-nos possível discernir a verdade eterna, mas a bondade de Deus é encontrada somente no mundo espiritual da experiência religiosa pessoal. Na sua verdadeira essência, a religião é a fé feita de confiança na bondade de Deus. Para a Filosofia, Deus poderia ser grande e absoluto e, de algum modo, até inteligente e pessoal; mas, para a Religião, é necessário também que Deus seja moral; Ele deve ser bom. O homem poderia temer a um Deus grande, mas ama e confia apenas em um Deus de bondade. Essa bondade é parte da personalidade de Deus, e a Sua plena revelação surge apenas na experiência religiosa pessoal dos filhos que crêem em Deus.
2:6.2 (40.6) A religião requer que o supramundo da natureza do espírito seja conhecedor das necessidades fundamentais do mundo humano e que seja sensível a elas. A religião evolucionária pode tornar-se ética, mas apenas a religião revelada é moral e espiritual de um modo verdadeiro. O conceito antigo de que Deus é uma Deidade dominada por uma moralidade majestática foi elevado por Jesus até aquele nível afetuoso e tocante da moralidade familiar íntima, própria da relação pai-filho. E, na experiência mortal, não há nenhuma relação mais terna e bela.
2:6.3 (41.1) A “riqueza da bondade de Deus leva o homem que errou ao arrependimento”. “Toda a boa dádiva e toda a dádiva perfeita vêm do Pai das luzes.” “Deus é bom; Ele é o refúgio eterno das almas dos homens.” “O Senhor Deus é misericordioso e pleno de graças. Ele é paciente e abundante, em bondade e em verdade.” “Provai e vede como o Senhor é bom! Abençoado seja o homem que confia Nele.” “O Senhor é cheio de graça e de compaixão. Ele é o Deus da salvação.” “Ele alivia o coração dos infelizes e cura as feridas da alma. Ele é o Benfeitor Todo-Poderoso do homem”.
2:6.4 (41.2) O conceito de um Deus rei-juiz, ainda que haja colaborado para desenvolver um padrão elevado de moralidade e criado um povo respeitador das leis enquanto grupo, deixava o indivíduo crente em uma posição triste, de insegurança com relação ao próprio status no tempo e na eternidade. Os profetas hebreus, mais recentes, proclamaram Deus como um Pai para Israel; Jesus revelou Deus como o Pai de cada ser humano. Todo conceito que os mortais fazem de Deus foi transcendentalmente iluminado pela vida de Jesus. O altruísmo é inerente ao amor paternal. Deus ama, não à maneira de um pai, mas como Pai. Ele é o Pai, no Paraíso, de todas as personalidades do universo.
2:6.5 (41.3) A retidão indica que Deus é a fonte da lei moral do universo. A verdade exibe Deus como um Revelador, como um Mestre. Mas o amor dá afeto e anseia por afeto, procura a comunhão compreensiva, tal como existe entre pai e filho. A retidão pode ser própria do pensamento divino, mas o amor é a atitude de um pai. A suposição errônea de que a retidão de Deus fosse irreconciliável com o amor altruísta do Pai celeste, pressupôs a ausência de unidade na natureza de Deus e levou diretamente à elaboração da doutrina da expiação, que é uma violentação filosófica tanto da unidade, quanto do livre-arbítrio de Deus.
2:6.6 (41.4) O Pai celeste afetuoso, cujo Espírito reside nos Seus filhos da Terra, não é uma personalidade dividida — uma, a da justiça, e outra, a da misericórdia. E também Ele não requer um mediador para assegurar o seu favorecimento ou o perdão de Pai. A retidão divina não é dominada pela estrita justiça de retribuição; Deus, enquanto um Pai, transcende Deus, enquanto juiz.
2:6.7 (41.5) Deus nunca é irado, vingativo ou enraivecido. É verdade que a sabedoria, muitas vezes, restringe o Seu amor, assim como a justiça condiciona a Sua misericórdia rejeitada. O Seu amor pela retidão não pode evitar que, com a mesma intensidade, seja manifestado como ódio ao pecado. O Pai não é uma personalidade incoerente; a unidade divina é perfeita. Na Trindade do Paraíso há uma unidade absoluta, a despeito das identidades eternas dos coordenados de Deus.
2:6.8 (41.6) Deus ama o pecador e odeia o pecado: tal afirmação é verdadeira filosoficamente; contudo, Deus é uma personalidade transcendental, e as pessoas apenas amam e odeiam às outras pessoas. O pecado não é uma pessoa. Deus ama o pecador porque ele é uma realidade de personalidade (potencialmente eterna), enquanto, em relação ao pecado, Deus não assume nenhuma atitude pessoal; pois o pecado não é uma realidade espiritual, não é pessoal; portanto, apenas a justiça de Deus toma conhecimento da existência dele. O amor de Deus salva o pecador; a lei de Deus destrói o pecado. Essa atitude da natureza divina mudaria, aparentemente, se o pecador afinal se identificasse completamente com o pecado, da mesma forma que a mente mortal pode também se identificar totalmente com o espírito Ajustador residente. Um mortal, assim identificado com o pecado, tornar-se-ia então inteiramente não-espiritual, na sua natureza (e, portanto, pessoalmente irreal), e por fim experimentaria a extinção do seu ser. A irrealidade, e mesmo a incompletude da natureza da criatura, não pode existir para sempre, em um universo progressivamente mais real e crescentemente mais espiritual.
2:6.9 (42.1) Perante o mundo da personalidade, Deus é descoberto como uma pessoa de amor; perante o mundo espiritual, Ele é o amor pessoal; na experiência religiosa, Ele é ambos. O amor identifica o arbítrio volitivo de Deus. A bondade de Deus permanece no cerne do livre-arbítrio divino — a tendência universal para amar manifesta misericórdia, demonstra paciência e ministra o perdão.
2:7.1 (42.2) Todo conhecimento finito e todo entendimento da criatura são relativos. A informação e os ensinamentos, ainda que colhidos de fontes elevadas, são apenas relativamente completos: precisos apenas em relação ao local e verdadeiros para a pessoa.
2:7.2 (42.3) Os fatos físicos são suficientemente uniformes, mas a verdade é um fator vivo e flexível na filosofia do universo. As personalidades em evolução são apenas parcialmente sábias e relativamente verazes, nas suas comunicações. Podem estar certas apenas dentro dos limites da sua experiência pessoal. Aquilo que, pela aparência, pode ser totalmente verdadeiro em um lugar, pode ser apenas relativamente verdadeiro em outro segmento da criação.
2:7.3 (42.4) A verdade divina, a verdade final, é uniforme e universal, mas a história das coisas espirituais, contada por inúmeros indivíduos, procedentes de várias esferas, pode, algumas vezes, variar quanto aos detalhes, devido a essa relatividade na totalização do conhecimento e na abrangência da experiência pessoal, bem como na duração e no alcance dessa experiência. Conquanto as leis e os decretos, os pensamentos e as atitudes da Primeira Fonte e Centro sejam eterna, infinita e universalmente verdadeiros, ao mesmo tempo, a sua aplicação e os ajustamentos que recebem, em cada universo, sistema, mundo, e inteligência criada, estão de acordo com os planos e a técnica dos Filhos Criadores, quando estes atuam e funcionam nos seus universos respectivos, tanto quanto em harmonia com os planos locais e os procedimentos do Espírito Infinito e de todas as outras personalidades celestes coligadas.
2:7.4 (42.5) A falsa ciência do materialismo sentenciaria o homem mortal a reduzir-se a um marginal no universo. Tal conhecimento parcial é potencialmente um mal; é conhecimento que se compõe, tanto do bem, quanto do mal. A verdade é bela, porque é tanto completa quanto simétrica. Quando o homem busca a verdade, ele está buscando o divinamente real.
2:7.5 (42.6) Os filósofos cometem o seu mais grave erro quando são levados à falácia da abstração e à prática de focalizar a sua atenção em um aspecto da realidade e de proclamar, então, tal aspecto isolado como sendo a verdade inteira. O filósofo sábio irá sempre recorrer ao projeto da criação que está por trás e que é preexistente a todos os fenômenos universais. O pensamento criador, invariavelmente, precede à ação criadora.
2:7.6 (42.7) A autoconsciência intelectual pode descobrir a beleza da verdade e a sua qualidade espiritual, não apenas pela consistência filosófica dos seus conceitos, mas, ainda mais certa e seguramente, pela resposta inequívoca do sempre presente Espírito da Verdade. A felicidade vem como conseqüência do reconhecimento da verdade, porque esta pode ser factual, pode ser vivenciada. O desapontamento e a tristeza advêm após o erro, porque, não sendo este uma realidade, não pode ser factualizado pela experiência. A verdade divina é mais conhecida pelo seu aroma espiritual.
2:7.7 (42.8) A busca eterna é de unificação, de coerência divina. O vasto universo físico faz-se coerente na Ilha do Paraíso; o universo intelectual faz-se coerente no Deus da mente, o Agente Conjunto; o universo espiritual faz-se coerente na personalidade do Filho Eterno. Mas o mortal isolado, do tempo e do espaço, faz-se coerente em Deus, o Pai, mediante a ligação direta entre o Ajustador do Pensamento residente e o Pai Universal. O Ajustador do homem é um fragmento de Deus e, para sempre, procura a unificação divina e se faz coerente com a Deidade do Paraíso da Primeira Fonte e Centro, e Nesta.
2:7.8 (43.1) O discernimento da beleza suprema é a descoberta e a integração da realidade: o discernimento da bondade divina, na eterna verdade, é a beleza última. O encanto mesmo da arte humana consiste na harmonia da sua unidade.
2:7.9 (43.2) O grande erro da religião hebraica foi não ter associado a bondade de Deus às verdades factuais da ciência e da beleza atraente da arte. À medida que a civilização progrediu, e enquanto a religião continuou a seguir o mesmo caminho pouco sábio, de enfatizar exageradamente a bondade de Deus, a ponto de negligenciar a beleza e de excluir relativamente a verdade, foi sendo desenvolvida, em certos tipos de homens, uma tendência crescente para desviar-se no conceito abstrato e dissociado da bondade isolada. A moralidade proclamada ao exagero e isolada da religião moderna, que fracassa em manter a devoção e a lealdade de muitos dos homens deste século, poderia reabilitar-se se, além dos seus mandados morais, tivesse a mesma consideração pelas verdades da ciência, da filosofia e da experiência espiritual, e pelas belezas da criação física, bem como pelo encanto da arte intelectual e pela grandeza de uma realização genuína de caráter.
2:7.10 (43.3) O desafio religioso desta época é dirigido àqueles homens e àquelas mulheres que, pela sua visão ampla e voltada para o futuro, e, pelo discernimento da sua luz interna, ousarão construir uma nova e atraente filosofia de vida, partindo dos conceitos modernos, sutilmente integrados, da verdade cósmica, da beleza universal e da bondade divina. Uma tal visão, nova e reta, da moralidade, atrairá tudo o que existir de bom na mente do homem e convocará o que houver de melhor na alma humana. A verdade, a beleza e a bondade são realidades divinas, e à medida que o homem ascende na escala da vida espiritual, essas qualidades supremas do Eterno tornam-se cada vez mais coordenadas e unificadas em Deus, que é amor.
2:7.11 (43.4) Toda a verdade — material, filosófica ou espiritual — é tanto bela, quanto boa. Toda a beleza real — a arte material ou a simetria espiritual — é tanto verdadeira, quanto boa. Toda a bondade genuína — seja a moralidade pessoal, a eqüidade social ou o ministério divino — é igualmente verdadeira e bela. A saúde, a sanidade e a felicidade são integrações da verdade, da beleza e da bondade, ao misturarem-se na experiência humana. Esses níveis de uma vida eficaz advêm da unificação de sistemas de energia, de sistemas de idéias e de sistemas espirituais.
2:7.12 (43.5) A verdade é coerente, a beleza é atraente e a bondade estabilizadora. E quando esses valores, naquilo que é real, são coordenados na experiência da personalidade, o resultado é uma ordem elevada de amor, condicionado pela sabedoria e qualificado pela lealdade. O propósito real de toda a educação, no universo, é tornar efetiva a melhor coordenação do filho isolado dos mundos com as realidades mais amplas da sua experiência em expansão. A realidade é finita no nível humano: e é infinita e eterna nos níveis mais elevados e divinos.
2:7.13 (43.6) [Apresentado por um Conselheiro Divino, atuando com a autoridade dos Anciães dos Dias em Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 3
3:0.1 (44.1) DEUS está presente em todos os lugares; o Pai Universal rege o círculo da eternidade. Todavia, nos universos locais Ele governa por intermédio das pessoas dos Seus Filhos-Criadores do Paraíso, e também concede a vida por intermédio desses Filhos. “Deus nos deu a vida eterna e essa vida está nos seus Filhos”. Esses Filhos-Criadores de Deus são a expressão pessoal Dele próprio, nos setores do tempo e para os filhos dos planetas que giram, nos universos em evolução do espaço.
3:0.2 (44.2) As ordens inferiores de inteligências criadas podem discernir com clareza os Filhos de Deus altamente personalizados e, desse modo, estes compensam a invisibilidade do Pai que é infinito e, portanto, menos discernível. Os Filhos do Pai Universal, que são os Filhos-Criadores do Paraíso, são uma revelação de um Ser que, de outro modo, não seria visível; seria invisível devido à absolutez e à infinitude inerentes ao círculo da eternidade e às personalidades das Deidades do Paraíso.
3:0.3 (44.3) A faculdade de criar dificilmente é um atributo de Deus; é mais algo que vem em conseqüência da Sua natureza atuante. E essa função universal criadora manifesta-se, eternamente condicionada e controlada que é, por todos os atributos coordenados da realidade infinita e divina da Primeira Fonte e Centro. Duvidamos sinceramente que possamos considerar uma, dentre as características da natureza divina, como sendo antecedente a qualquer outra; mas se fosse esse o caso, então, a natureza criadora da Deidade teria precedência sobre todas as outras naturezas, atividades e atributos. E a faculdade criadora da Deidade culmina na verdade universal: a Paternidade de Deus.
3:1.1 (44.4) A capacidade do Pai Universal de estar presente em todas as partes, e ao mesmo tempo, constitui a Sua onipresença. Apenas Deus pode estar em dois, em inúmeros lugares, ao mesmo tempo. Deus está simultaneamente presente “nas alturas do céu e na Terra abaixo”; como exclamou o salmista: “Onde me esconderei do Teu espírito? Ou onde escaparei da Tua presença?”
3:1.2 (44.5) “‘Sou um Deus próximo e distante’, diz o Senhor. ‘Por acaso não preencho o céu e a Terra?’” O Pai Universal está constantemente presente em todas as partes, e em todos os corações da Sua vasta criação. Ele é “a plenitude Daquele que preenche a todos de tudo”, e “Quem tudo opera em todos” e, além disso, o conceito da Sua personalidade é tal que “o céu (o universo) e o céu dos céus (o universo dos universos) não podem cabê-Lo”. É literalmente verdadeiro que Deus é tudo e está em tudo. Mesmo isso, contudo, ainda não é a totalidade de Deus. O Infinito só pode ser plenamente revelado na infinitude; a causa nunca pode ser compreendida por meio de uma análise dos efeitos; o Deus vivo é incomensuravelmente maior do que a soma total da criação, que veio a existir como um resultado dos atos criadores do Seu livre-arbítrio ilimitado. Deus revela-se em todo o cosmo, mas o cosmo não pode jamais conter ou abranger a totalidade da infinitude de Deus.
3:1.3 (45.1) A presença do Pai ronda incessantemente o universo-mestre. “Ele se conduz, desde o fundo do céu, e o Seu circuito vai até os confins do céu; e nada há que se oculte da Sua luz”.
3:1.4 (45.2) A criatura não apenas existe em Deus, mas também Deus vive na criatura. “Sabemos que Nele habitamos, porque Ele vive em nós; Ele nos deu o Seu espírito. Essa dádiva do Pai do Paraíso é companheira inseparável do homem.” “Ele é o Deus sempre presente e Aquele que a tudo preenche.” “O espírito do Pai eterno guarda-se na mente de cada filho mortal.” “O homem sai à procura de um amigo, enquanto o verdadeiro amigo vive dentro do seu próprio coração.” “O verdadeiro Deus não está longe, é parte de nós; o Seu espírito fala de dentro de nós.” “O Pai vive no filho. Deus está sempre conosco. Ele é o espírito guia do destino eterno.”
3:1.5 (45.3) Em verdade foi dito das raças humanas: “Sois de Deus”, porque “Aquele que habita no amor, habita em Deus, e Deus nele”. E assim, pois, estando em erro, vós atormentais o Ajustador do Pensamento, pois esse dom de Deus, que reside em vós, deve necessariamente sofrer todas as conseqüências dos maus pensamentos, junto com a mente humana, na qual encontra-se encarcerado.
3:1.6 (45.4) A onipresença de Deus, na realidade, é uma parte da Sua natureza infinita; o espaço não constitui obstáculo para a Deidade. De modo discernível, sem limitações e na perfeição, Deus encontra-se presente apenas no Paraíso e no universo central. Por isso a Sua presença não pode ser observada nas criações que circundam Havona, pois, em reconhecimento à soberania e às prerrogativas divinas dos criadores e dos dirigentes coordenados dos universos, do tempo e do espaço, Deus limitou a Sua presença direta e efetiva ao universo central. Desse modo, o conceito da divina presença deve ser estendido a uma gama ampla, tanto de modos como de canais de manifestação abrangendo os circuitos da presença do Filho Eterno, do Espírito Infinito e da Ilha do Paraíso. Nem sempre é possível distinguir entre a presença do Pai Universal e as ações dos Seus coordenados, agentes e agências eternas, tão perfeitamente todos estes preenchem os quesitos infinitos do Seu propósito imutável. Mas não é assim com o circuito da personalidade e com os Ajustadores; nesses casos Deus atua de um modo único, direta e exclusivamente.
3:1.7 (45.5) O Controlador Universal está presente potencialmente nos circuitos de gravidade da Ilha do Paraíso, em todas as partes do Universo, a todo o tempo e no mesmo grau, em conformidade com a massa, em resposta às demandas físicas da Sua presença e por causa da natureza inerente a toda criação, a qual leva todas as coisas a aderirem a Ele e a consistirem Nele. Do mesmo modo a Primeira Fonte e Centro está potencialmente presente no Absoluto Inqualificável, depositário que é dos universos não criados do eterno futuro. Deus, assim, potencialmente, impregna os universos físicos do passado, do presente e do futuro. Ele é a base primordial da coerência da criação chamada material. Esse potencial não-espiritual da Deidade torna-se factual aqui e acolá, no nível das existências físicas, por meio da interação inexplicável de alguns dos Seus intermediários exclusivos, no campo da ação universal.
3:1.8 (45.6) A presença da mente de Deus está correlacionada à mente absoluta do Agente Conjunto, o Espírito Infinito. Contudo, nas criações finitas, essa presença é mais bem discernida na mente cósmica dos Espíritos Mestres do Paraíso, que funciona de modo onipresente. Do mesmo modo que a Primeira Fonte e Centro está potencialmente presente nos circuitos da mente do Agente Conjunto, também está potencialmente presente nas tensões do Absoluto Universal. A mente da ordem humana, contudo, é uma dádiva das Filhas do Agente Conjunto, as Ministras Divinas dos universos locais em evolução.
3:1.9 (46.1) O espírito onipresente do Pai Universal está coordenado à função da presença do espírito universal do Filho Eterno e ao potencial divino perpétuo do Absoluto da Deidade. Contudo, nem a atividade espiritual do Filho Eterno e dos seus Filhos do Paraíso, nem as outorgas da mente, feitas pelo Espírito Infinito, parecem excluir a ação direta dos Ajustadores do Pensamento, os fragmentos de Deus que residem nos corações dos Seus filhos criaturas.
3:1.10 (46.2) No que diz respeito à presença de Deus em um planeta, sistema, constelação ou universo, o grau dessa presença em qualquer unidade da criação é uma medida do grau da presença evolutiva do Ser Supremo: é determinada pelo reconhecimento, em massa, de Deus, e pela lealdade que a Ele dedica a vasta organização universal, que se estende até mesmo aos próprios sistemas e planetas. Por isso, às vezes, na esperança de salvaguardar e conservar essas fases da presença preciosa de Deus é que, quando alguns planetas (ou mesmo sistemas) mergulham profundamente nas trevas espirituais, de algum modo, são colocados em quarentena, ou em isolamento parcial, permanecendo sem intercâmbio com as unidades maiores da criação. E tudo isso, tal como sucede em Urântia, se dá como uma reação para a defesa espiritual da maioria dos mundos, para abrigarem-se a si próprios, tanto quanto possível, de sofrerem com o isolamento que viria por conseqüência das ações separadoras e alienantes de uma minoria obstinada, perversa e rebelde.
3:1.11 (46.3) Embora o Pai inclua, paternalmente, nos Seus circuitos, a todos os Seus filhos — todas as personalidades — , a Sua influência sobre eles é limitada pelo afastamento que a origem deles tem em relação à Segunda e à Terceira Pessoas da Deidade, e aumenta à medida que a realização do destino deles aproxima-se daqueles níveis. O fato da presença de Deus, nas mentes das criaturas, é determinado por elas serem ou não resididas pelos fragmentos do Pai, os Monitores Misteriosos; mas a Sua presença efetiva é determinada pelo grau da cooperação concedida aos Ajustadores internos pela mente residida por eles.
3:1.12 (46.4) As flutuações da presença do Pai não são devidas à inconstância de Deus. O Pai não se retira em reclusão, por haver sido insultado; o Seu afeto não se aliena, por causa de ações erradas da criatura. Tendo sido dotados com o poder de escolha (no que diz respeito a Ele), são os Seus filhos, no exercício dessa escolha, que determinam diretamente a intensidade e as limitações da influência divina do Pai, nos seus corações e almas. O Pai entregou-Se livremente a nós, sem limitações e sem favorecimento. Ele não tem preferência por pessoas, planetas, sistemas, nem universos. Nos setores do tempo, Ele confere honras diferenciadas apenas às personalidades do Paraíso, constituintes de Deus, o Sétuplo: os Criadores Coordenados dos universos finitos.
3:2.1 (46.5) Todos os universos sabem que “o Senhor Deus onipotente reina”. Os assuntos deste e de outros mundos são divinamente supervisionados. “Ele atua segundo a Sua vontade, no exército dos céus e entre os habitantes da Terra.” É eternamente verdadeiro que “não há poder que não provenha de Deus”.
3:2.2 (46.6) Dentro dos limites daquilo que é consistente com a natureza divina, é literalmente verdadeiro que “com Deus, todas as coisas são possíveis”. Os processos, lentos e prolongados, da evolução dos povos, dos planetas e dos universos estão sob o perfeito controle dos criadores e administradores do universo e desenvolvem-se de acordo com o propósito eterno do Pai Universal; sucedendo-se em harmonia, ordem e conformidade com o plano plenamente sábio de Deus. Há apenas um único legislador. Ele sustenta os mundos no espaço e faz girar os universos, no círculo infinito do circuito eterno.
3:2.3 (47.1) De todos os atributos divinos, a Sua onipotência é a mais bem compreendida, especialmente do modo como ela prevalece no universo material. Se encarado como um fenômeno não-espiritual, Deus é energia. Essa declaração de um fato físico é baseada na verdade incompreensível de que a Primeira Fonte e Centro é a causa primeira dos fenômenos universais físicos em todo o espaço. Da atividade divina deriva toda a energia física, bem como outras manifestações materiais. A luz, ou seja, a luz sem calor, é outra, dentre as manifestações não-espirituais das Deidades. E há ainda uma outra forma de energia não-espiritual, que é virtualmente desconhecida em Urântia, pois não foi ainda reconhecida.
3:2.4 (47.2) Deus controla todo o poder; Ele faz “um caminho para o relâmpago”; Ele ordenou os circuitos de toda a energia. Ele decretou a hora e o modo de manifestação de todas as formas de energia-matéria. E todas essas coisas são mantidas, para sempre, sob o Seu eterno comando — sob o controle gravitacional centrado no Paraíso inferior. A luz e a energia do Deus eterno, assim, giram, para sempre, em torno do Seu circuito majestoso, em uma procissão sem fim, mas ordenada, das hostes estelares que compõem o universo dos universos. Toda a criação circunvoluciona eternamente ao redor do centro da Personalidade-Paraíso de todas as coisas e seres.
3:2.5 (47.3) A onipotência do Pai refere-se ao domínio onipresente, no nível absoluto, no qual as três energias, a material, a mental e a espiritual, estão em proximidade indistinta Dele — a Fonte de todas as coisas. A mente da criatura, não sendo nem monota do Paraíso, nem espírito do Paraíso, não é diretamente sensível ao Pai Universal. Deus ajusta-Se com a mente da imperfeição — e, com os mortais de Urântia, Ele o faz por meio dos Ajustadores do Pensamento.
3:2.6 (47.4) O Pai Universal não é uma força transitória, nem um poder que muda, nem uma energia que flutua. O poder e a sabedoria do Pai são totalmente adequados para arcar com toda e qualquer exigência do universo. À medida que surgem, as emergências da experiência humana foram todas previstas por Ele e, desse modo, Ele não reage aos assuntos do universo de uma forma isolada, mas sim de acordo com os ditames da sabedoria eterna e em consonância com os mandados do juízo infinito. A despeito das aparências, o poder de Deus não funciona no universo como uma força cega.
3:2.7 (47.5) Situações surgem nas quais parece que medidas de emergência foram tomadas, que leis naturais foram suspensas, que desajustes se fizeram reconhecer e que um esforço está sendo feito para endireitar a situação; mas não é esse o caso. Tais conceitos de Deus têm a sua origem no alcance limitado do vosso ponto de vista, na finitude da vossa compreensão e na abrangência limitada do vosso exame; essa má compreensão de Deus se deve à ignorância profunda que tendes, em relação a tudo que concerne à existência de leis mais elevadas nos reinos, à magnitude do caráter do Pai, à infinitude dos Seus atributos e ao exercício da Sua livre vontade.
3:2.8 (47.6) As criaturas planetárias, que são resididas pelo espírito de Deus, amplamente espalhadas por vários locais nos universos do espaço são quase infinitas em número e ordem; os seus intelectos são tão diversos, as suas mentes tão limitadas e por vezes tão grosseiras, a sua visão é tão reduzida e localizada que é quase impossível formular generalizações de leis que exprimam de um modo adequado os atributos infinitos do Pai e que, ao mesmo tempo, sejam compreensíveis, em qualquer grau, por tais inteligências criadas. Por conseguinte, muitos dos atos do Criador Todo-Poderoso parecem ser arbitrários, isolados e, não raro, até desalmados e cruéis, para vós, criaturas. Todavia, novamente eu vos asseguro que isso não é uma verdade. Todos os feitos de Deus são plenos de propósito, inteligentes, sábios, bondosos e eternamente atentos ao bem maior, nem sempre apenas de um ser individual, uma raça específica, um planeta determinado ou mesmo de um determinado universo; mas sim, atentos ao bem-estar e ao maior proveito de todos os seres envolvidos, desde os mais baixos aos mais elevados. Nas idades do tempo, algumas vezes, o bem-estar de uma parte pode parecer diferente do bem-estar do todo; no círculo da eternidade essas diferenças aparentes inexistem.
3:2.9 (48.1) Somos todos parte da família de Deus e devemos, portanto, algumas vezes, compartilhar da disciplina da família. Muitos dos atos de Deus, que tanto nos perturbam e confundem, são resultado das decisões e ditames finais da onisciência, que autorizam o Agente Conjunto a executar, segundo a escolha da vontade infalível da mente infinita, de modo a fortalecer as decisões da personalidade da perfeição, cujo exame, visão e solicitude abrangem o bem-estar mais elevado e eterno de toda a Sua vasta e ampla criação.
3:2.10 (48.2) Assim é que o vosso ponto de vista, isolado, parcial, finito, grosseiro e altamente materialista, junto às limitações inerentes à natureza do vosso ser constituem um impedimento tal que vos tornam incapazes de ver, compreender, ou conhecer a sabedoria e a bondade de muitos dos atos divinos, os quais vos parecem carregados de uma crueldade esmagadora, de uma indiferença extrema, tanto ao conforto e ao bem-estar, quanto à felicidade planetária e à prosperidade pessoal das criaturas, companheiras vossas. É em conseqüência das limitações da visão humana, do vosso entendimento restrito e da vossa compreensão finita, que vos equivocais sobre os motivos e deturpais os propósitos de Deus. Contudo, muitas coisas ocorrem nos mundos evolucionários, que não são feitos pessoais do Pai Universal.
3:2.11 (48.3) A onipotência divina está perfeitamente coordenada aos outros atributos da personalidade de Deus. Em geral, o poder de Deus, nas Suas manifestações espirituais no universo é limitado apenas por três condições ou situações:
3:2.12 (48.4) 1. Pela natureza de Deus; especialmente pelo Seu amor infinito; pela verdade, a beleza e a bondade.
3:2.13 (48.5) 2. Pela vontade de Deus; pelo Seu ministério de misericórdia e pelo relacionamento de paternidade com as personalidades do universo.
3:2.14 (48.6) 3. Pela lei de Deus; pela retidão e justiça da Trindade eterna do Paraíso.
3:2.15 (48.7) Deus é ilimitado em poder, divino em natureza, final em vontade, infinito em atributos, eterno em sabedoria e absoluto em realidade. Mas todas essas características do Pai Universal estão unificadas na Deidade e universalmente expressas na Trindade do Paraíso e nos Filhos divinos da Trindade. Por outro lado, fora do Paraíso e do universo central de Havona, tudo o que pertence a Deus é limitado pela presença evolucionária do Supremo, condicionado pela presença eventiva do Último e coordenado pelos três Absolutos existenciais: o Absoluto da Deidade, o Absoluto Universal e o Absoluto Inqualificável. E a presença de Deus está limitada desse modo porque essa é a vontade de Deus.
3:3.1 (48.8) “Deus conhece todas as coisas”. A mente divina é consciente do pensamento de toda criação e dialoga com ele. O Seu conhecimento dos acontecimentos é universal e perfeito. As entidades divinas que procedem Dele são uma parte Dele; Ele, que “equilibra as nuvens”, é também “perfeito em conhecimento”. “Os olhos do Senhor estão em todos os lugares.” Disse o vosso grande Mestre, referindo-se a um insignificante pardal: “Nenhum deles cairá na terra sem o conhecimento do meu Pai”, e também, “até os cabelos das vossas cabeças são contados”. “Ele sabe o número das estrelas; e chama a todas pelos seus nomes.”
3:3.2 (49.1) O Pai Universal é a única personalidade, em todo o universo, que de fato sabe o número de estrelas e planetas existentes do espaço. Todos os mundos de cada universo estão, constantemente, dentro da consciência de Deus. Ele também diz: “Tenho certamente visto a aflição do meu povo, tenho ouvido o seu pranto e conheço os seus pesares”. Pois “o Senhor olha do céu; Ele observa todos os filhos dos homens; do local da Sua morada, Ele olha por todos os habitantes da Terra”. Cada filho criado pode, em verdade, dizer: “Ele conhece o caminho que tomo e, depois que Ele me houver posto à prova, ressurgirei como ouro”. “Deus sabe quando nos sentamos e quando nos levantamos; Ele compreende os nossos pensamentos de longe e é conhecedor de todos os nossos caminhos.” “Todas as coisas estão a descoberto e abertas aos olhos Daquele com quem temos a ver”. E deveria ser um verdadeiro conforto para todos os seres humanos compreender que “Ele conhece a vossa estrutura; Ele lembra-se de que sois pó”. Jesus, falando do Deus vivo, disse: “O vosso Pai sabe das vossas necessidades, antes mesmo de irdes pedir a Ele”.
3:3.3 (49.2) Deus possui o poder ilimitado de conhecer todas as coisas; a Sua consciência é universal. O Seu circuito pessoal inclui todas as personalidades e o Seu conhecimento, mesmo o das criaturas mais ínfimas, é suplementado indiretamente pela série descendente de Filhos divinos e, diretamente, por intermédio dos Ajustadores do Pensamento residentes. Além do mais, o Espírito Infinito está presente, todo o tempo e em todos os lugares.
3:3.4 (49.3) Não estamos plenamente certos se Deus escolhe, ou não, prever de antemão o evento do pecado. Mas, ainda que Deus previsse os atos do livre-arbítrio dos Seus filhos, tal conhecimento prévio não revogaria em nada a liberdade deles. Uma coisa é certa: Deus nunca está sujeito a surpreender-Se.
3:3.5 (49.4) A onipotência não significa poder de fazer o infactível, a ação que não é divina. Nem a onisciência implica saber aquilo que é incognoscível. Todavia, tais afirmações dificilmente se fazem compreensíveis para a mente finita. A criatura dificilmente pode compreender o alcance e as limitações da vontade do Criador.
3:4.1 (49.5) As sucessivas doações de Si próprio, aos universos, como vieram a ser efetuadas, não reduzem, de nenhum modo, o potencial de poder ou a reserva de sabedoria; e estes continuam residindo e repousando na personalidade central da Deidade. Em potencial de força, sabedoria e amor, o Pai nunca teve reduzida a Sua medida, nem Se tornou desprovido de qualquer atributo da Sua personalidade gloriosa, em resultado da doação ilimitada de Si próprio, aos Filhos do Paraíso, às Suas criações subordinadas e às múltiplas criaturas dessas criações.
3:4.2 (49.6) A criação de cada novo universo exige um novo ajuste de gravidade; mas, ainda que a criação continuasse, indefinida e eternamente, até à infinitude mesma, de um tal modo que finalmente a criação material fosse existir sem limitações, ainda assim o poder de controle e coordenação, que reside na Ilha do Paraíso, estaria à altura e seria adequado ao domínio, ao controle e à coordenação de um universo assim infinito. E, posteriormente a essa concessão de força ilimitada e poder, a um universo sem limites, o Infinito ainda estaria plenamente carregado, no mesmo grau, de força e energia; o Absoluto Inqualificável subsistiria ainda, sem diminuição; Deus ainda possuiria o mesmo potencial infinito, como se nada da Sua força, energia e poder tivesse sido vertido para dotar universos após universos.
3:4.3 (50.1) Da mesma forma acontece com a sabedoria: o fato de que a mente seja tão livremente distribuída para o pensar dos reinos, de nenhum modo empobrece a fonte central da sabedoria divina. À medida que os universos se multiplicam e os seres dos reinos crescem em número, até às fronteiras da compreensão, ainda que a mente continuasse incessantemente sendo concedida aos seres de elevada ou de baixa condição, a personalidade central de Deus continuaria a abranger a mesma mente eterna, infinita e onisciente.
3:4.4 (50.2) O fato de que Ele envie mensageiros espirituais, saídos Dele próprio, para que residam nos homens e mulheres do vosso mundo e de outros mundos, de nenhum modo reduz a Sua capacidade de funcionar como uma personalidade espiritual divina e onipotente; e não existe absolutamente nenhum limite à extensão ou ao número desses Monitores espirituais, que Ele pode e consegue enviar. Essa dádiva de Si mesmo, às Suas criaturas, gera uma possibilidade futura sem limites e quase inconcebível, de existências progressivas e sucessivas para esses mortais, assim, divinamente dotados. E essa distribuição pródiga de Si próprio, na forma dessas entidades espirituais ministradoras, de nenhuma maneira diminui a sabedoria e a perfeição da verdade e do conhecimento, que repousam na pessoa do Pai onisciente, pleno de sabedoria e Todo-Poderoso.
3:4.5 (50.3) Para os mortais do tempo há um futuro; Deus, contudo, habita a eternidade. Embora eu tenha vindo de muito perto da própria morada da Deidade, não posso presumir falar, com perfeição de entendimento, a respeito da infinitude dos muitos atributos divinos. Apenas a infinitude de mente pode compreender plenamente a infinitude na existência e a eternidade da ação.
3:4.6 (50.4) O homem mortal não pode, certamente, conhecer a infinitude do Pai celeste. A mente finita não pode pensar sobre uma verdade ou um fato de tal modo absoluto. Todavia, esse mesmo ser humano finito pode de fato sentir — literalmente experimentar — o impacto pleno e não amortecido de um AMOR tão infinito quanto o do Pai. Esse amor pode ser verdadeiramente experimentado, mas, ainda que a qualidade da experiência seja ilimitada, a quantidade em uma tal experiência é limitada, estritamente, pela capacidade humana de receptividade espiritual e pela capacidade empenhada em retribuir ao Pai, em amor.
3:4.7 (50.5) A apreciação finita, de qualidades infinitas, transcende, em muito, às capacidades logicamente limitadas da criatura, em vista do fato de o homem mortal ser feito à imagem de Deus — pois vive dentro dele um fragmento da infinitude. Por conseguinte, o acesso mais querido e de maior aproximação a Deus, que o homem tem, é o amor, e por intermédio do amor, pois Deus é amor. E tudo, em uma relação assim tão única, é um experimento factual da sociologia cósmica: a relação entre o Criador e a criatura — o afeto entre Pai e filho.
3:5.1 (50.6) No Seu contato com as criações pós-Havona, o Pai Universal não exerce o Seu poder infinito, nem a Sua autoridade final, por transmissão direta, mas por intermédio dos Seus Filhos e das personalidades subordinadas a eles. E Deus faz tudo isso por Sua livre vontade. Todos e quaisquer dos poderes delegados, caso surgisse a ocasião e se fosse da escolha da mente divina, poderiam ser exercidos diretamente; mas, via de regra, essa ação acontece apenas em conseqüência do fracasso da personalidade delegada, ao tentar corresponder à confiança divina. Em ocasiões assim, diante de um descumprimento e nos limites da reserva de poder e de potencial divinos, o Pai atua independentemente e de acordo com os mandados da Sua própria escolha; e tal escolha é sempre a da perfeição infalível e sabedoria infinita.
3:5.2 (51.1) O Pai governa por intermédio dos Seus Filhos. Descendo, na organização do universo, existe uma corrente ininterrupta de dirigentes que termina com os Príncipes Planetários, os quais dirigem os destinos das esferas evolucionárias, dos vastos domínios do Pai. Não é uma expressão meramente poética a que exclama: “Do Senhor é a Terra e a sua plenitude”. “Ele faz e destrona reis.” “Os Altíssimos governam nos reinos dos homens.”
3:5.3 (51.2) Nos assuntos dos corações dos homens, nem sempre o Pai Universal pode ter caminho aberto; mas, na conduta e destino de um planeta, o plano divino prevalece; o propósito eterno de sabedoria e amor triunfa.
3:5.4 (51.3) Disse Jesus: “Meu Pai, que os outorgou a mim, é maior do que todos; e ninguém poderá arrebatá-los da mão do meu Pai”. Ao vislumbrar as obras múltiplas e ao contemplar a imensidão assombrosa da criação quase ilimitada de Deus, podeis vacilar quanto ao vosso conceito da Sua primazia; contudo, não deveis vacilar em aceitá-Lo como sendo firme e eternamente entronizado no centro do Paraíso de todas as coisas, e como o Pai beneficente de todos os seres inteligentes. Não há senão “um único Deus e Pai de todos, acima de tudo e em tudo”, e que “é anterior a todas as coisas e em Quem consistem todas as coisas”.
3:5.5 (51.4) As incertezas da vida e as vicissitudes da existência de nenhuma maneira contradizem o conceito da soberania universal de Deus. Toda a vida da criatura evolucionária é assediada por certas inevitabilidades. Considerai o seguinte:
3:5.6 (51.5) 1. A coragem — a força de caráter — é desejável? Então, o homem deve ser criado em um ambiente que requeira um enfrentamento das dificuldades e uma reação às decepções.
3:5.7 (51.6) 2. O altruísmo — o serviço aos semelhantes — é desejável? Então, a experiência de vida deverá propiciar-lhe o deparar-se com situações de desigualdade social.
3:5.8 (51.7) 3. A esperança — a grandeza da confiança — é desejável? Então a existência humana deverá confrontar-se constantemente com inseguranças e incertezas renovadas.
3:5.9 (51.8) 4. A fé — a suprema afirmação do pensamento humano — é desejável? Então, a mente humana deverá ser colocada frente a grandes dificuldades, nas quais sempre sabe menos do que pode crer.
3:5.10 (51.9) 5. O amor à verdade e a disposição de ir até onde quer que esse amor conduza são desejáveis? Então, é bom que o homem cresça em um mundo no qual o erro esteja presente e a falsidade seja sempre possível.
3:5.11 (51.10) 6. O idealismo — um conceito muito próximo do divino — é desejável? Então, o homem deve labutar em um ambiente de relativa bondade e beleza, em cercanias que estimulem a busca incontida de coisas melhores.
3:5.12 (51.11) 7. A lealdade — a devoção ao dever mais elevado — é desejável? Então, o homem deverá continuar sempre em frente, apesar de rodeado de possibilidades de traição e deserção. O valor da devoção ao dever advém do perigo implícito de fracasso.
3:5.13 (51.12) 8. O desapego — o espírito do auto-esquecimento — é desejável? Então, o ideal é o homem mortal viver frente a frente com o incessante clamor de um ego inescapável, que exige reconhecimento e honras. O homem não poderia escolher a vida divina, de um modo dinâmico, se não existisse uma vida do ego à qual renunciar. O homem não poderia nunca se aferrar à salvação, na retidão, se não houvesse nenhum mal em potencial exaltando e diferenciando o bem, por contraste.
3:5.14 (51.13) 9. O prazer — a satisfação da felicidade — é desejável? Então, o homem deverá viver em um mundo no qual a alternativa da dor e a probabilidade do sofrimento sejam possibilidades experimentáveis sempre presentes.
3:5.15 (52.1) Em todo o universo, cada unidade é considerada como uma parte do todo. A sobrevivência da parte depende da cooperação com o plano e o propósito do todo: o desejo, de todo o coração, e uma perfeita disposição para fazer a vontade divina do Pai. O único mundo evolucionário sem erro (sem a possibilidade de um juízo pouco sábio) seria um mundo sem inteligência livre. No universo de Havona, há um bilhão de mundos perfeitos, com os seus habitantes perfeitos; mas o homem em evolução deve ser falível, se houver de ser livre. A inteligência livre e inexperiente não pode ser, certamente, de início, uniformemente sábia. A possibilidade do juízo errôneo (o mal) transforma-se em pecado apenas quando a vontade humana endossa, conscientemente, e adota, de propósito, um juízo deliberadamente imoral.
3:5.16 (52.2) A apreciação plena da verdade, da beleza e da bondade é inerente à perfeição do universo divino. Os habitantes dos mundos de Havona não necessitam do potencial de níveis relativos de valores, como um estímulo à escolha; esses seres perfeitos são capazes de identificar e de escolher o bem, ainda que na ausência de situações morais contrastantes e que os obriguem a pensar. Todos esses seres perfeitos são o que são, contudo, pela sua natureza moral e status espiritual, em virtude do fato de simplesmente existirem. Eles conquistam experiencialmente um avanço, mas apenas dentro do seu estado inerente; ao passo que o homem mortal ganha, inclusive, o seu status de candidato à ascensão, por meio da sua própria fé e esperança. Tudo que a mente humana alcança de divino, e tudo que a alma humana adquire, é uma conquista da experiência; é uma realidade da experiência pessoal e, portanto, uma posse única, em contraste com a inerente bondade e retidão das personalidades de Havona não sujeitas ao erro.
3:5.17 (52.3) As criaturas de Havona são naturalmente valentes, mas não são corajosas, no sentido humano. Elas são inatamente gentis e deferentes, mas dificilmente são altruístas à maneira humana. Têm a expectativa de um futuro agradável, mas não são esperançosas de um modo especial, como o mortal confiante das esferas evolucionárias incertas. Elas têm fé na estabilidade do universo, mas estão longe de conhecer aquela fé salvadora, por meio da qual o mortal ascende desde o seu status de animal até os portais do Paraíso. Elas amam a verdade, mas não conhecem as qualidades redentoras dela. São idealistas, mas nasceram assim; elas ignoram inteiramente o êxtase de chegar a sê-lo por um ato de escolha vivificante. São leais, mas nunca experimentaram a emoção da devoção inteligente e sincera ao dever cumprido, enfrentando a tentação de descumpri-lo. Não têm egoísmo, mas nunca chegaram a esse nível de experiência por meio da conquista magnífica de um ego exigente. Elas desfrutam do prazer, mas desconhecem a doçura do prazer de escapar do potencial da dor.
3:6.1 (52.4) Com o altruísmo divino e uma consumada generosidade, o Pai Universal despoja-se da autoridade e delega o poder, mas ainda assim permanece primordial; a Sua mão repousa sobre a poderosa alavanca das circunstâncias, nos domínios universais. Ele reservou a Si todas as decisões finais e, de forma infalível, maneja o cetro Todo-Poderoso do veto do Seu propósito eterno, com uma autoridade indiscutível sobre o bem-estar e o destino da imensa criação, que sempre gira em um círculo ascendente.
3:6.2 (52.5) A soberania de Deus é ilimitada; é o fato fundamental em toda a criação. O universo não era inevitável. O universo não é um acidente, nem existe por si próprio. O universo é uma obra de criação e, portanto, está totalmente sujeito à vontade do Criador. A vontade de Deus é a verdade divina e o amor vivo; por conseguinte as criações dos universos evolucionários em perfeccionamento são caracterizadas pela bondade — a proximidade da divindade — ; e pela maldade potencial — o distanciamento da divindade.
3:6.3 (53.1) Toda filosofia religiosa, mais cedo ou mais tarde, chega ao conceito de uma lei unificada a reger o universo, de um único Deus. As causas do universo não podem ser inferiores aos efeitos do universo. A fonte do caudal da vida no universo e da mente cósmica deve estar acima dos seus níveis de manifestação. A mente humana não pode ser explicada, de um modo consistente, nos termos das ordens inferiores de existência. A mente do homem só pode ser verdadeiramente compreendida quando se reconhece a realidade das ordens mais elevadas de pensamento e de vontade propositada. O homem torna-se inexplicável, enquanto ser moral, a menos que a realidade do Pai Universal seja reconhecida.
3:6.4 (53.2) O filósofo mecanicista professa rejeitar a idéia de uma vontade universal e soberana, essa mesma vontade soberana, cuja atividade de elaboração das leis universais ele reverencia tão profundamente. Que homenagem não é prestada, de um modo não intencional, ao Criador das leis, quando o mecanicista concebe que tais leis são atuantes e explicativas por si mesmas!
3:6.5 (53.3) É um erro grosseiro humanizar a Deus, exceto no conceito do Ajustador do Pensamento residente, mas mesmo isso ainda não é um erro tão crasso quanto mecanizar completamente a idéia da Primeira Grande Fonte e Centro.
3:6.6 (53.4) Será que o Pai do Paraíso sofre? Eu não sei. Os Filhos Criadores podem e certamente sofrem, algumas vezes, da mesma forma que os mortais. O Filho Eterno e o Espírito Infinito sofrem, em um sentido modificado. Penso que o Pai Universal possa sofrer, mas não posso entender como; talvez por meio do circuito da personalidade, ou através da individualidade dos Ajustadores do Pensamento e das outras outorgas da Sua natureza eterna. Ele disse às raças mortais: “Com todas as vossas aflições, aflijo-Me”. Sem dúvida Ele experimenta um sentimento de paternidade e simpatia compreensiva; Ele pode sofrer verdadeiramente, mas não compreendo a natureza desse sofrer.
3:6.7 (53.5) O Soberano eterno e infinito, do universo dos universos, é poder, forma, energia, processo, modelo, princípio, presença e realidade idealizada. No entanto Ele é mais; Ele é pessoal; Ele exerce uma vontade soberana e experiencia a autoconsciência da divindade, Ele executa os mandados de uma mente criadora, busca a satisfação da realização de um propósito eterno e manifesta o amor e o afeto de Pai pelos Seus filhos do universo. E todos esses traços mais pessoais do Pai podem ser mais bem entendidos, quando são observados do modo pelo qual foram revelados na vida auto-outorgada de Michael, o vosso Filho Criador, enquanto encarnado em Urântia.
3:6.8 (53.6) Deus, o Pai, ama os homens; Deus, o Filho, serve aos homens; Deus, o Espírito, inspira os filhos do universo, na sua aventura sempre ascendente ao encontro de Deus, o Pai, pelos meios ordenados por Deus, os Filhos, por meio do ministério da graça de Deus, o Espírito.
3:6.9 (53.7) [Sendo o Conselheiro Divino designado para a apresentação da revelação do Pai Universal, eu dei continuidade à realização destas declarações sobre os atributos da Deidade.]
O Livro de Urântia
Documento 4
4:0.1 (54.1) O PAI Universal tem um propósito eterno em relação aos fenômenos materiais, intelectuais e espirituais do universo dos universos; propósito este que Ele está cumprindo ao longo de todo o tempo. Deus criou os universos pela Sua própria vontade, livre e soberana, e criou-os de acordo com o Seu propósito onisciente e eterno. É questionável que alguém, exceto as Deidades do Paraíso e os Seus coligados mais elevados, realmente saiba muita coisa sobre o propósito eterno de Deus. Até mesmo os cidadãos excelsos do Paraíso têm opiniões bastante diversas sobre a natureza do propósito eterno das Deidades.
4:0.2 (54.2) É fácil deduzir que o propósito de criar o universo central perfeito de Havona haja sido puramente uma satisfação de natureza divina. Havona pode servir como modelo original de criação para todos os outros universos e como aprendizado final para os peregrinos do tempo, no seu caminho para o Paraíso; contudo, essa criação tão superna deve existir fundamentalmente para o prazer e a satisfação dos Criadores perfeitos e infinitos.
4:0.3 (54.3) O plano assombroso de aperfeiçoamento dos mortais evolucionários bem como os Corpos de Finalidade, uma vez que hajam alcançado o Paraíso, a fim prover-lhes o preparo posterior para alguma tarefa futura não revelada, com efeito, parece ser, no presente, uma das principais preocupações dos sete superuniversos e das suas numerosas subdivisões; entretanto, esse esquema de ascensão para espiritualizar e aperfeiçoar os mortais do tempo e do espaço não é, de forma alguma, a ocupação exclusiva das inteligências do universo. Há, de fato, muitas outras metas fascinantes que ocupam o tempo e canalizam as energias das hostes celestes.
4:1.1 (54.4) Durante muitas épocas, os habitantes de Urântia vêm interpretando erroneamente a providência de Deus. Há uma providência divina operando no vosso mundo, no entanto ela não é o ministério material, pueril e arbitrário que muitos mortais conceberam que fosse. A providência de Deus consiste nas atividades entrelaçadas dos seres celestes e dos espíritos divinos, os quais, de acordo com leis cósmicas, trabalham incessantemente para a honra de Deus e para o avanço espiritual dos Seus filhos no universo.
4:1.2 (54.5) Acaso não podeis avançar nas vossas concepções sobre o trato de Deus com o homem, até aquele nível no qual reconhecereis que a palavra de ordem do universo deve ser progresso? Durante longas idades, a raça humana tem lutado para chegar ao seu estado atual. Ao longo de todos esses milênios, a Providência tem colocado em prática o plano de evolução progressiva. Esses dois pensamentos não são opostos na prática, apenas na concepção equivocada dos homens. A Providência divina não se alinha em oposição ao verdadeiro progresso humano, seja ele temporal, seja espiritual. A Providência é sempre coerente com a natureza imutável e perfeita do Legislador supremo.
4:1.3 (55.1) “Deus é fiel” e “todos os Seus mandamentos são justos”. “A Sua constância está estabelecida nos próprios céus.” “Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra estabeleceu-se nos céus. A Tua fidelidade é para todas as gerações; Tu estabeleceste a Terra e ela permanece.” “Ele é um Criador merecedor de fé.”
4:1.4 (55.2) Não há limites para as forças e personalidades que o Pai pode usar para manter o Seu propósito e sustentar as Suas criaturas. “O Deus eterno é O nosso refúgio e, por debaixo, Ele mantém os Seus braços perpétuos.” “Ele, que mora no lugar secreto do Altíssimo, habitará sob a sombra do Todo-Poderoso.” “Olhai, Aquele que nos guarda não cochilará nem adormecerá.” “Sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus”, “pois os olhos do Senhor estão sobre os justos e os Seus ouvidos abertos às preces deles”.
4:1.5 (55.3) Deus sustenta “todas as coisas pela palavra do Seu poder”. E mundos novos nascem, quando Ele “envia espaço afora os Seus Filhos, e os mundos são criados”. Deus não apenas os cria, mas “preserva-os todos”. Deus sustenta constantemente todas as coisas materiais e todos os seres espirituais. Os universos são eternamente estáveis. A estabilidade se mantém em meio à instabilidade aparente. Existem uma ordem e uma segurança subjacentes, em meio às perturbações da energia e aos cataclismos físicos nos domínios estelares.
4:1.6 (55.4) O Pai Universal não Se retirou da administração dos universos; Ele não é uma Deidade inativa. Se Deus deixasse de ser o sustentador sempre presente de toda a criação, um colapso universal ocorreria imediatamente. Fora de Deus, não haveria uma coisa tal como a realidade. Neste momento mesmo, bem como durante eras remotas no passado e no futuro eterno, Deus continua como o sustentador. O alcance divino estende-se ao redor do círculo da eternidade. Não se dá corda ao universo como a um relógio, para que funcione por um tempo até cessar de funcionar; todas as coisas estão sendo constantemente renovadas. O Pai distribui incessantemente a energia, a luz e a vida. O trabalho de Deus é tão real e prático quanto espiritual. “Ele estende o norte sobre o espaço vazio e suspende a Terra sobre o nada.”
4:1.7 (55.5) Um ser da minha ordem pode descobrir a harmonia última e detectar uma coordenação profunda e ampla nos assuntos rotineiros da administração do universo. Muito do que parece ser desconectado e fortuito, para a mente mortal, mostra-se ordenado e construtivo à minha compreensão. No universo, entretanto, ocorrem muitas coisas que eu não compreendo plenamente. Por muito tempo tenho estudado as forças, energias, mentes, morôncias, espíritos e personalidades reconhecidas dos universos locais e dos superuniversos, e por isso tenho uma certa familiaridade com eles. Firmei-me em uma compreensão geral de como essas agências e personalidades operam; e estou intimamente familiarizado com os trabalhos das inteligências espirituais dignas de crédito no grande universo. Apesar do conhecimento que tenho dos fenômenos dos universos, vejo-me constantemente confrontado por reações cósmicas que não posso penetrar inteiramente. Deparo continuamente com conspirações aparentemente fortuitas, tecidas por uma interação de forças, energias, intelectos e espíritos, que não consigo explicar de maneira satisfatória.
4:1.8 (55.6) Considero-me inteiramente competente para descrever e analisar como operam todos os fenômenos resultantes diretamente das ações do Pai Universal, do Filho Eterno, do Espírito Infinito e, em grande parte, da Ilha do Paraíso. O que causa a minha perplexidade é deparar com o que parece ser o desempenho dos Seus coordenados misteriosos, os três Absolutos de potencialidade. Esses Absolutos parecem suplantar a matéria, transcender a mente e sobrepujar-se ao espírito. Fico constantemente confuso, e muitas vezes perplexo, com a minha incapacidade de compreender essas transações complexas que atribuo às presenças e à atuação do Absoluto Inqualificável, do Absoluto da Deidade e do Absoluto Universal.
4:1.9 (56.1) Esses Absolutos devem ser as presenças não totalmente reveladas no amplo universo as quais, nos fenômenos da potência do espaço e na função de outros superúltimos, tornam impossível aos físicos, filósofos ou mesmo aos religiosos predizer, com certeza, como as fontes primordiais de força, conceito e espírito responderão às exigências feitas em uma situação complexa de realidade, envolvendo ajustes supremos e valores últimos.
4:1.10 (56.2) Há também uma unidade orgânica, nos universos do tempo e do espaço, que parece respaldar toda a tessitura dos eventos cósmicos. Essa presença viva do Ser Supremo em evolução, essa Imanência do Incompleto Projetado, é inexplicavelmente manifestada, de quando em quando, por meio daquilo que parece ser uma coordenação assombrosamente fortuita de acontecimentos cósmicos aparentemente desconectados. Essa deve ser a função da Providência — o âmbito do Ser Supremo e do Agente Conjunto.
4:1.11 (56.3) Estou inclinado a acreditar que é esse controle vasto e geralmente irreconhecível, de coordenação e interassociação, de todas as fases e formas da atividade universal, que causa uma mescla tão variada, tão aparente e incorrigivelmente confusa, de fenômenos físicos, mentais, morais e espirituais que, de um modo tão inequívoco, trabalham para a glória de Deus e para o bem de homens e anjos.
4:1.12 (56.4) Mas, em um sentido mais amplo, os “acidentes” aparentes do cosmo são indubitavelmente uma parte do drama finito da aventura tempo-espacial do Infinito, na sua eterna manipulação dos Absolutos.
4:2.1 (56.5) A natureza é, em um sentido limitado, a vestimenta física de Deus. A conduta, ou ação de Deus, é, qualificada e provisionalmente, modificada pelos planos experimentais, pelos modelos evolucionários de um universo local, constelação, sistema ou planeta. Deus atua de acordo com uma lei bem definida, invariável e imutável, em todo o amplo e cada vez mais vasto universo-mestre; mas Ele modifica os modelos da Sua ação, de modo a contribuir para a conduta coordenada e equilibrada de cada universo, constelação, sistema, planeta e personalidade, de acordo com os objetivos, metas e planos locais dos projetos finitos para o desdobramento evolucionário.
4:2.2 (56.6) Por conseguinte, a natureza, como o homem mortal a compreende, representa o fundamento de respaldo e o suporte fundamental para uma Deidade imutável e para as suas leis invariáveis, que se modificam, que flutuam e que passam por transtornos devido ao funcionamento local dos planos, propósitos, modelos e condições inauguradas e levadas adiante pelas forças e personalidades do universo local, da constelação, do sistema e dos planetas. Por exemplo: as leis de Deus, tais como ordenadas em Nébadon, foram modificadas pelos planos estabelecidos pelo Filho Criador e pelo Espírito Criativo desse universo local; e, além de tudo isso, a operação dessas leis foi ainda ulteriormente influenciada pelos erros, falhas e insurreições de alguns seres residentes no vosso planeta e pertencentes diretamente ao vosso sistema planetário de Satânia.
4:2.3 (56.7) A natureza é uma resultante, no tempo-espaço, de dois fatores cósmicos: primeiro, a imutabilidade, a perfeição e a retidão da Deidade do Paraíso; e, segundo, os planos experimentais, os tropeços nas execuções, os erros de insurreições, a incompletude no desenvolvimento e a imperfeição de sabedoria das criaturas exteriores ao Paraíso, das mais altas às mais baixas. A natureza, portanto, traz um vínculo de perfeição, uniforme, imutável, majestoso e maravilhoso, que vem do círculo da eternidade; mas, em cada universo, planeta e vida individual, essa natureza é modificada, qualificada e desfigurada casualmente pelos atos, erros e deslealdades das criaturas dos sistemas e dos universos evolucionários; e é por isso que a natureza tem sempre o ânimo mutável e caprichoso, se bem que estável, no fundo, mas que varia de acordo com os procedimentos vigentes em cada universo local.
4:2.4 (57.1) A natureza é a perfeição do Paraíso dividida pela incompletude, pelo mal e o pecado dos universos inacabados. Esse quociente expressa, assim, tanto do perfeito quanto do parcial, tanto do eterno quanto do temporal. A evolução contínua modifica a natureza fazendo aumentar o seu conteúdo de perfeição do Paraíso e reduzindo o conteúdo de mal, de erro e de desarmonia na realidade relativa.
4:2.5 (57.2) Deus não está pessoalmente presente na natureza, nem em nenhuma das forças da natureza, pois o fenômeno da natureza é uma superimposição das imperfeições da evolução progressiva e, algumas vezes, das conseqüências da rebelião insurrecionária, sobre os fundamentos da lei universal de Deus, provenientes do Paraíso. Do modo como se apresenta em um mundo, tal como o de Urântia, a natureza jamais pode ser a expressão adequada, a verdadeira representação, o retrato fiel de um Deus infinito e onisciente.
4:2.6 (57.3) A natureza, no vosso mundo, é uma requalificação estipulada das leis da perfeição, feita pelos planos evolucionários do universo local. Que farsa é adorar a natureza porque esteja penetrada por Deus, pois ela o está de um modo limitado e restritivo, porque é apenas uma fase do poder universal e, portanto, do poder divino! A natureza também é uma manifestação do inacabado, do incompleto, das elaborações imperfeitas do desenvolvimento, do crescimento e do progresso de um universo experimental em evolução cósmica.
4:2.7 (57.4) Os defeitos aparentes do mundo natural não indicam quaisquer defeitos correspondentes no caráter de Deus. As imperfeições observadas são meramente as interrupções momentâneas inevitáveis na projeção de um filme sempre em movimento, que é a infinitude. E são essas mesmas interrupções defeituosas, da perfeição em continuidade, que possibilitam à mente finita do homem material captar uma visão fugaz da realidade divina no tempo e no espaço. As manifestações materiais da divindade parecem defeituosas à mente evolucionária do homem, apenas porque o homem mortal insiste em uma visão dos fenômenos da natureza por meio dos seus olhos naturais, pela visão humana não ajudada pela mota moroncial, nem por meio da revelação, que é a substituta compensatória da mota nos mundos do tempo.
4:2.8 (57.5) E a natureza está desfigurada: a sua face de beleza tem cicatrizes, as suas feições ficaram murchas com a rebelião, pela conduta errônea, pelo pensamento desviado das miríades de criaturas que são uma parte da natureza, mas que têm contribuído para a sua desfiguração no tempo. Não, a natureza não é Deus. A natureza não é um objeto de adoração.
4:3.1 (57.6) Por um tempo grande demais o homem pensou em Deus como um ser semelhante a si próprio. Deus não tem, nunca teve e nunca terá rivalidade ou ciúme do homem, nem de qualquer outro ser no universo dos universos. Sabendo que o Filho Criador pretendia que o homem fosse a obra-prima da criação planetária, que fosse o soberano da Terra inteira, quando Deus teve a visão do homem sendo dominado pelas suas próprias paixões mais baixas, e viu o espetáculo da Sua criatura prostrada diante de ídolos de madeira, de pedra, de ouro, e diante da própria ambição egoísta — essas cenas sórdidas levaram Deus e os Seus Filhos a tomar-Se de zelo e de cuidado pelo homem, mas nunca por rivalidade nem por ciúme do homem.
4:3.2 (57.7) O Deus eterno é incapaz de ira ou de raiva, no sentido que essas emoções humanas têm e como o homem entende tais reações. Esses sentimentos são mesquinhos e desprezíveis; são indignos de serem chamados até de humanos e mais ainda de divinos; e tais atitudes são totalmente alheias à natureza perfeita e ao caráter pleno de graça do Pai Universal.
4:3.3 (58.1) Uma parte muito grande da dificuldade que os mortais de Urântia têm de compreender Deus deve-se às conseqüências, de longo alcance, da rebelião de Lúcifer e da traição de Caligástia. Em mundos não segregados pelo pecado, as raças evolucionárias são capazes de formular idéias muito melhores do Pai Universal, pois os seus conceitos sofrem menos distorções, confusões e deturpações.
4:3.4 (58.2) Deus não se arrepende de nada que haja feito, que agora faça ou que venha um dia a fazer. Ele é onisciente, bem como onipotente. A sabedoria do homem vem das provações e dos erros da experiência humana; a sabedoria de Deus consiste na perfeição inqualificável, ilimitada, do Seu discernimento universal infinito e irrestrito; e esse pré-conhecimento divino efetivamente dirige o Seu livre-arbítrio criador.
4:3.5 (58.3) O Pai Universal nunca faz nada que cause dor ou arrependimento subseqüentes. Mas as criaturas volitivas, planejadas e feitas pelas Suas personalidades Criadoras, nos universos remotos, pela própria escolha desafortunada dessas criaturas, algumas vezes, causam emoções de pesar divino nas personalidades dos seus pais Criadores. Todavia, embora o Pai não cometa erros, nem abrigue arrependimentos, ou experimente o pesar, Ele é um Ser que tem uma afeição de Pai, e o Seu coração fica pesaroso, sem dúvida, quando os Seus filhos falham em atingir os níveis espirituais que seriam capazes de alcançar, com a assistência que foi tão livremente provida pelos planos da realização espiritual e pelas políticas de ascensão dos mortais nos universos.
4:3.6 (58.4) A infinita bondade do Pai está além da compreensão da mente finita do tempo; por isso é que deve haver sempre uma forma de contraste com o mal comparativo (não o pecado) para a exibição efetiva de todas as fases da bondade relativa. A perfeição da bondade divina pode ser discernida pela intuição mortal imperfeita apenas porque ela se destaca, por contraste, da imperfeição relativa das relações entre o tempo e a matéria, nos movimentos do espaço.
4:3.7 (58.5) O caráter de Deus é infinitamente supra-humano; e é por isso que essa natureza da divindade deve ser personalizada, como o é, nos Filhos divinos, antes que possa ser captada com a fé, pela mente finita do homem.
4:4.1 (58.6) Deus é o único ser estacionário, autocontido e imutável em todo o universo dos universos e para quem não há um lado exterior além, nem passado, nem futuro. Deus é energia com um propósito (o espírito criador) e vontade absoluta; atributos que são auto-existentes e universais.
4:4.2 (58.7) Posto que Deus existe por si próprio, Ele é absolutamente independente. A própria identidade de Deus é inimiga da mudança. “Eu, o Senhor, não mudo.” Deus é imutável; mas, até que vós tenhais alcançado o status do Paraíso, não podeis nem mesmo começar a entender como Deus pode passar da simplicidade à complexidade, da identidade à variação, da quiescência ao movimento, da infinitude à finitude, do divino ao humano e da unidade à dualidade, e, desta, à trindade. Mas Deus pode, assim, modificar as manifestações da sua absolutez, pois a imutabilidade divina não implica a imobilidade; Deus tem vontade — Ele é a vontade.
4:4.3 (58.8) Deus é o Ser da autodeterminação absoluta, não há limites para as Suas reações no universo, exceto aqueles que são auto-impostos, e os Seus atos de livre-arbítrio são condicionados apenas pelas qualidades divinas e atributos perfeitos que caracterizam inerentemente a Sua natureza eterna. Portanto, Deus está relacionado ao universo como o Ser de bondade final e, ainda, de vontade livre de infinitude criadora.
4:4.4 (58.9) O Pai-absoluto é o criador do universo central e perfeito e o Pai de todos os outros Criadores. Deus compartilha a personalidade, a bondade e inúmeras outras características com o homem e outros seres; a infinitude da vontade, entretanto, é apenas Dele. Deus é limitado, nos Seus atos criadores, apenas pelos sentimentos da Sua natureza eterna e pelos ditames da Sua sabedoria infinita. Deus pessoalmente escolhe apenas aquilo que é infinitamente perfeito, daí a perfeição superna do universo central; e, embora os Filhos Criadores compartilhem plenamente a Sua divindade e até mesmo algumas fases da Sua absolutez, eles não estão completamente orientados por aquela finalidade de sabedoria que é a diretriz da infinitude da vontade do Pai. E, por isso, na ordem de filiação dos Michaéis, o livre-arbítrio criador torna-se mais ativo, mais plenamente divino, e quase último, se não absoluto mesmo. O Pai é infinito e eterno, mas negar a possibilidade da Sua autolimitação volitiva equivaleria a negar o próprio conceito de absolutez da Sua vontade.
4:4.5 (59.1) A absolutez de Deus permeia todos os sete níveis da realidade universal. E a totalidade da Sua natureza absoluta está sujeita à relação do Criador com a Sua família de criaturas no universo. A precisão pode caracterizar a justiça trinitária no universo dos universos, mas em todo o Seu vasto relacionamento familiar com as criaturas do tempo, o Deus dos universos Se pauta pelo sentimento divino. Em primeiro e último lugares — eternamente — , o Deus infinito é um Pai. Entre todos os títulos possíveis pelos quais Ele poderia ser conhecido apropriadamente, fui instruído a retratar o Deus de toda criação como o Pai Universal.
4:4.6 (59.2) Em Deus, o Pai, os atos do livre-arbítrio não são regidos pelo poder, nem guiados apenas pelo intelecto; a personalidade divina é definida como consistindo no espírito e manifestando a Si próprio aos universos como amor. Portanto, em todas as Suas relações pessoais, com as personalidades criaturas dos universos, a Primeira Fonte e Centro é sempre e de forma coerente um Pai amoroso. Deus é um Pai no sentido mais elevado do termo. Ele está eternamente motivado pelo idealismo perfeito do amor divino; e essa natureza terna encontra a Sua mais forte expressão e a maior satisfação em amar e ser amada.
4:4.7 (59.3) Para a ciência, Deus é a Primeira Causa; para a religião, o Pai universal pleno de amor; para a filosofia, o único Ser que existe por Si próprio, não dependendo de nenhum outro ser para existir; no entanto, magnanimamente, Ele confere realidade de existência a todas as coisas e a todos os outros seres. Contudo, torna-se necessária a revelação, para mostrar que a Primeira Causa da ciência e a Unidade auto-existente da filosofia são o mesmo Deus da religião, pleno de misericórdia e bondade, e comprometido em efetivar a sobrevivência eterna dos Seus filhos da Terra.
4:4.8 (59.4) Nós almejamos o conceito do infinito, mas adoramos a idéia-experiência de Deus, a nossa capacidade de captar, em qualquer tempo e qualquer lugar, os fatores da personalidade e da divindade dentro do nosso mais elevado conceito de Deidade.
4:4.9 (59.5) A consciência de uma vida humana vitoriosa, na Terra, nasce daquela fé do ser criado a qual se atreve a desafiar cada episódio recorrente da existência, quando se defronta com o espetáculo pavoroso das limitações humanas, por meio da afirmação infalível: ainda que eu não possa fazer isso, em mim vive alguém que pode e que irá fazê-lo, uma parte do Pai-Absoluto do universo dos universos. E essa é “a vitória que conquista o mundo, é a vossa própria fé”.
4:5.1 (59.6) A tradição religiosa é o registro, imperfeitamente preservado, das experiências dos homens sabedores de Deus das eras passadas; contudo, tais registros não são confiáveis como guias para a vida religiosa, nem como fonte de informação verdadeira sobre o Pai Universal. Tais crenças antigas têm sido invariavelmente alteradas pelo fato de o homem primitivo haver sido um elaborador de mitos.
4:5.2 (60.1) Em Urântia, uma das fontes principais de confusão a respeito da natureza de Deus provém do fato de que os vossos livros sagrados não foram capazes de distinguir claramente as personalidades da Trindade do Paraíso, entre elas próprias; nem entre a Deidade do Paraíso e os criadores e administradores do universo local. Durante as dispensações passadas, de entendimento parcial, os vossos sacerdotes e profetas não conseguiram estabelecer com clareza as diferenças entre os Príncipes Planetários, os Soberanos dos Sistemas, os Pais da Constelação, os Filhos Criadores, os Governantes dos Superuniversos, o Ser Supremo e o Pai Universal. Muitas das mensagens de personalidades subordinadas, tais como os Portadores da Vida e várias ordens de anjos, têm sido apresentadas, nos vossos registros, como sendo provenientes do próprio Deus. O pensamento religioso de Urântia ainda confunde as personalidades coligadas da Deidade, da Trindade, com o próprio Pai Universal, de maneira a dar a todos um mesmo nome.
4:5.3 (60.2) Os povos de Urântia continuam sofrendo a influência de conceitos primitivos de Deus. Os deuses desencadeados na tormenta, que sacodem a Terra na sua cólera e que derrubam os homens com a sua ira, aqueles que infligem o seu julgamento descontente na forma de penúria e de enchentes — estes são os deuses da religião primitiva, não são os Deuses que vivem nos universos e que os governam.Tais conceitos são uma relíquia dos tempos em que os homens supunham que o universo estivesse sob o domínio e o controle dos caprichos de tais deuses imaginários. O homem mortal, entretanto, está começando a dar-se conta de que vive em um reino de relativa lei e ordem, no que diz respeito às políticas administrativas e à conduta dos Criadores Supremos e dos Controladores Supremos.
4:5.4 (60.3) A idéia bárbara de apaziguar a um Deus irado, fazendo propiciações para um Senhor ofendido, tentando ganhar os favores da Deidade; e tudo isso por meio de sacrifícios e de penitências, ou mesmo pelo derramamento de sangue, é sinal de uma religião totalmente pueril e primitiva, de uma filosofia indigna de uma era esclarecida pela ciência e pela verdade. Tais crenças são extremamente repulsivas aos seres celestes e aos governantes divinos que servem e reinam nos universos. É uma afronta a Deus acreditar, sustentar ou ensinar que o sangue inocente deva ser derramado com a finalidade de conquistar Seus favores ou de conjurar uma ira divina fictícia.
4:5.5 (60.4) Os hebreus acreditavam que “sem derramamento de sangue não haveria remissão do pecado”. Eles não se haviam libertado da velha idéia pagã de que os Deuses não poderiam ser apaziguados a não ser pela visão do sangue, embora Moisés haja trazido um claro avanço ao proibir os sacrifícios humanos e substituí-los, na mente primitiva dos beduínos infantis que o seguiam, pelo sacrifício cerimonial de animais.
4:5.6 (60.5) A outorga de si próprio, feita por um Filho do Paraíso, no vosso mundo, foi inerente à situação de fechamento de uma era planetária. Não que haja sido necessária ao propósito de ganhar os favores de Deus, mas sim porque era inevitável. Essa doação de si próprio também aconteceu como ato pessoal final de um Filho Criador, na longa aventura de alcançar a soberania experiencial do seu universo. Que distorção do caráter infinito de Deus não é o ensinamento de que o Seu coração paternal, em Sua suposta frieza e dureza austeras, não era tocado pelos sofrimentos e infortúnios das Suas criaturas, de que a Sua misericórdia terna não seria distribuída senão quando Ele visse o Seu Filho inocente sangrando e morrendo na cruz no Calvário!
4:5.7 (60.6) Mas os habitantes de Urântia hão de libertar-se dos erros antigos e das superstições pagãs, a respeito da natureza do Pai Universal. A revelação da verdade sobre Deus está surgindo, e a raça humana está destinada a conhecer o Pai Universal, em toda a sua beleza de caráter e graça de atributos que o Filho Criador tão magnificamente descreveu, ao residir em Urântia, como o Filho do Homem e Filho de Deus.
4:5.8 (61.1) [Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 5
5:0.1 (62.1) SE A mente finita do homem é incapaz de compreender de que modo um Deus tão grande e majestoso, como o Pai Universal, pode descer da Sua morada eterna na perfeição infinita para confraternizar com a criatura individual humana, então esse intelecto finito deve depositar a sua segurança, de comunhão divina, na verdade do fato de que um fragmento real do Deus vivo reside no intelecto de cada mortal urantiano de mente normal e com uma consciência moral. Os Ajustadores do Pensamento residentes são uma parte da Deidade eterna do Pai do Paraíso. O homem não tem de ir além da própria experiência interior de contemplação, da presença da realidade espiritual na sua própria alma, para encontrar Deus e alcançar a comunhão com Ele.
5:0.2 (62.2) Deus distribuiu a infinitude da Sua natureza eterna entre as realidades existenciais dos Seus seis absolutos coordenados; contudo, Ele pode, em qualquer momento, fazer contato pessoal direto com qualquer parte, fase, ou espécie de criação, por meio da atuação dos Seus fragmentos pré-pessoais. E o Deus eterno reservou também, a Si próprio, a prerrogativa de outorgar personalidade aos Criadores Divinos e às criaturas vivas dos universos dos universos; e Ele Se reservou, além disso, a prerrogativa de manter um contato direto e parental com todos esses seres pessoais, por meio do circuito da personalidade.
5:1.1 (62.3) A incapacidade da criatura finita de chegar até o Pai infinito é inerente, não ao retraimento do Pai, mas à finitude e às limitações materiais dos seres criados. A magnitude da diferença espiritual entre a mais alta personalidade em existência do universo e o mais baixo grupo de inteligências criadas é inconcebível. Ainda que fosse possível às ordens mais baixas de inteligências serem transportadas instantaneamente até a própria presença do Pai, elas não saberiam que estariam junto Dele. Seriam tão insensíveis à presença do Pai Universal, quanto o são agora. O homem mortal tem diante de si um caminho longo, muito longo mesmo, a ser percorrido, antes de poder, de uma forma consistente e dentro dos domínios do possível, pedir o seu salvo-conduto para estar na presença do Pai Universal, no Paraíso. Espiritualmente, o homem deve ser transladado muitas vezes, antes que possa atingir um plano que lhe permita ter um descortino espiritual tal que o capacite a ver ao menos um dos Sete Espíritos Mestres.
5:1.2 (62.4) O nosso Pai não se esconde; Ele não se encontra em reclusão proposital. Ele mobilizou os recursos da sabedoria divina, em um esforço sem fim, para revelar a Si próprio aos filhos, nos Seus domínios dos universos. Uma grandeza infinita e uma generosidade inexprimível estão ligadas à majestade do Seu amor, que O leva a almejar a associação com todos os seres criadoscapazes de compreendê-Lo, amá-Lo, ou aproximar-se Dele; e, portanto, são as limitações inerentes a vós, e inseparáveis da vossa personalidade finita e da vossa existência material, que determinam o tempo, o lugar e as circunstâncias pelas quais podeis realizar a meta da jornada da ascensão mortal, para chegar à presença do Pai no centro de todas as coisas.
5:1.3 (63.1) Embora a ida até a presença do Pai no Paraíso deva aguardar até que tenhais alcançado os níveis finitos mais elevados de progressão do espírito, vós deveríeis rejubilar-vos com o reconhecimento da possibilidade, sempre presente, de comunhão imediata com o espírito outorgado do Pai, que está associado tão intimamente à vossa alma interior e ao vosso eu em constante espiritualização.
5:1.4 (63.2) Os mortais dos reinos do tempo e do espaço podem diferir muito pelas capacidades inatas e dons intelectuais, podem desfrutar de ambientes excepcionalmente favoráveis ao avanço social e ao progresso moral, ou podem padecer da falta de qualquer ajuda humana à cultura e aos supostos avanços, nas artes da civilização; no entanto, as possibilidades de progresso espiritual, na carreira ascensional, são iguais para todos. Graus crescentes de discernimento espiritual, e dos significados cósmicos, são conquistados de um modo inteiramente independente de todas as diferenças sociomorais entre os ambientes materiais diversificados dos mundos evolucionários.
5:1.5 (63.3) Conquanto os mortais de Urântia possam diferir, pelos seus dons e oportunidades intelectuais, sociais, econômicas e até mesmo morais, não vos esqueçais de que a dotação espiritual deles é uniforme e única. Todos desfrutam da mesma presença divina da dádiva do Pai; e todos são igualmente privilegiados em poder buscar a comunhão pessoal íntima com esse espírito residente de origem divina; e, da mesma forma, todos eles podem igualmente optar por aceitar a liderança espiritual uniforme desses Monitores Misteriosos.
5:1.6 (63.4) Se o homem mortal é motivado espiritualmente, de todo o seu coração, consagrando-se sem reservas a fazer a vontade do Pai, então, posto que ele é, de um modo tão seguro e tão efetivo, dotado espiritualmente com o Ajustador divino residente, não podem deixar de materializar-se, na experiência desse indivíduo, a sublime consciência de conhecer a Deus e a superna certeza da sobrevivência, com o propósito de encontrar Deus por meio da experiência progressiva de se tornar mais e mais como Ele.
5:1.7 (63.5) O homem é espiritualmente residido por um Ajustador do Pensamento, de sobrevivência eterna. Se tal mente humana for sincera e espiritualmente motivada, se tal alma humana deseja conhecer a Deus e tornar-se semelhante a Ele, se quiser honestamente fazer a vontade do Pai, não existe influência negativa alguma, de privação mortal, nem poder ativo positivo que possa impedir que essa alma, divinamente motivada, ascenda com segurança aos portais do Paraíso.
5:1.8 (63.6) O Pai deseja que todas as Suas criaturas estejam em comunhão pessoal com Ele. Ele tem, no Paraíso, um lugar para receber todos aqueles cujo status de sobrevivência e cuja natureza espiritual tornem possível tal realização. Portanto, estabelecei na vossa filosofia, agora e para sempre, que, para cada um de vós e para todos nós, Deus é acessível; o Pai é alcançável, o caminho está aberto; as forças do amor divino, os modos e os meios da administração divina estão todos interligados no esforço de facilitar o avanço de cada inteligência merecedora, de todos os universos, até a presença do Pai Universal no Paraíso.
5:1.9 (63.7) O fato de que se leva muito tempo para chegar a Deus não faz com que a presença e a personalidade do Infinito sejam menos reais. A vossa ascensão é uma parte do circuito dos sete superuniversos e, embora, por inúmeras vezes, gireis ao redor dele, vós podereis esperar, em espírito e em status, estar sempre girando para dentro. Vós podeis confiar que sereis transladados de esfera em esfera, dos circuitos exteriores cada vez mais para o centro interior, e não duvideis, algum dia vós estareis diante da presença divina e central e O vereis, figurativamente falando, face a face. É uma questão de atingir níveis espirituais reais e verdadeiros; e esses níveis espirituais são alcançáveis por qualquer ser que tenha sido residido por um Monitor Misterioso e que se tenha, subseqüentemente, fusionado eternamente com esse Ajustador do Pensamento.
5:1.10 (64.1) O Pai não se oculta espiritualmente, mas tantas das Suas criaturas têm escondido a si próprias, nas brumas das suas próprias decisões obstinadas, que num dado momento se encontram separadas da comunhão com o Seu espírito e com o espírito do Seu Filho, por uma escolha dos seus próprios caminhos desviados e pela indulgência na auto-afirmação das suas mentes intolerantes e das suas naturezas não-espirituais.
5:1.11 (64.2) O homem mortal pode acercar-se de Deus e, repetidamente, pode abandonar a vontade divina, desde que conserve o seu poder de escolha. O destino final do homem não está selado, enquanto ele não houver perdido o poder de escolher a vontade do Pai. Nunca há um fechamento do coração do Pai à necessidade e ao pedido dos Seus filhos. São os filhos que fecham os seus corações para sempre ao poder de atração do Pai, até, finalmente e para sempre, perderem o desejo de fazer a Sua divina vontade — de conhecê-Lo e de ser como Ele. Do mesmo modo, o destino eterno do homem fica assegurado quando a fusão com o Ajustador proclama ao universo que tal ser ascendente efetuou a escolha final e irrevogável de viver a vontade do Pai.
5:1.12 (64.3) O grande Deus faz contato direto com o homem mortal e cede uma parte do Seu ser infinito, eterno e incompreensível, para que viva e resida nele. Deus embarcou, junto com o homem, na aventura eterna. Se vós vos renderdes aos guiamentos das forças espirituais, dentro e em torno de vós, não podereis falhar em alcançar o destino elevado, que foi estabelecido pelo Deus pleno de amor, como meta universal para as Suas criaturas ascendentes, dos mundos evolucionários do espaço.
5:2.1 (64.4) A presença física do Infinito é uma realidade do universo material. A presença da mente da Deidade deve ser determinada, forçosamente, pela profundidade da experiência intelectual individual e pelo nível evolucionário da personalidade. A presença espiritual da Divindade deve, por necessidade, ser diferenciada no universo. É determinada pela capacidade espiritual de receptividade e pelo grau com o qual a criatura consagra a sua vontade de cumprir a vontade divina.
5:2.2 (64.5) Deus vive em cada um dos Seus filhos nascidos do espírito. Os Filhos do Paraíso sempre têm acesso à presença de Deus, “à mão direita do Pai”, e todas as Suas criaturas com personalidade têm acesso ao “seio do Pai”. Isso se refere ao circuito da personalidade, quando, onde e como for contatado ou, de um outro modo, pode referir-se ao contato e à comunhão pessoal e autoconsciente com o Pai Universal, seja na morada central ou em qualquer outro local designado, tal como em uma das sete esferas sagradas do Paraíso.
5:2.3 (64.6) A presença divina, entretanto, não pode ser descoberta em um lugar qualquer da natureza, ou mesmo nas vidas dos mortais conhecedores de Deus, tão plena e certamente quanto o é na vossa busca de comunhão com o Monitor Misterioso residente, o Ajustador do Pensamento, do Paraíso. Que erro é sonhar com Deus, distante nos céus, quando o espírito do Pai Universal vive dentro da vossa própria mente!
5:2.4 (64.7) É por causa desse fragmento de Deus, que reside em vós, que podeis ter a esperança, à medida que progredis na vossa harmonização com os guiamentos espirituais desse Ajustador, de discernir mais completamente a presença e o poder transformador das outras influências espirituais que vos cercam e que se impingem sobre vós, mas que não atuam como uma parte integrante de vós. O fato de que não estejais conscientes intelectualmente do contato estreito e íntimo com o Ajustador residente, não contradiz, no que quer que seja, essa experiência tão elevada. A prova da fraternidade com o Ajustador divino consiste integralmente na natureza e extensão dos frutos do espírito os quais são colhidos na experiência vital do indivíduo que crê. “Pelos seus frutos, vós os conhecereis.”
5:2.5 (65.1) É extremamente difícil, para a mente material ainda insuficientemente espiritualizada como a do homem mortal, experienciar uma consciência marcante das atividades espirituais das entidades divinas, como os Ajustadores do Paraíso. À medida que a existência da alma, fruto da criação conjunta da mente e do Ajustador, vai tornando-se cada vez mais firme, surge também uma nova fase da consciência, que a alma tem, de ser capaz de experienciar a presença e de reconhecer os guiamentos e outras atividades supramateriais dos Monitores Misteriosos.
5:2.6 (65.2) Toda a experiência de comunhão com o Ajustador é tal que envolve um status moral, uma motivação mental e uma experiência espiritual. A auto-realização desse feito é limitada principalmente, ainda que não exclusivamente, aos domínios de consciência da alma, mas as provas se produzem e abundam, na manifestação dos frutos do espírito, nas vidas daqueles que contatam esse espírito interior.
5:3.1 (65.3) Embora as Deidades do Paraíso sejam como uma, do ponto de vista do universo, nas suas relações espirituais com os seres como os que habitam Urântia, elas são também três pessoas distintas e separadas. Há uma diferença entre as Pessoas de Deus, na questão dos apelos pessoais de comunhão e de outras relações íntimas. No sentido mais elevado, adoramos o Pai Universal e apenas Ele. É verdade que podemos adorar e adoramos o Pai, tal como Ele está manifestado nos seus Filhos Criadores, mas é o Pai, direta ou indiretamente, quem é cultuado e adorado.
5:3.2 (65.4) As súplicas de todas espécies pertencem ao reino do Filho Eterno e à organização espiritual do Filho. As preces e todas as comunicações formais, tudo, exceto a adoração e o culto ao Pai Universal, são questões que concernem a um universo local; comumente, não saem fora do domínio da jurisdição de um Filho Criador. Mas a adoração, sem dúvida, entra em circuito e é despachada para a pessoa do Criador, pela função do circuito da personalidade do Pai. Nós cremos, ainda, que esse registro da homenagem de uma criatura residida por um Ajustador, seja facilitado pela presença do espírito do Pai. Existe uma quantidade enorme de evidências que consubstanciam tal crença e eu sei que todas as ordens de fragmentos do Pai têm o poder para registrar, de um modo aceitável, a adoração feita de boa-fé, das personalidades resididas, levando-a à presença do Pai Universal. Os Ajustadores, sem dúvida, também utilizam canais pré-pessoais, diretos, de comunicação com Deus, e da mesma forma estão capacitados para utilizar os circuitos da gravitação espiritual do Filho Eterno.
5:3.3 (65.5) A adoração existe para a sua própria causa; a prece incorpora um elemento de interesse próprio ou da criatura; e essa é a grande diferença entre a adoração e a prece. Não existe absolutamente nenhuma demanda, ou outro elemento de interesse pessoal, na verdadeira adoração; nós simplesmente adoramos a Deus, pelo que compreendemos que Ele seja. A adoração nada pede e nada espera, para o adorador. Nós não adoramos o Pai por causa de alguma coisa que possamos extrair de tal veneração; prestamos tal devoção e nos dedicamos à adoração como uma reação natural e espontânea ao reconhecimento da personalidade incomparável do Pai; e por causa da Sua natureza plena de amor e dos Seus atributos adoráveis.
5:3.4 (65.6) No momento em que o elemento do interesse próprio é introduzido na adoração, nesse instante, a devoção passa da adoração para a prece e, mais apropriadamente, deveria ser dirigida à pessoa do Filho Eterno ou do Filho Criador. Mas, na experiência religiosa prática, não existe nenhuma razão para que a prece não deva ser endereçada a Deus, o Pai, como parte da verdadeira adoração.
5:3.5 (66.1) Quando vós lidais com os afazeres práticos do cotidiano, estais nas mãos de personalidades espirituais originárias da Terceira Fonte e Centro; estais cooperando com as agências do Agente Conjunto. E assim é: vós adorais a Deus; fazeis as vossas preces para o Filho e comungais com ele; e trabalhais os detalhes da vossa estada terrena em conexão com as inteligências do Espírito Infinito, as quais operam no vosso mundo e em todo o vosso universo.
5:3.6 (66.2) Os Filhos Criadores ou Soberanos que presidem aos destinos dos universos locais estão no lugar tanto do Pai Universal, quanto do Filho Eterno do Paraíso. Esses Filhos do Universo recebem, em nome do Pai, o culto da adoração e dão ouvidos às preces dos seus súditos peticionários, de todas as suas respectivas criações. Para os filhos de um universo local, um Filho Michael é Deus, para todos os fins e propósitos práticos. Ele é a personificação, no universo local, do Pai Universal e do Filho Eterno. O Espírito Infinito mantém um contato pessoal com os filhos desses reinos, por meio dos Espíritos Maternos do Universo, que são as coligadas criativas e administrativas dos Filhos Criadores do Paraíso.
5:3.7 (66.3) A adoração sincera denota a mobilização de todos os poderes da personalidade humana, sob o domínio da alma em evolução e sujeita à orientação divina do Ajustador do Pensamento solidário. A mente, por suas limitações materiais, nunca pode vir a ser altamente cônscia do significado real da verdadeira adoração. A compreensão que o homem tem, da realidade da experiência da adoração, é determinada principalmente pelo estado de desenvolvimento da sua alma imortal em evolução. O crescimento espiritual da alma acontece de um modo inteiramente independente da autoconsciência intelectual.
5:3.8 (66.4) A experiência da adoração consiste no esforço sublime, do Ajustador solidário, de comunicar ao Pai divino os anseios inexprimíveis e as inefáveis aspirações da alma humana — criação conjunta que é, da mente mortal, a qual busca a Deus, e do Ajustador imortal, que revela Deus. A adoração é, portanto, um ato de consentimento da mente material à intenção do seu ser espiritualizante, sob o guiamento do espírito solidário, de comunicar-se com Deus, como um filho de fé, do Pai Universal. A mente mortal consente em adorar; a alma imortal anseia pela adoração e inicia esse ato; a presença do Ajustador divino conduz essa adoração, em nome da mente mortal e da alma imortal em evolução. A verdadeira adoração, em última análise, converte-se em uma experiência realizada em quatro níveis cósmicos: intelectual, moroncial, espiritual e pessoal — a consciência da mente, da alma, do espírito, e a unificação de todas elas, na personalidade.
5:4.1 (66.5) A moralidade das religiões evolucionárias impulsiona os homens na busca de Deus, por meio do poder da motivação do medo. As religiões de revelação atraem os homens para a busca de um Deus de amor, porque eles anseiam por ser como Ele. Mas o ato religioso não é meramente um sentimento passivo, de “dependência absoluta” e de “certeza de sobrevivência”; é uma experiência viva e dinâmica, de alcançar a divindade, baseada no serviço à humanidade.
5:4.2 (66.6) O serviço grande e imediato, da verdadeira religião, é o estabelecimento de uma unidade duradoura, na experiência humana, de uma paz perdurável e de uma segurança profunda. Com o homem primitivo, até mesmo o politeísmo é uma unificação relativa do conceito evolutivo da Deidade; o politeísmo é o monoteísmo em processo de formação. Mais cedo ou mais tarde, Deus está destinado a ser compreendido como sendo a realidade dos valores, a essência dos significados e a vida da verdade.
5:4.3 (67.1) Deus não é apenas o determinador do destino; Ele é o destino eterno do homem. Todas as atividades humanas, não religiosas, buscam vergar o universo no serviço distorcido do eu; o indivíduo verdadeiramente religioso busca identificar o eu com o universo e então dedica as atividades desse eu unificado ao serviço da família universal de seres companheiros, humanos e supra-humanos.
5:4.4 (67.2) Os domínios da filosofia e da arte interpõem-se entre as atividades não religiosas e religiosas do eu humano. Por meio da arte e da filosofia, o homem, cuja mente é material, é induzido a contemplar as realidades espirituais e os valores universais dos significados eternos.
5:4.5 (67.3) Todas as religiões ensinam a adoração da Deidade e alguma doutrina de salvação humana. A religião budista promete salvar do sofrimento e estabelecer uma paz infindável; a religião judaica promete a salvação das dificuldades e a prosperidade baseada na retidão; a religião grega prometia a salvação da desarmonia, da fealdade, pela realização da beleza; o cristianismo promete uma salvação do pecado e a santidade; o maometismo promete a libertação dos padrões morais rigorosos do judaísmo e do cristianismo. A religião de Jesus é a salvação do eu, a libertação dos males do isolamento da criatura, no tempo e na eternidade.
5:4.6 (67.4) Os hebreus baseavam a sua religião na bondade; os gregos, na beleza; e ambas as religiões buscavam a verdade. Jesus revelou um Deus de Amor; e o amor abrange tudo, a verdade, a beleza e a bondade.
5:4.7 (67.5) Os zoroastristas tinham uma religião de moral; os hindus, uma religião de metafísica; os confucionistas, uma religião de ética. Jesus viveu uma religião de serviço. Todas essas religiões têm valor, pelo que apresentam de aproximações válidas à religião de Jesus. A religião está destinada a converter-se numa realidade de unificação espiritual, de tudo o que é bom, belo e verdadeiro na experiência humana.
5:4.8 (67.6) A religião grega tinha uma máxima: “Conhece-te a ti mesmo”; os hebreus centraram os seus ensinamentos em “Conhece a teu Deus”; os cristãos pregam um evangelho que tem como meta “o conhecimento do Senhor Jesus Cristo”; Jesus proclamou as boas-novas que são: “Conhece a Deus e conhece a ti próprio, como um filho de Deus”. Esses diferentes conceitos do propósito da religião determinam a atitude do indivíduo, nas várias situações da vida, e prefiguram a profundidade da adoração e a natureza dos seus hábitos pessoais de prece. O status espiritual de qualquer religião pode ser determinado pela natureza das suas preces.
5:4.9 (67.7) O conceito de um Deus semi-humano e ciumento é uma transição inevitável entre o politeísmo e um monoteísmo sublime. Um antropomorfismo elevado é o nível mais alto alcançado pela religião puramente evolucionária. A cristandade elevou o conceito de antropomorfismo, partindo de um ideal do humano, até o conceito transcendente e divino da pessoa do Cristo glorificado. E esse é o mais elevado antropomorfismo que o homem pode conceber.
5:4.10 (67.8) O conceito cristão de Deus é uma tentativa de combinar três ensinamentos separados:
5:4.11 (67.9) 1. O conceito hebreu — Deus, como um reivindicador de valores morais, um Deus de retidão.
5:4.12 (67.10) 2. O conceito grego — Deus como um unificador, um Deus de sabedoria.
5:4.13 (68.1) 3. O conceito de Jesus — Deus como um amigo vivo, um Pai amoroso, a divina presença.
5:4.14 (68.2) Portanto, deve ficar evidente que a teologia cristã, de composição híbrida, encontra grande dificuldade em ter coerência. Essa dificuldade agrava-se ainda mais pelo fato de que as doutrinas do cristianismo primitivo foram, geralmente, baseadas na experiência religiosa pessoal de três pessoas diferentes: Filo de Alexandria, Jesus de Nazaré e Paulo de Tarso.
5:4.15 (68.3) No estudo da vida religiosa de Jesus, olhai-o positivamente. Pensai, não tanto na sua falta de pecado, mas na sua retidão, no seu serviço de amor. Jesus elevou o amor passivo, como é compreendido no conceito hebreu, do Pai celeste, à afeição amorosa pela criatura, mais altamente ativa, de um Deus que é o Pai de cada indivíduo, até mesmo dos que persistem no erro.
5:5.1 (68.4) A moralidade tem a sua origem na razão, voltada para a autoconsciência; é supra-animal, mas é puramente evolucionária. A evolução humana abrange, no seu desenvolvimento, todos os dons que antecederam à outorga dos Ajustadores e à efusão do Espírito da Verdade. Mas a obtenção de um certo nível de moralidade não livra o homem das lutas reais da vida mortal. O ambiente físico do homem acarreta a batalha pela existência; o ambiente social necessita de ajustes éticos; as situações morais requerem que se façam escolhas, nos domínios mais elevados da razão; a experiência espiritual (havendo a compreensão de Deus) exige que o homem O encontre e que se esforce sinceramente para assemelhar-se a Ele.
5:5.2 (68.5) A religião não se fundamenta nos fatos da ciência, nem nas obrigações da sociedade, nem nas premissas da filosofia, nem nos deveres implícitos da moralidade. A religião é um domínio independente, da resposta humana, às situações da vida e aparece infalivelmente em todos os estágios pós-morais do desenvolvimento humano. O ato religioso pode permear todos os quatro níveis na concretização dos valores e do gozar da fraternidade universal: o nível físico ou material da autopreservação; o nível social ou o nível emocional da fraternidade; o nível moral ou do dever da razão; o nível espiritual da consciência de fraternidade no universo, por meio da adoração divina.
5:5.3 (68.6) O cientista, investigador dos fatos, concebe Deus como a Primeira Causa, um Deus de força. O artista, emocional, vê Deus como um ideal de beleza, um Deus de estética. O filósofo dado ao raciocínio, algumas vezes, fica inclinado a propor um Deus de unidade universal, uma Deidade até panteística. O religioso de fé acredita em um Deus que estimula a sobrevivência, o Pai que está nos céus, o Deus de amor.
5:5.4 (68.7) A conduta moral é sempre um antecedente da religião evoluída e uma parte da própria religião revelada, mas nunca é a totalidade da experiência religiosa. O serviço social é o resultado do pensamento moral e da vivência religiosa. A moralidade não conduz biologicamente aos níveis espirituais mais elevados da experiência religiosa. A adoração da beleza abstrata não é a adoração de Deus; e a exaltação da natureza tampouco é adoração a Deus, como não o é a reverência à unidade.
5:5.5 (68.8) A religião evolucionária é a mãe da ciência, da arte e da filosofia, que elevaram o homem ao nível de ser capaz de receber a religião revelada, incluindo a outorga dos Ajustadores e a vinda do Espírito da Verdade. O quadro evolutivo da existência humana começa e termina com o ato religioso, muito embora as qualidades sejam muito diferentes nas religiões, uma sendo evolucionária e biológica, a outra revelacional e periódica. E assim, enquanto a religião é normal e natural, para o homem, é também opcional. O homem não tem de ser religioso contra a sua vontade.
5:5.6 (69.1) A experiência do ato religioso, sendo essencialmente espiritual, não pode nunca ser entendida completamente pela mente material; daí a função da teologia, a psicologia da religião. A doutrina essencial da compreensão humana, de Deus, cria um paradoxo no entendimento finito. É quase impossível, para a lógica humana e a razão finita, harmonizar o conceito da imanência divina, um Deus no interior e como uma parte de cada indivíduo, com a idéia da transcendência de Deus, a dominação divina do universo dos universos. Esses dois conceitos essenciais de Deidade devem ser unificados, no entendimento-fé do conceito da transcendência de um Deus pessoal e na compreensão da presença residente do fragmento desse Deus, para justificar a adoração inteligente e para validar a esperança de sobrevivência da personalidade. As dificuldades e os paradoxos da religião são inerentes ao fato de as realidades da religião estarem extremamente além da capacidade da compreensão intelectual dos mortais.
5:5.7 (69.2) O homem mortal assegura três grandes satisfações, com a experiência religiosa, mesmo ainda nos dias da sua estada temporal na Terra:
5:5.8 (69.3) 1. Intelectualmente, ele tem a satisfação de adquirir uma consciência humana mais unificada.
5:5.9 (69.4) 2. Filosoficamente, ele desfruta da consubstanciação dos seus ideais de valores morais.
5:5.10 (69.5) 3. Espiritualmente, ele prospera na experiência da companhia divina, na satisfação espiritual da verdadeira adoração.
5:5.11 (69.6) A consciência de Deus, da forma como é experienciada nos reinos por um mortal em evolução, deve consistir em três fatores variáveis, em três níveis diferenciados de compreensão da realidade. Primeiro há a consciência da mente — a realização-compreensão da idéia de Deus. Então se segue a consciência da alma — a compreensão do ideal de Deus. Por último, nasce a consciência do espírito — a compreensão da realidade espiritual de Deus. Por meio da unificação desses fatores na compreensão de Deus, não importando quão incompletos sejam, a personalidade mortal, todo o tempo, expande-se em todos os níveis de consciência, com uma compreensão da personalidade de Deus. Para aqueles mortais que alcançaram o Corpo de Finalidade, tudo isso, com o tempo, irá levar à compreensão da supremacia de Deus e pode, subseqüentemente, causar a realização-compreensão da ultimidade de Deus, uma fase da supraconsciência absonita do Pai do Paraíso.
5:5.12 (69.7) A experiência da consciência de Deus permanece a mesma, de geração em geração, mas em cada época de avanço do conhecimento humano, o conceito filosófico e as definições teológicas de Deus devem mudar. A experiência do conhecimento de Deus, a consciência religiosa, é uma realidade universal, mas não importa quão válida (real) seja a experiência religiosa, ela deve estar disposta a submeter-se à crítica inteligente e a uma interpretação filosófica razoável; não deve buscar ser algo à parte, na totalidade da experiência humana.
5:5.13 (69.8) A sobrevivência eterna da personalidade depende inteiramente da escolha da mente mortal, cujas decisões determinam o potencial de sobrevivência da alma imortal. Quando a mente acredita em Deus e a alma conhece a Deus e quando, com o suporte do Ajustador, ambas desejam a Deus, a sobrevivência fica assegurada. As limitações de intelecto, as restrições na educação, a carência de cultura, o empobrecimento no status social, até mesmo a inferioridade nos padrões humanos de moralidade, resultante da falta desafortunada de vantagens educacionais, culturais ou sociais, nada disso pode invalidar a presença do espírito divino, em indivíduos que crêem, mas que são, de alguma maneira, desafortunados ou humanamente desfavorecidos. A residência do Monitor Misterioso constitui a raiz e assegura a possibilidade do potencial de crescimento e sobrevivência da alma imortal.
5:5.14 (70.1) A capacidade dos pais mortais de procriar não está baseada no seu status educacional, cultural, social ou econômico. A união dos atributos dos progenitores, sob condições naturais, é plenamente suficiente para iniciar a procriação. Uma mente humana que discerne o certo do errado e que tem a capacidade de adorar a Deus, em união com um Ajustador divino, é tudo o que se requer de um mortal, para iniciar e fomentar a criação da sua alma imortal, com qualidades de sobrevivência, se esse indivíduo dotado de espírito busca a Deus e deseja sinceramente tornar-se como Ele, escolhendo honestamente fazer a vontade do Pai dos céus.
5:6.1 (70.2) O Pai Universal é o Deus das personalidades. O domínio da personalidade no universo, desde a da criatura mortal e material mais baixa, em status de personalidade, até a dos seres mais elevados, com dignidade de criador e com status divino, tem o seu centro e a sua circunferência no Pai Universal. Deus, o Pai, é o outorgador e o conservador de todas as personalidades. E o Pai do Paraíso é, do mesmo modo, o destino de todas as personalidades finitas que, em plenitude de coração, escolhem fazer a vontade divina; aquelas personalidades que amam a Deus e que almejam ser como Ele.
5:6.2 (70.3) A personalidade é um dos mistérios não-resolvidos dos universos. Somos capazes de formular conceitos adequados acerca dos fatores que entram na composição de várias ordens e níveis de personalidade, mas não compreendemos totalmente a natureza real da personalidade em si mesma. Percebemos claramente os inúmeros fatores que, colocados juntos, constituem o veículo para a personalidade humana, mas não compreendemos inteiramente a natureza e o significado da personalidade finita.
5:6.3 (70.4) A personalidade é potencial, em todas as criaturas que possuem o dom da mente, variando desde um mínimo de autoconsciência até o máximo de consciência de Deus. Mas o dom da mente por si só não é personalidade, nem o é o espírito ou a energia física. A personalidade é aquela qualidade ou valor, dentro da realidade cósmica, que é exclusivamente outorgada por Deus, o Pai, aos sistemas vivos de energias congregadas e coordenadas, de matéria, mente e espírito. E a personalidade não é, também, uma conquista progressiva. A personalidade pode ser material ou espiritual, mas, ou há personalidade ou não há personalidade. O que não é pessoal nunca atinge o nível do pessoal, exceto por um ato direto do Pai do Paraíso.
5:6.4 (70.5) A outorga da personalidade é função exclusiva do Pai Universal, é a personalização dos sistemas vivos de energia, aos quais Ele dota com os atributos de relativa consciência criadora e com o correspondente controle de livre-arbítrio. Não há personalidade fora de Deus, o Pai, e nenhuma personalidade existe senão para Deus, o Pai. Os atributos fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador da personalidade humana, são outorgas feitas pelo Pai Universal, atuando em Seu domínio exclusivamente pessoal de ministração cósmica.
5:6.5 (70.6) Os Ajustadores, de status pré-pessoal, residem em inúmeros tipos de criaturas mortais, assegurando assim que tais seres possam sobreviver à morte física e personalizarem-se como criaturas moronciais, com o potencial da realização espiritual última. Pois quando a mente da criatura, com o dom da personalidade, é residida por um fragmento do espírito do Deus eterno, outorga pré-pessoal do Pai pessoal, então, essa personalidade finita possui o potencial do divino e do eterno e aspira a um destino semelhante ao do Último, tentando mesmo alcançar a compreensão do Absoluto.
5:6.6 (71.1) A capacidade para a personalidade divina é inerente ao Ajustador pré-pessoal; a capacidade para a personalidade humana é potencial no dom de mente-cósmica do ser humano. Mas a personalidade experiencial, do homem mortal, não é observável, como uma realidade ativa e funcional, enquanto o veículo da vida material da criatura mortal não houver sido tocado pela divindade liberadora do Pai Universal, sendo assim lançado aos mares da experiência como uma personalidade autoconsciente e (relativamente) autodeterminante e autocriadora. O eu material é verdadeiramente pessoal e irrestritamente pessoal.
5:6.7 (71.2) O eu material tem personalidade e identidade, identidade temporal; o espírito Ajustador pré-pessoal também tem identidade, identidade eterna. Essa personalidade material e essa pré-personalidade espiritual são capazes, assim, de unir os seus atributos criativos, para trazer à existência a identidade sobrevivente da alma imortal.
5:6.8 (71.3) Tendo assim provido o crescimento da alma imortal e tendo liberado o eu interno do homem, das algemas de uma dependência absoluta da causação anterior, o Pai permanece de lado. Ora, tendo o homem sido liberado desse modo das algemas da resposta à causação, ao menos no que diz respeito ao destino eterno, e tendo sido proporcionados a ele os meios para o crescimento do eu imortal, ou alma, cabe ao homem ele próprio, e está sob o controle da sua vontade, a escolha de criar ou de inibir a criação desse eu sobrevivente e eterno. Nenhum outro ser, força, criador, ou agência, em toda a amplidão do universo dos universos, pode interferir, em qualquer grau, na soberania absoluta do livre-arbítrio do mortal, enquanto ele opera nos domínios da escolha, no que concerne ao destino eterno da personalidade do mortal que escolhe. No que se refere à sobrevivência eterna, Deus decretou a soberania da vontade material e mortal; e esse decreto é absoluto.
5:6.9 (71.4) A outorga da personalidade à criatura confere relativa liberação da reação escravizada à causação anterior; e as personalidades de todos esses seres morais, evolucionários ou não, estão centradas na personalidade do Pai Universal. Elas são sempre atraídas para a Sua presença no Paraíso por aquela afinidade de ser que constitui o círculo da família vasta e universal e o circuito fraternal do Deus eterno. Há uma afinidade de espontaneidade divina entre todas as personalidades.
5:6.10 (71.5) O circuito da personalidade, no universo dos universos, é centrado na pessoa do Pai Universal, e o Pai do Paraíso é pessoalmente cônscio, e está em contato pessoal com todas as personalidades, de todos os níveis de existência autoconsciente. E essa consciência de personalidade, em toda a criação, existe independentemente da missão dos Ajustadores do Pensamento.
5:6.11 (71.6) Como toda gravidade está ligada em circuito à Ilha do Paraíso, toda mente está ligada em circuito ao Agente Conjunto e todo espírito ao Filho Eterno; e assim também toda personalidade está ligada em circuito à presença pessoal do Pai Universal; e este circuito transmite infalivelmente a adoração de todas as personalidades à Personalidade Original e Eterna.
5:6.12 (71.7) No que diz respeito às personalidades que não são resididas pelo Ajustador: o atributo da escolha-liberdade é também outorgado pelo Pai Universal, e, da mesma forma, tais pessoas estão abrangidas pelo grande circuito do amor divino, o circuito da personalidade do Pai Universal. Deus dá a escolha soberana a todas as personalidades verdadeiras. Nenhuma criatura pessoal pode ser forçada à aventura eterna; o portal da eternidade abre-se apenas em resposta à escolha, feita em livre-arbítrio, pelos filhos, com livre-arbítrio do Deus do arbítrio livre.
5:6.13 (72.1) E isso, pois, representou os meus esforços para apresentar a relação do Deus vivo com os filhos do tempo. E uma vez, havendo já dito e feito tudo, nada mais posso fazer de útil, além de reiterar que Deus é o vosso Pai Universal e que vós sois todos os Seus filhos planetários.
5:6.14 (72.2) [Este é o quinto e último documento de uma série que apresenta a descrição do Pai Universal, feita por um Conselheiro Divino de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 6
6:0.1 (73.1) O FILHO Eterno é a expressão perfeita e final da “primeira” idéia pessoal e absoluta do Pai Universal. Conseqüentemente, em qualquer tempo e circunstância que o Pai se expresse a Si próprio, pessoal e absolutamente, Ele o faz por meio do seu Filho Eterno, que sempre foi, é agora e sempre será a Palavra viva e divina. E esse Filho Eterno reside no centro de todas as coisas, em ligação com o Pai Eterno e Universal, cuja presença pessoal o Filho envelopa diretamente.
6:0.2 (73.2) Falamos do “primeiro” pensamento de Deus e referimo-nos a uma origem impossível, no tempo, do Filho Eterno com o propósito de prover acesso aos canais de pensamento do intelecto humano. Tais distorções de linguagem representam os nossos melhores esforços em um compromisso de contato com as mentes limitadas no tempo das criaturas mortais. O Pai Universal nunca poderia ter tido um primeiro pensamento, em um sentido seqüencial, nem poderia o Filho Eterno jamais ter tido um princípio. Mas fui instruído a retratar as realidades da eternidade, para as mentes dos mortais, limitadas pelo tempo, por meio de tais simbologias de pensamento, e a designar as relações de eternidade, por meio de conceitos tais, que todos estejam em uma seqüência temporal.
6:0.3 (73.3) O Filho Eterno é a personalização espiritual do conceito universal e infinito, da realidade divina do Pai do Paraíso, do Seu espírito inqualificável e da Sua personalidade absoluta. E, por isso, o Filho constitui a revelação divina da identidade de criador do Pai Universal. A personalidade perfeita do Filho revela que o Pai, de fato, é a fonte universal e eterna de todos os significados e valores espirituais, volicionais, pessoais e de tudo o que é pleno de propósito.
6:0.4 (73.4) Num esforço para capacitar a mente temporal finita a formar algum conceito seqüencial das relações dos seres eternos e infinitos, da Trindade do Paraíso, utilizamos tais licenças de concepção, como a de referirmo-nos à “primeira idéia pessoal, universal e infinita do Pai”. É impossível, para mim, transmitir à mente humana qualquer idéia adequada das relações eternas entre as Deidades; assim, pois, emprego termos tais que proporcionem à mente finita algo como uma idéia da relação desses seres eternos, nas eras subseqüentes do tempo. Acreditamos que o Filho tenha surgido do Pai; fomos ensinados que ambos são eternos, sem quaisquer restrições, ou seja, de modo inqualificável. Claro fica, portanto, que nenhuma criatura do tempo pode jamais compreender totalmente esse mistério que é um Filho, derivado do Pai e que, ainda assim, seja coordenadamente eterno com o próprio Pai.
6:1.1 (73.5) O Filho Eterno é o Filho original e unigênito de Deus. Ele é Deus, o Filho, a Segunda Pessoa da Deidade e o criador coligado de todas as coisas. Como o Pai é a Primeira Grande Fonte e Centro, assim, o Filho Eterno é a Segunda Grande Fonte e Centro.
6:1.2 (74.1) O Filho Eterno é o centro espiritual e o administrador divino do governo espiritual do universo dos universos. O Pai Universal é, primeiro, um criador e, então, um controlador; o Filho Eterno é, primeiro, um co-criador, e então, um administrador espiritual. “Deus é espírito”, e o Filho é uma revelação pessoal deste espírito. A Primeira Fonte e Centro é o Absoluto Volicional; a Segunda Fonte e Centro é o Absoluto da Personalidade.
6:1.3 (74.2) O Pai Universal nunca funciona pessoalmente como um criador, ele o faz sempre em conjunção com o Filho ou em ação coordenada com o Filho. Tivesse aquele que escreveu o Novo Testamento se referido ao Filho Eterno, e teria sido verdade o que ele proclamou, ao escrever: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que se fez teria sido feito”.
6:1.4 (74.3) Quando um Filho, do Filho Eterno, surgiu em Urântia, aqueles que confraternizaram com esse ser divino, em forma humana, aludiram a ele como “Ele que foi, desde o princípio, de quem ouvimos, a quem vimos com os nossos olhos, a quem contemplamos, em quem as nossas mãos tocaram, o Verbo mesmo da vida”. E esse Filho auto-outorgado veio do Pai, exatamente como veio o Filho original, segundo é sugerido em uma das suas orações terrenas: “E agora, meu Pai, glorifica-me com o Teu próprio Ser, com a glória que tive Contigo antes que este mundo houvesse sido”.
6:1.5 (74.4) O Filho Eterno é conhecido por nomes diferentes, nos vários universos. No universo central Ele é conhecido como a Fonte Coordenada, o Co-Criador e o Absoluto Associado. Em Uversa, sede-central do superuniverso, nós designamos o Filho como o Centro Coordenado do Espírito e como o Administrador Espiritual Eterno. Em Sálvington, sede-central do vosso universo local, esse Filho está registrado como a Segunda Fonte Eterna e Centro. Os Melquisedeques falam Dele como o Filho dos Filhos. No vosso mundo, mas não no vosso sistema de esferas habitadas, este Filho original tem sido confundido com um Filho Criador coordenado, Michael de Nébadon, que se auto-outorgou às raças mortais de Urântia.
6:1.6 (74.5) Embora qualquer dos Filhos do Paraíso possa ser adequadamente chamado de Filho de Deus, temos o hábito de reservar a designação de “o Filho Eterno” a esse Filho Original, a Segunda Fonte e Centro e o co-criador com o Pai Universal do universo central de poder e perfeição e co-criador de todos os outros Filhos divinos que nascem das Deidades infinitas.
6:2.1 (74.6) O Filho Eterno é tão imutável e infinitamente confiável quanto o Pai Universal. Ele também é tão espiritual quanto o Pai e é um espírito tão verdadeiramente ilimitado quanto o Pai. Para vós, de baixa origem, o Filho deve parecer mais pessoal, já que Ele está um passo mais próximo de vós, em termos de acessibilidade, do que o Pai Universal.
6:2.2 (74.7) O Filho Eterno é a Palavra eterna de Deus. Ele é inteiramente como o Pai; de fato, o Filho Eterno é Deus, o Pai, pessoalmente manifestado no universo dos universos. E assim foi, é e será para sempre verdadeiro, sobre o Filho Eterno e todos os Filhos Criadores coordenados: “Aquele que vir o Filho, terá visto o Pai”.
6:2.3 (74.8) Na sua natureza, o Filho é totalmente como o Pai do espírito. Quando adoramos o Pai Universal, na verdade, ao mesmo tempo cultuamos Deus, o Filho, e Deus, o Espírito. Deus, o Filho, é tão divinamente real e eterno, na sua natureza, quanto Deus, o Pai.
6:2.4 (75.1) O Filho possui não apenas toda a retidão infinita e transcendente do Pai, como reflete também toda a santidade de caráter do Pai. O Filho compartilha da perfeição do Pai e, em conjunto, compartilha da responsabilidade de ajudar a todas as criaturas da imperfeição, em seus esforços espirituais, para alcançarem a perfeição divina.
6:2.5 (75.2) O Filho Eterno possui todo o caráter de divindade e os atributos de espiritualidade do Pai. O Filho é a plenitude da absolutez de Deus, em personalidade e em espírito; e o Filho revela essas qualidades no seu manejo pessoal do governo espiritual do universo dos universos.
6:2.6 (75.3) Deus, em realidade, é um espírito universal; Deus é espírito; e essa natureza, em espírito, do Pai, está focalizada e personalizada na Deidade do Filho Eterno. No Filho todas as características espirituais parecem grandemente acentuadas, por diferenciação, da universalidade da Primeira Fonte e Centro. E, como o Pai compartilha a natureza do Seu espírito com o Filho, da mesma forma, juntos, Eles compartilham assim, plena e irrestritamente, o espírito divino com o Agente Conjunto, o Espírito Infinito.
6:2.7 (75.4) No amor pela verdade e na criação da beleza, o Pai e o Filho são iguais, exceto pelo fato de que o Filho parece devotar-se mais à realização da beleza exclusivamente espiritual de valores universais.
6:2.8 (75.5) Quanto à bondade divina, eu não posso discernir nenhuma diferença entre o Pai e o Filho. O Pai ama aos filhos do Seu universo como um pai; o Filho Eterno vê todas as criaturas tanto como um pai, quanto como um irmão.
6:3.1 (75.6) O Filho compartilha a justiça e a retidão da Trindade, contudo, pela infinita personalização de amor e misericórdia do Pai, esses traços da divindade ficam atenuados; o Filho é a revelação do amor divino aos universos. Como Deus é amor, o Filho é misericórdia. O Filho não pode amar mais do que o Pai, mas pode mostrar misericórdia às criaturas, de um modo suplementar, pois não apenas Ele é um criador primordial como o Pai, mas é também o Filho Eterno desse mesmo Pai, compartilhando por isso a experiência de filiação de todos os outros filhos do Pai Universal.
6:3.2 (75.7) O Filho Eterno é o grande ministrador da misericórdia a toda a criação. A misericórdia é a essência do caráter espiritual do Filho. Os mandados do Filho Eterno, quando se espalham pelos circuitos espirituais da Segunda Fonte e Centro, estão afinados nas notas da misericórdia.
6:3.3 (75.8) Para compreender o amor do Filho Eterno, vós deveis antes perceber a Sua fonte divina, o Pai, que é amor; e, então, contemplar o desdobramento dessa afeição infinita, no amplo ministério do Espírito Infinito e das Suas hostes quase ilimitadas de personalidades ministradoras.
6:3.4 (75.9) O ministério do Filho Eterno está devotado à revelação do Deus do Amor ao universo dos universos. Este Filho divino não está engajado na tarefa ignóbil de tentar persuadir o Seu benévolo Pai, nem a amar as suas criaturas inferiores nem a mostrar misericórdia aos malfeitores do tempo. Quão errado seria visualizar o Filho Eterno pedindo ao Pai Universal que mostrasse misericórdia às Suas criaturas inferiores, dos mundos materiais do espaço! Tais conceitos de Deus são rudimentares e grotescos. Antes, devíeis compreender que todas as ministrações misericordiosas dos Filhos de Deus são a revelação direta do coração do Pai de amor universal e compaixão infinita. O amor do Pai é a fonte real e eterna da misericórdia do Filho.
6:3.5 (75.10) Deus é amor, o Filho é misericórdia. A misericórdia é o amor aplicado, é o amor do Pai em ação, na pessoa do Seu Filho Eterno. O amor deste Filho universal é, do mesmo modo, universal. Tal como o amor é compreendido em um planeta sexuado, o amor de Deus é mais comparável ao amor de um pai, enquanto o amor do Filho Eterno é mais como a afeição de uma mãe. Tais ilustrações são de fato rudimentares, eu as emprego, entretanto, na esperança de transmitir, à mente humana, o pensamento de que há uma diferença, não no conteúdo divino, mas na qualidade e na técnica de expressão, entre o amor do Pai e o amor do Filho.
6:4.1 (76.1) O Filho Eterno motiva o nível espiritual da realidade cósmica; o poder espiritual do Filho é absoluto em relação a todas as factualidades do universo. Ele exerce um controle perfeito sobre a interassociação de todas as energias espirituais indiferenciadas, e sobre toda a realidade espiritual factualizada, por meio do Seu controle absoluto da gravidade do espírito. Todos os espíritos puros não fragmentados e todos os seres e valores espirituais são sensíveis ao infinito poder de atração do Filho primordial do Paraíso. E, se o futuro eterno pudesse testemunhar o surgimento de um universo ilimitado, a gravidade do espírito e a força de espírito, do Filho Original, mostrar-se-iam inteiramente adequadas para o controle espiritual e a administração efetiva de uma tal criação assim ilimitada.
6:4.2 (76.2) O Filho é onipotente apenas no reino do espírito. Na economia eterna, da administração do universo, a repetição desnecessária e desperdiçada de funções nunca acontece; as Deidades não são dadas à duplicação inútil de ministérios ao universo.
6:4.3 (76.3) A onipresença do Filho Original constitui a unidade espiritual do universo dos universos. A coesão espiritual, de toda a criação, repousa sobre a presença ativa, em todos os lugares, do espírito divino do Filho Eterno. Quando nós concebemos a presença espiritual do Pai, achamos difícil diferenciá-La, no nosso pensamento, da presença espiritual do Filho Eterno. O espírito do Pai está eternamente residente no espírito do Filho.
6:4.4 (76.4) O Pai deve ser espiritualmente onipresente, mas tal onipresença parece ser inseparável das atividades espirituais do Filho Eterno em todos os lugares. Contudo, acreditamos que em todas as situações em que há a presença de Pai-Filho, haja uma presença de natureza espiritual dual, o espírito do Filho coordenado ao espírito do Pai.
6:4.5 (76.5) No seu contato com a personalidade, o Pai atua no circuito da personalidade. No Seu contato pessoal e detectável com a criação espiritual, Ele aparece nos fragmentos da totalidade da Sua Deidade, e esses fragmentos do Pai têm uma função solitária, única e exclusiva, onde e quando aparecerem nos universos. Em todas essas situações, o espírito do Filho está coordenado à função espiritual da presença fragmentada do Pai Universal.
6:4.6 (76.6) Espiritualmente, o Filho Eterno é onipresente. O espírito do Filho Eterno está, muito certamente, convosco e à vossa volta, mas não dentro de vós, nem como uma parte de vós, como o Monitor Misterioso. O fragmento residente do Pai ajusta a mente humana para que tenha atitudes progressivamente mais divinas, de um modo tal que a mente ascendente se torne crescentemente sensível ao poder da atração espiritual do circuito Todo-Poderoso de gravidade do espírito da Segunda Fonte e Centro.
6:4.7 (76.7) O Filho Original é, universal e espiritualmente, autoconsciente. Em sabedoria, o Filho é inteiramente igual ao Pai. Nos domínios do conhecimento, ou onisciência, não podemos distinguir entre a Primeira e a Segunda Fonte; como o Pai, o Filho sabe tudo; Ele nunca é surpreendido por qualquer evento no universo; Ele compreende o fim desde o início.
6:4.8 (77.1) O Pai e o Filho realmente sabem o número e o paradeiro de todos os espíritos e seres espiritualizados no universo dos universos. Não apenas o Filho sabe de todas as coisas, em virtude do Seu próprio espírito onipresente, mas, da mesma forma que o Pai e o Agente Conjunto, o Filho é plenamente conhecedor da vasta informação que, por refletividade, provém do Ser Supremo, cuja inteligência é sabedora, todo o tempo, de todas as coisas que acontecem em todos os mundos dos sete superuniversos. E há ainda outras formas por meio das quais o Filho do Paraíso é onisciente.
6:4.9 (77.2) O Filho Eterno, como uma personalidade de amor, misericórdia e ministério espiritual, é plena e infinitamente igual ao Pai Universal e, ao mesmo tempo, em todos os contatos pessoais misericordiosos e afeiçoados com os seres ascendentes dos reinos mais baixos, o Filho Eterno é tão bondoso e pleno de consideração, tão paciente e magnânimo, quanto o são os Seus Filhos do Paraíso, nos universos locais, nos quais tão freqüentemente eles se auto-outorgam aos mundos evolucionários do tempo.
6:4.10 (77.3) Torna-se desnecessário dissertar mais sobre os atributos do Filho Eterno. Registradas as exceções, torna-se suficiente estudar apenas os atributos espirituais de Deus, o Pai, para entender e avaliar corretamente os atributos de Deus, o Filho.
6:5.1 (77.4) O Filho Eterno não funciona pessoalmente nos domínios físicos, a não ser por meio do Agente Conjunto, como também não funciona no nível da ministração da mente aos seres-criaturas. Essa reserva de qualificação, todavia, não limita de maneira alguma, o Filho Eterno no exercício pleno e livre de todos os atributos divinos de onisciência, onipresença e onipotência espiritual.
6:5.2 (77.5) O Filho Eterno não penetra pessoalmente os potenciais de espírito inerentes à infinitude do Absoluto da Deidade, entretanto, à medida que esses potenciais tornam-se factuais, eles passam ao domínio Todo-Poderoso do circuito de gravidade do espírito do Filho.
6:5.3 (77.6) A personalidade é dádiva exclusiva do Pai Universal. O Filho Eterno deriva a Sua personalidade do Pai, mas Ele não outorga personalidade, sem o Pai. O Filho dá origem a vastas hostes de espíritos, mas tais derivações não são personalidades. Quando o Filho cria a personalidade, Ele o faz em conjunção com o Pai ou com o Criador Conjunto, que pode atuar pelo Pai em tais relações. O Filho Eterno, assim, é um co-criador de personalidades, mas Ele não outorga personalidade a nenhum ser; e, por Si próprio, sozinho, jamais cria seres pessoais. Essa limitação de ação, contudo, não priva o Filho da capacidade de criar todo e qualquer tipo de realidades outras, que não sejam pessoais.
6:5.4 (77.7) O Filho Eterno é limitado na transmissão das prerrogativas de criador. O Pai, ao eternizar o Filho Original, outorgou-Lhe o poder e o privilégio de unir-se, posteriormente, ao próprio Pai, no ato divino de produzir Filhos adicionais que possuam os atributos da criação; e Eles têm feito isso, e ainda o fazem. Mas, uma vez que esses Filhos coordenados tenham sido gerados, aparentemente, as prerrogativas de criação não se transmitem mais. O Filho Eterno transmite poderes de criação apenas à personalização primeira ou direta. Portanto, quando o Pai e o Filho se unem para personalizar um Filho Criador, Eles realizam o Seu propósito; mas o Filho Criador, trazido à existência desse modo, nunca é capaz de transmitir ou delegar as prerrogativas de criação às várias ordens de Filhos que ele possa subseqüentemente criar, não obstante haja, nos Filhos mais elevados de um universo local, um resquício bem mais limitado dos atributos criativos de um Filho Criador.
6:5.5 (78.1) O Filho Eterno, como um ser infinito e exclusivamente pessoal, não pode fragmentar a Sua natureza, não pode distribuir e outorgar porções individualizadas do Seu ser a outras entidades ou pessoas, como o fazem o Pai Universal e o Espírito Infinito. Mas o Filho pode outorgar a Si próprio como um espírito ilimitado, para banhar toda a criação, e Ele o faz, atraindo, incessantemente, para Si próprio todas as personalidades e realidades espirituais.
6:5.6 (78.2) Lembrai-vos sempre de que o Filho Eterno é a representação pessoal do Pai espiritual, para toda a criação. O Filho é pessoal, e nada mais que pessoal, no sentido de Sua Deidade; e tal personalidade divina e absoluta não pode ser desintegrada ou fragmentada. Deus, o Pai, e Deus, o Espírito, são verdadeiramente pessoais, mas Eles são também tudo o mais, além de serem tais personalidades da Deidade.
6:5.7 (78.3) Embora o Filho Eterno não possa participar pessoalmente da outorga dos Ajustadores do Pensamento, em concílio com o Pai Universal, no eterno passado, Ele aprovou esse plano e prometeu cooperação interminável, quando o Pai, ao projetar a outorga dos Ajustadores do Pensamento, propôs ao Filho: “Façamos o homem mortal à Nossa própria imagem”. E, da mesma forma que o fragmento do espírito do Pai reside dentro de vós, a presença espiritual do Filho vos envolve, pois estes dois trabalham como um para o vosso avanço espiritual.
6:6.1 (78.4) O Filho Eterno é espírito e tem mente, mas não uma mente ou um espírito que a mente mortal possa entender. O homem mortal percebe a mente nos níveis do finito, do cósmico, do material e do pessoal. O homem observa também os fenômenos da mente em organismos vivos funcionando no nível subpessoal (animal), mas é difícil para o homem captar a natureza da mente quando associada a seres supramateriais e como uma parte das personalidades exclusivamente espirituais. A palavra mente, contudo, deve ser definida de um modo diverso, quando se refere ao nível espiritual de existência e quando é usada para denotar funções da inteligência do espírito. Essa espécie de mente, que é diretamente aliada ao espírito, não é comparável, nem à mente que coordena o espírito e a matéria, nem àquela mente que está aliada apenas à matéria.
6:6.2 (78.5) O espírito é sempre consciente, dotado de mente, e possui várias fases de identidade. Sem mente, em alguma fase, não haveria a consciência espiritual, na fraternidade dos seres espirituais. O equivalente da mente, a capacidade de conhecer e de ser conhecido, é inerente à Deidade. A Deidade pode ser pessoal, pré-pessoal, suprapessoal ou impessoal, mas a Deidade nunca é desprovida de mente, ou seja, nunca deixa de ter a capacidade de, pelo menos, comunicar-se com entidades, seres ou personalidades semelhantes.
6:6.3 (78.6) A mente do Filho Eterno é como a do Pai, mas não Se assemelha a nenhuma outra mente dos universos e, junto com a mente do Pai, é a ancestral das diversas e vastas mentes do Criador Conjunto. A mente do Pai e do Filho, aquele intelecto que é o ancestral da mente absoluta da Terceira Fonte e Centro, é ilustrada talvez de um modo melhor pela pré-mente do Ajustador do Pensamento, pois, embora esses fragmentos do Pai estejam inteiramente fora dos circuitos da mente do Agente Conjunto, eles têm alguma forma de pré-mente; eles conhecem, são conhecidos e desfrutam de um equivalente do pensamento humano.
6:6.4 (78.7) O Filho Eterno é completamente espiritual; o homem é quase inteiramente material; conseqüentemente, o entendimento de muito daquilo que diz respeito à personalidade do Filho Eterno, daquilo que diz respeito às esferas espirituais que circundam o Paraíso e à natureza das criações impessoais do Filho do Paraíso, terá de aguardar até que vós alcanceis o status de espírito, que vem em seguida à completa ascensão moroncial no universo local de Nébadon. E, então, à medida que passardes pelo superuniverso seguindo até Havona, e começardes a ser dotados com a “mente do espírito” — o discernimento espiritual interior — muitos desses mistérios ocultos do espírito serão esclarecidos.
6:7.1 (79.1) O Filho Eterno é aquela personalidade infinita de cujos elos inqualificáveis de personalidade o Pai Universal escapou pela técnica da trinitarização e, em virtude da qual, Ele sempre continuou a auto-outorgar a Si próprio, em uma profusão infindável, ao Seu universo sempre em expansão de Criadores e criaturas. O Filho é personalidade absoluta; Deus é personalidade-pai — a fonte da personalidade, o outorgador da personalidade e a causa da personalidade. Todo ser pessoal deriva a sua personalidade do Pai Universal, exatamente como o Filho Original eternamente deriva a Sua personalidade do Pai do Paraíso.
6:7.2 (79.2) A personalidade do Filho do Paraíso é absoluta e puramente espiritual; e essa personalidade absoluta é também o modelo divino e eterno, primeiro, da outorga de personalidade do Pai ao Agente Conjunto e, subseqüentemente, da Sua outorga de personalidade às Suas miríades de criaturas em todo um imenso universo.
6:7.3 (79.3) O Filho Eterno é verdadeiramente o ministrador misericordioso, um espírito divino, um poder espiritual e uma personalidade real. O Filho é a natureza espiritual e pessoal de Deus, manifestada assim aos universos — a soma e a essência da Primeira Fonte e Centro, despojada de tudo aquilo que é impessoal, extradivino, não-espiritual e puramente potencial. Mas é impossível transmitir à mente humana um quadro, em palavras, da beleza e grandeza da personalidade superna do Filho Eterno. Tudo aquilo que tende a obscurecer a presença do Pai Universal, opera com a mesma influência para impedir o reconhecimento conceitual do Filho Eterno. Vós deveis aguardar até alcançardes o Paraíso e, então, compreendereis por que eu fui incapaz de retratar o caráter dessa personalidade absoluta, para o entendimento da mente finita.
6:8.1 (79.4) Quanto à identidade, à natureza e a outros atributos da personalidade, o Filho Eterno é plenamente equivalente ao Pai Universal, é o complemento perfeito e a eterna contraparte do Pai Universal. Do mesmo modo que Deus é o Pai Universal, o Filho é a Mãe Universal. E todos nós, elevados ou inferiores, constituímos a Sua família universal.
6:8.2 (79.5) Para apreciar o caráter do Filho, deveríeis estudar a revelação do caráter divino do Pai; Eles são, para sempre e inseparavelmente, Um. Como personalidades divinas, Eles são virtualmente indistinguíveis pelas ordens mais baixas de inteligências. Para aqueles cuja origem está nos atos criadores das próprias Deidades, não é tão difícil fazer o reconhecimento Deles, em separado. Os seres que tiveram o seu nascimento no universo central e no Paraíso discernem o Pai e o Filho, não apenas como unidades pessoais de controle universal, mas também como duas personalidades separadas, funcionando em domínios definidos da administração dos universos.
6:8.3 (79.6) Enquanto Pessoas, vós podeis conceber o Pai Universal e o Filho Eterno como indivíduos separados, pois, na verdade, o são; mas, na administração dos universos, Eles ficam tão entrelaçados e inter-relacionados, que nem sempre é possível distinguir entre Eles. Quando, nos assuntos dos universos, o Pai e o Filho forem encontrados em interassociações intrincadas, nem sempre advém algum benefício quando se tenta separar as Suas atuações; meramente relembrai-vos de que Deus é o pensamento inicial e o Filho é a palavra plena de expressão. Em cada universo local essa inseparabilidade está personalizada na divindade do Filho Criador, que representa tanto o Pai quanto o Filho, para as criaturas de dez milhões de mundos habitados.
6:8.4 (80.1) O Filho Eterno é infinito, mas Ele é acessível por intermédio das pessoas dos Seus Filhos do Paraíso e pelo ministério paciente do Espírito Infinito. Sem o serviço da auto-outorga, dos Filhos do Paraíso, e sem a ministração de amor das criaturas do Espírito Infinito, os seres de origem material dificilmente poderiam esperar alcançar o Filho Eterno. E é igualmente verdade: com a ajuda e o guiamento dessas agências celestes, o mortal consciente de Deus certamente irá alcançar o Paraíso e, algum dia, chegará à presença pessoal deste grandioso Filho entre os Filhos.
6:8.5 (80.2) Ainda que o Filho Eterno seja o modelo para o alcance de realização da personalidade mortal, vós achais mais fácil entender a realidade, tanto do Pai quanto do Espírito, porque o Pai é o outorgador de fato da vossa personalidade humana e o Espírito Infinito é a fonte absoluta da vossa mente mortal. Mas, à medida que ascenderdes, no caminho de progressão espiritual, até o Paraíso, a personalidade do Filho Eterno passará a ser crescentemente real para vós, e a realidade da sua mente infinitamente espiritual tornar-se-á mais discernível, para a vossa mente progressivamente mais espiritualizada.
6:8.6 (80.3) Nunca o conceito do Filho Eterno irá resplandecer na vossa mente material, nem na mente moroncial subseqüente; não, antes de vos espiritualizar e começar a vossa ascensão de espírito; só então a compreensão da personalidade do Filho Eterno começará a ter uma vividez igual à do vosso conceito da personalidade do Filho Criador originário do Paraíso, o qual, em pessoa e como uma pessoa, encarnou e viveu, uma vez, em Urântia, como um homem entre os homens.
6:8.7 (80.4) Mediante a vossa experiência no universo local, o Filho Criador, cuja personalidade é compreensível pelo homem, deve compensar-vos pela vossa incapacidade de apreender a total significação Daquele que é mais exclusivamente espiritual, e não menos pessoal, o Filho Eterno do Paraíso. À medida que progredirdes passando por Orvônton e Havona, e deixardes para trás o quadro vívido e as memórias profundas do Filho Criador do vosso universo local, a superação dessa experiência material e moroncial será compensada por conceitos cada vez mais amplificados e pela compreensão sempre intensificada, do Filho Eterno do Paraíso, cuja realidade e proximidade sempre aumentarão conforme progredirdes na direção do Paraíso.
6:8.8 (80.5) O Filho Eterno é uma personalidade grande e gloriosa. Embora esteja além dos poderes da mente mortal e material captar de fato a personalidade deste Ser infinito, não duvideis, Ele é uma pessoa. Conheço aquilo de que falo. Por um número incontável de vezes, permaneci na presença divina deste Filho Eterno e então me coloquei jornada adiante, no universo, para executar o Seu mandado pleno de graças.
6:8.9 (80.6) [Escrito por um Conselheiro Divino, designado para formular esta declaração que descreve o Filho Eterno do Paraíso.]
O Livro de Urântia
Documento 7
7:0.1 (81.1) O FILHO Original está sempre interessado na execução dos aspectos espirituais do propósito eterno do Pai, tal como se dá em seu desenvolvimento progressivo nos fenômenos dos universos em evolução, e com os múltiplos grupos de seres vivos. Nós não compreendemos totalmente esse plano eterno, mas o Filho do Paraíso sem dúvida o entende.
7:0.2 (81.2) O Filho é como o Pai, no sentido de que busca outorgar tudo que é possível de Si próprio aos Seus Filhos coordenados e aos Seus Filhos subordinados. E o Filho compartilha da natureza autodistributiva do Pai; na doação irrestrita de Si próprio ao Espírito Infinito, o executivo conjunto Deles.
7:0.3 (81.3) Como sustentadora das realidades espirituais, a Segunda Fonte e Centro é o contrapeso eterno da Ilha do Paraíso, que tão magnificamente sustenta todas as coisas materiais. Assim, a Primeira Fonte e Centro é revelada, para sempre, na beleza material dos admiráveis modelos da Ilha Central, e nos valores espirituais da personalidade superna do Filho Eterno.
7:0.4 (81.4) O Filho Eterno é, de fato, o sustentador da vasta criação de realidades espirituais e de seres espirituais. O mundo espiritual é o hábito e a conduta pessoal do Filho; e as realidades impessoais de natureza espiritual são sempre sensíveis à vontade e ao propósito da personalidade perfeita do Filho Absoluto.
7:0.5 (81.5) O Filho, todavia, não é pessoalmente responsável pela conduta de todas as personalidades espirituais. A vontade da criatura pessoal é relativamente livre e por isso determina as ações desses seres volitivos. O mundo do livre-arbítrio do espírito nem sempre é verdadeiramente representativo do caráter do Filho Eterno, como a própria natureza em Urântia não é reveladora, verdadeiramente, da perfeição e da imutabilidade do Paraíso, nem da Deidade. Contudo, não importando o que possa caracterizar a ação do livre-arbítrio do homem ou do anjo, o domínio eterno do Filho, no controle gravitacional universal de todas as realidades do espírito, continua absoluto.
7:1.1 (81.6) Tudo o que foi ensinado a respeito da imanência de Deus, da Sua onipresença, onipotência e onisciência, é igualmente verdadeiro para o Filho, nos domínios espirituais. A pura e universal gravidade do espírito de toda a criação, esse circuito puramente espiritual, reconduz diretamente à pessoa da Segunda Fonte e Centro, no Paraíso. Ela comanda o controle e a operação desse domínio sempre presente e infalível de todos os valores verdadeiramente espirituais. Assim, o Filho Eterno exerce uma soberania espiritual absoluta. Ele sustenta, literalmente, todas as realidades espirituais e todos os valores espiritualizados, por assim dizer, na palma da sua mão. O controle da gravidade espiritual universal é uma soberania espiritual universal.
7:1.2 (82.1) Esse controle da gravidade das coisas espirituais atua independentemente do tempo e do espaço; por isso a energia espiritual não sofre diminuição na transmissão. A gravidade do espírito nunca está sujeita a demoras no tempo, nem passa por reduções espaciais. Não decresce de acordo com o quadrado da distância da sua transmissão; os circuitos do poder do espírito puro não são retardados pela massa da criação material. E essa transcendência, do tempo e do espaço, das energias puramente espirituais, é inerente à absolutez do Filho; não se deve à interposição das forças antigravitacionais da Terceira Fonte e Centro.
7:1.3 (82.2) As realidades espirituais são sensíveis, sim, ao poder de atração do centro de gravidade espiritual, de acordo com o seu valor qualitativo e com o grau real da sua natureza espiritual. A substância espiritual (a qualidade) é tão sensível à gravidade espiritual, quanto a energia organizada da matéria física (a quantidade) é sensível à gravidade física. Os valores espirituais e as forças do espírito são reais. Do ponto de vista da personalidade, o espírito é a alma da criação; a matéria é o corpo físico nebuloso.
7:1.4 (82.3) As reações e flutuações da gravidade do espírito são sempre fiéis ao conteúdo dos valores espirituais, ao status espiritual qualitativo de um indivíduo ou de um mundo. Esse poder de atração responde instantaneamente aos valores inter e intra-espirituais, em qualquer situação no universo ou em qualquer condição planetária. Todas as vezes que uma realidade espiritual se realiza nos universos, essa alteração necessita de um reajustamento imediato e instantâneo na gravidade espiritual. Esse espírito novo é, de fato, uma parte da Segunda Fonte e Centro; e, com a mesma certeza que o homem mortal se torna um ser espiritualizado, ele alcançará o Filho espiritual, o Centro e a Fonte da gravidade espiritual.
7:1.5 (82.4) O poder de atração espiritual do Filho é inerente, em um grau menos elevado, a muitas ordens de filiação do Paraíso. Pois existem dentro do circuito absoluto de gravidade do espírito, aqueles sistemas locais de atração espiritual que funcionam nas unidades menores da criação. Essas focalizações subabsolutas da gravidade do espírito são uma parte da divindade das personalidades Criadoras do tempo e do espaço, e estão correlacionadas ao supercontrole emergente experiencial do Ser Supremo.
7:1.6 (82.5) A força de atração da gravidade do espírito e a sensibilidade a ela, não apenas atuam no universo como um todo, mas também e até mesmo entre indivíduos e grupos de indivíduos. Há uma coesão espiritual entre as personalidades espirituais e espiritualizadas de qualquer mundo, raça, nação ou grupo de indivíduos de uma mesma crença. Há uma atração direta de natureza espiritual entre pessoas de mente espiritualizada, de gostos e aspirações semelhantes. O termo espíritos afins não é mera figura de discurso.
7:1.7 (82.6) Tal como a gravidade material do Paraíso, a gravidade espiritual do Filho Eterno é absoluta. O pecado e a rebelião podem interferir no funcionamento dos circuitos do universo local, mas nada pode suspender a gravidade espiritual do Filho Eterno. A rebelião de Lúcifer produziu muitas mudanças no vosso sistema de mundos habitados, e em Urântia, mas nós não constatamos que a quarentena espiritual resultante, do vosso planeta, tenha afetado, no mínimo que seja, a presença e a função tanto do espírito onipresente do Filho Eterno, quanto do circuito, ligado a Ele, da gravidade espiritual.
7:1.8 (82.7) Todas as reações no circuito de gravidade do espírito do grande universo são previsíveis. Reconhecemos todas as ações e reações do espírito onipresente do Filho Eterno e consideramos que sejam confiáveis. De acordo com leis bem conhecidas, podemos medir e efetivamente medimos a gravidade do espírito, do mesmo modo que o homem tenta computar a ação da gravidade física finita. Há uma resposta invariável, do espírito do Filho, a todas as coisas, seres e pessoas espirituais, e essa resposta está sempre de acordo com o grau de factualidade (o grau qualitativo de realidade) de todos esses valores espirituais.
7:1.9 (83.1) Todavia, junto com essa função bem confiável e previsível de presença espiritual do Filho Eterno, são encontrados fenômenos que não são tão previsíveis, pelas suas reações. Tais fenômenos indicam, provavelmente, a ação coordenada do Absoluto da Deidade nos domínios dos potenciais espirituais emergentes. Sabemos que a presença espiritual do Filho Eterno é a influência de uma personalidade majestosa e infinita, mas dificilmente consideramos as reações, associadas às supostas atuações do Absoluto da Deidade, como sendo pessoais.
7:1.10 (83.2) Vistos por pessoas e do ponto de vista da personalidade, o Filho Eterno e o Absoluto da Deidade parecem estar relacionados do seguinte modo: O Filho Eterno domina o reino dos valores espirituais factuais, enquanto o Absoluto da Deidade parece abranger o vasto domínio dos valores espirituais potenciais. Todo valor factual de natureza espiritual encontra acolhimento no domínio da gravidade do Filho Eterno, mas se for potencial, então, aparentemente, aloja-se na presença do Absoluto da Deidade.
7:1.11 (83.3) O espírito parece emergir dos potenciais do Absoluto da Deidade; o espírito em evolução encontra correlação nos domínios experienciais e incompletos do Supremo e do Último; o espírito acaba por encontrar o seu destino final na atração absoluta da gravidade espiritual do Filho Eterno. Isso parece ser o ciclo experiencial do espírito, mas o espírito existencial é inerente à infinitude da Segunda Fonte e Centro.
7:2.1 (83.4) No Paraíso, a presença e a atividade pessoal do Filho Original são profundas; absolutas no sentido espiritual. Quando vamos de dentro para fora no Paraíso nós passamos por Havona e seguimos em direção ao reino dos sete superuniversos, detectamos cada vez menos a atividade pessoal do Filho Eterno. Nos universos pós-Havona a presença do Filho Eterno é personalizada nos Filhos do Paraíso, condicionada pelas realidades experienciais do Supremo e do Último, e coordenada ao espírito potencial ilimitado do Absoluto da Deidade.
7:2.2 (83.5) No universo central, a atividade pessoal do Filho Original é discernível na delicada harmonia espiritual da criação eterna. Havona é tão maravilhosamente perfeita que o status espiritual e os estados da energia desse universo arquetípico estão em equilíbrio perfeito e perpétuo.
7:2.3 (83.6) Nos superuniversos, o Filho não está pessoalmente presente nem é residente; nessas criações, Ele mantém apenas uma representação suprapessoal. Essas manifestações espirituais do Filho não são pessoais; não estão no circuito de personalidade do Pai Universal. Nós não conhecemos um termo melhor para indicá-las do que a designação de suprapersonalidades; e elas são seres finitos; não são nem absonitas nem absolutas.
7:2.4 (83.7) A administração do Filho Eterno nos superuniversos, sendo exclusivamente espiritual e suprapessoal, não é discernível pelas criaturas-personalidades. Entretanto o impulso espiritual, onipresente, da influência pessoal do Filho é encontrado em todos os tipos de atividades de todos os setores dos domínios dos Anciães dos Dias. Nos universos locais, contudo, observamos o Filho Eterno pessoalmente presente nas pessoas dos Filhos do Paraíso. Nesses universos locais, o Filho Eterno atua, espiritual e criativamente, nas pessoas do corpo grandioso dos Filhos Criadores coordenados.
7:3.1 (84.1) Durante a ascensão no universo local, os mortais do tempo consideram o Filho Criador como o representante pessoal do Filho Eterno. Quando começa o regime do aprendizado da ascensão no superuniverso, porém, os peregrinos do tempo detectam cada vez mais a presença superna do espírito inspirador do Filho Eterno, e tornam-se capazes de beneficiar-se, por absorção, desse ministério de energização espiritual. Em Havona, os ascendentes tornam-se ainda mais conscientes do abraço do amor do espírito onipresente do Filho Original. Em nenhum estágio, em toda a ascensão mortal, o espírito do Filho Eterno reside na mente ou na alma do peregrino do tempo; mas a Sua ação benéfica está sempre próxima e sempre atenta ao bem-estar e à segurança espiritual dos filhos do tempo no seu avanço.
7:3.2 (84.2) A atração da gravidade espiritual do Filho Eterno constitui o segredo inerente da ascensão das almas humanas sobreviventes até o Paraíso. Todos os valores espirituais genuínos e todos os indivíduos espiritualizados com boa-fé são mantidos dentro da atração infalível da gravidade espiritual do Filho Eterno. A mente mortal, por exemplo, inicia a sua carreira como um mecanismo material e, finalmente, ingressa no Corpo de Finalidade como uma existência espiritual quase perfeita, tornando-se progressivamente menos sujeita à gravidade material e, de forma correspondente, mais sensível à atração interna da gravidade do espírito durante toda essa experiência. O circuito da gravidade do espírito atrai a alma do homem literalmente em direção ao Paraíso.
7:3.3 (84.3) O circuito da gravidade do espírito é o canal básico de transmissão das preces genuínas do coração crente do homem, do nível da consciência humana até a consciência real da Deidade. Tudo aquilo que representa um valor espiritual verdadeiro, nos vossos pedidos, será captado pelo circuito universal da gravidade espiritual e passará imediata e simultaneamente a todas as personalidades divinas envolvidas. Cada uma ocupar-se-á com o que for pertinente ao Seu âmbito pessoal. Portanto, na vossa experiência religiosa prática, é indiferente se, ao dirigir a vossa súplica, visualizardes o Filho Criador do vosso universo local ou o Filho Eterno no centro de todas as coisas.
7:3.4 (84.4) A operação discriminadora, do circuito da gravidade do espírito, poderia talvez ser comparada às funções dos circuitos nervosos no corpo humano material: as sensações viajam pelas trajetórias nervosas internas; algumas são captadas pelos centros automáticos inferiores da coluna vertebral, os quais respondem a elas; outras passam aos centros menos automáticos, mas educados pelo hábito, do cérebro inferior; enquanto as mensagens mais importantes e vitais atravessam com rapidez esses centros subordinados e são imediatamente registradas nos níveis mais elevados da consciência humana.
7:3.5 (84.5) No entanto, quão mais perfeita é a magnífica técnica do mundo espiritual! Se qualquer coisa, plena de um valor espiritual supremo, surgir na vossa consciência, quando vós lhe derdes expressão, nenhum poder no universo pode impedir que ela se encaminhe direta e velozmente à Personalidade do Espírito Absoluto de toda a criação.
7:3.6 (84.6) Inversamente, se as vossas súplicas forem puramente materiais e totalmente egocêntricas, não existe plano por meio do qual tais preces sem maior dignidade possam encontrar lugar no circuito espiritual do Filho Eterno. O conteúdo de qualquer petição que não seja “ditada pelo espírito” não pode encontrar lugar no circuito universal do espírito; tais pedidos, puramente egoístas e materiais, perecem; eles não ascendem aos circuitos dos valores espirituais verdadeiros. Tais palavras são como “o bronze que soa e o címbalo que ressoa”.
7:3.7 (85.1) É o pensamento motivador do conteúdo espiritual que valida a súplica do mortal. As palavras não têm valor.
7:4.1 (85.2) O Filho Eterno está em ligação eterna com o Pai no prosseguimento, com êxito, do plano divino de progresso: o plano universal para a criação, evolução, ascensão e aperfeiçoamento das criaturas dotadas de vontade. E, na plenitude divina da fé, o Filho é o eterno igual ao Pai.
7:4.2 (85.3) O Pai e o Seu Filho são como Um na formulação e no prosseguimento desse plano gigantesco de realização, para o avanço dos seres materiais do tempo até a perfeição da eternidade. Esse projeto de elevação espiritual das almas ascendentes do espaço é uma criação conjunta do Pai e do Filho; e Eles estão, com a cooperação do Espírito Infinito, empenhados na execução conjunta do Seu divino propósito.
7:4.3 (85.4) Esse plano divino para atingir a meta da perfeição abrange três empreendimentos que, ainda que maravilhosamente correlacionados, são únicos na aventura do universo:
7:4.4 (85.5) 1. O Plano de Realização Progressiva. Este é o plano do Pai Universal, para a ascensão evolucionária; um programa aceito sem reservas pelo Filho Eterno, quando ele participou da proposta do Pai: “Façamos as criaturas mortais à Nossa própria imagem”. Esse aprovisionamento para elevar as criaturas do tempo envolve a outorga, feita pelo Pai, dos Ajustadores do Pensamento e a dotação da prerrogativa da personalidade às criaturas materiais.
7:4.5 (85.6) 2. O Plano de Auto-outorga. O plano universal seguinte é o grande empreendimento da revelação do Pai, feita pelo Filho Eterno e pelos seus Filhos coordenados. Esse é o propósito do Filho Eterno e consiste na Sua autodoação, por meio dos Filhos de Deus, às criações evolucionárias, personalizando-se e factualizando-se ali, para encarnar e tornar real o amor do Pai e a misericórdia do Filho às criaturas de todos os universos. Inerentemente ao plano de auto-outorga e como um aspecto do aprovisionamento da ministração do amor, os Filhos do Paraíso atuam como reabilitadores daquilo que a vontade desviada da criatura colocou sob ameaça espiritual. Quando e onde ocorrer uma demora, no funcionamento do plano de realização dessa meta, se a rebelião, por acaso, afetar ou complicar tal realização, então, o aprovisionamento de emergência do plano de auto-outorga torna-se imediatamente ativo. Os Filhos do Paraíso ficam comprometidos e prontos para atuar como resgatadores, indo até os reinos mesmos da rebelião, para ali restaurar o status espiritual das esferas. E foi esse serviço heróico que um Filho Criador coordenado prestou em Urântia, concomitantemente à sua carreira experiencial de auto-outorga para aquisição da soberania.
7:4.6 (85.7) 3. O Plano de Ministração da Misericórdia. Uma vez formulados e proclamados o plano de realização da meta e o plano da auto-outorga, o Espírito Infinito, por Si próprio e de Si próprio, projetou e colocou em operação o empreendimento grandioso e universal da ministração da misericórdia. Esse serviço é verdadeiramente essencial à operação prática e efetiva, tanto da realização da meta, quanto da auto-outorga; e as personalidades espirituais da Terceira Fonte e Centro compartilham todas do espírito de ministração da misericórdia, que, tão claramente, é uma parte da natureza da Terceira Pessoa da Deidade. O Espírito Infinito atua verdadeira e literalmente como o executivo conjunto do Pai e do Filho, não apenas para a criação como também para a administração.
7:4.7 (86.1) O Filho Eterno é o custódio pessoal, o comissário divino, do plano universal do Pai para a ascensão da criatura. Tendo promulgado o mandado universal: “Sede perfeitos, como Eu sou perfeito”, o Pai encarregou o Filho Eterno da execução dessa realização formidável; e o Filho Eterno compartilha a realização dessa missão superna com o Seu coordenado divino, o Espírito Infinito. Assim, as Deidades cooperam efetivamente no trabalho de criação, controle, evolução, revelação e ministração — e, se necessário for, de restauração e de reabilitação.
7:5.1 (86.2) O Filho Eterno, sem reservas, uniu-se ao Pai Universal para fazer a difusão, para toda a criação, da injunção formidável que é: “Sede perfeitos, assim como o vosso Pai em Havona é perfeito”. E, desde então, essa conclamação tem motivado todos os planos de sobrevivência e todos os projetos de auto-outorga do Filho Eterno e da sua vasta família de Filhos coordenados e agregados. E, nessas muitas auto-outorgas, os Filhos de Deus têm-se tornado, para todas as criaturas evolucionárias, o “caminho, a verdade e a vida”.
7:5.2 (86.3) O Filho Eterno não pode contatar diretamente os seres humanos como o Pai pode, por meio da dádiva dos Ajustadores do Pensamento, pré-pessoais; no entanto, o Filho Eterno aproxima-se das personalidades criadas por meio de uma série de gradações decrescentes de filiações divinas, até que Lhe seja possível estar em presença do homem e, por vezes, como homem Ele próprio.
7:5.3 (86.4) A natureza puramente pessoal do Filho Eterno é incapaz de fragmentação. O Filho Eterno faz a sua ministração como uma influência espiritual ou como uma pessoa, nunca de outro modo. Para o Filho, é impossível tornar-se uma parte da experiência da criatura, no mesmo sentido em que o Ajustador-Pai participa dela; mas o Filho Eterno compensa essa limitação pela técnica da outorga de Si próprio. Aquilo que a experiência das entidades fragmentadas significa para o Pai Universal, as experiências de encarnação dos Filhos do Paraíso significam para o Filho Eterno.
7:5.4 (86.5) O Filho Eterno não vem até o homem mortal como vontade divina, como o Ajustador do Pensamento que reside na mente humana; mas o Filho Eterno efetivamente veio até o homem mortal em Urântia quando a personalidade divina do Seu Filho, Michael de Nébadon, encarnou na natureza humana de Jesus de Nazaré. Para compartilhar da experiência das personalidades criadas, os Filhos de Deus do Paraíso devem assumir as naturezas verdadeiras de tais criaturas e encarnar as suas personalidades divinas, eles próprios, factualmente como criaturas. A encarnação, o segredo de Sonárington, é a técnica do Filho para escapar das correntes do absolutismo da personalidade, que, de outro modo, seria todo-abrangente.
7:5.5 (86.6) Há muitíssimo tempo atrás, o Filho Eterno auto-outorgou-se em cada um dos circuitos da criação central, para esclarecimento e avanço de todos os habitantes e peregrinos de Havona, incluindo os peregrinos ascendentes do tempo. Em nenhuma dessas sete auto-outorgas Ele funcionou, seja como um ascendente, seja como um ser de Havona. Ele existiu como Ele próprio. A sua experiência foi única; não foi nem com nem como um humano ou outro peregrino, mas foi associativa, de algum modo, no sentido suprapessoal.
7:5.6 (86.7) Nem, também, passou Ele pelo sono que se interpola entre o circuito interno de Havona e as margens do Paraíso. Não é possível para Ele, um ser absoluto, suspender a consciência da personalidade, pois Nele todas as linhas da gravidade espiritual estão centradas. E, durante o tempo dessas auto-outorgas, nunca foi diminuída a luminosidade espiritual no Seu alojamento próprio no Paraíso central; como nunca foi reduzido o controle da gravidade espiritual deste Filho.
7:5.7 (87.1) As outorgas do Filho Eterno, em Havona, não estão dentro do escopo da imaginação humana; elas foram transcendentais. Ele acrescentou muito à experiência de toda a Havona, nessa época, e subseqüentemente também; mas não sabemos se Ele acrescentou algo à suposta capacidade experiencial da Sua natureza existencial. Isso estaria incluído no mistério da auto-outorga dos Filhos do Paraíso. Nós acreditamos, contudo, qualquer que tenha sido a aquisição do Filho Eterno, que nessas missões de auto-outorga, desde sempre e para sempre, Ele a reteve consigo; mas não sabemos o que possa ser.
7:5.8 (87.2) Não importando a nossa dificuldade para compreender as auto-outorgas da Segunda Pessoa da Deidade, nós compreendemos a auto-outorga de Havona, de um Filho do Filho Eterno, que literalmente passou pelos circuitos do universo central e que factualmente compartilhou aquelas experiências que constituem a preparação de um ser ascendente para alcançar a Deidade. Este foi o Michael original, o Filho Criador primogênito; e ele passou pelas experiências de vida dos peregrinos ascendentes pessoalmente, de circuito em circuito, permanecendo por um estágio em cada círculo, junto com eles, nos dias de Grandfanda, o primeiro de todos os mortais a alcançar Havona.
7:5.9 (87.3) Além de todas as coisas que esse Michael original revelou, ele transformou a auto-outorga transcendente do Filho Materno Original em uma realidade para as criaturas de Havona. E tão real que, para todo o sempre, cada peregrino do tempo que trabalha na aventura de percorrer os circuitos de Havona é alentado e fortalecido pelo conhecimento certo de que o Filho Eterno de Deus, por sete vezes, abdicou do poder e da glória do Paraíso, para participar das experiências dos peregrinos do tempo-espaço nos sete circuitos do alcançar progressivo da meta que é Havona.
7:5.10 (87.4) O Filho Eterno é a inspiração exemplar para todos os Filhos de Deus, nas suas ministrações de auto-outorga, em todos os universos do tempo e do espaço. Os Filhos Criadores coordenados e os Filhos Magisteriais associados, junto com outras ordens não reveladas de filiação, participam todos dessa maravilhosa vontade de outorgar a si próprios às variadas ordens de vidas de criaturas e como as próprias criaturas. Portanto, em espírito e em vista da semelhança com a natureza, bem como pela origem de fato, torna-se verdadeiro que, nas auto-outorgas de todo Filho de Deus, nos mundos do espaço, e por meio dessas auto-outorgas, nelas e por elas, o Filho Eterno tem outorgado a si próprio às criaturas de vontade inteligente dos universos.
7:5.11 (87.5) Em espírito e em natureza, senão em todos os atributos, cada Filho do Paraíso é um retrato divinamente perfeito do Filho Original. É literalmente verdade que quem tiver visto um Filho do Paraíso, haverá visto o Filho Eterno de Deus.
7:6.1 (87.6) A falta de um conhecimento claro sobre os múltiplos Filhos de Deus é uma fonte de grande confusão em Urântia. E essa ignorância perdura, apesar de afirmações como o registro de um conclave dessas personalidades divinas: “quando os Filhos de Deus proclamaram o regozijo, e todos os Estrelas Matutinos cantaram juntos”. A cada milênio do tempo padrão do Setor, as várias ordens de Filhos divinos reúnem-se para os seus conclaves periódicos.
7:6.2 (87.7) O Filho Eterno é a fonte pessoal dos atributos adoráveis de misericórdia e de serviço, que tão abundantemente caracterizam todas as ordens de Filhos descendentes de Deus quando eles atuam em toda a criação. O Filho Eterno transmite infalivelmente toda a natureza divina, se não toda a infinitude de atributos, aos Filhos do Paraíso que saem da Ilha Eterna afora para revelar o caráter divino do Filho Eterno ao universo dos universos.
7:6.3 (88.1) O Filho Original e Eterno é o primeiro Descendente-pessoa do “primeiro” pensamento infinito e completo do Pai Universal. Cada vez que o Pai Universal e o Filho Eterno, em conjunto, projetam um pensamento pessoal novo, original, idêntico, único e absoluto, nesse mesmo instante, essa idéia criativa é, perfeita e finalmente, personalizada no ser e na personalidade de um Filho Criador novo e original. Pela sua natureza espiritual, sabedoria divina e poder criativo coordenado, esses Filhos Criadores são potencialmente iguais a Deus, o Pai, e a Deus, o Filho.
7:6.4 (88.2) Os Filhos Criadores saem do Paraíso para os universos do tempo e, com a cooperação das agências controladoras e criadoras da Terceira Fonte e Centro, completam a organização dos universos locais de evolução progressiva. Esses Filhos não estão ligados aos controles universais centrais da matéria, da mente e do espírito, nem se ocupam deles. Eles ficam, pois, limitados, nos seus atos criativos, pela preexistência, prioridade e primazia da Primeira Fonte e Centro e Seus Absolutos coordenados. Esses Filhos são capazes de administrar apenas aquilo que trazem à existência. A administração absoluta é inerente à prioridade de existência e é inseparável da eternidade de presença. O Pai permanece primaz nos universos.
7:6.5 (88.3) Do mesmo modo que os Filhos Criadores são personalizados pelo Pai e pelo Filho, os Filhos Magisteriais são personalizados pelo Filho e pelo Espírito. Os Filhos Magisteriais são os Filhos que, nas experiências de encarnação como criaturas, ganham o direito de servir como juízes da sobrevivência nas criações do tempo e do espaço.
7:6.6 (88.4) O Pai, o Filho e o Espírito também se unem para personalizar os versáteis Filhos Instrutores da Trindade, que percorrem o grande universo como mestres supernos de todas as personalidades, humanas e divinas. E há inúmeras outras ordens de filiação do Paraíso, que não foram apresentadas ao conhecimento dos mortais de Urântia.
7:6.7 (88.5) Entre o Filho-Mãe Original e essas hostes de Filhos do Paraíso, espalhadas por toda a criação, há um canal direto e exclusivo de comunicação, um canal cuja função é inerente à qualidade do parentesco espiritual que os une, nos laços de uma associação espiritual quase absoluta. Esse circuito interfilial é inteiramente diferente do circuito universal da gravidade espiritual, que se centra também na pessoa da Segunda Fonte e Centro. Todos os Filhos de Deus originários das pessoas das Deidades do Paraíso estão em comunicação direta e constante com o Filho-Mãe Eterno. E essa comunicação é instantânea; independe do tempo, embora algumas vezes seja condicionada pelo espaço.
7:6.8 (88.6) O Filho Eterno não apenas tem, o tempo todo, o conhecimento perfeito a respeito do status, dos pensamentos e das múltiplas atividades de todas as ordens de filiação do Paraíso, como também tem o conhecimento perfeito em todos os momentos a respeito de tudo aquilo, de valor espiritual, que existe nos corações de todas as criaturas na criação central primária da eternidade e nas criações secundárias do tempo, dos Filhos Criadores coordenados.
7:7.1 (88.7) O Filho Eterno é uma revelação completa, exclusiva, universal e final do espírito e da personalidade do Pai Universal. Todo conhecimento e informação a respeito do Pai devem vir do Filho Eterno e dos seus Filhos do Paraíso. O Filho Eterno provém da eternidade, e é Uno espiritualmente com o Pai, de um modo total, sem reservas nem limites de qualificações espirituais. Na personalidade divina, Eles estão coordenados; em natureza espiritual, Eles são iguais; em divindade, Eles são idênticos.
7:7.2 (89.1) O caráter de Deus certamente não poderia ser aprimorado de um modo intrínseco, na pessoa do Filho, pois o Pai divino é infinitamente perfeito; mas esse caráter e personalidade são ampliados, pelo despojamento do não-pessoal e do não-espiritual, para a revelação aos seres criaturas. A Primeira Fonte e Centro é muito mais do que uma personalidade, mas todas as qualidades de espírito da personalidade paterna da Primeira Fonte e Centro estão espiritualmente presentes na personalidade absoluta do Filho Eterno.
7:7.3 (89.2) O Filho primordial e os seus Filhos estão empenhados em fazer uma revelação universal da natureza espiritual e pessoal do Pai a toda a criação. No universo central, nos superuniversos, nos universos locais ou nos planetas habitados, é um Filho do Paraíso quem revela o Pai Universal para homens e anjos. O Filho Eterno e os seus Filhos revelam o caminho pelo qual a criatura aproxima-se do Pai Universal. E, mesmo nós, de origem elevada, entendemos o Pai muito mais completamente ao estudarmos a revelação do Seu caráter e da Sua personalidade no Filho Eterno e nos Filhos do Filho Eterno.
7:7.4 (89.3) O Pai desce até vós, como personalidade, apenas por meio dos Filhos divinos do Filho Eterno. E vós alcançais o Pai por esse mesmo caminho vivo; vós ascendeis ao Pai pelo guiamento desse grupo de Filhos divinos. E isso permanece verdadeiro, não obstante a vossa própria personalidade ser uma outorga dada diretamente pelo Pai Universal.
7:7.5 (89.4) Em todas essas atividades amplas da vasta administração espiritual do Filho Eterno, não esqueçais de que o Filho é uma pessoa, tão autêntica e factualmente, quanto o Pai é uma pessoa. De fato, para os seres das ordens provenientes de origem humana, será mais fácil aproximar-se do Filho Eterno do que do Pai Universal. Na vossa progressão de peregrinos do tempo, pelos circuitos de Havona, sereis competentes para chegar ao Filho muito antes de estardes preparados para discernir o Pai.
7:7.6 (89.5) Vós podereis compreender mais, sobre o caráter e a natureza misericordiosa do Filho Eterno de misericórdia, à medida que meditardes sobre a revelação desses atributos divinos, que foi feita pelo serviço pleno de amor do vosso próprio Filho Criador, que uma vez se fez Filho do Homem na Terra, e que agora é o soberano augusto do vosso universo local — o Filho do Homem e o Filho de Deus.
7:7.7 (89.6) [Ditado por um Conselheiro Divino, designado para formular esta declaração descritiva sobre o Filho Eterno do Paraíso.]
O Livro de Urântia
Documento 8
8:0.1 (90.1) RETROCEDENDO na eternidade, quando o “primeiro” pensamento absoluto e infinito do Pai Universal encontra, no Filho Eterno, o verbo perfeito e adequado à sua expressão divina, então, passa a manifestar-Se o desejo supremo, tanto do Deus-Pensamento como do Deus-Palavra, de um agente universal e infinito de expressão mútua e de ação combinada.
8:0.2 (90.2) No alvorecer da eternidade, ambos, o Pai e o Filho, tornam-Se infinitamente conhecedores da Sua mútua interdependência, da Sua eterna e absoluta unidade; e, portanto, entram Eles em um acordo infinito e eterno de associação divina. Esse pacto perpétuo é celebrado para a execução dos Seus conceitos unificados, por todo o círculo da eternidade; e, desde o momento desse evento na eternidade, o Pai e o Filho continuam na Sua união divina.
8:0.3 (90.3) Estamos agora face a face com a origem, na eternidade, do Espírito Infinito, a Terceira Pessoa da Deidade. No instante mesmo em que Deus, o Pai, e Deus, o Filho, concebem conjuntamente uma ação idêntica e infinita — a execução de um plano de pensamento absoluto — , nesse exato momento, o Espírito Infinito começa a existir na sua plenitude.
8:0.4 (90.4) Ao citar, nessa ordem, a origem das Deidades, eu o faço meramente para capacitar-vos a pensar sobre o relacionamento Delas. Na realidade Elas são, todas as três, existentes desde a eternidade; Elas são existenciais. Elas não têm começo nem fim de dias; Elas são coordenadas, supremas, últimas, absolutas e infinitas. Elas são, sempre foram e sempre serão. E Elas são Três Pessoas, distintamente individualizadas, mas eternamente associadas: Deus, o Pai, Deus, o Filho, e Deus, o Espírito.
8:1.1 (90.5) Na eternidade do passado, com a personalização do Espírito Infinito, o ciclo da personalidade divina torna-se perfeito e completo. O Deus da Ação é existente, e o imenso cenário do espaço está pronto para a atividade estupenda da criação — a aventura universal — , o panorama divino dos tempos eternos.
8:1.2 (90.6) O primeiro ato do Espírito Infinito é o reconhecimento e o exame dos Seus Pais divinos, o Pai-Pai e o Filho-Mãe. Ele, o Espírito, identifica ambos de um modo inqualificável. Ele é inteiramente conhecedor das personalidades separadas e dos atributos infinitos Delas, bem como das Suas naturezas combinadas e da Sua função unificada. Em seguida, voluntariamente, com uma disposição transcendente e espontaneidade inspirada, a Terceira Pessoa da Deidade, não obstante a Sua igualdade com a Primeira e a Segunda Pessoas, promete lealdade eterna a Deus, o Pai, e reconhece dependência eterna de Deus, o Filho.
8:1.3 (90.7) Inerentemente à natureza dessa transação e em reconhecimento mútuo da independência da personalidade de cada Uma e da união executiva de todas as Três, fica estabelecido o ciclo da eternidade. A Trindade do Paraíso é existente. Fica estabelecido o cenário, no espaço universal, para o panorama múltiplo e infinito do desenvolvimento criativo do propósito do Pai Universal, por meio da personalidade do Filho Eterno e da execução do Deus da Ação, o qual é a agência executiva para os atos de realização da parceria criadora Pai-Filho.
8:1.4 (91.1) O Deus da Ação atua e as abóbadas inertes do espaço põem-se em movimento. Um bilhão de esferas perfeitas, em um relance, passa a existir. Antes desse momento hipotético na eternidade, as energias do espaço, inerentes ao Paraíso, já existiam e eram potencialmente operativas, mas não tinham nenhuma factualidade na sua forma de ser; nem a gravidade física podia ser medida a não ser pela reação das realidades materiais à sua atração incessante. Não havia nenhum universo material, nesse (presumido) momento eternamente distante; mas, no instante exato, em que um bilhão de mundos se materializa, há, em evidência, uma gravidade suficiente e adequada para mantê-los todos sob o controle eterno do Paraíso.
8:1.5 (91.2) Agora relampeja na criação dos Deuses a segunda forma de energia, e esse espírito em eflúvio é instantaneamente abrangido pela gravidade espiritual do Filho Eterno. Assim, pois, esse universo, abrangido duplamente pela gravidade, é tocado pela energia de infinitude e imerso no espírito da divindade. E, desse modo, o solo da vida é preparado para a consciência da mente, tornada manifesta nos circuitos inteligentes associados, do Espírito Infinito.
8:1.6 (91.3) Sobre essas sementes de existência potencial, difundidas pela criação central dos Deuses, o Pai atua e a personalidade-criatura surge. E, então, a presença das Deidades do Paraíso preenche todo o espaço organizado e começa efetivamente a atrair todas as coisas e seres na direção do Paraíso.
8:1.7 (91.4) O Espírito Infinito eterniza-se, concomitantemente com o nascimento dos mundos de Havona, havendo este universo central sido criado por Ele e com Ele e Nele, em obediência aos conceitos combinados e vontades unificadas do Pai e do Filho. A Terceira Pessoa deifica-Se por esse mesmo ato de criação conjunta, e assim, para sempre, passa a ser o Criador Conjunto.
8:1.8 (91.5) Esses são os tempos magnos e assombrosos da expansão criativa do Pai e do Filho, pela ação e na ação da representante conjunta e executiva exclusiva Deles, a Terceira Fonte e Centro. Não existe nenhum registro desses tempos agitados. Contamos apenas com essas escassas revelações do Espírito Infinito, para consubstanciar essas transações poderosas, e Ele meramente confirma o fato de que o universo central e tudo o que a ele pertence, eternizou-se simultaneamente com a realização da Sua personalidade e existência consciente.
8:1.9 (91.6) Em suma, o Espírito Infinito atesta que, sendo Ele eterno, assim também o universo central é eterno. E esse é o ponto de partida tradicional da história do universo dos universos. Absolutamente nada é conhecido e não existe nenhum registro, a respeito de qualquer evento ou transação, antes dessa erupção estupenda de energia criativa e de sabedoria administrativa, que cristalizou o vasto universo, o qual existe e funciona tão sutilmente, no centro de todas as coisas. Para além desse evento, repousam as inescrutáveis transações da eternidade e as profundezas da infinitude — o mistério absoluto.
8:1.10 (91.7) E assim, pois, retratamos a origem da Terceira Fonte e Centro, de modo seqüencial, em uma condescendência interpretativa às mentes das criaturas mortais atadas ao tempo e condicionadas pelo espaço. A mente do homem deve ter um ponto de partida para visualizar a história do universo, e eu fui instruído a proporcionar, nessa técnica de abordagem, o conceito histórico da eternidade. Na mente material, a coerência exige uma Causa Primeira; por isso é que postulamos o Pai Universal como a Primeira Fonte e o Centro Absoluto de toda a criação, ao mesmo tempo ensinando, às mentes de todas as criaturas, que o Filho e o Espírito são co-eternos com o Pai, em todas as fases da história do universo e em todos os reinos da atividade criadora. E fazemos isso sem estarmos sendo, em nada, desatenciosos para com a realidade e a eternidade da Ilha do Paraíso, nem para com o Absoluto Inqualificável, o Absoluto Universal ou o Absoluto da Deidade.
8:1.11 (92.1) Já é como ir longe o bastante, para a mente material dos filhos do tempo, conceber o Pai na eternidade. Sabemos que qualquer filho pode relacionar-se melhor com a realidade, se primeiro dominar os relacionamentos da situação pai-filho, e se depois, ampliando esse conceito, abranger a família como um todo. Subseqüentemente, a mente em crescimento do filho, tornar-se-á capaz de ajustar-se ao conceito das relações familiares, às relações com a comunidade, a raça e o mundo, para então se ajustar às relações com o universo, o superuniverso e até mesmo com o universo dos universos.
8:2.1 (92.2) O Criador Conjunto vem da eternidade e é, plena e inqualificavelmente, Uno com o Pai Universal e com o Filho Eterno. O Espírito Infinito reflete, em perfeição, não apenas a natureza do Pai do Paraíso, mas também a natureza do Filho Original.
8:2.2 (92.3) A Terceira Fonte e Centro é conhecida por numerosos títulos: Espírito Universal, Guia Supremo, Criador Conjunto, Executivo Divino, Mente Infinita, Espírito dos Espíritos, Espírito Materno do Paraíso, Agente Conjunto, Coordenador Final, Espírito Onipresente, Inteligência Absoluta, Ação Divina; e, em Urântia, algumas vezes é confundida com a mente cósmica.
8:2.3 (92.4) É totalmente apropriado denominar de Espírito Infinito, a Terceira Pessoa da Deidade, pois Deus é espírito. Entretanto, as criaturas materiais, que tendem ao erro de encarar a matéria como a realidade básica e a mente, junto com o espírito, como postulados tendo as suas raízes na matéria, compreenderiam melhor a Terceira Fonte e Centro, se Esta fosse denominada Realidade Infinita, Organizador Universal ou Coordenador da Personalidade.
8:2.4 (92.5) O Espírito Infinito, como uma revelação da divindade no universo, é inescrutável e totalmente além da compreensão humana. Para captardes a absolutez do Espírito, necessitais apenas de contemplar a infinitude do Pai Universal e de vos assombrardes com a eternidade do Filho Original.
8:2.5 (92.6) De fato, há mistério na pessoa do Espírito Infinito, mas não tanto quanto na pessoa do Pai ou do Filho. De todos os aspectos da natureza do Pai, o Criador Conjunto revela a infinitude Dele do modo mais espetacular. Ainda que o universo-mestre se expanda finalmente até à infinitude, a presença do Espírito, o controle da energia e o potencial da mente do Agente Conjunto seriam adequados para enfrentar as demandas de uma criação ilimitada.
8:2.6 (92.7) Ainda que compartilhe, em todos os sentidos, da perfeição, retidão e amor do Pai Universal, o Espírito Infinito tem uma inclinação para os atributos de misericórdia do Filho Eterno, tornando-se assim o ministro da misericórdia das Deidades do Paraíso, para o grande universo. Para todo o sempre, — universal e eternamente — , o Espírito é um ministrador da misericórdia, pois, como os Filhos divinos revelam o amor de Deus, da mesma forma o Espírito Divino retrata a misericórdia de Deus.
8:2.7 (93.1) Não é possível que o Espírito possa ter mais bondade do que o Pai, pois toda bondade tem origem no Pai. Contudo, é nos atos do Espírito que melhor podemos compreender esta bondade. A fidelidade do Pai e a constância do Filho são tornadas reais, para os seres espirituais e para as criaturas materiais das esferas, por meio do ministério do amor e do serviço incessante das personalidades do Espírito Infinito.
8:2.8 (93.2) O Agente Conjunto herda toda a beleza de pensamento do Pai e todo o Seu caráter de Verdade. E estes traços sublimes da divindade estão coordenados Nele, em níveis quase supremos da mente cósmica e em subordinação à sabedoria infinita e eterna da mente incondicionada e ilimitada da Terceira Fonte e Centro.
8:3.1 (93.3) Como o Filho Eterno é a expressão verbal do “primeiro” pensamento absoluto e infinito do Pai Universal, também o Agente Conjunto é a execução perfeita do “primeiro” conceito criativo completo, ou plano de ação combinada, da associação das personalidades de Pai-e-Filho, em união absoluta de pensamento-palavra. A Terceira Fonte e Centro eterniza-se concomitantemente com o “fiat” da criação central; e, dentre todos os universos, apenas essa criação central é eterna em existência.
8:3.2 (93.4) Desde a personalização da Terceira Fonte, a Primeira Fonte não mais participa pessoalmente da criação do universo. O Pai Universal delega tudo o que é possível ao Seu Filho Eterno e, do mesmo modo, o Filho Eterno outorga toda a autoridade e todo o poder possíveis ao Criador Conjunto.
8:3.3 (93.5) O Filho Eterno e o Criador Conjunto planejaram e idealizaram, em conjunto e por intermédio das Suas personalidades coordenadas, cada universo pós-Havona que foi trazido à existência. O Espírito mantém, com o Filho, em toda a criação subseqüente, a mesma relação pessoal que o Filho mantém com o Pai, quando da primeira criação central.
8:3.4 (93.6) Um Filho Criador, do Filho Eterno, e um Espírito Criativo Materno, do Espírito Infinito, criaram o vosso universo e vos criaram; e, enquanto o Pai mantiver fielmente aquilo que Eles organizaram, cabe a esse Filho do Universo e a esse Espírito Materno do Universo incentivar e sustentar o seu próprio trabalho, bem como ministrar às criaturas da própria criação deles.
8:3.5 (93.7) O Espírito Infinito é o agente efetivo do Pai, pleno de amor, e do Filho, pleno de misericórdia, na execução do projeto conjunto, que Eles mantêm, de atrair a Si todas as almas amantes da verdade de todos os mundos do tempo e do espaço. No exato instante em que o Filho Eterno aceitou o plano do Seu Pai, de perfeccionamento para as criaturas dos universos, no momento em que o projeto de ascensão tornou-se um plano do Pai-Filho, nesse instante, o Espírito Infinito tornou-se o administrador conjunto do Pai e do Filho, para a execução do propósito unificado e eterno Deles. E, assim fazendo, o Espírito Infinito devotou todos os Seus recursos, de divina presença e das Suas personalidades espirituais, ao Pai e ao Filho; ele dedicou tudo ao plano estupendo de elevar as criaturas volitivas sobreviventes até as alturas divinas da perfeição do Paraíso.
8:3.6 (93.8) O Espírito Infinito é uma revelação completa, exclusiva e universal do Pai Universal e do Seu Filho Eterno. Todo o conhecimento da associação entre o Pai e o Filho deve ser obtido por meio do Espírito Infinito, o representante conjunto da união divina entre pensamento-e-palavra.
8:3.7 (93.9) O Filho Eterno é a única via de aproximação até o Pai Universal; e o Espírito Infinito é o único meio de alcançar o Filho Eterno. Apenas por meio da paciente ministração do Espírito é que os seres ascendentes do tempo tornam-se aptos a descobrir o Filho.
8:3.8 (94.1) No centro de todas as coisas, o Espírito Infinito é a primeira das Deidades do Paraíso a ser alcançada pelos peregrinos ascendentes. A Terceira Pessoa abrange e envelopa a Segunda e a Primeira e, portanto, deve ser sempre reconhecida antes por todos aqueles que são candidatos a serem apresentados ao Filho e ao Seu Pai.
8:3.9 (94.2) E, de muitos outros modos, o Espírito igualmente representa e serve de maneira similar ao Pai e ao Filho.
8:4.1 (94.3) Paralelamente ao universo físico, dentro do qual a gravidade do Paraíso mantém todas as coisas juntas, está o universo espiritual, no qual a palavra do Filho interpreta o pensamento de Deus e, quando “se faz carne”, demonstra a misericórdia amorosa da natureza combinada dos Criadores associados. Em toda essa criação material e espiritual, e por meio dela, existe, contudo, um vasto estágio no qual o Espírito Infinito e a sua progênie espiritual manifestam a sua paciência, combinada com a misericórdia e a afeição perenes de pais divinos, para com as crianças inteligentes da Sua concepção e criação cooperativa. A ministração eterna à mente é a essência do caráter divino do Espírito. E toda a descendência espiritual do Agente Conjunto participa desse desejo de ministrar, desse impulso divino de servir.
8:4.2 (94.4) Deus é amor, o Filho é misericórdia, o Espírito é o ministério — a ministração do amor divino e da misericórdia sem fim, para toda a criação inteligente. O Espírito é a personificação do amor do Pai e da misericórdia do Filho; nele, Eles estão eternamente unidos para o serviço universal. O Espírito é o amor aplicado à criação da criatura, o amor combinado do Pai e do Filho.
8:4.3 (94.5) Em Urântia, o Espírito Infinito é conhecido como uma influência onipresente, uma presença universal, mas em Havona vós O conhecereis como uma presença pessoal de ministração factual. Ali, o ministério do Espírito do Paraíso é o modelo exemplar e inspirador para cada um dos seus Espíritos Coordenados e personalidades subordinadas que ministram aos seres criados, nos mundos do tempo e do espaço. Nesse universo divino, o Espírito Infinito participou plenamente das sete aparições transcendentais do Filho Eterno; do mesmo modo Ele participou, junto com o Filho Michael original, das sete auto-outorgas nos circuitos de Havona, desse modo tornando-se o ministro de espírito compassivo e compreensivo para todo peregrino do tempo que atravessa esses círculos perfeitos das alturas.
8:4.4 (94.6) Quando um Filho Criador de Deus aceita a carga de responsabilidade da criação de um universo local projetado, as personalidades do Espírito Infinito comprometem-se a ser as ministras incansáveis desse Filho Michael, quando ele for adiante na sua missão de aventura criadora. Especialmente nas pessoas das Filhas Criadoras, ou Espíritos Maternos do universo local, encontramos o Espírito Infinito devotado à tarefa de incentivar a ascensão das criaturas materiais até níveis sempre mais altos de realização espiritual. E todo esse trabalho de ministração às criaturas é feito em harmonia perfeita com os propósitos, e em estreita associação com as personalidades dos Filhos Criadores desses universos locais.
8:4.5 (94.7) Assim como os Filhos de Deus engajam-se na tarefa gigantesca de revelar a personalidade de amor do Pai, a um universo, o Espírito Infinito dedica-se à ministração infindável de revelar o amor combinado do Pai e do Filho às mentes individuais de todos os filhos de cada universo. Nessas criações locais, o Espírito não desce até as raças materiais à semelhança da carne mortal, como fazem alguns dos Filhos de Deus; o Espírito Infinito e os seus Espíritos coordenados descem, sim, e submetem-se alegremente a uma série surpreendente de atenuações da divindade, chegando mesmo a surgir como anjos para estar ao vosso lado e guiar-vos ao longo dos caminhos rasteiros da existência terrena.
8:4.6 (95.1) Por meio dessa série suficientemente decrescente, o Espírito Infinito, de fato, como uma Pessoa, aproxima-se até muito perto de cada ser das esferas de origem animal. E tudo isso o Espírito faz, sem invalidar em nada a Sua existência como Terceira Pessoa da Deidade, no centro de todas as coisas.
8:4.7 (95.2) O Criador Conjunto é, verdadeira e eternamente, a grande personalidade ministradora, o ministro universal da misericórdia. Para compreender a ministração do Espírito, ponderai sobre a verdade de que Ele é o retrato combinado do amor sem fim do Pai e da misericórdia eterna do Filho. O ministério do Espírito não é, entretanto, restrito somente à representação do Filho Eterno e do Pai Universal. O Espírito Infinito também possui o poder de ministrar às criaturas do Reino, em Seu próprio nome e por direito; a Terceira Pessoa tem dignidade divina e também outorga a ministração universal da misericórdia em Seu próprio nome.
8:4.8 (95.3) À medida que o homem aprender mais sobre a ministração incansável e amorosa das ordens menos elevadas da família de criaturas desse Espírito Infinito, mais irá admirar e adorar a natureza transcendente e o caráter ímpar dessa Ação combinada do Pai Universal e do Filho Eterno. De fato, esse Espírito é “os olhos do Senhor, que estão sempre abertos para o justo” e “os ouvidos divinos, que estão sempre abertos às preces deles”.
8:5.1 (95.4) O atributo mais notável do Espírito Infinito é a onipresença. Em todo o universo dos universos este Espírito está presente, em todos os lugares, penetrando em tudo; pois Ele é muito semelhante à mente universal e divina. Tanto a Segunda Pessoa quanto a Terceira Pessoa da Deidade são representadas em todos os mundos pelos Seus espíritos sempre presentes.
8:5.2 (95.5) O Pai é infinito e, conseqüentemente, limitado apenas pela volição. Na outorga dos Ajustadores e no circuito da personalidade, o Pai atua só; mas, no contato das forças do espírito com os seres inteligentes, Ele utiliza-se dos espíritos e das personalidades do Filho Eterno e do Espírito Infinito. Pela Sua vontade, espiritualmente, Ele está presente seja com o Filho seja com o Agente Conjunto; igualmente Ele está presente com o Filho e no Espírito. Indubitavelmente, o Pai é onipresente e nós discernimos a Sua presença por meio de qualquer uma e de todas essas forças, influências e presenças diversas mas associadas.
8:5.3 (95.6) Nas vossas escrituras sagradas, o termo Espírito de Deus parece ter sido usado indistintamente para designar tanto o Espírito Infinito do Paraíso quanto o Espírito Criativo Materno do vosso universo local. O Espírito Santo é o circuito espiritual dessa Filha Criativa do Espírito Infinito do Paraíso. O Espírito Santo é um circuito inerente a cada universo local e é confinado ao Reino espiritual dessa criação; mas o Espírito Infinito é onipresente.
8:5.4 (95.7) Há muitas influências espirituais, e todas são como uma. Mesmo o trabalho dos Ajustadores do Pensamento, ainda que independente de todas as outras influências, invariavelmente coincide com o ministério do espírito nas influências combinadas do Espírito Infinito e do Espírito Materno, de um universo local. À medida que Essas presenças espirituais atuem nas vidas dos urantianos, Elas não podem ser desmembradas. Nas vossas mentes e nas vossas almas, Elas funcionam como um único espírito, apesar das suas origens diversas. E, à medida que essa ministração espiritual unificada é experimentada, ela torna-se, para vós, a influência do Supremo, “que é sempre capaz de eximir-vos de falhar e de isentar-vos de culpa perante o vosso Pai nas alturas”.
8:5.5 (96.1) Lembrai-vos sempre de que o Espírito Infinito é o Agente Conjunto; tanto o Pai como o Filho agem Nele e por meio Dele; Ele está presente, não apenas como Ele próprio, mas também como o Pai e como o Filho e como o Pai-Filho. Em reconhecimento a isso e por muitas razões adicionais, a presença espiritual do Espírito Infinito é muitas vezes chamada de “o Espírito de Deus”.
8:5.6 (96.2) Também coerente seria referir-se à ligação de todas as ministrações espirituais como o Espírito de Deus, pois tal ligação é realmente a união dos espíritos de Deus, o Pai, de Deus, o Filho, de Deus, o Espírito, e de Deus, o Sétuplo — e até mesmo do Espírito de Deus, o Supremo.
8:6.1 (96.3) Não permitais que a outorga vastamente disseminada e que a ampla distribuição da Terceira Fonte e Centro vos obscureçam a visão ou vos distraiam do fato da existência da Sua personalidade. O Espírito Infinito é uma presença universal, uma ação eterna, um poder cósmico, uma influência santa e uma mente universal; Ele é tudo isso e infinitamente mais, mas Ele é também uma personalidade verdadeira e divina.
8:6.2 (96.4) O Espírito Infinito é uma personalidade completa e perfeita; é o igual e coordenado divino do Pai Universal e do Filho Eterno. O Criador Conjunto é tão real e visível, para as inteligências mais elevadas dos universos, quanto o são o Pai e o Filho; e na verdade Ele o é ainda mais, pois é o Espírito que deve ser alcançado por todos os seres ascendentes, antes que eles possam aproximar-se do Pai, por meio do Filho.
8:6.3 (96.5) O Espírito Infinito, a Terceira Pessoa da Deidade, é possuidor de todos os atributos que vós associais à personalidade. O Espírito é dotado com a mente absoluta: “O Espírito sonda todas as coisas, mesmo as coisas profundas de Deus”. O Espírito é dotado, não apenas com a mente, mas também com a vontade. Na outorga desses dons ficou registrado: “E todos esses trabalhos, o próprio e uno Espírito os faz, repartindo-os com cada homem, tantas vezes quantas forem da Sua vontade”.
8:6.4 (96.6) “O amor do espírito” é real, como também o são os Seus pesares; portanto “não aflijais o Espírito de Deus”. Se observarmos o Espírito Infinito como uma Deidade do Paraíso ou como um Espírito Criativo Materno de um universo local, logo saberemos que o Criador Conjunto é, não apenas a Terceira Fonte e Centro, mas também uma Pessoa divina. Essa personalidade divina também reage ao universo como uma Pessoa. O Espírito fala a vós: “Ao que tem um ouvido, deixai-o ouvir o que o Espírito diz”. “O próprio Espírito intercede por vós”. O Espírito exerce uma influência direta e pessoal sobre os seres criados, “pois todos aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus”.
8:6.5 (96.7) Ainda que contemplemos o fenômeno da ministração do Espírito Infinito aos mundos remotos do universo dos universos, ainda que concebamos essa mesma Deidade coordenadora atuando sobre as indescritíveis legiões de seres múltiplos que têm origem na Terceira Fonte e Centro, e por meio delas, ainda que reconheçamos a onipresença do Espírito, não obstante, nós ainda afirmamos que essa mesma Terceira Fonte e Centro é uma pessoa, o Criador Conjunto de todas as coisas, todos os seres e todos os universos.
8:6.6 (96.8) Na administração dos universos, o Pai, o Filho e o Espírito estão, perfeita e eternamente, interligados. Embora cada Um esteja engajado em um ministério pessoal a toda a criação, todos os Três estão divina e absolutamente entrelaçados em um serviço de criação e controle, que para sempre faz Deles Um.
8:6.7 (97.1) Na pessoa do Espírito Infinito, o Pai e o Filho estão reciprocamente presentes sempre e em perfeição incondicional, pois o Espírito é como o Pai e como o Filho; e também é como o Pai e o Filho, pois Eles dois são Um para sempre.
8:6.8 (97.2) [Apresentado, em Urântia, por um Conselheiro Divino de Uversa, incumbido pelos Anciães dos Dias de descrever a natureza e o trabalho do Espírito Infinito.]
O Livro de Urântia
Documento 9
9:0.1 (98.1) QUANDO, o Pai Universal e o Filho Eterno uniram-Se, na presença do Paraíso, para personalizar a Si próprios, uma coisa estranha aconteceu. Nada, nessa situação na eternidade, antecipava que o Agente Conjunto personalizar-se-ia como uma espiritualidade ilimitada coordenada, de mente absoluta e dotada de prerrogativas únicas de manipulação da energia. A Sua vinda à existência perfaz a liberação do Pai dos vínculos da perfeição centralizada e das cadeias do absolutismo da personalidade. E essa liberação revela-se no poder, surpreendente, do Criador Conjunto, de criar seres bem adaptados para servir como espíritos ministradores, até mesmo às criaturas materiais dos universos que evoluiriam posteriormente.
9:0.2 (98.2) O Pai é infinito em amor e vontade, em pensamento espiritual e propósito; Ele é o sustentador universal. O Filho é infinito em sabedoria e verdade, em expressão espiritual e interpretação; Ele é o revelador universal. O Paraíso é infinito em potencial para o dom de força e em capacidade para o controle da energia; é o estabilizador universal. O Agente Conjunto possui prerrogativas únicas de síntese e uma capacidade infinita, para coordenar todas as energias existentes no universo, todos os espíritos factuais do universo e todos os intelectos reais do universo; a Terceira Fonte e Centro é a unificadora universal das energias múltiplas e das diversas criações que têm surgido como conseqüência do plano divino e do propósito eterno do Pai Universal.
9:0.3 (98.3) O Espírito Infinito, o Criador Conjunto, é um ministro universal e divino. O Espírito ministra incessantemente a misericórdia do Filho e o amor do Pai, em harmonia até mesmo com a justiça estável, invariável e reta da Trindade do Paraíso. A Sua influência e as Suas personalidades estão sempre perto de vós; elas realmente conhecem-vos e compreendem-vos verdadeiramente.
9:0.4 (98.4) Em todos os universos, os representantes, agentes e agências, do Agente Conjunto manipulam, sem cessar, as forças e as energias de todo o espaço. Como a Primeira Fonte e Centro, a Terceira Fonte responde tanto ao material quanto ao espiritual. O Agente Conjunto é a revelação da unidade de Deus, em Quem consistem todas as coisas — coisas, significados e valores; energias, mentes e espíritos.
9:0.5 (98.5) O Espírito Infinito penetra todo o espaço; Ele habita o círculo da eternidade; e o Espírito, como o Pai e o Filho, é perfeito e imutável — absoluto.
9:1.1 (98.6) A Terceira Fonte e Centro é conhecida por vários nomes, todos designativos de uma relação e em reconhecimento à Sua função: como Deus, o Espírito, Ele é o coordenado da personalidade e o igual divino a Deus, o Filho, e a Deus, o Pai. Como Espírito Infinito, Ele é uma influência espiritual onipresente. Como Manipulador Universal, Ele é o ancestral das criaturas que controlam o poder e o ativador das forças cósmicas do espaço. Como Agente Conjunto, Ele é a representação conjunta e a parte executiva da coligação Pai-Filho. Como Mente Absoluta, Ele é a fonte do dom do intelecto, em todos os universos. Como Deus da Ação, Ele é o ancestral aparente do movimento, da mudança e do relacionamento.
9:1.2 (99.1) Alguns dos atributos da Terceira Fonte e Centro são derivados do Pai, alguns do Filho, enquanto ainda outros não são observados como ativa e pessoalmente presentes nem no Pai nem no Filho — atributos que dificilmente podem ser explicados a não ser presumindo que a relação Pai-Filho, a qual eterniza a Terceira Fonte e Centro, consistentemente funcione em consonância com o fato eterno da absolutez do Paraíso, e em reconhecimento a ele. O Criador Conjunto corporifica a plenitude dos conceitos combinados e infinitos da Primeira e da Segunda Pessoa da Deidade.
9:1.3 (99.2) Sempre que visualizardes o Pai como um criador original, e o Filho como um administrador espiritual, devereis pensar na Terceira Fonte e Centro como uma coordenadora universal, uma ministra de cooperação ilimitada. É o Agente Conjunto que correlaciona toda a realidade factual; Ele é o depositário da Deidade do pensamento do Pai e da palavra do Filho e, na ação, Ele é eternamente ligado à absolutez material da Ilha Central. A Trindade do Paraíso prescreveu a ordem universal de progresso, e a providência de Deus é o domínio do Criador Conjunto e do Ser Supremo, em evolução. Nenhuma realidade factual, ou em factualização, pode escapar de uma relação final com a Terceira Fonte e Centro.
9:1.4 (99.3) O Pai Universal preside aos domínios da pré-energia, do pré-espírito e da personalidade; o Filho Eterno domina as esferas das atividades espirituais; a presença da Ilha do Paraíso unifica os domínios da energia física e do poder materializador; o Agente Conjunto opera não apenas como um espírito infinito representando o Filho, mas também como um manipulador universal das forças e energias do Paraíso, trazendo assim à existência a mente universal e absoluta. O Agente Conjunto atua, em todo o grande universo, como uma personalidade positiva e distinta, especialmente nas esferas mais elevadas dos valores espirituais, das relações físico-energéticas e dos significados reais da mente. Ele funciona sempre, quando e onde, especificamente, a energia e o espírito se associarem e interagirem; Ele domina todas as reações com a mente, exerce um grande poder no mundo espiritual, e tem uma influência muitíssimo poderosa sobre a energia e a matéria. Em todos os momentos, a Terceira Fonte exprime a natureza da Primeira Fonte e Centro.
9:1.5 (99.4) A Terceira Fonte e Centro compartilha, perfeita e incondicionalmente, da onipresença da Primeira Fonte e Centro, algumas vezes sendo chamada de Espírito Onipresente. De uma maneira peculiar e muito pessoal, o Deus da mente compartilha da onisciência do Pai Universal e do Seu Filho Eterno. O conhecimento do Espírito é profundo e completo. O Criador Conjunto manifesta certas fases da onipotência do Pai Universal, mas, de fato, é onipotente apenas no domínio da mente. A Terceira Pessoa da Deidade é o centro intelectual e o administrador universal dos domínios da mente; e nisto Ele é absoluto — a Sua soberania é inqualificável.
9:1.6 (99.5) O Agente Conjunto parece ser motivado pela coligação Pai-Filho, mas todas as Suas ações parecem reconhecer a relação Pai-Paraíso. Às vezes, e em certas funções, Ele parece compensar a incompletude das Deidades experienciais — Deus, o Supremo, e Deus, o Último.
9:1.7 (100.1) E um grande mistério repousa nisto: que o Infinito simultaneamente haja revelado a Sua infinitude no Filho e como Paraíso, e que então tenha surgido para a existência um Ser igual a Deus, em divindade, que reflete a natureza espiritual do Filho e que é capaz de ativar o modelo do Paraíso; um Ser provisoriamente subordinado em soberania, mas de muitos modos aparentemente o mais versátil em ação. E tal superioridade aparente para a ação é revelada em um atributo da Terceira Fonte e Centro, que é superior mesmo à gravidade física — a manifestação universal da Ilha do Paraíso.
9:1.8 (100.2) Além desse supercontrole da energia e das coisas físicas, o Espírito Infinito é magnificamente dotado dos atributos da paciência, misericórdia e amor, que são tão sutilmente revelados na Sua ministração espiritual. O Espírito é supremamente competente para ministrar amor e toldar a justiça com a misericórdia. Deus, o Espírito, possui toda a bondade superna e a afeição misericordiosa do Filho Original e Eterno. O universo da vossa origem foi forjado entre a bigorna da justiça e o martelo do sofrimento; e aqueles que brandem o martelo são filhos da misericórdia: a progênie espiritual do Espírito Infinito.
9:2.1 (100.3) Deus é espírito em um sentido triplo: Ele, por Si mesmo, é espírito; no seu Filho, Ele aparece como um espírito inqualificável; no Agente Conjunto, como um espírito aliado à mente. E, além dessas realidades espirituais, nós acreditamos discernir níveis de fenômenos espirituais experienciais — os espíritos do Ser Supremo, da Deidade Última e do Absoluto da Deidade.
9:2.2 (100.4) O Espírito Infinito é tanto um complemento do Filho Eterno quanto o Filho Eterno é um complemento do Pai Universal. O Filho Eterno é uma personalização espiritualizada do Pai; o Espírito Infinito é uma espiritualização personalizada do Filho Eterno e do Pai Universal.
9:2.3 (100.5) Há abertas muitas linhas de forças espirituais, e fontes de poder supramaterial, ligando o povo de Urântia diretamente às Deidades do Paraíso. Existe a conexão dos Ajustadores do Pensamento, direta com o Pai Universal, há a influência disseminada do impulso da gravidade espiritual do Filho Eterno e a presença espiritual do Criador Conjunto. Há uma diferença de função entre o espírito do Filho e o espírito do Espírito. A Terceira Pessoa, no Seu ministério espiritual, pode funcionar como mente, acrescida de espírito, ou como espírito apenas.
9:2.4 (100.6) Além dessas presenças do Paraíso, os urantianos beneficiam-se das influências espirituais e das atividades no universo local e no superuniverso, das Suas séries quase intermináveis de personalidades de amor, que sempre conduzem a verdade do propósito e a honestidade de coração, elevando-os na direção dos ideais de divindade e da meta da perfeição suprema.
9:2.5 (100.7) Sabemos que é possível reconhecer sem erro a presença do espírito universal do Filho Eterno. A presença do Espírito Infinito, da Terceira Pessoa da Deidade, mesmo ao homem mortal é possível conhecê-la, pois as criaturas materiais podem de fato experimentar os benefícios da sua influência divina, que funciona como a outorga do Espírito Santo do universo local, sobre as raças da humanidade. Os seres humanos podem também, em algum grau, tornar-se conscientes do Ajustador, a presença impessoal do Pai Universal. Todos esses espíritos divinos, que trabalham pela elevação do homem e pela sua espiritualização, agem em uníssono e em perfeita cooperação. Eles são como Um, na operação espiritual dos planos da ascensão dos mortais e na obtenção da perfeição.
9:3.1 (101.1) A Ilha do Paraíso é a fonte e a essência da gravidade física; e isso deveria ser suficiente para informar-vos de que a gravidade é uma das coisas mais reais e eternamente confiáveis, em todo o universo físico dos universos. A gravidade não pode ser modificada ou anulada, exceto pelas forças e energias conjuntamente promovidas pelo Pai e o Filho, confiadas à pessoa da Terceira Fonte e Centro e funcionalmente associadas a Esta.
9:3.2 (101.2) O Espírito Infinito possui um poder único e assombroso — o da antigravidade. Esse poder não está funcionalmente (de modo observável) presente, nem no Pai, nem no Filho. Essa capacidade inerente à Terceira Fonte, de resistir ao impulso da gravidade material, é revelada nas reações pessoais do Agente Conjunto a certas fases das relações universais. E esse atributo único é transmissível a algumas das personalidades mais elevadas do Espírito Infinito.
9:3.3 (101.3) A antigravidade pode anular a gravidade, em uma moldura local; ela age assim pelo exercício de uma força de presença equivalente. Ela opera apenas com referência à gravidade material, e não é uma ação da mente. O fenômeno da aparente resistência à gravidade em um giroscópio é uma boa ilustração do efeito da antigravidade, mas de nenhum valor para ilustrar a causa da antigravidade.
9:3.4 (101.4) E ainda mais, o Agente Conjunto manifesta poderes que podem transcender à força e neutralizar a energia. Tais poderes operam por meio da desaceleração da energia até o ponto da materialização e por outras técnicas desconhecidas por vós.
9:3.5 (101.5) O Criador Conjunto não é energia, não é a fonte da energia, nem o destino da energia; Ele é o manipulador da energia. O Criador Conjunto é ação — movimento, mudança, modificação, coordenação, estabilização e equilíbrio. As energias sujeitas ao controle direto ou indireto do Paraíso são, por natureza, sensíveis aos atos da Terceira Fonte e Centro e das suas múltiplas agências.
9:3.6 (101.6) O universo dos universos é permeado pelas criaturas da Terceira Fonte e Centro, encarregadas do controle e do poder: os controladores físicos, os diretores de potência, os centros de potência e os outros representantes do Deus da Ação, os quais têm a ver com a regulagem e a estabilização das energias físicas. Essas criaturas únicas, de função física, todas, possuem atributos variáveis de controle de força, tais como o da antigravidade, que utilizam nos seus esforços para estabelecer o equilíbrio físico da matéria e das energias do grande universo.
9:3.7 (101.7) Todas essas atividades materiais do Deus da Ação parecem relacionar a Sua função à Ilha do Paraíso e, de fato, todas as agências de poder levam em conta a absolutez da Ilha Eterna, ou mesmo dela são dependentes. Mas o Agente Conjunto não atua pelo Paraíso, nem em resposta ao Paraíso. Ele atua, pessoalmente, pelo Pai e pelo Filho. O Paraíso não é uma pessoa. Os feitos não pessoais, impessoais e outros que não os pessoais, da Terceira Fonte e Centro, são todos atos volicionais do próprio Agente Conjunto; não são reflexões, derivações ou repercussões de nada, nem de pessoa alguma.
9:3.8 (101.8) O Paraíso é o modelo da infinitude; o Deus da Ação é o ativador desse arquétipo. O Paraíso é o ponto de apoio material da infinitude; as agências da Terceira Fonte e Centro são as alavancas da inteligência que motivam o nível material e conferem espontaneidade ao mecanismo da criação física.
9:4.1 (102.1) Há uma natureza intelectual na Terceira Fonte e Centro que é distinta dos Seus atributos físicos e espirituais. Essa natureza dificilmente é contactável, mas é associável — se bem que intelectualmente e não pessoalmente. Ela distingue-se dos atributos físicos e do caráter espiritual da Terceira Pessoa, nos níveis da função mental, mas, para o discernimento das personalidades, essa natureza nunca funciona independentemente de manifestações físicas ou espirituais.
9:4.2 (102.2) A mente absoluta é a mente da Terceira Pessoa; ela é inseparável da personalidade de Deus, o Espírito. A mente, nos seres em atividade, não está separada da energia nem do espírito, nem de ambos. A mente não é inerente à energia; a energia é receptiva e sensível à mente; a mente pode ser superposta à energia, mas a consciência não é inerente ao nível puramente material. Não é necessário que a mente seja acrescentada ao espírito puro, pois o espírito é inatamente consciente e capaz de identificação. O espírito é sempre inteligente, de algum modo é dotado de mente. Pode ser esta ou aquela mente, pode ser a pré-mente ou a supramente, ou mesmo a mente espiritual, mas o fato é que ela executa o equivalente a pensar, e saber. O discernimento do espírito transcende, sobrepõe-se e teoricamente precede à consciência da mente.
9:4.3 (102.3) O Criador Conjunto é absoluto apenas no domínio da mente, no reino da inteligência universal. A mente da Terceira Fonte e Centro é infinita; transcende amplamente aos circuitos ativos e atuantes da mente, no universo dos universos. O dom da mente dos sete superuniversos advém dos Sete Espíritos Mestres, as personalidades primárias do Criador Conjunto. Esses Espíritos Mestres distribuem a mente ao grande universo, como a mente cósmica, e o vosso universo local está infiltrado pela variante Nebadônica do tipo Orvontônico de mente cósmica.
9:4.4 (102.4) A mente que é infinita ignora o tempo, a mente última transcende ao tempo, a mente cósmica é condicionada pelo tempo. E é, assim também, com o espaço: a Mente Infinita é independente do espaço, mas à medida que desce do nível do infinito até os níveis ajudantes da mente, o intelecto deve ter em conta, crescentemente, a existência e as limitações do espaço.
9:4.5 (102.5) A força cósmica reage à mente, assim como a mente cósmica reage ao espírito. O espírito é propósito divino, e a mente espiritual é propósito divino em ação. A energia é coisa; a mente é significado; o espírito é valor. Mesmo no tempo e no espaço, a mente estabelece aquelas relações relativas, entre a energia e o espírito, que são indicativas de semelhança mútua na eternidade.
9:4.6 (102.6) A mente transmuta os valores do espírito em significados do intelecto; a volição tem poder para frutificar os significados da mente, tanto no domínio material quanto no espiritual. A ascensão ao Paraíso envolve um crescimento relativo e diferencial em espírito, mente e energia. A personalidade é a unificadora desses componentes da individualidade experiencial.
9:5.1 (102.7) A Terceira Fonte e Centro é infinita em mente. Se o universo crescesse até a infinitude, ainda assim, a Sua mente potencial seria adequada para dotar números ilimitados de criaturas com mentes apropriadas e outros pré-requisitos de intelecto.
9:5.2 (102.8) No domínio da mente criada, a Terceira Pessoa, com os Seus coligados coordenados e subordinados, governa em supremacia. Os domínios da mente da criatura têm a sua origem exclusiva na Terceira Fonte e Centro; Ela é a outorgadora da mente. Mesmo os fragmentos do Pai acham impossível residir nas mentes dos homens, antes que o caminho tenha sido apropriadamente preparado para eles pela ação da mente e pela função espiritual do Espírito Infinito.
9:5.3 (103.1) A característica singular da mente é que ela pode ser conferida a uma vasta diversidade de vidas. Por intermédio dos Seus colaboradores, criaturas e criadores, a Terceira Fonte e Centro ministra a todas as mentes, em todas as esferas. Ela ministra ao intelecto humano e subumano, por meio dos ajudantes dos universos locais e por intermédio da agência dos controladores físicos, e ministra até mesmo às entidades mais baixas, não experienciais, dos tipos mais primitivos de coisas vivas. E a direção da mente é sempre um ministério das personalidades de mente-espírito ou de mente-energia.
9:5.4 (103.2) Posto que a Terceira Pessoa da Deidade é a fonte da mente, torna-se completamente natural que as criaturas evolucionárias de vontade achem mais fácil formar conceitos compreensíveis do Espírito Infinito, do que do Filho Eterno ou do Pai Universal. A realidade do Criador Conjunto revela-se, ainda que imperfeitamente, na própria existência da mente humana. O Criador Conjunto é o ancestral da mente cósmica; e a mente do homem é um circuito individualizado, uma porção impessoal daquela mente cósmica, do modo como é conferida a um universo local por uma Filha Criativa da Terceira Fonte e Centro.
9:5.5 (103.3) Pelo fato de a Terceira Pessoa ser a fonte da mente, não presumais considerar que todos os fenômenos da mente sejam divinos. O intelecto humano tem a sua raiz na origem material das raças animais. A inteligência do universo não é uma verdadeira revelação de Deus, que é mente; não mais do que a natureza física é uma verdadeira revelação da beleza e harmonia do Paraíso. A perfeição está na natureza, mas a natureza não é perfeita. O Criador Conjunto é a fonte da mente, mas a mente não é o Criador Conjunto.
9:5.6 (103.4) A mente, em Urântia, é um compromisso entre a essência da perfeição do pensamento e a mentalidade, em evolução, da vossa natureza humana imatura. O plano para a vossa evolução intelectual é, de fato, de sublime perfeição, mas vós permanecereis ainda muito distantes dessa meta divina enquanto estiverdes ainda atuando por meio dos tabernáculos da carne. A mente é verdadeiramente de origem divina e tem um destino divino, mas as vossas mentes mortais não têm ainda a dignidade divina.
9:5.7 (103.5) Vós, muito freqüentemente, talvez até em demasia, frustrais as vossas mentes pela insinceridade, e as deformais pelas intenções incorretas; vós as sujeitais ao medo animal e as distorceis pela ansiedade inútil. Portanto, embora a fonte da mente seja divina, a mente, tal como a conheceis no vosso mundo de ascensão, dificilmente pode tornar-se o objeto de uma grande admiração, e muito menos de adoração ou culto. A contemplação do intelecto humano imaturo e impotente deveria conduzir apenas a reações de humildade.
9:6.1 (103.6) A Terceira Fonte e Centro, a inteligência universal, é pessoalmente consciente de cada mente, de cada intelecto, em toda a criação; e Ela mantém um contato pessoal e perfeito com todas as criaturas físicas, moronciais e espirituais que possuam o dom da mente, na vastidão dos universos. Todas essas atividades da mente são abrangidas pelo circuito absoluto de gravidade da mente, focalizado na Terceira Fonte e Centro, o qual é uma parte da consciência pessoal do Espírito Infinito.
9:6.2 (103.7) Do mesmo modo que o Pai atrai a Si todas as personalidades, e o Filho atrai toda a realidade espiritual, também, o Agente Conjunto exerce uma força de atração sobre todas as mentes; Ele domina e controla irrestritamente o circuito da mente universal. Todos os valores intelectuais verdadeiros e genuínos, todos os pensamentos divinos e todas as idéias perfeitas são infalivelmente atraídas para esse circuito absoluto da mente.
9:6.3 (104.1) A força da gravidade da mente pode operar independentemente da gravidade material e da gravitação espiritual, mas, em qualquer tempo e lugar nos quais estas duas tenham ação, a gravidade da mente sempre funciona. Quando as três estiverem associadas, a gravidade da personalidade pode abranger a criatura material, seja ela física ou moroncial, finita ou absonita. Independentemente disso, o dom da mente, entretanto, mesmo nos seres impessoais, qualifica-os a pensarem e dota-os de consciência, a despeito até da total ausência de personalidade.
9:6.4 (104.2) A individualidade, com dignidade de personalidade, humana ou divina, imortal ou potencialmente imortal, entretanto, não se origina nem no espírito, nem na mente, nem na matéria; é uma dádiva do Pai Universal. Tampouco a interação entre espírito, mente e gravidade material é um pré-requisito para o surgimento da gravidade da personalidade. O circuito do Pai pode abranger um ser material, e de mente, que seja insensível à gravidade espiritual, ou pode incluir um ser espiritual e de mente que não seja sensível à gravidade material. O funcionamento da gravidade da personalidade é sempre um ato volicional do Pai Universal.
9:6.5 (104.3) Enquanto a mente é associada à energia, em seres puramente materiais, e associada ao espírito, em personalidades puramente espirituais, inúmeras ordens de personalidades, incluindo a humana, possuem mentes que são associadas tanto à energia quanto ao espírito. Os aspectos espirituais da mente da criatura são, infalivelmente, sensíveis à atração da gravidade espiritual do Filho Eterno; os aspectos materiais respondem à atração da gravidade do universo material.
9:6.6 (104.4) A mente cósmica, quando não associada nem à energia nem ao espírito, não fica sujeita às demandas da gravidade de circuitos, sejam estas materiais ou espirituais. A mente pura está sujeita apenas à atração gravitacional universal do Agente Conjunto. A mente pura é bastante semelhante à mente infinita, e, a mente infinita (coordenada teórica dos absolutos do espírito e da energia), aparentemente, é uma lei em si.
9:6.7 (104.5) Quanto maior a divergência entre espírito e energia, maior será a função observável da mente; quanto menor a diversidade entre energia e espírito, tanto menor será a função observável da mente. Aparentemente, a função máxima da mente cósmica dá-se nos universos temporais do espaço. Neles a mente parece funcionar em uma zona intermediária entre a energia e o espírito, mas isso não é verdadeiro para os níveis mais elevados da mente; no Paraíso, a energia e o espírito são essencialmente um.
9:6.8 (104.6) O circuito de gravidade da mente é confiável; ele emana da Terceira Pessoa da Deidade do Paraíso, mas nem todas as funções observáveis da mente são previsíveis. Em toda a criação conhecida, há uma presença paralela a esse circuito da mente, ainda pouco compreendida, cuja função não é previsível. Acreditamos que essa imprevisibilidade possa ser parcialmente atribuída à função do Absoluto Universal. O que é essa função, não sabemos; o que a ativa, podemos apenas conjecturar; mas, no que diz respeito à sua relação com as criaturas, podemos apenas teorizar.
9:6.9 (104.7) Certas fases da imprevisibilidade da mente finita podem ser devidas ao fato de o Ser Supremo estar incompleto; há uma vasta zona de atividades em que o Agente Conjunto e o Absoluto Universal podem possivelmente atuar tangenciando-se. Há muita coisa, com relação à mente, que é desconhecida, mas estamos seguros de que o Espírito Infinito é a expressão perfeita da mente do Criador, para todas as criaturas; e o Ser Supremo é a expressão, em evolução, das mentes de todas as criaturas para o seu Criador.
9:7.1 (105.1) O Agente Conjunto é capaz de coordenar todos os níveis de factualidade do universo, de uma maneira tal que seja possível o reconhecimento simultâneo do mental, do material e do espiritual. Este é o fenômeno da refletividade no universo, aquele poder único e inexplicável de ver, ouvir, sentir e saber de todas as coisas, à medida que acontecem em um superuniverso, e de focalizar, por refletividade, toda essa informação e conhecimento em qualquer ponto desejado. A ação da refletividade é mostrada, em perfeição, em cada um dos mundos-sede dos sete superuniversos. Ela opera também em todos os setores dos superuniversos e dentro das fronteiras dos universos locais. A refletividade, finalmente, focaliza-se no Paraíso.
9:7.2 (105.2) O fenômeno da refletividade, tal como é observado nos mundos-sede dos superuniversos, por meio dos feitos assombrosos das personalidades refletivas estacionadas ali, representa a mais complexa interassociação de todas as fases da existência, encontradas em toda a criação. As linhas do espírito podem ser traçadas remontando até o Filho, as da energia física, ao Paraíso, e as da mente, até a Terceira Fonte; mas, para o extraordinário fenômeno da refletividade no universo, há uma unificação, que é única e excepcional, de todas essas três linhas, assim associadas como que para capacitar os governantes do universo a saberem sobre as condições mais remotas, instantânea e simultaneamente com a sua ocorrência.
9:7.3 (105.3) Nós compreendemos muito acerca da técnica da refletividade, mas há vários aspectos dela que realmente nos desconcertam. Sabemos que o Agente Conjunto é o centro universal do circuito da mente, que Ele é o ancestral da mente cósmica e que a mente cósmica opera sob o controle da gravidade absoluta da mente da Terceira Fonte e Centro. Sabemos, ainda, que os circuitos da mente cósmica influenciam os níveis intelectuais de todas as existências conhecidas; que eles contêm os informes espaciais universais e também, com toda a certeza, que eles se focalizam nos Sete Espíritos Mestres e convergem para a Terceira Fonte e Centro.
9:7.4 (105.4) A relação entre a mente cósmica finita e a mente divina absoluta parece estar evoluindo na mente experiencial do Supremo. Foi-nos ensinado que, no alvorecer dos tempos, essa mente experiencial foi outorgada ao Supremo, pelo Espírito Infinito, e nós conjecturamos que certos traços característicos do fenômeno da refletividade possam ser explicados apenas quando se postula a atividade da Mente Suprema. Se o Supremo não estiver envolvido na refletividade, ficamos sem poder explicar as transações intrincadas e as operações infalíveis dessa consciência do cosmo.
9:7.5 (105.5) A refletividade parece ser a onisciência dentro dos limites do experiencial finito, e pode representar a emergência da presença de consciência do Ser Supremo. Se essa suposição for verdadeira, a utilização da refletividade, em qualquer das suas fases, será equivalente a um contato parcial com a consciência do Supremo.
9:8.1 (105.6) O Espírito Infinito possui o poder pleno de transmitir muitos dos Seus poderes e prerrogativas às Suas personalidades e agências coordenadas e subordinadas.
9:8.2 (105.7) O primeiro ato, como Deidade criadora, do Espírito Infinito, funcionando à parte da Trindade, mas por meio de alguma coligação não revelada com o Pai e com o Filho, personalizou-se na existência dos Sete Espíritos Mestres do Paraíso, os distribuidores do Espírito Infinito aos universos.
9:8.3 (106.1) Não há nenhum representante direto da Terceira Fonte e Centro nas sedes-centrais de um superuniverso. Cada uma dessas sete criações depende de um dos Espíritos Mestres do Paraíso, que atua por intermédio dos sete Espíritos Refletivos situados na capital do superuniverso.
9:8.4 (106.2) O ato criador seguinte e contínuo do Espírito Infinito é revelado, de tempos em tempos, na geração dos Espíritos Criativos Maternos. Cada vez que o Pai Universal e o Filho Eterno tornam-se os pais de um Filho Criador, o Espírito Infinito torna-se o ancestral de um Espírito Criativo Materno de um universo local, a qual se torna a coligada íntima daquele Filho Criador, em toda a experiência subseqüente no universo.
9:8.5 (106.3) Na mesma medida em que é necessário distinguir entre o Filho Eterno e os Filhos Criadores, é necessário distinguir entre o Espírito Infinito e os Espíritos Criativos Maternos, coordenadas que estão aos Filhos Criadores nos universos locais. O que o Espírito Infinito é para a criação total, um Espírito Criativo é para um universo local.
9:8.6 (106.4) A Terceira Fonte e Centro é representada, no grande universo, por um vasto conjunto de espíritos ministradores, mensageiros, mestres, juízes, ajudantes e conselheiros, juntamente com os supervisores de certos circuitos de natureza física, moroncial e espiritual. Nem todos esses seres são personalidades, no sentido estrito do termo. A personalidade do tipo das criaturas finitas é caracterizada por:
9:8.7 (106.5) 1. Uma consciência subjetiva de si própria.
9:8.8 (106.6) 2. Uma reação objetiva ao circuito da personalidade do Pai.
9:8.9 (106.7) Há personalidades de criador e personalidades de criatura e, além desses dois tipos fundamentais, há personalidades da Terceira Fonte e Centro, seres que são pessoais para o Espírito Infinito, mas que não são incondicionalmente criaturas pessoais para os seres-criaturas. Essas personalidades da Terceira Fonte não são uma parte do circuito da personalidade do Pai. As personalidades da Primeira Fonte e as personalidades da Terceira Fonte são mutuamente contatáveis; todas as personalidades são contatáveis.
9:8.10 (106.8) O Pai outorga personalidade pelo Seu livre-arbítrio pessoal. Por que Ele o faz, podemos apenas conjecturar; como Ele o faz, nós não sabemos. Tampouco sabemos por que a Terceira Fonte outorga personalidade de um tipo que não vem do Pai, mas isso o Espírito Infinito faz por Si próprio, em conjunção criadora com o Filho Eterno e de inúmeros modos desconhecidos para vós. O Espírito Infinito pode também atuar, pelo Pai, na outorga da personalidade da Primeira Fonte.
9:8.11 (106.9) Há inúmeros tipos de personalidade da Terceira Fonte. O Espírito Infinito outorga a personalidade da Terceira Fonte a inúmeros grupos que não estão incluídos no circuito da personalidade do Pai, tais como alguns dos diretores de potência. Do mesmo modo, o Espírito Infinito trata como personalidades a numerosos grupos de seres, tais como os Espíritos Criativos Maternos, que por si próprios são uma classe específica nas suas relações com as criaturas do circuito do Pai.
9:8.12 (106.10) Tanto as personalidades da Primeira Fonte quanto as da Terceira Fonte são dotadas com tudo aquilo que o homem associa ao conceito de personalidade e muito mais, mesmo; elas têm mentes que abrangem memória, razão, julgamento, imaginação criativa, associação de idéias, decisão, escolha e inúmeros outros poderes de intelecto, inteiramente desconhecidos para os mortais. Com poucas exceções, todas as ordens reveladas a vós possuem forma e individualidade distintas; elas são seres reais. A maioria delas é visível para todas as ordens de existência espiritual.
9:8.13 (107.1) Até mesmo vós sereis capazes de ver os vossos coligados espirituais das ordens menos elevadas, tão logo vos libereis da visão limitada dos vossos olhos materiais atuais e tão logo fordes dotados com uma forma moroncial, a qual tem a sensibilidade ampliada para a realidade das coisas espirituais.
9:8.14 (107.2) A família funcional da Terceira Fonte e Centro, tal como é revelada nestas narrativas, enquadra-se em três grandes grupos:
9:8.15 (107.3) I. Os Espíritos Supremos. Um grupo de origem composta que abrange, entre outras, as ordens seguintes:
9:8.16 (107.4) 1. Os Sete Espíritos Mestres do Paraíso.
9:8.17 (107.5) 2. Os Espíritos Refletivos dos Superuniversos.
9:8.18 (107.6) 3. Os Espíritos Criativos Maternos dos Universos Locais.
9:8.19 (107.7) II. Os Diretores de Potência. Um grupo de criaturas e agentes e agências de controle, que opera em todo o espaço organizado.
9:8.20 (107.8) III. As Personalidades do Espírito Infinito. Essa designação não implica necessariamente que esses seres sejam personalidades da Terceira Fonte, embora algumas delas sejam tão únicas quanto as criaturas de vontade. Comumente elas estão agrupadas em três classificações principais:
9:8.21 (107.9) 1. As Personalidades Mais Elevadas do Espírito Infinito.
9:8.22 (107.10) 2. As Hostes de Mensageiros do Espaço.
9:8.23 (107.11) 3. Os Espíritos Ministradores do Tempo.
9:8.24 (107.12) Esses grupos servem no Paraíso, no universo central ou residencial, e nos superuniversos; e abrangem ordens que funcionam nos universos locais, e mesmo nas constelações, sistemas e planetas.
9:8.25 (107.13) As personalidades espirituais, da vasta família do Espírito Divino e Infinito, estão dedicadas, para sempre, ao serviço de ministração do amor de Deus e da misericórdia do Filho a todas as criaturas inteligentes dos mundos evolucionários do tempo e do espaço. Esses seres espirituais constituem a escada viva pela qual o homem mortal ascende do caos à glória.
9:8.26 (107.14) [Revelado, em Urântia, por um Conselheiro Divino de Uversa, incumbido pelos Anciães dos Dias de descrever a natureza e o trabalho do Espírito Infinito.]
O Livro de Urântia
Documento 10
10:0.1 (108.1) A TRINDADE das Deidades eternas do Paraíso facilita ao Pai escapar de um absolutismo de personalidade. A Trindade associa perfeitamente a expressão ilimitada da vontade pessoal infinita de Deus com a absolutez da Deidade. O Filho Eterno e os vários Filhos de origem divina, juntamente com o Agente Conjunto e os seus filhos do universo, efetivamente proporcionam ao Pai a liberação das limitações inerentes, por outro lado, à primazia, perfeição, imutabilidade, eternidade, universalidade, absolutez e infinitude.
10:0.2 (108.2) A Trindade do Paraíso assegura, de um modo eficaz, a expressão plena e a revelação perfeita da natureza eterna da Deidade. Os Filhos Estacionários da Trindade, do mesmo modo, proporcionam uma revelação plena e perfeita da justiça divina. A Trindade é a unidade na Deidade, e essa unidade repousa eternamente sobre as fundações absolutas da unicidade divina das três personalidades originais, coordenadas e coexistentes: Deus, o Pai; Deus, o Filho; e Deus, o Espírito.
10:0.3 (108.3) A partir da situação presente, no círculo da eternidade, olhando para trás, para o passado sem fim, podemos descobrir apenas uma inevitabilidade inescapável nos assuntos do universo, e esta é a Trindade do Paraíso. Considero que a Trindade tenha sido inevitável. Do modo como vejo o passado, o presente e o futuro dos tempos, eu considero que nada mais, em todo o universo dos universos, tenha sido assim inevitável. O universo-mestre atual, quando visto em retrospectiva, ou em prospectiva, torna-se inconcebível sem a Trindade. Com a Trindade do Paraíso, nós podemos postular caminhos alternativos, ou mesmo múltiplos, de fazer todas as coisas, ao passo que sem a Trindade de Pai, Filho e Espírito, tornamo-nos incapazes de conceber como o Infinito poderia realizar uma personalização tríplice e coordenada, mantendo a unidade absoluta da Deidade. Nenhum outro conceito de criação alcança padrões de completitude e de absolutez como os da Trindade, inerentes à unidade da Deidade e aliados à plenitude de liberação volitiva inerente à personalização tríplice da Deidade.
10:1.1 (108.4) Retrocedendo na eternidade, pareceria que o Pai inaugurou uma política aprofundada de autodistribuição. Há, inerentemente à natureza amorosa, amável e sem egoísmo do Pai Universal algo que O tenha levado a reservar-Se a exercer apenas os poderes e autoridade que aparentemente Ele tenha achado impossível delegar ou outorgar.
10:1.2 (108.5) O Pai Universal despojou-Se sempre de toda a parte de Si próprio que seria outorgável a qualquer outro Criador ou criatura. Ele delegou aos Seus Filhos divinos, e às inteligências a eles associadas, todo poder e toda autoridade que poderiam ser delegados. Ele transferiu, de fato, aos Seus Filhos Soberanos, nos seus respectivos universos, toda prerrogativa de autoridade administrativa que era transferível. Nos assuntos de um universo local, Ele fez cada Filho Criador Soberano tão perfeito, competente, e com tanta autoridade quanto o Filho Eterno possui, no universo central e original. Ele entregou, na verdade, outorgou, com dignidade e santidade de posse de personalidade, tudo de Si, e todos os Seus atributos, tudo de que Ele possivelmente poderia despojar-Se, de todas as formas, em todas as idades, em todos os lugares e para todas as pessoas e em todos os universos, exceto aquele da Sua morada central.
10:1.3 (109.1) A personalidade divina não é autocentrada; a autodistribuição e o compartilhamento da personalidade caracterizam o livre-arbítrio da individualidade divina. As criaturas anseiam por ligar-se a outras criaturas pessoais; os Criadores são movidos a compartilhar a divindade com os seus filhos do universo; a personalidade do Infinito revela-Se como o Pai Universal, que compartilha a realidade do Seu ser e a igualdade deste Ser com as duas personalidades coordenadas: o Filho Eterno e o Agente Conjunto.
10:1.4 (109.2) Para o conhecimento da personalidade do Pai e dos Seus atributos divinos, nós seremos eternamente dependentes das revelações do Filho Eterno, pois, quando o ato conjunto de criação foi efetuado, quando a Terceira Pessoa da Deidade surgiu para a existência, em personalidade, e executou os conceitos combinados dos Seus pais divinos, o Pai cessou de existir como personalidade inqualificável. Com a vinda do Agente Conjunto à existência e, com a materialização do núcleo central da criação, certas modificações eternas aconteceram. Deus doou-se a Si próprio, como uma personalidade absoluta, ao Seu Filho Eterno. Assim o Pai outorga a “personalidade da infinitude” ao Seu Filho unigênito, enquanto Ambos outorgam a “personalidade conjunta”, da Sua união eterna, ao Espírito Infinito.
10:1.5 (109.3) Por essas e por outras razões, que estão além dos conceitos da mente finita, torna-se extremamente difícil para a criatura humana compreender a personalidade paterna infinita de Deus, exceto do modo como ela é revelada no Filho Eterno e, com o Filho, como é universalmente ativa no Espírito Infinito.
10:1.6 (109.4) Posto que os Filhos de Deus do Paraíso visitam os mundos evolucionários, algumas vezes até mesmo habitando neles, à semelhança da carne mortal, e, posto que essas auto-outorgas tornam possível ao homem mortal factualmente conhecer algo sobre a natureza e o caráter da personalidade divina, as criaturas das esferas planetárias devem, por essas razões, dar toda atenção às auto-outorgas, feitas por esses Filhos do Paraíso, para extrair delas as informações confiáveis e dignas de fé, a respeito do Pai, do Filho e do Espírito.
10:2.1 (109.5) Pela técnica da trinitarização, o Pai despoja-se daquela personalidade espiritual inqualificável, que é o Filho, mas, fazendo assim, Ele constitui-se como o Pai deste mesmo Filho e, conseqüentemente, reinveste-Se da capacidade ilimitada de tornar-se o Pai divino de todos os tipos personalizados de criatura volitiva inteligente, subseqüentemente criados, gerados ou manifestados de outros modos. Como personalidade absoluta e inqualificável, o Pai pode funcionar apenas como o Filho e com o Filho, mas como Pai pessoal Ele continua a outorgar personalidade às diversas hostes de níveis diferentes de criaturas volitivas inteligentes e, para sempre, mantém relações pessoais de união de amor com a vasta família dos Seus filhos do universo.
10:2.2 (109.6) Após haver o Pai outorgado, à personalidade do Seu Filho, a plenitude de Si próprio, e, quando esse ato de doação de Si próprio torna-se completo e perfeito, os co-partícipes eternos outorgam conjuntamente aquelas qualidades e atributos, de poder e natureza infinitos, que assim existem na união Pai-Filho, constituindo ainda um outro ser como Eles próprios; e essa personalidade conjunta, o Espírito Infinito, completa a personalização existencial da Deidade.
10:2.3 (110.1) O Filho é indispensável à paternidade de Deus. O Espírito é indispensável à fraternidade da Segunda e da Terceira Pessoas. Três pessoas são um grupo social mínimo; mas, entre as várias razões para acreditar-se na inevitabilidade do Agente Conjunto, esta seria a menos importante
10:2.4 (110.2) A Primeira Fonte e Centro é a personalidade-pai infinita, a personalidade fonte ilimitada. O Filho Eterno é o absoluto-da-personalidade inqualificável: aquele Ser divino que permanece por todo o tempo e eternidade como a perfeita revelação da natureza pessoal de Deus. O Espírito Infinito é a personalidade-conjunta: a conseqüência pessoal única da união eterna entre o Pai e o Filho.
10:2.5 (110.3) A personalidade da Primeira Fonte e Centro é a personalidade da infinitude, menos a personalidade absoluta do Filho Eterno. A personalidade da Terceira Fonte e Centro é a conseqüência supra-somatória da união da personalidade liberada do Pai e da personalidade absoluta do Filho.
10:2.6 (110.4) O Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito são pessoas únicas; nenhuma é duplicata da outra; cada uma é original; e todas são unidas.
10:2.7 (110.5) Apenas o Filho Eterno experiencia a plenitude do relacionamento entre as personalidades divinas: a consciência tanto da filiação ao Pai quanto da paternidade para com o Espírito, e da igualdade divina tanto com o Pai-ancestral quanto com o Espírito-associado. O Pai conhece a experiência de ter um Filho, que é o seu igual, mas o Pai não conhece nenhum antecedente ancestral. O Filho Eterno tem a experiência da filiação, o reconhecimento de um ancestral para a sua personalidade e, ao mesmo tempo, o Filho é consciente de ser o Pai conjunto do Espírito Infinito. O Espírito Infinito é consciente da duplicidade da personalidade ancestral, mas não é progenitor de nenhuma personalidade coordenada da Deidade. Com o Espírito, completa-se o ciclo existencial da personalização da Deidade; as personalidades primárias da Terceira Fonte e Centro são experienciais e são em número de sete.
10:2.8 (110.6) Eu tenho origem na Trindade do Paraíso. Conheço a Trindade como Deidade unificada; eu também sei que o Pai, o Filho e o Espírito existem e atuam dentro dos Seus âmbitos pessoais definidos. Sei, efetivamente, que Eles não apenas atuam, pessoal e coletivamente, mas que Eles também coordenam as suas funções em várias formações, de modo tal que, finalmente, Eles atuem em sete funções diferentes, singulares e plurais. E, posto que estas sete associações esgotam as possibilidades de combinações de divindade, torna-se inevitável que as realidades do universo manifestem-se em sete variações de valores, significados e personalidades.
10:3.1 (110.7) Não obstante exista apenas uma Deidade, há três personalizações positivas e divinas da Deidade. A respeito da doação de Ajustadores divinos ao homem, o Pai disse: “Façamos o homem mortal à Nossa própria imagem”. Reiteradamente, nas escrituras de Urântia, ocorre essa referência aos atos e feitos da Deidade plural, evidenciando claramente o reconhecimento à existência e ao trabalho de Três Fontes e Centros.
10:3.2 (110.8) Foi-nos ensinado que o Filho e o Espírito mantêm relações idênticas com o Pai, na coligação da Trindade. Na eternidade, e enquanto Deidades, Eles indubitavelmente sustentam-nas, mas, no tempo, e como personalidades, Eles certamente revelam relações de naturezas muito diversas. Olhando do Paraíso para os diversos universos, essas relações parecem ser muito similares, mas, se vistas dos domínios do espaço, elas parecem ser bem diferentes.
10:3.3 (111.1) Os Filhos divinos são realmente a “Palavra de Deus”; mas os filhos do Espírito são verdadeiramente o “Ato de Deus”. Deus fala por intermédio do Filho e, com o Filho, atua por intermédio do Espírito Infinito; ao mesmo tempo em que, em todas as atividades no universo, o Filho e o Espírito são sutilmente fraternais, trabalhando como dois irmãos iguais, com admiração e amor pelo Pai comum, honrado e divinamente respeitado.
10:3.4 (111.2) O Pai, o Filho e o Espírito certamente são iguais em natureza, e coordenados no Ser; todavia, há diferenças inequívocas nas Suas atuações no universo; e, quando atuando a sós, cada Pessoa da Deidade é aparentemente limitada em absolutez.
10:3.5 (111.3) O Pai Universal, antes do seu despojamento voluntário de personalidade, poderes e atributos, que constituiu o Filho e o Espírito, parece ter sido (considerando-se filosoficamente) uma Deidade inqualificável, absoluta e infinita. Mas, uma Primeira Fonte e Centro de tal modo teórica, sem um Filho, não poderia em nenhum sentido da palavra ser considerada o Pai Universal: a paternidade não é real sem filiação. Além disso, para ter sido absoluto em um sentido pleno, o Pai deve ter existido sozinho, em algum momento eternamente distante. Entretanto Ele nunca teve tal existência solitária; o Filho e o Espírito são ambos co-eternos com o Pai. A Primeira Fonte e Centro tem sempre sido, e para sempre será, o Pai eterno do Filho Original e, com o Filho, o eterno progenitor do Espírito Infinito.
10:3.6 (111.4) Observamos que o Pai se despojou de todas as manifestações diretas de absolutez, exceto a paternidade absoluta e a absoluta volição. Nós não sabemos se a volição é um atributo inalienável do Pai, podemos observar apenas que Ele não se despojou da volição. Tal infinitude de vontade deve ter sido eternamente inerente à Primeira Fonte e Centro.
10:3.7 (111.5) Ao outorgar absolutez de personalidade ao Filho Eterno, o Pai Universal escapa da algema do absolutismo da personalidade, mas, ao fazê-lo, dá um passo que torna para sempre impossível para Ele atuar a sós, como um absoluto da personalidade. E, com a personalização final da Deidade co-existente — o Agente Conjunto — , advém a interdependência trinitária crítica das Três personalidades divinas, no que diz respeito à totalidade de funcionamento da Deidade, no absoluto.
10:3.8 (111.6) Deus é o Pai Absoluto de todas as personalidades no universo dos universos. O Pai é pessoalmente absoluto para a liberdade de ação, mas, nos universos do tempo e do espaço, já criados, em criação e ainda por serem criados, o Pai não é discernivelmente absoluto, como Deidade total, exceto na Trindade do Paraíso.
10:3.9 (111.7) A Primeira Fonte e Centro atua, fora de Havona, nos universos fenomênicos, como a seguir:
10:3.10 (111.8) 1. Como criador, por intermédio dos Filhos Criadores, seus netos.
10:3.11 (111.9) 2. Como controlador, por meio do centro de gravidade do Paraíso.
10:3.12 (111.10) 3. Como espírito, por meio do Filho Eterno.
10:3.13 (111.11) 4. Como mente, por intermédio do Criador Conjunto.
10:3.14 (111.12) 5. Como Pai, Ele mantém o contato paterno com todas as criaturas por meio do Seu circuito de personalidade.
10:3.15 (111.13) 6. Como pessoa, Ele atua diretamente sobre toda a criação por meio dos seus exclusivos fragmentos — no homem mortal, por meio dos Ajustadores do Pensamento.
10:3.16 (111.14) 7. Como Deidade total, Ele funciona apenas na Trindade do Paraíso.
10:3.17 (112.1) Toda essa renúncia e as delegações de jurisdição, feitas pelo Pai Universal, são inteiramente voluntárias e auto-impostas. O Pai Todo-Poderoso propositadamente assume essas limitações de autoridade no universo.
10:3.18 (112.2) Parece que o Filho Eterno funciona como Um com o Pai em todos os aspectos espirituais, exceto na outorga dos fragmentos de Deus e em outras atividades pré-pessoais. E o Filho não está estreitamente identificado com as atividades intelectuais das criaturas materiais, nem com as atividades da energia nos universos materiais. Enquanto absoluto, o Filho atua como uma pessoa e apenas no domínio do universo espiritual.
10:3.19 (112.3) O Espírito Infinito é surpreendentemente universal e incrivelmente versátil em todas as suas atuações. Ele opera nas esferas da mente, da matéria e do espírito. O Agente Conjunto representa a coligação Pai-Filho, mas também funciona como ele próprio. Ele não se ocupa diretamente com a gravidade física, nem com a gravidade espiritual, nem com o circuito da personalidade; mas Ele participa mais intensamente, ou menos, de todas as outras atividades no universo. Embora dependa, aparentemente, de três controles da gravidade, existenciais e absolutos, quer parecer que o Espírito Infinito exerça três supercontroles. Esse dom tríplice, Ele o emprega de muitos modos para transcender e aparentemente para neutralizar mesmo as manifestações de forças e energias primárias, até às fronteiras superúltimas da absolutez. Em certas situações, tais supercontroles transcendem absolutamente até mesmo às manifestações primais da realidade cósmica.
10:4.1 (112.4) Entre todas as coligações absolutas, a Trindade do Paraíso (a primeira triunidade) é única enquanto associação exclusiva das Deidades pessoais. Deus funciona como Deus apenas em relação a Deus e àqueles que podem conhecer Deus, mas como Deidade absoluta apenas atua por intermédio da e na Trindade do Paraíso, e em relação à totalidade do universo.
10:4.2 (112.5) A Deidade eterna é perfeitamente unificada; há, contudo, três pessoas perfeitamente individualizadas na Deidade. A Trindade do Paraíso torna possível a expressão simultânea de toda a diversidade de traços de caráter e poderes infinitos da Primeira Fonte e Centro e das Suas coordenadas eternas e de toda a unidade divina das funções no universo da Deidade indivisa.
10:4.3 (112.6) A Trindade é uma associação de pessoas infinitas funcionando impessoalmente, mas sem contradizer a personalidade. A ilustração é tosca, mas um pai, um filho e um neto poderiam formar uma entidade corporativa, que seria não pessoal, estando, contudo, sujeita às suas vontades pessoais.
10:4.4 (112.7) A Trindade do Paraíso é real. Ela existe como a união, na Deidade, do Pai, do Filho e do Espírito; e, do mesmo modo, ainda, o Pai, o Filho ou o Espírito, ou quaisquer dois Deles podem funcionar em relação a essa mesma Trindade do Paraíso. Pai, Filho e Espírito podem colaborar de um modo não trinitário, mas não como três Deidades. Enquanto pessoas, Eles podem colaborar conforme escolherem, mas então não estariam atuando como uma Trindade.
10:4.5 (112.8) Lembrai-vos sempre de que o Espírito Infinito realiza a função de um Agente Conjunto. Ambos, o Pai e o Filho funcionam Nele, por meio Dele e como Ele. Mas seria fútil tentar elucidar o mistério da Trindade: Três como Um e em Um, e Um como Dois e atuando por Dois.
10:4.6 (112.9) A Trindade está tão relacionada aos assuntos do universo total, que isso deve ser sempre levado em conta nas nossas tentativas de explicar a totalidade de qualquer evento cósmico isoladamente ou nas relações de personalidade. A Trindade funciona em todos os níveis do cosmo; e o homem mortal está limitado ao nível finito; por isso o homem deve contentar-se com um conceito finito da Trindade, como Trindade.
10:4.7 (113.1) Enquanto mortais na carne, vós deveríeis ver a Trindade de acordo com o vosso esclarecimento individual e em harmonia com as reações da vossa mente e da vossa alma. Pouquíssimo podeis saber da absolutez da Trindade; mas, à medida em que vós ascenderdes na direção do Paraíso, ireis experimentar espanto, muitas vezes, com as revelações sucessivas e descobertas inesperadas sobre a supremacia da Trindade e sobre a Sua ultimidade, senão sobre a Sua absolutez.
10:5.1 (113.2) As Deidades pessoais têm atributos, mas é difícil haver coerência em falar da Trindade como tendo atributos. Essa coligação de seres divinos deve, mais apropriadamente, ser encarada como tendo funções, tais como a administração da justiça, as atitudes da totalidade, a ação coordenada e o supercontrole cósmico. Essas funções são ativamente supremas, últimas e (dentro dos limites da Deidade) absolutas, no que concerne a todas as realidades vivas de valores da personalidade.
10:5.2 (113.3) As funções da Trindade do Paraíso não são simplesmente uma soma dos dons aparentes da divindade do Pai, mais aqueles atributos especializados, que são únicos na existência pessoal do Filho e do Espírito. A conjunção das três Deidades do Paraíso na Trindade resulta na evolução, exteriorização, geração e deificação de novos significados, valores, poderes e capacidades para a revelação, ação e administração universais. As coligações vivas, as famílias humanas, os grupos sociais ou a Trindade do Paraíso não se conjugam crescendo segundo adições meramente aritméticas. O potencial de um grupo excede sempre, e amplamente, a simples soma dos atributos dos indivíduos componentes.
10:5.3 (113.4) A Trindade mantém uma atitude única, enquanto Trindade, para com todo o universo passado, presente e futuro. E as funções da Trindade podem ser mais bem consideradas por meio das atitudes da Trindade para com o universo. Tais atitudes são simultâneas e podem ser múltiplas quando ligadas a qualquer situação ou evento isolado:
10:5.4 (113.5) 1. A Atitude para com o Finito. O máximo de autolimitação da Trindade é a Sua atitude para com o finito. A Trindade não é uma pessoa, nem o Ser Supremo é uma personalização exclusiva da Trindade; o Supremo, entretanto, é o que mais se aproxima de uma focalização do poder de personalidade, da Trindade e, de um modo tal, que Ela seja compreendida pelas criaturas finitas. Daí o fato de a relação da Trindade com o finito ser chamada, algumas vezes, de Trindade da Supremacia.
10:5.5 (113.6) 2. A Atitude para com o Absonito. A Trindade do Paraíso tem uma relação com aqueles níveis de existência que são mais do que finitos, mas menos do que absolutos; e essa relação algumas vezes é denominada Trindade da Ultimidade. Nem o Último, nem o Supremo são inteiramente representativos da Trindade do Paraíso, mas, em um sentido determinado e para os seus respectivos níveis, cada um parece representar a Trindade durante as eras pré-pessoais do desenvolvimento do poder experiencial.
10:5.6 (113.7) 3. A Atitude Absoluta da Trindade do Paraíso tem relação com as existências absolutas e culmina com a ação da Deidade total.
10:5.7 (113.8) A Trindade Infinita envolve a ação coordenada de todas as relações de triunidade da Primeira Fonte e Centro — tanto as não-deificadas, quanto as deificadas — e, conseqüentemente, torna-se bastante difícil para as personalidades captá-las. Na contemplação da Trindade, enquanto infinita, não ignoreis as sete triunidades; assim, pois, certas dificuldades de entendimento poderão ser evitadas e, alguns paradoxos, parcialmente resolvidos.
10:5.8 (114.1) Todavia, eu não domino a linguagem que me capacitaria a transmitir, à limitada mente humana, a verdade plena e o significado eterno da Trindade do Paraíso, bem como a natureza da interassociação interminável dos três Seres de perfeição infinita.
10:6.1 (114.2) Toda lei tem origem na Primeira Fonte e Centro; Ele é lei. A administração da lei espiritual é inerente à Segunda Fonte e Centro. A revelação da lei, a promulgação e a interpretação dos estatutos divinos são funções da Terceira Fonte e Centro. A aplicação da lei, a justiça, cai no domínio da Trindade do Paraíso, e é levada avante por certos Filhos da Trindade.
10:6.2 (114.3) A Justiça é inerente à soberania universal da Trindade do Paraíso, mas a bondade, a misericórdia e a verdade são ministrações universais das personalidades divinas, cuja união na Deidade constitui a Trindade. A Justiça não é a atitude do Pai, do Filho ou do Espírito. A Justiça é a atitude da Trindade composta dessas personalidades de amor, de misericórdia e de ministração. Nenhuma das Deidades do Paraíso fomenta a administração da Justiça. A Justiça nunca é uma atitude pessoal; é sempre uma função plural.
10:6.3 (114.4) A Evidência, a base da eqüidade (a justiça em harmonia com a misericórdia), é suprida pelas personalidades da Terceira Fonte e Centro, que representam conjuntamente o Pai e o Filho para todos os reinos e para as mentes dos seres inteligentes de toda a criação.
10:6.4 (114.5) O Julgamento, a aplicação final da justiça, de acordo com a evidência apresentada pelas personalidades do Espírito Infinito, é uma função dada aos Filhos Estacionários da Trindade, seres que partilham da natureza trinitária do Pai, do Filho e do Espírito, unidos.
10:6.5 (114.6) Esse grupo de Filhos da Trindade abrange as personalidades seguintes:
10:6.6 (114.7) 1. Os Segredos Trinitarizados da Supremacia.
10:6.7 (114.8) 2. Os Eternos dos Dias.
10:6.8 (114.9) 3. Os Anciães dos Dias.
10:6.9 (114.10) 4. Os Perfeições dos Dias.
10:6.10 (114.11) 5. Os Recentes dos Dias.
10:6.11 (114.12) 6. Os Uniões dos Dias.
10:6.12 (114.13) 7. Os Fiéis dos Dias.
10:6.13 (114.14) 8. Os Perfeccionadores da Sabedoria.
10:6.14 (114.15) 9. Os Conselheiros Divinos.
10:6.15 (114.16) 10. Os Censores Universais.
10:6.16 (114.17) Nós somos os filhos das três Deidades do Paraíso, funcionando como a Trindade, pois me acontece pertencer à décima ordem desse grupo, a dos Censores Universais. Tais ordens não são representativas da atitude da Trindade, em um sentido universal; elas representam essa atitude coletiva da Deidade, apenas nos domínios do julgamento executivo — da justiça. Foram especificamente concebidas pela Trindade, para o trabalho preciso com o qual estão comprometidas; e representam a Trindade apenas naquelas funções para as quais foram personalizadas.
10:6.17 (115.1) Os Anciães dos Dias e os seus colaboradores, de origem trinitária, distribuem o julgamento exato, com uma eqüidade suprema, aos sete superuniversos. No universo central, tais funções existem em teoria apenas; ali a eqüidade é auto-evidente em perfeição, e a perfeição de Havona torna inviável qualquer possibilidade de desarmonia.
10:6.18 (115.2) A justiça é o pensamento coletivo da retidão; a misericórdia é a sua expressão pessoal. A misericórdia é a atitude de amor; a precisão caracteriza a aplicação da lei; o julgamento divino é a alma da eqüidade, sempre se conformando à justiça da Trindade, sempre correspondendo ao amor divino de Deus. Quando totalmente percebida e completamente compreendida, a reta justiça da Trindade e o amor misericordioso do Pai Universal são coincidentes. O homem, entretanto, não tem o pleno entendimento da justiça divina. Assim, da perspectiva do homem, na Trindade, as personalidades do Pai, do Filho e do Espírito estão ajustadas entre si para coordenar o ministério do amor e da lei nos universos experienciais do tempo.
10:7.1 (115.3) A Primeira, a Segunda e a Terceira Pessoas da Deidade são iguais entre Si, e Elas são Uma. “O Senhor nosso Deus é um Deus”. Existe perfeição de propósito e unidade de execução na Trindade divina das Deidades eternas. O Pai, o Filho e o Agente Conjunto são, verdadeira e divinamente, Um. Em verdade está escrito: “Eu sou o primeiro, e sou o último, e fora de Mim não há Deus”.
10:7.2 (115.4) Do modo como as coisas se mostram ao mortal no nível finito, tanto a Trindade do Paraíso quanto o Ser Supremo parecem ocupar-Se apenas do total — o planeta total, o universo total, o superuniverso total, o grande universo total. Essa atitude de totalidade existe porque a Trindade é o total da Deidade, e por muitas outras razões.
10:7.3 (115.5) O Ser Supremo é algo diferente da Trindade, e algo a menos, atuando nos universos finitos; mas, dentro de certos limites e durante a era presente, de personalização incompleta do poder, essa Deidade evolucionária efetivamente parece refletir a atitude da Trindade da Supremacia. O Pai, o Filho e o Espírito não atuam pessoalmente no Ser Supremo; contudo, durante a idade presente do universo, Eles colaboram com ele, enquanto Trindade. Nós entendemos que Eles sustentam uma relação semelhante com o Último. E nós conjecturamos, muitas vezes, sobre qual poderá ser a relação pessoal entre as Deidades do Paraíso e Deus, o Supremo, quando ele houver evoluído finalmente; mas de fato não sabemos.
10:7.4 (115.6) Não achamos que o supercontrole da Supremacia seja totalmente previsível. Além disso, essa imprevisibilidade parece ser caracterizada por uma certa incompletude de desenvolvimento, sem dúvida um sinal da incompletude do Supremo e da incompletude de uma reação finita à Trindade do Paraíso.
10:7.5 (115.7) A mente mortal pode, por isso, pensar logo em mil e uma coisas — eventos físicos catastróficos, acidentes espantosos, desastres horríveis, doenças dolorosas e calamidades mundiais — e perguntar se tais visitações estão correlacionadas a manobras desconhecidas desse funcionamento provável do Ser Supremo. Francamente, não sabemos; não estamos realmente certos. Todavia, observamos que, à medida que o tempo passa, todas essas situações difíceis, e mais ou menos misteriosas, trabalham sempre para o bem-estar e o progresso dos universos. Pode acontecer que as circunstâncias da existência e as inexplicáveis vicissitudes da vida estejam todas entrelaçadas em um significativo modelo de alto valor, por causa da função do Supremo e do supercontrole da Trindade.
10:7.6 (116.1) Enquanto filhos de Deus vós podereis discernir, em todos os atos de Deus, o Pai, a Sua atitude pessoal de amor. Mas não sereis sempre capazes de entender, quantos, entre os atos universais da Trindade do Paraíso, resultam no bem do indivíduo mortal nos mundos evolucionários do espaço. No progresso da eternidade, os atos da Trindade revelar-se-ão como significativos e plenos de consideração pelo todo, mas nem sempre aparentarão ser assim para a criatura do tempo.
10:8.1 (116.2) Muitas verdades e fatos pertinentes à Trindade do Paraíso só podem ser compreendidos, e apenas parcialmente, pelo reconhecimento de uma função que transcende ao finito.
10:8.2 (116.3) Não seria aconselhável discorrer sobre as funções da Trindade da Ultimidade, mas pode ser revelado que Deus, o Último, é a manifestação da Trindade tal como é compreendida pelos Transcendentores. Nós estamos inclinados a acreditar que a unificação do universo-mestre seja o ato da culminância do Último, e que seja, provavelmente, o reflexo de certas fases, mas não de todas, do supercontrole absonito da Trindade do Paraíso. O Último é uma manifestação específica da Trindade, em relação ao absonito, apenas no sentido em que o Supremo represente, assim parcialmente, a Trindade em relação com o finito.
10:8.3 (116.4) O Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito são, em um sentido evidente, as personalidades constituintes da Deidade Total. A união Deles, na Trindade do Paraíso, e a função absoluta da Trindade equivalem à função da Deidade Total. E o completar assim, da Deidade, transcende tanto ao finito quanto ao absonito.
10:8.4 (116.5) Ainda que nenhuma pessoa das Deidades do Paraíso preencha, sozinha, todo potencial da Deidade, coletivamente as Três o fazem. Três pessoas infinitas parecem ser o número mínimo de seres requeridos para ativar o potencial pré-pessoal e existencial da Deidade Total — o Absoluto da Deidade.
10:8.5 (116.6) Conhecemos o Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito, como Pessoas, mas eu não conheço pessoalmente o Absoluto da Deidade. Eu amo e adoro a Deus, o Pai; mas respeito e honro o Absoluto da Deidade.
10:8.6 (116.7) Certa vez estive em um universo no qual um certo grupo de seres ensinava que os finalitores, na eternidade, tornar-se-iam finalmente os filhos do Absoluto da Deidade. Mas não me sinto disposto a aceitar tal solução para o mistério oculto do futuro dos finalitores.
10:8.7 (116.8) O Corpo de Finalidade abrange, entre outros, aqueles mortais do tempo e do espaço que hajam atingido a perfeição, em tudo que é pertinente à vontade de Deus. Como criaturas, e dentro dos limites da capacidade da criatura, eles conhecem a Deus, completa e verdadeiramente. Havendo assim encontrado Deus, como o Pai de todas as criaturas, esses finalitores devem, em algum momento, começar a procura do Pai suprafinito. Mas essa busca envolve uma compreensão da natureza absonita do caráter e dos atributos últimos do Pai do Paraíso. A eternidade desvelará se tal realização é possível, mas estamos convencidos de que, ainda que os finalitores compreendam essa ultimidade da divindade, eles serão provavelmente incapazes de atingir os níveis supra-últimos da Deidade absoluta.
10:8.8 (116.9) Pode ser possível que os finalitores alcancem parcialmente o Absoluto da Deidade, mas ainda que eles o consigam, mesmo assim, na eternidade das eternidades, o dilema do Absoluto Universal continuará intrigando, mistificando, confundindo e desafiando os finalitores ascendentes e em progresso, pois percebemos que a insondabilidade das relações cósmicas do Absoluto Universal tenderá a crescer, na proporção em que os universos materiais e a sua administração espiritual continuarem a expandir-se.
10:8.9 (117.1) Apenas a infinitude pode revelar o Pai-Infinito.
10:8.10 (117.2) [Auspiciado por um Censor Universal, atuando com a autoridade dos Anciães dos Dias, residentes em Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 11
11:0.1 (118.1) O PARAÍSO é o centro eterno do universo dos universos, e o local de morada do Pai Universal, do Filho Eterno, do Espírito Infinito e dos Seus coligados e coordenados divinos. Esta Ilha Central é o corpo organizado mais gigantesco de realidade cósmica em todo o universo-mestre. O Paraíso é uma esfera material, bem como uma morada espiritual. Toda a criação inteligente do Pai Universal é domiciliada em moradas materiais; portanto, o centro de controle absoluto deve também ser material, físico. E, novamente, deve ser reiterado que as coisas do espírito e os seres espirituais são reais.
11:0.2 (118.2) A beleza material do Paraíso consiste na magnificência da sua perfeição física; a grandiosidade da Ilha de Deus é demonstrada nas realizações intelectuais esplêndidas e no desenvolvimento da mente dos seus habitantes; a glória da Ilha Central é manifestada no dom infinito da personalidade espiritual divina — a luz da vida. A profundidade da beleza espiritual e as maravilhas desse magnífico conjunto estão além da compreensão da mente finita das criaturas materiais. A glória e o esplendor espiritual da morada divina são inacessíveis à compreensão dos mortais. O Paraíso existe desde a eternidade; não há registros, nem tradições a respeito da origem dessa Ilha, núcleo de Luz e Vida.
11:1.1 (118.3) O Paraíso serve a muitos propósitos na administração dos reinos universais; para os seres criaturas, contudo, ele existe primordialmente, como o local de morada da Deidade. A presença pessoal do Pai Universal é residente no centro exato da superfície superior dessa morada quase circular, mas não esférica, das Deidades. Essa presença do Pai Universal no Paraíso é envolvida, total e diretamente, pela presença pessoal do Filho Eterno, ao mesmo tempo em que são ambos revestidos pela glória indescritível do Espírito Infinito.
11:1.2 (118.4) Deus habita, tem habitado e para sempre irá habitar nessa mesma morada central e eterna. Nós O temos sempre encontrado e sempre O encontraremos lá. O Pai Universal é cosmicamente focalizado, espiritualmente personalizado e geograficamente residente nesse centro do universo dos universos.
11:1.3 (118.5) Todos sabemos qual é o caminho direto a percorrer para encontrar o Pai Universal. Vós não sois capazes de compreender muito sobre a residência divina, por sua distância de vós e pela imensidão do espaço que vos separa dela; no entanto, aqueles que são capazes de compreender o significado dessas distâncias enormes conhecem a localização e a residência de Deus, tal como vós, certa e literalmente, sabeis a localização de Nova Iorque, Londres, Roma ou Cingapura, cidades definidas e geograficamente localizadas em Urântia. Se fôsseis navegadores inteligentes, equipados com uma nave, mapas e bússolas, vós iríeis achar essas cidades prontamente. Do mesmo modo, se tivésseis o tempo e os meios de viajar, se fôsseis espiritualmente qualificados e se tivésseis o norteamento necessário, vós poderíeis ser pilotados de universo a universo e de circuito a circuito, em uma jornada sempre para o interior, através dos reinos estelares, até que, por fim, estaríeis diante do resplendor central da glória espiritual do Pai Universal. Providos com tudo o que for necessário para a viagem, é tão possível encontrar a presença pessoal de Deus, no centro de todas as coisas, quanto encontrar cidades distantes no vosso próprio planeta. Que vós não haveis ainda visitado esses locais, de nenhum modo contesta a realidade deles; nem a sua existência factual. Pois, se poucas são as criaturas do universo que se hajam encontrado com Deus no Paraíso, de nenhum modo isso invalida, seja a realidade da existência Dele, seja a factualidade da Sua pessoa espiritual no centro de todas as coisas.
11:1.4 (119.1) O Pai sempre pode ser encontrado nessa localização central. Se Ele se movesse, um pandemônio universal precipitar-se-ia, pois Nele, nesse centro residencial, convergem as linhas universais da gravidade, vindas desde os confins da criação. Se remontarmos ao circuito da personalidade através dos universos, ou se seguirmos as personalidades em ascensão, na sua jornada interior até o Pai; se traçarmos as linhas da gravidade material até o Paraíso Inferior, ou se seguirmos os ciclos emergentes de força cósmica; se traçarmos as linhas da gravidade espiritual até o Filho Eterno, ou se seguirmos a procissão na direção interna dos Filhos de Deus do Paraíso; se traçarmos os circuitos da mente ou se seguirmos os trilhões de trilhões de seres celestes que nascem do Espírito Infinito — por meio de qualquer dessas observações, ou de todas elas, seremos conduzidos diretamente de volta à presença do Pai, na Sua morada central. Ali, Deus está presente, pessoal, literal e efetivamente. E deste Ser infinito fluem os caudais das correntes da vida, da energia e da personalidade, para todos os universos.
11:2.1 (119.2) Posto que estais começando a vislumbrar a enormidade do universo material discernível até mesmo da vossa localização astronômica, da vossa posição espacial nos sistemas estelares, deveria tornar-se evidente, para vós, que um universo material assim tão extraordinário há de ter uma capital adequada e digna, uma sede de governo à altura da dignidade e infinitude do Soberano universal de toda essa vasta e múltipla criação de reinos materiais e seres vivos.
11:2.2 (119.3) Na forma, o Paraíso difere de corpos espaciais habitados: não é esférico. É definitivamente elipsóide; o diâmetro norte-sul sendo um sexto mais longo do que o diâmetro leste-oeste. A Ilha Central é essencialmente achatada, e a distância da superfície superior para a superfície inferior é um décimo do tamanho do diâmetro leste-oeste.
11:2.3 (119.4) Consideradas em conjunto no seu estado estacionário, e considerando a maior pressão exterior de força-energia na extremidade norte da Ilha, essas diferenças em dimensões, tornam possível o estabelecimento de uma direção absoluta, no universo-mestre.
11:2.4 (119.5) A Ilha Central está geograficamente dividida em três domínios de atividade:
11:2.5 (119.6) 1. O Paraíso Superior
11:2.6 (119.7) 2. O Paraíso Periférico
11:2.7 (119.8) 3. O Paraíso Inferior
11:2.8 (119.9) Referimo-nos à superfície do Paraíso, a qual está ocupada com as atividades da personalidade, como sendo o lado superior; e à superfície oposta, como o lado inferior. A periferia do Paraíso proporciona atividades que não são estritamente pessoais, nem não-pessoais. A Trindade parece dominar o plano pessoal ou superior; o Absoluto Inqualificável, o plano inferior ou impessoal. Dificilmente nós concebemos o Absoluto Inqualificável como uma pessoa, mas pensamos na presença espaço-funcional desse Absoluto como focalizada no Paraíso Inferior.
11:2.9 (120.1) A Ilha Eterna é composta de uma única forma de materialização — sistemas estacionários de realidade. Essa substância real do Paraíso é uma organização homogênea da potência espacial, que não será encontrada em outro lugar em todo o amplo universo dos universos. Tem recebido muitos nomes, em universos diferentes; e os Melquisedeques, de Nébadon, há muito denominaram-na de absolutum. Essa fonte material do Paraíso não é nem morta nem viva; é a expressão não-espiritual original da Primeira Fonte e Centro; é o Paraíso, e o Paraíso não tem duplicata.
11:2.10 (120.2) Parece-nos que a Primeira Fonte e Centro concentrou todo o potencial absoluto de realidade cósmica no Paraíso, como uma parte da Sua técnica de auto-liberação das limitações da infinitude, como um meio de tornar possível a criação subinfinita, e mesmo a criação no espaço-tempo. No entanto, não implica que o Paraíso seja limitado no espaço-tempo, apenas porque o universo dos universos demonstra ter essas qualidades. O Paraíso existe fora do tempo e não tem localização no espaço.
11:2.11 (120.3) Grosso modo: o espaço origina-se, aparentemente, logo abaixo do Paraíso inferior; o tempo origina-se logo acima do Paraíso superior. O tempo, como vós o compreendeis, não é um aspecto da existência do Paraíso, embora os cidadãos da Ilha Central sejam plenamente conscientes de uma seqüência não temporal de eventos. O movimento não é inerente ao Paraíso; é volicional. Mas o conceito de distância, mesmo o da distância absoluta, tem muito significado, pois pode ser aplicado a localizações relativas no Paraíso. O Paraíso é não espacial; conseqüentemente, as suas áreas são absolutas e, portanto, se prestam ao serviço de muitos modos, além dos que concebe a mente mortal.
11:3.1 (120.4) No Paraíso superior, há três esferas grandiosas de atividades, a da Presença da Deidade, a da Esfera Santíssima, e a Área Santa. A vasta região adjacente que rodeia a presença das Deidades é separada como a Esfera Santíssima e reservada às funções da adoração, trinitarização e realizações espirituais elevadas. Não há estruturas materiais, nem criações puramente intelectuais nessa zona, pois estas não poderiam existir ali. É inútil que eu assuma fazer a descrição, para a mente humana, da natureza divina e da magnitude esplendorosa da Esfera Santíssima do Paraíso. Esse domínio é completamente espiritual e vós sois materiais, quase completamente. Uma realidade puramente espiritual é, para um ser puramente material, aparentemente não existente.
11:3.2 (120.5) Se bem que não haja materializações físicas, na área do Santíssimo, há abundantes recordações dos vossos dias materiais nos setores da Área Santa e mais ainda nas áreas de reminiscências históricas do Paraíso periférico.
11:3.3 (120.6) A Área Santa, a região exterior ou residencial, é dividida em sete zonas concêntricas. O Paraíso, algumas vezes, é chamado “a Casa do Pai”, posto que é a residência eterna Dele; e essas sete zonas são muitas vezes designadas como as “mansões do Pai do Paraíso”. A primeira zona, ou a zona interna, é ocupada por cidadãos do Paraíso e por nativos de Havona, que podem estar morando no Paraíso. A próxima, a segunda zona, é a área residencial dos nativos dos sete superuniversos do tempo e do espaço. Essa segunda zona é subdividida, parcialmente, em sete imensas divisões, que são os lares no Paraíso dos seres espirituais e das criaturas ascendentes que provêm dos universos de progressão evolucionária. Cada um desses setores é dedicado exclusivamente ao bem-estar e ao avanço das personalidades de um único superuniverso, mas essas instalações são quase infinitamente maiores do que o necessário, atualmente, aos sete superuniversos.
11:3.4 (121.1) Cada um dos sete setores do Paraíso é subdividido em unidades residenciais apropriadas ao alojamento-sede de um bilhão de grupos de trabalho separados de indivíduos glorificados. Dessas unidades, mil constituem uma divisão. Cem mil divisões são uma congregação. Dez milhões de congregações constituem uma assembléia. Um bilhão de assembléias constitui uma grande unidade. E essa série ascendente continua até uma segunda grande unidade, e até a terceira, e assim por diante, até a sétima grande unidade. E sete das grandes unidades perfazem uma unidade-mestra, e sete dessas unidades-mestras constituem uma unidade superior; e assim, em agrupamentos de sete, as séries ascendentes expandem-se de uma unidade superior a uma unidade supra-superior, à celeste, à supra-celeste, indo até as unidades supremas. Mas, ainda assim, isso não ocupa todo o espaço disponível. Esse número assombroso de designações residenciais no Paraíso, um número para além dos vossos conceitos, ocupa consideravelmente menos do que um por cento da área designada para a Terra Santa. Há ainda muito espaço para aqueles que estão no caminho até o seu interior, mesmo para aqueles que só iniciarão a escalada ao Paraíso em tempos no futuro eterno.
11:4.1 (121.2) A Ilha Central termina abruptamente na periferia, mas o seu tamanho é tão enorme que esse ângulo terminal é relativamente indiscernível de dentro de qualquer área circunscrita. A superfície periférica do Paraíso é ocupada, em parte, pelos campos de embarque e desembarque de vários grupos de personalidades espirituais. Posto que as zonas espaciais não ocupadas quase alcançam a periferia, todo o transporte das personalidades destinadas ao Paraíso aterrissa nessas regiões. Nem o Paraíso superior, nem o inferior são acessíveis aos supernafins de transporte ou a outros tipos de cruzadores do espaço.
11:4.2 (121.3) Os Sete Espíritos Mestres têm os seus assentos pessoais de poder e autoridade nas sete esferas do Espírito, que giram ao redor do Paraíso, no espaço entre os orbes resplandecentes do Filho e o circuito interno dos mundos de Havona; e eles mantêm sedes-centrais de focalização de força na periferia do Paraíso. Ali, as presenças dos Sete Diretores Supremos de Potência, circulando lentamente, indicam o local das sete estações de onde algumas energias saem como clarões, na direção dos sete superuniversos.
11:4.3 (121.4) Ali, no Paraíso periférico, estão as áreas enormes de exposição histórica e profética, destinadas aos Filhos Criadores, dedicadas aos universos locais do tempo e do espaço. Existem sete trilhões dessas reservas históricas, já estabelecidas ou reservadas, mas todos esses dispositivos ocupam apenas cerca de quatro por cento da porção da área periférica destinada a esse fim. Inferimos que essas vastas reservas pertencem a criações a serem situadas, em algum momento, para além dos limites dos sete superuniversos presentemente conhecidos e habitados.
11:4.4 (121.5) A porção do Paraíso que foi designada para o uso dos universos existentes está ocupada apenas na proporção de um a quatro por cento, enquanto toda a área destinada a essas atividades é pelo menos um milhão de vezes aquela que atualmente se faz necessária para tais propósitos. O Paraíso é grande o suficiente para acomodar as atividades de uma criação quase infinita.
11:4.5 (121.6) Mas qualquer outra tentativa de visualizar, para vós, as glórias do Paraíso seria inútil. Deveis esperar, e ascender enquanto esperais, pois, verdadeiramente: “O olho não viu, nem o ouvido escutou, nem entraram ainda na mente do homem mortal as coisas que o Pai Universal preparou para aqueles que sobreviverem à vida na carne, nos mundos do tempo e do espaço”.
11:5.1 (122.1) A respeito do Paraíso inferior, conhecemos apenas aquilo que foi revelado; as personalidades não habitam ali. Não tem nada a ver com os assuntos das inteligências espirituais, nem ali atua o Absoluto da Deidade. Fomos informados de que todos os circuitos de energia física e de força cósmica têm a sua origem no Paraíso inferior, o qual é constituído como se descreve a seguir:
11:5.2 (122.2) 1. Diretamente abaixo da localização da Trindade, na parte central do Paraíso inferior, está a desconhecida e não revelada Zona da Infinitude.
11:5.3 (122.3) 2. Essa zona é imediatamente cercada por uma área sem denominação.
11:5.4 (122.4) 3. Ocupando as margens exteriores da superfície inferior, está uma região que tem a ver principalmente com a potência espacial e a força-energia. As atividades desse vasto centro elíptico de força não são identificáveis com as funções conhecidas de qualquer triunidade, mas a força-carga primordial do espaço parece estar focalizada nessa área. Esse centro consiste em três zonas elípticas concêntricas: a mais interior é o ponto focal das atividades de energia-força do próprio Paraíso; a mais exterior possivelmente pode ser identificada com as funções do Absoluto Inqualificável, mas não estamos certos a respeito das funções espaciais da zona intermediária.
11:5.5 (122.5) A zona interior desse centro de força parece agir como um coração gigantesco, cujas pulsações dirigem correntes até os limites mais exteriores do espaço físico. Ela dirige e modifica as energias-forças, mas não as impulsiona. A presença-pressão da realidade dessa força primal é definitivamente maior na extremidade norte do centro do Paraíso do que nas regiões do sul; essa é uma diferença uniformemente registrada. A força-mãe do espaço parece fluir para dentro no lado sul e para fora no lado norte, por meio da operação de algum sistema circulatório desconhecido, que está ligado à difusão dessa forma básica de energia-força. De tempos em tempos, foram também percebidas diferenças entre as pressões de leste para oeste. As forças que emanam dessa zona não reagem à gravidade física observável, mas são sempre obedientes à gravidade do Paraíso.
11:5.6 (122.6) A zona intermediária do centro de força circunda diretamente essa área. Essa zona intermediária parece ser estática, exceto por expandir-se e contrair-se, através de três ciclos de atividade. A menor dessas pulsações está em uma direção leste-oeste, a próxima está em uma direção norte-sul, enquanto a maior flutuação está em todas as direções, em expansão e em contração generalizadas. A função dessa área intermediária nunca foi realmente identificada, mas deve ter algo a ver com o ajustamento recíproco entre as zonas interior e exterior do centro de força. Muitos acreditam que a zona intermediária é o mecanismo de controle do espaço intermediário, ou zonas quietas, que separam os sucessivos níveis espaciais do universo-mestre, mas nenhuma evidência ou revelação confirma isso. Essa inferência é derivada do conhecimento de que essa área intermediária está, de alguma maneira, relacionada ao funcionamento do mecanismo dos espaços não ocupados do universo-mestre.
11:5.7 (122.7) A zona exterior é a maior e a mais ativa dos três cinturões concêntricos e elípticos de potencial espacial não identificado. Essa área é o local das atividades não imaginadas, o ponto central do circuito das emanações que se espalham em todas as direções no espaço, até os limites mais externos dos sete superuniversos e mesmo além daí, para estender-se aos enormes e incompreensíveis domínios de todo o espaço exterior. Essa presença espacial é inteiramente impessoal, não obstante, de alguma maneira não revelada, pareça ser indiretamente sensível à vontade e aos mandados das Deidades infinitas, quando atuam enquanto Trindade. Acredita-se que isso seja a focalização central, no centro do Paraíso, da presença espacial do Absoluto Inqualificável.
11:5.8 (123.1) Todas as formas de força e todas as fases de energia parecem estar em circuito, elas circulam através dos universos e retornam por trajetos definidos. Mas, com as emanações da zona ativada do Absoluto Inqualificável, parece que há sempre uma saindo e uma chegando — nunca ambas, simultaneamente. Essa zona exterior pulsa, em ciclos que duram idades de proporções gigantescas. Por um pouco mais de um bilhão dos anos de Urântia, a força espacial desse centro move-se para fora; e então, por um período similar de tempo, ela estará movendo-se para dentro. E as manifestações de força espacial desse centro são universais; elas estendem-se através de todo o espaço ocupável.
11:5.9 (123.2) Toda a força física, a energia e a matéria são uma. Toda a energia-força originalmente procede do Paraíso inferior, e irá finalmente retornar para lá, na seqüência de complementação do seu circuito espacial. Mas, as energias e as organizações materiais do universo dos universos não provieram todas do Paraíso inferior, nos seus estados fenomênicos atuais; o espaço é o útero de várias formas de matéria e pré-matéria. Embora a zona exterior do centro de força do Paraíso seja a fonte das energias espaciais, o espaço não se origina ali. O espaço não é força, nem energia, nem potência. Nem as pulsações dessa zona são responsáveis pela respiração do espaço, mas as fases de inspiração e de expiração dessa zona são sincronizadas com os ciclos de dois bilhões de anos de expansão-contração do espaço.
11:6.1 (123.3) Não conhecemos o mecanismo factual da respiração do espaço; observamos, meramente, que todo o espaço contrai-se e expande-se alternadamente. Essa respiração afeta tanto a extensão horizontal do espaço preenchido quanto as extensões verticais de espaço não-preenchido, que existem nos vastos reservatórios de espaço, acima e abaixo do Paraíso. Ao tentar imaginar os contornos do volume desses reservatórios de espaço, vós poderíeis pensar em uma ampulheta.
11:6.2 (123.4) À medida que os universos da extensão horizontal do espaço preenchido se expandem, os reservatórios de extensão vertical do espaço não-preenchido contraem-se, e vice-versa. Há uma confluência entre o espaço preenchido e o espaço não-preenchido, exatamente abaixo do Paraíso inferior. Ambos os tipos de espaço confluem ali, através dos canais de regulagem da transmutação, onde se operam as mudanças que fazem com que o espaço preenchível torne-se não preenchível e vice-versa, nos ciclos de contração e expansão do cosmo.
11:6.3 (123.5) Espaço “não-preenchido” quer dizer: não-preenchido por aquelas forças, energias, potências e presenças conhecidas como existentes em espaços ocupados. Não sabemos se o espaço vertical (de reservatório) é destinado sempre a funcionar como contrapeso do espaço horizontal (o universo); não sabemos se há um intento criador, que seja pertinente ao espaço não-preenchido; sabemos realmente pouquíssimo acerca dos reservatórios de espaço, sabemos quase meramente que existem e que parecem contrabalançar os ciclos de contração-expansão do espaço do universo dos universos.
11:6.4 (123.6) Os ciclos da respiração do espaço, em cada fase, duram um pouco mais do que um bilhão dos anos de Urântia. Durante uma fase, os universos expandem-se; durante a seguinte, eles contraem-se. O espaço preenchido atualmente aproxima-se do ponto médio da fase de expansão, enquanto o espaço não-preenchido aproxima-se do ponto médio da fase de contração; e estamos informados de que os limites externos extremos de ambas as extensões do espaço, atualmente e em teoria, estão mais ou menos eqüidistantes do Paraíso. Os reservatórios de espaço não-preenchido, agora, estendem-se verticalmente acima do Paraíso superior e, para baixo do Paraíso inferior, estendem-se exatamente até o ponto em que o espaço ocupado, do universo, estende-se horizontalmente, para fora do Paraíso periférico até e mesmo para além do quarto nível do espaço exterior.
11:6.5 (124.1) Por um bilhão de anos do tempo de Urântia, os reservatórios do espaço contraem-se, enquanto o universo-mestre e as atividades de força, de todo o espaço horizontal, expandem-se. Assim, um pouco mais do que dois bilhões de anos de Urântia são necessários para que se complete, por inteiro, o ciclo de expansão-contração.
11:7.1 (124.2) O espaço não existe, em nenhuma das superfícies do Paraíso. Se “olhássemos” diretamente para cima, da superfície superior do Paraíso, não “veríamos” nada, a não ser espaço não-preenchido, saindo ou entrando; no momento presente, está entrando. O espaço não toca o Paraíso; apenas as zonas de espaço-intermediário quiescentes entram em contato com a Ilha Central.
11:7.2 (124.3) O Paraíso é o núcleo efetivamente imóvel das zonas relativamente serenas ou quietas que existem entre o espaço preenchido e o espaço não ocupado. Geograficamente, essas zonas parecem ser uma extensão relativa do Paraíso, mas, provavelmente, há algum movimento nelas. Sabemos pouco a respeito delas, mas observamos que essas zonas de movimento espacial mais reduzido estão separando o espaço preenchido do não-preenchido. Zonas similares já existiram, certa vez, entre os níveis do espaço preenchido, mas essas zonas agora estão menos quiescentes.
11:7.3 (124.4) A secção de um corte vertical, no espaço total, assemelhar-se-ia ligeiramente a uma cruz-de-malta, com os braços horizontais representando o espaço preenchido (o universo) e os braços verticais representando o espaço não-preenchido (os reservatórios). As áreas entre os quatro braços separá-los-iam de modo semelhante àquele pelo qual as zonas intermediárias separam o espaço preenchido do não-preenchido. Essas zonas quiescentes intermediárias de espaço ficam maiores e maiores, quanto mais longas forem as suas distâncias do Paraíso; e, finalmente, abrangem as fronteiras de todo o espaço e encasulam, completamente, tanto os reservatórios de espaço quanto a extensão horizontal inteira do espaço preenchido.
11:7.4 (124.5) O espaço não é nem uma condição subabsoluta, dentro do Absoluto Inqualificável, nem a presença desse Absoluto; assim como não é uma função do Último. É uma dádiva do Paraíso; e o espaço do grande universo e o de todas as regiões exteriores, acredita-se estarem, na verdade, preenchidos pela potência do espaço ancestral do Absoluto Inqualificável. Até próximo ao Paraíso periférico, esse espaço preenchido estende-se horizontalmente para o exterior, através do quarto nível espacial e para além da periferia do universo-mestre, mas não sabemos o quanto mais para o exterior.
11:7.5 (124.6) Se imaginardes um plano finito, mas inconcebivelmente grande, em forma de V, formando ângulos retos tanto com a superfície superior do Paraíso, quanto com a superfície inferior, tendo o seu vértice quase tangente ao Paraíso periférico, e se então visualizardes esse plano em revolução elíptica, em torno do Paraíso, a sua rotação iria grosseiramente delinear o volume do espaço preenchido.
11:7.6 (124.7) Há um limite superior e um limite inferior para o espaço horizontal, com referência a qualquer locação dada nos universos. Caso se pudesse ir longe o suficiente, em ângulos retos com o plano de Orvônton, tanto para cima quanto para baixo, poder-se-ia encontrar, afinal, o limite superior ou o inferior do espaço preenchido. Dentro das dimensões conhecidas do universo-mestre, esses limites afastam-se um do outro mais e mais, à medida que se distanciam do Paraíso; o espaço torna-se espesso, e torna-se espesso um pouco mais rapidamente do que o faz o plano da criação, os universos.
11:7.7 (125.1) As zonas relativamente quietas entre os níveis espaciais, tal como a que separa os sete superuniversos do primeiro nível do espaço exterior, são regiões elípticas enormes, de atividades espaciais quiescentes. Essas zonas separam as vastas galáxias, que giram em volta do Paraíso, em uma procissão ordenada. Vós podeis visualizar o primeiro nível do espaço exterior, onde universos irrevelados estão agora em processo de formação, como uma vasta procissão de galáxias, girando em volta do Paraíso, limitadas, por cima e por baixo, pelas zonas do interespaço em quiescência, e limitadas, nas suas margens interna e externa, por zonas relativamente tranqüilas de espaço.
11:7.8 (125.2) Um nível de espaço funciona, assim, como uma região elíptica de movimento, cercada, de todos os lados, por uma relativa ausência de movimento. Tais relações, entre movimento e quiescência, constituem uma trajetória de espaço curvo, de menor resistência ao movimento, que é universalmente seguida por uma força cósmica e uma energia emergente, à medida que giram, para sempre, em torno da Ilha do Paraíso.
11:7.9 (125.3) Esse zoneamento alternativo do universo-mestre, em associação com o fluir no sentido horário e no anti-horário, alternadamente, das galáxias, é um fator de estabilização da gravidade física, projetado para impedir que a acentuação da pressão da gravidade chegue até o ponto de atividades perturbadoras e dispersivas. Tal arranjo exerce uma influência antigravitacional e atua como um freio sobre velocidades que, de outro modo, seriam perigosas.
11:8.1 (125.4) A atração inescapável da gravidade sustenta, efetivamente, todos os mundos de todos os universos de todo o espaço. A gravidade é a garra da atração todo-poderosa da presença física do Paraíso. A gravidade é como um colar onipotente, ao qual encontram-se atrelados as estrelas brilhantes, os sóis abrasadores, e as esferas rotativas que constituem o adorno físico universal do Deus eterno; O qual é todas as coisas, que preenche todas as coisas e em Quem todas as coisas consistem.
11:8.2 (125.5) O centro e o ponto focal da gravidade material absoluta é a Ilha do Paraíso, complementada pelos corpos escuros de gravidade que rodeiam Havona, e equilibrada pelos reservatórios superiores e inferiores de espaço. Todas as emanações conhecidas do Paraíso inferior respondem, infalível e invariavelmente, à atração da gravidade central, que opera nos circuitos intermináveis dos níveis elípticos do espaço do universo-mestre. Todas as formas conhecidas de realidade cósmica têm a curvatura das idades, a trajetória do círculo e o arco de oscilação da grande elipse.
11:8.3 (125.6) O espaço não reage à gravidade, mas age como um equilibrador da gravidade. Sem o amortecedor, que é o espaço, uma ação explosiva sacudiria os corpos espaciais circundantes. O espaço preenchido também exerce uma influência antigravitacional sobre a gravidade física ou linear; o espaço pode, praticamente, neutralizar tal ação da gravidade, ainda que não possa retardá-la. A gravidade absoluta é a gravidade do Paraíso. A gravidade local ou linear pertence ao estágio elétrico da energia ou da matéria, e opera no universo central, nos superuniversos e nos universos exteriores, ou onde quer que tenha havido alguma materialização adequada.
11:8.4 (125.7) As inúmeras formas de força cósmica, de energia física, de potência no universo e de várias materializações revelam três etapas gerais, se bem que não perfeitamente delineadas, de reações à gravidade do Paraíso:
11:8.5 (126.1) 1. Estágios de Pré-Gravidade (Força). Este é o primeiro passo na individualização da potência espacial, nas formas de pré-energia da força cósmica. Este estado é análogo ao conceito da carga-força primordial de espaço, algumas vezes chamada de energia pura ou segregata.
11:8.6 (126.2) 2. Estágios Gravitacionais (Energia). Esta modificação na carga-força de espaço é produzida pela ação dos organizadores da força do Paraíso. Ela assinala o aparecimento de sistemas de energia sensíveis ao impulso da gravidade do Paraíso. Esta energia emergente é originalmente neutra, mas, em conseqüência de uma metamorfose posterior, mostrará ter as qualidades chamadas negativas e positivas. Designaremos esta etapa por ultimata.
11:8.7 (126.3) 3. Estágios Pós-Gravitacionais (Potência no Universo). Nesta etapa, a matéria-energia revela uma resposta ao controle da gravidade linear. No universo central, esses sistemas físicos são organizações tríplices, conhecidas como triata. Elas são os sistemas-mãe de superpotência das criações do tempo e do espaço. Os sistemas físicos dos superuniversos são mobilizados pelos Diretores de Potência do Universo e pelos seus colaboradores. Essas organizações materiais são duais, em constituição, e são conhecidas como gravita. Os corpos escuros de gravidade, que rodeiam Havona, não são nem triata nem gravita, e o seu poder de atração revela tanto formas de gravidade física, linear, como de gravidade absoluta.
11:8.8 (126.4) A potência do espaço não está sujeita a interações de qualquer forma de gravitação. Esse dom primal do Paraíso não é um nível factual de realidade, mas é o ancestral de todas as realidades não-espirituais funcionais relativas — todas as manifestações de força-energia bem como a organização da potência e da matéria. A potência espacial é um termo difícil de definir. Não significa o que é ancestral do espaço; o seu significado deveria transmitir a idéia das potências e dos potenciais existentes no espaço. Pode ser concebida em linhas gerais para incluir todas as influências absolutas e potenciais que emanam do Paraíso e que constituem a presença, no espaço, do Absoluto Inqualificável.
11:8.9 (126.5) O Paraíso é a fonte absoluta e o ponto focal eterno de toda a matéria-energia no universo dos universos. O Absoluto Inqualificável é um revelador, um regulador, e um depositário de tudo aquilo que tem o Paraíso como a sua fonte e origem. A presença universal do Absoluto Inqualificável parece ser equivalente ao conceito de uma infinitude potencial, de extensão gravitacional, de uma tensão elástica da presença do Paraíso. Esse conceito ajuda-nos a compreender o fato de que tudo é internamente atraído na direção do Paraíso. A imagem é crua, no entanto, ajuda. Ela explica também por que a gravidade sempre age preferencialmente no plano perpendicular à massa, um fenômeno indicativo das dimensões diferenciais do Paraíso e das criações que o rodeiam.
11:9.1 (126.6) O Paraíso é único, no sentido de que é o domínio da origem primeira e a meta final do destino de todas as personalidades com espírito. Embora seja verdade que nem todos os seres espirituais inferiores dos universos locais tenham como destino imediato o Paraíso, ainda assim o Paraíso permanece sendo a meta de desejo, para todas as personalidades supramateriais.
11:9.2 (126.7) O Paraíso é o centro geográfico da infinitude; não é uma parte da criação universal, nem mesmo uma parte real do universo eterno de Havona. Comumente referimos-nos à Ilha Central como pertencendo ao universo divino, mas, de fato, não é assim. O Paraíso é uma existência exclusiva e eterna.
11:9.3 (127.1) Na eternidade do passado, quando o Pai Universal deu expressão à personalidade infinita do seu Eu espiritual, no Ser do Filho Eterno, simultaneamente, Ele revelou o potencial de infinitude do seu Eu não pessoal, como Paraíso. O Paraíso não pessoal e não-espiritual parece ter sido a repercussão inevitável da vontade e da ação do Pai ao eternizar o Filho Original. Assim, o Pai projetou a realidade, em duas fases factuais — a pessoal e a não pessoal, a espiritual e a não-espiritual. A tensão entre elas, em face da vontade do Pai e do Filho, para a ação, deu existência ao Agente Conjunto e ao universo central de mundos materiais e de seres espirituais.
11:9.4 (127.2) Quando a realidade é diferenciada, em pessoal e não pessoal (o Filho Eterno; e o Paraíso), dificilmente é adequado chamar aquilo que é não pessoal de Deidade, a menos que de alguma forma seja qualificado assim. As repercussões materiais e de energia dos atos da Deidade dificilmente podem ser chamadas de Deidade. A Deidade pode causar muito daquilo que não é Deidade, e o Paraíso não é uma Deidade; nem é consciente do modo como um homem mortal poderia chegar a entender esse termo.
11:9.5 (127.3) O Paraíso não é o ancestral de nenhum ser ou entidade vivente, não é um criador. A personalidade e as relações mente-espírito são transmissíveis, mas o modelo arquetípico não é. Os modelos nunca são reflexos; são duplicações — reproduções. O Paraíso é o absoluto dos arquétipos ou modelos; Havona é uma exposição factual desses potenciais.
11:9.6 (127.4) A residência de Deus é central e eterna, gloriosa e ideal. A Sua casa é o modelo formoso para todas as sedes de mundos do universo; e o universo central da Sua morada direta é o arquétipo de todos os universos nos seus ideais, organização e destinação última.
11:9.7 (127.5) O Paraíso é a sede universal de todas as atividades da personalidade e o centro-fonte de todas as manifestações de espaço-força e de energia. Tudo aquilo que foi, que agora é, ou que ainda será, veio, está vindo, ou virá desse lugar central de morada dos Deuses eternos. O Paraíso é o centro de toda a criação, a fonte de todas as energias e o local da origem primeira de todas as personalidades.
11:9.8 (127.6) Afinal, para os mortais, a coisa mais importante sobre o Paraíso eterno é o fato de que esta morada perfeita do Pai Universal é o destino real e remoto das almas imortais dos filhos mortais e materiais de Deus, as criaturas ascendentes dos mundos evolucionários do tempo e do espaço. Cada mortal sabedor de Deus, que abraçou a carreira de cumprir a vontade do Pai, já embarcou na trilha longa que vai até o Paraíso, da busca da divindade e do alcançar da perfeição. E, quando tal ser de origem animal chega diante dos Deuses no Paraíso, exatamente como um número incontável deles o faz agora, tendo ascendido das esferas mais baixas do espaço, tal realização representa a realidade de uma transformação espiritual, que chega a tocar os limites da supremacia.
11:9.9 (127.7) [Apresentado por um Perfeccionador de Sabedoria, incumbido desta função pelos Anciães dos Dias em Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 12
12:0.1 (128.1) A VASTIDÃO da criação imensa do Pai Universal está totalmente fora do alcance da imaginação finita; a enormidade do universo-mestre assombra até mesmo as noções da minha ordem de seres. À mente mortal, contudo, muito pode ser ensinado sobre o plano e os arranjos dos universos; vós podeis conhecer algo da organização física deles e da sua maravilhosa administração; podeis aprender muito acerca dos vários grupos de seres inteligentes que habitam os sete superuniversos do tempo e o universo central da eternidade.
12:0.2 (128.2) Em princípio, quer dizer, em potencial de eternidade, nós concebemos a criação material como sendo infinita, porque o Pai Universal na realidade é infinito; mas, à medida que estudamos e observamos a criação material total, sabemos que em qualquer dado momento no tempo ela é limitada, embora para as vossas mentes finitas ela seja relativamente sem limites, virtualmente sem fronteiras.
12:0.3 (128.3) Pelo estudo das leis físicas e pela observação dos reinos estelares, estamos convencidos de que o Criador infinito ainda não está manifestado em finalidade de expressão cósmica e que muito do potencial cósmico do Infinito encontra-se autocontido e não revelado ainda. Para os seres criados, o universo-mestre poderia parecer quase infinito, mas está longe de terminado; há ainda limites físicos à criação material, e a revelação experiencial do propósito eterno ainda está em progresso.
12:1.1 (128.4) O universo dos universos não é um plano infinito, ou um cubo sem limites, nem um círculo ilimitado; certamente, tem dimensões. As leis da organização e da administração física provam conclusivamente que toda a vastíssima agregação de energia-força e de potência-matéria funciona, em última instância, como uma unidade de espaço, como um todo organizado e coordenado. O comportamento observável da criação material constitui evidência de um universo físico de limites definidos. A prova final de que o universo tanto é circular, quanto delimitado, é-nos proporcionada pelo fato bem conhecido nosso de que todas as formas de energia básica sempre giram em torno da trajetória curva dos níveis espaciais do universo-mestre, em obediência à atração incessante e absoluta da gravidade do Paraíso.
12:1.2 (128.5) Os níveis sucessivos do espaço do universo-mestre constituem as maiores divisões do espaço preenchido — a criação total, organizada e parcialmente habitada, ou ainda a ser organizada e habitada. Se o universo-mestre não fosse uma série de níveis de espaços elípticos, de menor resistência ao movimento, que se alternam com zonas de quiescência relativa, nós conceberíamos que uma parte das energias cósmicas seria disparada, de modo observável, para um alcance infinito, em linha reta no espaço, sem rotas; mas nunca observamos a força, a energia ou a matéria comportando-se assim; elas sempre rodam, girando sempre para frente nas trilhas das grandes órbitas espaciais.
12:1.3 (129.1) Partindo do Paraíso para fora, na extensão horizontal do espaço preenchido, o universo-mestre consiste em seis elipses concêntricas; e os níveis de espaço que rodeiam a Ilha Central são:
12:1.4 (129.2) 1. O universo central — Havona.
12:1.5 (129.3) 2. Os Sete Superuniversos.
12:1.6 (129.4) 3. O Primeiro Nível do Espaço Exterior.
12:1.7 (129.5) 4. O Segundo Nível do Espaço Exterior.
12:1.8 (129.6) 5. O Terceiro Nível do Espaço Exterior.
12:1.9 (129.7) 6. O Quarto Nível ou o Nível Mais Exterior do Espaço.
12:1.10 (129.8) Havona, o universo central, não é uma criação no tempo; tem uma existência eterna. Este universo, sem começo e sem fim no tempo, consiste em um bilhão de esferas de perfeição sublime e é rodeado de enormes corpos escuros de gravidade. No centro de Havona está a Ilha do Paraíso, estacionária e absolutamente estabilizada, rodeada dos seus vinte e um satélites. Devido às enormes massas dos corpos escuros de gravidade que a rodeiam, no limite do universo central, a quantidade de massa dessa criação central é muito maior do que a massa conhecida de todos os sete setores do grande universo.
12:1.11 (129.9) O Sistema Paraíso-Havona, o universo eterno ao redor da Ilha Eterna, constitui o núcleo eterno e perfeito do universo-mestre; todos os sete superuniversos e todas as regiões do espaço exterior giram em órbitas estabelecidas em torno da agregação gigantesca central dos satélites do Paraíso e das esferas de Havona.
12:1.12 (129.10) Os Sete Superuniversos não são organizações físicas primárias; em nenhum local as suas fronteiras dividem uma família nebular, e também não cruzam nenhum universo local, a unidade principal de criação. Cada superuniverso é simplesmente um agrupamento de espaço geográfico, de cerca de um sétimo da criação pós-Havona organizada e parcialmente habitada, e cada um deles é mais ou menos igual aos outros, pelo número de universos locais que abrangem e pelo espaço que lhes correspondem. Nébadon, o vosso universo local, é uma das mais recentes criações, dentro de Orvônton, o sétimo superuniverso.
12:1.13 (129.11) O Grande Universo é a criação atual, já organizada e habitada. Consiste em sete superuniversos, com um potencial evolucionário agregado de cerca de sete trilhões de planetas habitados, sem mencionar as esferas eternas da criação central. Mas essa estimativa experimental não leva em conta as esferas arquitetônicas administrativas, nem inclui os grupos exteriores e remotos de universos não organizados. A fronteira atual irregular do grande universo, a sua periferia desigual e inacabada, juntamente com a condição tremendamente incerta de todo o plano astronômico, sugere aos nossos astrônomos que mesmo os sete superuniversos estejam incompletos ainda. À medida que nos movemos de dentro para fora do centro divino, em qualquer direção, chegamos finalmente aos limites externos da criação organizada e habitada; chegamos aos limites exteriores do grande universo. E é próximo dessa fronteira externa, em um canto afastado dessa criação magnífica, que o vosso universo local tem a sua movimentada existência.
12:1.14 (129.12) Os Níveis do Espaço Exterior. Bem afastados no espaço, a uma distância enorme dos sete superuniversos habitados, estão-se acumulando órbitas de vastas e inacreditavelmente estupendas de força e de energias, que se materializam. Entre os circuitos de energia dos sete superuniversos e esse gigantesco cinturão exterior de atividade de força, há uma zona espacial de relativa quietude, cuja largura varia dentro de uma média de quatrocentos mil anos-luz. Essas zonas do espaço são isentas de poeira estelar — a neblina cósmica. Os nossos estudiosos desses fenômenos estão em dúvida quanto à condição exata das forças-espaço existentes nessa zona de relativa quietude, que rodeia os sete superuniversos. Mas, acerca de meio milhão de anos-luz, para além da periferia do presente grande universo, observamos o começo de uma zona de inacreditável ação de energia, que cresce em volume e intensidade, por mais de vinte e cinco milhões de anos-luz. Essas enormes rodas de forças energizantes estão situadas no primeiro nível do espaço exterior, que é um cinturão contínuo de atividade cósmica rodeando toda a criação conhecida, organizada e habitada.
12:1.15 (130.1) Atividades ainda maiores têm lugar para além dessas regiões, pois os físicos de Uversa detectaram evidências iniciais de manifestações de força a mais de cinqüenta milhões de anos-luz para além da parte mais exterior dos fenômenos, no primeiro nível do espaço exterior. Essas atividades pressagiam, indubitavelmente, a organização das criações materiais do segundo nível do espaço exterior do universo-mestre.
12:1.16 (130.2) O universo central é a criação da eternidade; os sete superuniversos são as criações do tempo; os quatro níveis do espaço exterior estão indubitavelmente destinados a efetivar factualmente a evolução da ultimidade da criação. E há aqueles que sustentam que o Infinito não pode nunca atingir a sua expressão plena a não ser na infinitude; e por isso cogitam de uma criação adicional e não revelada, que está além do quarto nível, o mais exterior do espaço, um universo possivelmente sempre em expansão, e sem fim, de infinitude. Em teoria, não sabemos como delimitar seja a infinitude do Criador, seja a infinitude potencial da criação, mas, do modo como ela existe e é administrada, encaramos o universo-mestre como tendo limitações e sendo definitivamente delimitado e contido, nas suas margens externas, pelo espaço aberto.
12:2.1 (130.3) Quando os astrônomos de Urântia esquadrinham as profundezas misteriosas do espaço exterior, com os seus telescópios cada vez mais poderosos, e contemplam a incrível evolução de universos físicos quase incontáveis, eles deveriam compreender que estão contemplando a obra poderosa dos planos inescrutáveis dos Arquitetos do Universo-Mestre. É bem verdade que possuímos evidências tais que sugerem a presença de influências de certas personalidades do Paraíso, aqui e ali, por meio devastas manifestações de energia, agora características das regiões exteriores. Contudo, de um ponto de vista mais amplo, as regiões do espaço que se estendem para além das fronteiras externas dos sete superuniversos são, geralmente, reconhecidas como constituindo os domínios do Absoluto Inqualificável.
12:2.2 (130.4) Embora o olho humano, sem ajuda, possa ver apenas duas ou três nebulosas para além das fronteiras do superuniverso de Orvônton, os vossos telescópios literalmente revelam milhões e milhões desses universos físicos, em processo de formação. A maior parte dos domínios estelares, visualmente ao alcance dos vossos telescópios atuais, está em Orvônton, mas, com a técnica fotográfica, os telescópios mais potentes penetram além das fronteiras do grande universo, nos domínios do espaço exterior, onde universos inenarráveis estão em processo de organização. E há ainda outros milhões de universos além do alcance dos vossos instrumentos atuais.
12:2.3 (130.5) Num futuro não muito distante, novos telescópios revelarão aos olhos surpresos dos astrônomos urantianos nada menos do que 375 milhões de novas galáxias nas extensões remotas do espaço exterior. Ao mesmo tempo, esses telescópios mais poderosos revelarão que muitos dos universos ilhados, que anteriormente acreditava-se estarem no espaço exterior, são realmente uma parte do sistema galático de Orvônton. Os sete superuniversos estão ainda em crescimento; a periferia de cada um está-se expandindo gradativamente; novas nebulosas estão constantemente sendo estabilizadas e organizadas; e algumas das nebulosas que os astrônomos urantianos consideram como extragaláticas estão, na verdade, na extremidade de Orvônton e viajam junto conosco.
12:2.4 (131.1) Os estudiosos das estrelas em Uversa observam que o grande universo está circundado pelos ancestrais de uma série de conjuntos estelares e planetários, que rodeiam completamente a atual criação habitada, em forma de anéis concêntricos, de universos e mais universos exteriores. Os físicos de Uversa calculam que a energia e a matéria dessas regiões exteriores ainda não mapeadas já superam, em muitas vezes, a massa material total e a carga energética abrangida por todos os sete superuniversos. Estamos informados de que a metamorfose da força cósmica, nesses níveis do espaço exterior, é uma função dos organizadores da força do Paraíso. Sabemos também que essas forças são as ancestrais das energias físicas que, no presente, ativam o grande universo. Os diretores de potência de Orvônton, contudo, nada têm a ver com esses domínios muito distantes; tampouco os movimentos de energia discerníveis ali estão conectados aos circuitos de potência das criações organizadas e habitadas.
12:2.5 (131.2) Sabemos pouco sobre o significado desses extraordinários fenômenos do espaço exterior. Uma criação maior, para o futuro, está em processo de formação. Podemos observar a sua imensidão, podemos discernir a sua extensão e percebemos as suas dimensões grandiosas, mas, por outro lado, sabemos pouco mais sobre esses domínios do que sabem os astrônomos de Urântia. Pelo que conhecemos, nenhum ser material da ordem dos humanos, nenhum anjo, nem outras criaturas espirituais habitam esse anel externo de nebulosas, sóis e planetas. Esse domínio distante está para além da jurisdição e da administração dos governos dos superuniversos.
12:2.6 (131.3) Em todo Orvônton, acredita-se que um novo tipo de criação esteja em processo, uma ordem de universos destinada a tornar-se o cenário de futuras atividades dos Corpos de Finalidade, agora em formação; e, se as nossas conjecturas estiverem corretas, o futuro sem fim pode estar reservando para todos vós os mesmos espetáculos maravilhosos que o passado sem fim havia reservado aos vossos veteranos e predecessores.
12:3.1 (131.4) Todas as formas de energia-força — material, mental e espiritual — estão, do mesmo modo, sujeitas a essas atrações, a essas presenças universais as quais chamamos gravidade. A personalidade é também sensível à gravidade — ao circuito exclusivo do Pai. Mas ainda que esse circuito seja exclusivo do Pai, Ele não Se exclui de outros circuitos; o Pai Universal é infinito e atua sobre todos os quatro circuitos de gravidade absoluta no universo-mestre:
12:3.2 (131.5) 1. O da Gravidade da Personalidade do Pai Universal.
12:3.3 (131.6) 2. O da Gravidade do Espírito do Filho Eterno.
12:3.4 (131.7) 3. O da Gravidade da Mente do Agente Conjunto.
12:3.5 (131.8) 4. O da Gravidade Cósmica da Ilha do Paraíso.
12:3.6 (131.9) Esses quatro circuitos não estão relacionados ao centro de força do Paraíso inferior; eles não são circuitos de força, nem de energia, nem de potência. Eles são circuitos de presença absoluta e, como Deus, são independentes do tempo e do espaço.
12:3.7 (132.1) A esse respeito é interessante registrar certas observações feitas em Uversa, durante os milênios recentes, pelo corpo de pesquisadores da gravidade. Esse grupo de pesquisadores especializados chegou às conclusões seguintes, a respeito dos diferentes sistemas de gravidade do universo-mestre:
12:3.8 (132.2) 1. A Gravidade Física. Tendo formulado uma estimativa da somatória de toda a capacidade de gravidade física do grande universo, eles efetuaram laboriosamente uma comparação dessa estimativa com o total estimado da presença de gravidade absoluta ora em ação. Esses cálculos indicam que a ação total de gravidade no grande universo é uma parte muito pequena da atração de gravidade total estimada do Paraíso, computada com base na resposta gravitacional de unidades físicas básicas de matéria do universo. Esses pesquisadores chegam à conclusão espantosa de que o universo central e os sete superuniversos que o cercam estão, no presente, fazendo uso apenas de cerca de cinco por cento do funcionamento ativo da atração da gravidade absoluta do Paraíso. Em outras palavras: no presente momento, cerca de noventa e cinco por cento da ação de gravidade cósmica ativa da Ilha do Paraíso, computados nessa teoria da totalidade, estão empenhados em controlar os sistemas materiais que se situam além das fronteiras dos universos organizados atualmente. Todos esses cálculos referem-se à gravidade absoluta; a gravidade linear é um fenômeno interativo, que pode ser computado apenas quando se conhece a gravidade verdadeira do Paraíso.
12:3.9 (132.3) 2. A Gravidade do Espírito. Pela mesma técnica de estimativa e de cálculo comparativo, os pesquisadores exploraram a capacidade de reação atual da gravidade espiritual e, com a cooperação dos Mensageiros Solitários e outras personalidades do espírito, chegaram a um valor para a soma da gravidade espiritual ativa, da Segunda Fonte e Centro. E é bastante instrutivo notar que encontraram, para a presença real e funcional da gravidade espiritual, no grande universo, por volta do mesmo valor que eles postulam para o total presente da gravidade espiritual ativa. Em outras palavras: no momento presente, observa-se que praticamente toda a gravidade espiritual do Filho Eterno, computada nessa teoria com base nos totais, funciona no grande universo. Se os valores encontrados forem confiáveis, podemos concluir que os universos, ora em evolução, no espaço exterior, no momento presente, são totalmente não-espirituais. E, sendo verdade, isso poderia explicar, satisfatoriamente, por que os seres dotados de espírito possuem pouca ou nenhuma informação sobre essas vastas manifestações de energia, além do fato de saberem da sua existência física.
12:3.10 (132.4) 3. A Gravidade da Mente. Pelos mesmos princípios de computação comparativa, os pesquisadores abordaram o problema da presença e da resposta à gravidade mental. A estimativa da unidade de mente foi conseguida pela média de três tipos de mentalidade material e de três tipos de mentalidade espiritual, se bem que o tipo de mente encontrada nos diretores de potência e nos seus colaboradores tenha comprovado ser um fator perturbador do esforço de chegar a uma unidade básica, para o cálculo da gravidade mental. Pouco havia que impedisse a estimativa da capacidade atual, da Terceira Fonte e Centro, para a função da gravidade da mente, de acordo com essa teoria da totalidade. Embora, nesse caso, o que ficou constatado não seja tão conclusivo quanto o foram as estimativas para a gravidade física e a espiritual, considerando-se comparativamente, até que é tudo bastante instrutivo e intrigante mesmo. Os pesquisadores deduziram que cerca de oitenta e cinco por cento da reação de resposta de gravidade mental à atração intelectual do Agente Conjunto, têm a sua origem no grande universo existente. Isso sugeriria a possibilidade de que haja atividades mentais que estejam envolvidas com as atividades físicas observáveis ora em andamento nos domínios do espaço exterior. Embora essa estimativa esteja provavelmente muito longe de ser precisa, ela concorda, em princípio, com a nossa crença de que organizadores inteligentes de força, no presente, estejam dirigindo a evolução do universo nos níveis do espaço para além dos limites exteriores atuais do grande universo. Qualquer que seja a natureza dessa suposta inteligência, ela aparentemente não apresenta resposta de sensibilidade à gravidade do espírito.
12:3.11 (133.1) Todavia, todos esses cômputos são, no melhor dos casos, estimativas baseadas em leis pressupostas. Julgamos que sejam razoavelmente confiáveis. Ainda que apenas uns poucos seres espirituais estivessem localizados no espaço exterior, a sua presença coletiva não iria influenciar de modo marcante os cálculos que envolvem medidas tão enormes.
12:3.12 (133.2) A Gravidade da Personalidade não é calculável. Reconhecemos o seu circuito, mas não podemos medir realidades qualitativas ou quantitativas que sejam sensíveis a ela.
12:4.1 (133.3) Todas as unidades de energia cósmica estão em rotação primária e, enquanto giram nas suas órbitas universais, estão empenhadas na execução da sua missão. Os universos do espaço e os seus sistemas e mundos componentes são, todos, esferas que giram, movendo-se ao longo das intermináveis órbitas dos níveis espaciais do universo-mestre. Absolutamente nada é estacionário em todo o universo-mestre, exceto o centro mesmo de Havona, a eterna Ilha do Paraíso, o centro da gravidade.
12:4.2 (133.4) O Absoluto Inqualificável é funcionalmente limitado ao espaço, mas não estamos tão certos quanto à relação desse Absoluto com o movimento. Seria o movimento inerente a ele? Não sabemos. Sabemos que o movimento não é inerente ao espaço; mesmo os movimentos do espaço não são inatos. Mas não estamos tão seguros sobre a relação do Inqualificável com o movimento. Quem, ou o que, é realmente responsável pelas imensas atividades das transmutações de energia-força, agora em progresso, para além das fronteiras dos sete superuniversos atuais? No que concerne à origem do movimento, nós temos as seguintes opiniões:
12:4.3 (133.5) 1. Julgamos que o Agente Conjunto dê início ao movimento no espaço.
12:4.4 (133.6) 2. Se o Agente Conjunto produz os movimentos do espaço, nós não podemos provar.
12:4.5 (133.7) 3. O Absoluto Universal não origina o movimento inicial, mas equaliza e controla todas as tensões originadas pelo movimento.
12:4.6 (133.8) No espaço exterior, os organizadores da força, aparentemente, são responsáveis pela produção das gigantescas rodas do universo, que estão agora em processo de evolução estelar, mas a sua capacidade de funcionar assim deve ter sido viabilizada por alguma modificação da presença espacial do Absoluto Inqualificável.
12:4.7 (133.9) O espaço, do ponto de vista humano, é nada — negativo — ; existe apenas enquanto relacionado a alguma coisa positiva e não espacial. Contudo, o espaço é real. Ele contém e condiciona o movimento. E até se move. Os movimentos do espaço podem ser, grosso modo, classificados como se segue:
12:4.8 (133.10) 1. O movimento primário — a respiração do espaço, o movimento do próprio espaço.
12:4.9 (133.11) 2. O movimento secundário — as oscilações alternadas de direção dos níveis espaciais sucessivos.
12:4.10 (133.12) 3. Os movimentos relativos — relativos no sentido de que eles não são avaliados tomando o Paraíso como base. Os movimentos primários e os secundários são absolutos, são movimentos em relação ao Paraíso imóvel.
12:4.11 (133.13) 4. O movimento compensatório ou correlato, destinado a coordenar todos os outros movimentos.
12:4.12 (134.1) A relação atual do vosso sol e dos planetas ligados a ele, ainda que revelando muitos movimentos relativos e absolutos no espaço, tende a dar a impressão, aos observadores astronômicos, de que vós estais relativamente estacionários no espaço, e de que os conjuntos e sucessões estelares circundantes voam para fora com velocidades sempre crescentes, à medida que os vossos cálculos continuam espaço afora. Mas esse não é o caso. Vós deixais de reconhecer a expansão uniforme atual, para fora, das criações físicas de todo o espaço preenchido. A vossa própria criação local (Nébadon) participa desse movimento de expansão universal para fora. Todos os sete superuniversos participam do ciclo de dois bilhões de anos de respiração do espaço, junto com as regiões exteriores do universo-mestre.
12:4.13 (134.2) Quando os universos se expandem e se contraem, as massas materiais no espaço preenchido movem-se alternadamente contra e a favor da atração da gravidade do Paraíso. O trabalho que é feito para mover as massas de energias materiais da criação é trabalho de espaço e não trabalho de energia-potência.
12:4.14 (134.3) Ainda que as vossas estimativas espectroscópicas para as velocidades astronômicas sejam razoavelmente confiáveis, quando aplicadas aos domínios estelares pertinentes ao vosso superuniverso e aos superuniversos a ele adjacentes, tais estimativas, com referência aos domínios do espaço exterior, não são totalmente confiáveis. As linhas espectrais são deslocadas do normal para o violeta por uma estrela que se aproxima; do mesmo modo, essas linhas são deslocadas para o vermelho por uma estrela que se distancia. Muitas influências interpõem-se, para fazer parecer que a velocidade de distanciamento dos universos exteriores aumenta em uma proporção de mais de cento e sessenta quilômetros por segundo para cada milhão de anos-luz de aumento na sua distância. Por esse método de cálculo, e quando houver telescópios mais poderosos, parecerá que esses sistemas muito distantes estejam-se afastando mais dessa parte do universo, à inacreditável proporção de mais de cinqüenta mil quilômetros por segundo. Mas essa velocidade aparente de afastamento não é real; resulta de inúmeros fatores de erro, abrangendo ângulos de observação e outras distorções de espaço-tempo.
12:4.15 (134.4) A maior de todas as distorções, contudo, surge porque os vastos universos do espaço exterior, nos domínios próximos aos dos sete superuniversos, parecem estar girando em uma direção oposta àquela do grande universo. Isto é, essas miríades de nebulosas, sóis e esferas que as acompanham, estão, no momento, girando no sentido horário, em volta da criação central. Os sete superuniversos giram em torno do Paraíso em uma direção anti-horária. Parece que o segundo universo exterior de galáxias e, também, os sete superuniversos giram no sentido anti-horário em torno do Paraíso. E os observadores astronômicos de Uversa pensam detectar, em um terceiro cinturão exterior no espaço longínquo, a evidência de movimentos giratórios que estão começando a exibir tendências direcionais de natureza horária.
12:4.16 (134.5) É provável que essas direções alternadas de procissões sucessivas, no espaço dos universos, tenham algo a ver com a técnica de gravidade empregada pelo Absoluto Universal, no interior do universo-mestre, a qual consiste em uma coordenação de forças e uma equalização de tensões espaciais. O movimento, bem como o espaço, são complementos ou equilibradores da gravidade.
12:5.1 (134.6) Como o espaço, o tempo é um dom do Paraíso, mas não no mesmo sentido, apenas indiretamente. O tempo surge em virtude do movimento e porque a mente é inerentemente cônscia da seqüencialidade. De um ponto de vista prático, o movimento é essencial ao tempo, mas não há nenhuma unidade de tempo universal baseada no movimento, a menos que o dia-padrão do Paraíso-Havona seja arbitrariamente reconhecido como tal. A totalidade da respiração do espaço destrói o seu valor local como uma fonte de tempo.
12:5.2 (135.1) O espaço não é infinito, ainda que tenha a sua origem no Paraíso; nem absoluto, pois é preenchido pelo Absoluto Inqualificável. Nós não conhecemos os limites absolutos do espaço, mas sabemos que o absoluto do tempo é a eternidade.
12:5.3 (135.2) O tempo e o espaço são inseparáveis, apenas nas criações tempo-espaciais: os sete superuniversos. O espaço não-temporal (espaço sem tempo) existe teoricamente, mas o único lugar não temporal verdadeiramente é a área do Paraíso. O tempo não espacial (tempo sem espaço) existe na mente cujo nível funcional é o do Paraíso.
12:5.4 (135.3) As zonas intermediárias do espaço, relativamente sem movimento, zonas que chegam aos confins do Paraíso e que separam os espaços preenchidos dos não-preenchidos, são as zonas de transição do tempo para a eternidade, daí a necessidade de os peregrinos do Paraíso permanecerem inconscientes durante esse trânsito, quando estão para culminar na cidadania do Paraíso. Os visitantes conscientes do tempo podem ir ao Paraíso sem ter de adormecer para essa travessia, mas continuam sendo criaturas do tempo.
12:5.5 (135.4) As relações com o tempo não existem sem movimento no espaço, mas a consciência do tempo sim. A seqüencialidade pode levar à consciência do tempo, mesmo na ausência de movimento. A mente do homem é menos sujeita ao tempo do que ao espaço, por causa da natureza inerente da mente. Mesmo durante os dias da vida na carne na Terra, se bem que a mente do homem seja rigidamente sujeita ao espaço, a imaginação criativa do homem é relativamente liberta do tempo. Mas o tempo, em si mesmo, não é geneticamente uma qualidade da mente.
12:5.6 (135.5) Há três níveis diferentes de conhecimento do tempo:
12:5.7 (135.6) 1. O tempo percebido pela mente: a consciência da seqüência do movimento e a noção de duração.
12:5.8 (135.7) 2. O tempo percebido pelo espírito: o discernimento interior do movimento na direção de Deus e a consciência do movimento de ascensão a níveis crescentes de divindade.
12:5.9 (135.8) 3. A personalidade cria um senso único de tempo, a partir do discernimento no sentido da realidade, mais uma consciência de presença e uma noção interior de duração.
12:5.10 (135.9) Sendo não-espirituais, os animais conhecem apenas o passado e vivem no presente. O homem, residido pelo espírito, tem poderes de previsão (o discernimento interior); ele pode visualizar o futuro. Apenas as atitudes que consideram o futuro e que sejam progressivas, são pessoalmente reais. A ética estática e a moralidade tradicional estão apenas ligeiramente acima do nível animal. Nem o estoicismo é uma alta ordem de auto-realização. A ética e a moral tornam-se verdadeiramente humanas quando são dinâmicas e progressivas, vivas com a realidade do universo.
12:5.11 (135.10) A personalidade humana não é meramente uma concomitância de eventos, no tempo e no espaço; a personalidade humana pode também atuar como causa cósmica de tais eventos.
12:6.1 (135.11) O universo é não estático. A estabilidade não é o resultado da inércia, mas antes o produto de energias equilibradas, de mentes cooperativas, de morôncias coordenadas, de supercontrole espiritual e de unificação da personalidade. A estabilidade sempre é integralmente proporcional à divindade.
12:6.2 (135.12) No controle físico do universo-mestre, o Pai Universal exerce a prioridade e a primazia por meio da Ilha do Paraíso; Deus é absoluto, na administração espiritual do cosmo, na pessoa do Filho Eterno. No que concerne aos domínios da mente, o Pai e o Filho funcionam coordenadamente por meio do Agente Conjunto.
12:6.3 (136.1) A Terceira Fonte e Centro presta assistência na manutenção do equilíbrio e na coordenação das energias físicas e espirituais combinadas, e nas suas organizações, mediante a absolutez do seu controle da mente cósmica e pelo exercício dos seus complementos inerentes e universais de gravidade física e espiritual. Sempre e em qualquer lugar onde ocorrer uma ligação entre o material e o espiritual, esse fenômeno mental é um ato do Espírito Infinito. Apenas a mente pode interassociar as forças e as energias físicas do nível material aos poderes espirituais e aos seres no nível do espírito.
12:6.4 (136.2) Em toda a vossa contemplação dos fenômenos universais, assegurai-vos de estardes levando em consideração a inter-relação das energias físicas, intelectuais e espirituais, e de terdes na devida conta os fenômenos inesperados correspondentes à unificação delas, pela personalidade; assegurai-vos também de considerar os fenômenos imprevisíveis que resultam das ações e reações da Deidade experiencial e dos Absolutos.
12:6.5 (136.3) O universo é altamente previsível, apenas no sentido quantitativo ou da medida da gravidade; mesmo as forças físicas primais não reagem à gravidade linear, nem o fazem os significados mais elevados da mente, nem os verdadeiros valores espirituais das realidades universais últimas do universo. Qualitativamente, o universo não é altamente previsível, no que diz respeito a novas associações de forças, sejam elas físicas, mentais ou espirituais; embora muitas dessas combinações de energias ou de forças tornem-se parcialmente previsíveis, quando sujeitas à observação crítica. Quando a matéria, a mente e o espírito estão unificados pela personalidade da criatura, ficamos totalmente incapazes de predizer as decisões do livre-arbítrio de tal ser.
12:6.6 (136.4) Todas as fases da força primordial, o espírito nascente, ou outras ultimidades não pessoais, parecem reagir de acordo com certas leis relativamente estáveis, mas desconhecidas, e são caracterizadas por uma latitude de atuação e uma elasticidade de resposta freqüentemente desconcertantes, quando encontradas nos fenômenos de uma situação circunscrita e isolada. Qual é a explicação dessa liberdade imprevisível de reação, revelada por essas factualidades emergentes do universo? Esses dados imprevistos, desconhecidos e insondáveis — se pertinentes ao comportamento de uma unidade de força primordial, à reação de um nível não identificado da mente, ou ao fenômeno de um vasto pré-universo em vias de ser feito, nos domínios do espaço exterior — provavelmente revelam as atividades do Último e as atuações-presenças dos Absolutos, que precedem à função de todos os Criadores dos universos.
12:6.7 (136.5) Nós não sabemos realmente, mas supomos que uma versatilidade assim surpreendente e uma coordenação tão profunda signifiquem a presença e a atuação dos Absolutos, e que tal diversidade de resposta, em face de causações aparentemente uniformes, revele a reação dos Absolutos, não apenas à causação imediata e situacional, mas também a todas as outras causações relacionadas a todo o universo-mestre.
12:6.8 (136.6) Os indivíduos têm os seus guardiães de destino; os planetas, os sistemas, as constelações, os universos e os superuniversos, cada um tem os seus respectivos governantes que trabalham para o bem-estar nos seus domínios. Havona e mesmo o grande universo são supervisionados por aqueles que foram investidos dessas altas responsabilidades. Mas quem fomenta e atende às necessidades fundamentais do universo-mestre, como um todo, do Paraíso até o quarto nível, o mais externo do espaço? Existencialmente esta supraproteção é atribuível, provavelmente, à Trindade do Paraíso, mas, de um ponto de vista experiencial, o surgimento dos universos pós-Havona depende:
12:6.9 (136.7) 1. Dos Absolutos, quanto ao potencial.
12:6.10 (136.8) 2. Do Último, quanto à direção.
12:6.11 (137.1) 3. Do Supremo, para a coordenação evolucionária.
12:6.12 (137.2) 4. Dos Arquitetos do Universo-Mestre, para a administração antes do aparecimento de governantes específicos.
12:6.13 (137.3) O Absoluto Inqualificável penetra todo o espaço. Não estamos inteiramente esclarecidos quanto ao status exato da Deidade e dos Absolutos Universais, mas sabemos que estes últimos funcionam onde funcionam a Deidade e o Absoluto Inqualificável. O Absoluto da Deidade pode estar universalmente presente, mas dificilmente está presente espacialmente. O Último está, ou estará em algum tempo, presente espacialmente até junto às margens do quarto nível espacial. Duvidamos que o Último terá jamais uma presença espacial, para além da periferia do universo-mestre, mas, dentro deste limite, o Último está integrando progressivamente a organização criadora dos potenciais dos três Absolutos.
12:7.1 (137.4) Há uma lei inexorável e impessoal, a qual é equivalente à função de uma providência cósmica, que está atuando durante a totalidade do tempo e do espaço e abrange toda a realidade, qualquer que seja a sua natureza. A misericórdia caracteriza a atitude do amor de Deus pelo indivíduo; a imparcialidade motiva a atitude de Deus para com a totalidade. A vontade de Deus não prevalece necessariamente na parte — no coração de uma personalidade qualquer — , mas a Sua vontade, na verdade, governa o todo: o universo dos universos.
12:7.2 (137.5) Em todas as Suas relações com todos os Seus seres, é verdade que as leis de Deus não são inerentemente arbitrárias. Para vós, com a vossa visão limitada e o vosso ponto de vista finito, os atos de Deus muitas vezes podem parecer ditatoriais e arbitrários. As leis de Deus são apenas os hábitos de Deus, o Seu modo repetido de fazer as coisas; e Ele sempre faz todas as coisas bem. Vós observais que Deus faz a mesma coisa do mesmo modo, repetida e simplesmente, porque aquele é o melhor modo de se fazer aquela coisa em particular, em uma dada circunstância; e o melhor modo é o modo certo e, dessa forma, a sabedoria infinita sempre ordena que seja feito daquela maneira, precisa e perfeita. Vós deveríeis lembrar-vos também de que a natureza não é um ato exclusivo da Deidade; outras influências estão presentes nesses fenômenos aos quais o homem chama de natureza.
12:7.3 (137.6) É repugnante à natureza divina sofrer qualquer tipo de deterioração ou jamais permitir a execução de qualquer ato puramente pessoal, de um modo inferior. Todavia, deveria ficar bem claro que, se, na divindade de qualquer situação, no ponto extremo de qualquer circunstância, em qualquer caso em que o curso da sabedoria suprema possa indicar a busca de uma conduta diferente — caso as buscas da perfeição pudessem, por qualquer razão, ditar outro método de reação, um método melhor, então e ali o Deus pleno de sabedoria iria funcionar daquele modo melhor e mais adequado. Essa seria, sim, a expressão de uma lei mais elevada, não a revogação de uma lei menor.
12:7.4 (137.7) Deus não é um escravo, por meio do hábito, à repetição crônica dos seus próprios atos voluntários. Não há conflito entre as leis do Infinito; elas são todas perfeições de natureza infalível; todas são atos inquestionáveis expressando decisões sem defeitos. A lei é a reação imutável de uma mente infinita, perfeita e divina. Os atos de Deus são todos volicionais, apesar da sua aparente semelhança. Em Deus “não há variabilidade, nem sequer a sombra de mudança”. Mas tudo isso que pode ser dito verdadeiramente do Pai Universal, não pode ser dito com igual certeza de todas as Suas inteligências subordinadas, nem das Suas criaturas evolucionárias.
12:7.5 (137.8) Porque Deus é imutável, vós podeis confiar, em todas as circunstâncias ordinárias, que Ele faça sempre a mesma coisa, do mesmo modo, idêntico e usual. Deus é a garantia da estabilidade, para todas as coisas e seres criados. Ele é Deus; portanto, Ele não muda.
12:7.6 (138.1) E toda essa firmeza de conduta e essa uniformidade de ação são pessoal, consciente e altamente volitivas, pois o grande Deus não é um escravo indefeso da Sua própria perfeição e infinitude. Deus não é uma força automática auto-atuante; Ele não é um poder servil limitado por leis. Deus não é também uma equação matemática, nem uma fórmula química. Ele é uma personalidade primordial e de livre-arbítrio. Ele é o Pai Universal, um Ser superdotado de personalidade e a Fonte universal da personalidade para todas as criaturas.
12:7.7 (138.2) A vontade de Deus não prevalece uniformemente no coração do mortal material que busca a Deus, mas, se a moldura do tempo for ampliada para além do momento, até abranger a totalidade da primeira vida, a vontade de Deus tornar-se-á cada vez mais discernível, nos frutos espirituais que nascem nas vidas dos filhos de Deus, conduzidos pelo espírito. E então, se a vida humana for ampliada ainda mais, a ponto de incluir a experiência moroncial, observar-se-á a vontade divina resplandecendo com um brilho cada vez maior nos atos espiritualizantes daquelas criaturas do tempo, que começaram a saborear as delícias divinas de experienciar a relação da personalidade do homem com a personalidade do Pai Universal.
12:7.8 (138.3) A Paternidade de Deus e a fraternidade do homem apresentam o paradoxo da parte e do todo, no nível da personalidade. Deus ama cada indivíduo como um filho individual da família celeste. Entretanto, Deus ama ainda assim a cada indivíduo; não faz acepção de pessoas, e a universalidade do seu amor traz à vida uma relação com o todo, a irmandade universal.
12:7.9 (138.4) O amor do Pai individualiza absolutamente cada personalidade, como um filho único do Pai Universal, um filho sem duplicatas na infinitude, uma criatura de vontade insubstituível, em toda a eternidade. O amor do Pai glorifica cada filho de Deus, iluminando cada membro da família celeste, destacando nitidamente a natureza única de cada ser pessoal, em contraste com os níveis impessoais que estão fora do circuito fraternal do Pai de todos. O amor de Deus retrata vivamente o valor transcendente de cada criatura de vontade e, inequivocamente, revela o alto valor que o Pai Universal dá a cada um dos seus filhos, desde a personalidade mais elevada de criador, com status de Paraíso, à mais baixa personalidade com dignidade de vontade entre as tribos de homens selvagens, durante o despertar das espécies humanas, em algum mundo evolucionário do tempo e do espaço.
12:7.10 (138.5) Esse mesmo amor de Deus pelo indivíduo traz à existência a família divina de todos os indivíduos, a fraternidade universal dos filhos de livre-arbítrio do Pai do Paraíso. E essa irmandade, sendo universal, é um relacionamento do todo. A fraternidade, quando universal, revela, não a relação de cada um, mas a relação do todo. A fraternidade é uma realidade total e, portanto, apresenta qualidades do todo em contrapartida com as qualidades da parte.
12:7.11 (138.6) A fraternidade constitui um fato de relacionamento entre cada personalidade, na existência universal. Nenhuma pessoa pode escapar dos benefícios ou das penalidades que podem advir como resultado do relacionamento com outras pessoas. A parte beneficia-se, ou padece, na mesma medida do todo. O bom esforço, de cada homem, beneficia a todos os homens; o mal ou o erro, de cada homem, aumenta a atribulação de todos os homens. Na medida que a parte se move, assim move-se o todo. À medida que o todo progride, assim progride a parte. As velocidades relativas da parte e do todo determinam se a parte está sendo retardada pela inércia do todo, ou se está sendo levada à frente pelo impulso da força viva da fraternidade cósmica.
12:7.12 (139.1) É um mistério que Deus seja um Ser autoconsciente altamente pessoal, com um centro de governo residencial, e que, ao mesmo tempo, Ele esteja pessoalmente presente em um universo tão vasto e esteja pessoalmente em contato com um número quase infinito de seres. Esse fenômeno, pois, sendo um mistério além da compreensão humana, não deveria em nada diminuir a vossa fé. Não permitais que a grandeza da infinitude, que a imensidão da eternidade e que a grandiosidade e a glória do incomparável caráter de Deus, vos façam vacilar, que vos desencorajem ou vos desalentem; pois o Pai não está longe de cada um de vós; Ele reside dentro de vós e, Nele, todos nós literalmente movemo-nos, vivemos de fato e, verdadeiramente, temos o nosso ser.
12:7.13 (139.2) Ainda que o Pai do Paraíso funcione por intermédio dos Seus criadores divinos e dos Seus filhos criaturas, Ele também Se compraz com o contato interior mais íntimo convosco, tão sublime, tão altamente pessoal, que está mesmo além da minha compreensão — aquela comunhão misteriosa, do fragmento do Pai, com a alma humana e com a mente mortal de sua real morada. Sabendo o que fazeis com essas dádivas de Deus, conseqüentemente, sabereis que o Pai está em contato íntimo, não apenas com os Seus coligados divinos, mas também com os Seus filhos evolucionários mortais do tempo. O Pai de fato habita no Paraíso, mas a Sua presença divina também reside nas mentes dos homens.
12:7.14 (139.3) Ainda que o espírito de um Filho tenha sido vertido sobre toda a carne, embora um Filho haja morado convosco, certa vez, à semelhança da carne mortal, embora um serafim pessoalmente vos guarde e vos guie, como podem quaisquer desses seres divinos, do Segundo e do Terceiro Centro, jamais esperar chegar tão perto de vós ou vos compreender tão completamente quanto o Pai, que deu uma parte de Si próprio para ficar em vós, para ser o vosso eu real e divino, e eterno mesmo?
12:8.1 (139.4) “Deus é espírito”, mas o Paraíso não o é. O universo material é sempre a arena onde todas as atividades espirituais têm lugar; os seres espirituais e os espíritos ascendentes vivem e trabalham em esferas físicas de realidade material.
12:8.2 (139.5) A outorga da força cósmica, o domínio da gravidade cósmica é a função da Ilha do Paraíso. Toda a energia-força original provém do Paraíso, e a matéria, com a qual se fazem os universos incontáveis, circula agora por todo o universo-mestre, na forma de uma presença de supragravidade, que constitui a carga-potência do espaço preenchido.
12:8.3 (139.6) Qualquer que sejam as transformações da potência, no delineamento dos universos, tendo saído do Paraíso, ela viaja sujeita ao impulso infindável, sempre presente e infalível da Ilha Eterna, obediente e inerentemente girando, para sempre, nas trajetórias, no eterno espaço dos universos. A energia física é a única realidade verdadeira e fiel, na sua obediência à lei universal. Apenas nos domínios da volição da criatura tem havido desvio da trajetória divina e dos planos originais. A potência e a energia são as evidências universais da estabilidade, constância e eternidade da Ilha Central do Paraíso.
12:8.4 (139.7) A outorga do espírito e a espiritualização das personalidades, reinos da gravitação espiritual, são do domínio do Filho Eterno. E essa gravidade espiritual do Filho, sempre atraindo todas as realidades espirituais para Si próprio, é tão real e absoluta quanto a todo-poderosa atração material da Ilha do Paraíso. Mas o homem, de mente material, está naturalmente mais familiarizado com as manifestações materiais de natureza física do que com as operações de natureza espiritual, igualmente reais e poderosas, discernidas apenas pela clarividência espiritual interna da alma.
12:8.5 (140.1) À medida que a mente de qualquer personalidade no universo torna-se mais espiritual — mais semelhante a Deus — ela passa a ser menos sensível à gravidade material. A realidade, medida pela sua sensibilidade de resposta à gravidade física, é a antítese da realidade, enquanto determinada pela qualidade do conteúdo espiritual. A ação da gravidade física é um determinante quantitativo da energia não-espiritual; a ação da gravidade espiritual é a medida qualitativa da energia viva da divindade.
12:8.6 (140.2) Aquilo que o Paraíso é para a criação física, e aquilo que o Filho Eterno é para o universo espiritual, o Agente Conjunto é para os domínios da mente — o universo inteligente dos seres e personalidades materiais, moronciais e espirituais.
12:8.7 (140.3) O Agente Conjunto reage tanto às realidades materiais quanto às realidades espirituais e, por isso, inerentemente, torna-se o ministrador universal de todos os seres inteligentes, que podem representar uma união para ambas fases da criação, a material e a espiritual. O dom da inteligência, a ministração ao material e ao espiritual, no fenômeno da mente, é domínio exclusivo do Agente Conjunto, que se torna, assim, o parceiro da mente espiritual, a essência da mente moroncial e a substância da mente material das criaturas evolucionárias do tempo.
12:8.8 (140.4) A mente é a técnica por meio da qual as realidades espirituais tornam-se experienciais, para as personalidades criaturas. E as possibilidades unificadoras da própria mente humana, a aptidão para coordenar as coisas, idéias e valores, em última análise, é supramaterial.
12:8.9 (140.5) Embora dificilmente seja possível para a mente mortal compreender os sete níveis da realidade cósmica relativa, o intelecto humano deveria ser capaz de compreender muito do significado dos três níveis de funcionamento da realidade finita:
12:8.10 (140.6) 1. A Matéria. A energia organizada, que está sujeita à gravidade linear, a não ser quando ela é modificada pelo movimento e condicionada pela mente.
12:8.11 (140.7) 2. A Mente. A consciência organizada, que não está inteiramente sujeita à gravidade material e que se torna verdadeiramente liberada quando modificada pelo espírito.
12:8.12 (140.8) 3. O Espírito. A realidade pessoal mais elevada. O verdadeiro espírito não está sujeito à gravidade física, mas acaba tornando-se a influência motivadora de todos os sistemas de energia em evolução, com dignidade de personalidade.
12:8.13 (140.9) A meta da existência de todas as personalidades é o espírito; as manifestações materiais são relativas, e a mente cósmica atua entre esses opostos universais. A outorga da mente e a ministração do espírito são o trabalho das pessoas associadas da Deidade, o Espírito Infinito e o Filho Eterno. A realidade da Deidade total não é a mente, mas a mente-espírito — a mente-espírito unificada pela personalidade. Contudo, os absolutos, tanto do espírito quanto do objeto (coisa), convergem na pessoa do Pai Universal.
12:8.14 (140.10) No Paraíso, as três energias, a física, a mental e a espiritual, são coordenadas. No cosmo evolucionário a matéria-energia é predominante em tudo, menos na personalidade; e nesta, e para a mestria desta, o espírito luta, com a mediação da mente. O espírito é a realidade fundamental da experiência da personalidade de todas as criaturas, pelo fato de que Deus é espírito. O espírito é imutável e, portanto, em todas as relações de personalidade, ele transcende tanto à matéria quanto à mente, que são variáveis experienciais de realização progressiva.
12:8.15 (140.11) Na evolução cósmica, a matéria torna-se uma sombra filosófica lançada pela mente, em presença da luminosidade espiritual do esclarecimento divino, entretanto isso não invalida a realidade da energia-matéria. A mente, a matéria e o espírito são igualmente reais, todavis, para a personalidade, possuem valores diferentes na sua busca de alçançar a divindade. A consciência que se pode ter da divindade é uma experiência espiritual progressiva.
12:8.16 (141.1) Quanto mais brilhante o resplendor da personalidade espiritualizada (o Pai, no universo; o fragmento de personalidade espiritual potencial, na criatura individual), maior a sombra lançada pela mente que atua sobre a investidura material. No tempo, o corpo do homem é tão real quanto a mente ou o espírito, mas, na morte, tanto a mente (a identidade) quanto o espírito sobrevivem, enquanto o corpo não. Uma realidade cósmica pode ser não existente na experiência da personalidade. E assim a vossa figura grega de retórica — o material, como sombra da substância espiritual, mais real — tem, sim, um significado filosófico.
12:9.1 (141.2) O espírito é a realidade pessoal básica nos universos; e a personalidade é básica para toda a experiência de progresso com a realidade espiritual. Cada fase da experiência da personalidade, em cada nível sucessivo da progressão no universo, está cheia de pistas para a descoberta de realidades pessoais fascinantes. O verdadeiro destino do homem consiste na criação de novas metas espirituais e, então, em responder aos atrativos cósmicos dessas metas supernas, de valor não-material.
12:9.2 (141.3) O amor é o segredo da associação benéfica entre as personalidades. Vós não podeis realmente conhecer uma pessoa em resultado de um único contato. Vós não podeis conhecer a música de modo apreciativo, por meio da dedução matemática, mesmo sendo a música uma forma matemática de ritmo. O número designado para um assinante subscritor de um telefone não identifica a personalidade desse assinante, de nenhum modo, nem significa qualquer coisa a respeito do seu caráter.
12:9.3 (141.4) A matemática, uma ciência material, é indispensável à conversa inteligente sobre os aspectos materiais do universo, mas tal conhecimento não é necessariamente uma parte da realização mais elevada da verdade, nem da apreciação pessoal de realidades espirituais. Não apenas nos domínios da vida, mas até mesmo no mundo da energia física, a soma de duas ou mais coisas é, muitas vezes, algo mais do que, ou algo diferente, das previsíveis conseqüências aditivas simples de tais uniões. Toda a ciência da matemática, todo o domínio da filosofia, da física ou da química mais elevadas, não poderiam jamais predizer, ou saber, que a união de dois átomos de hidrogênio gasoso com um átomo gasoso de oxigênio resultaria em uma substância nova e qualitativamente superaditiva — a água líquida. O completo entendimento desse único fenômeno físico-químico deveria ser o suficiente para impedir o desenvolvimento da filosofia materialista e da cosmologia mecanicista.
12:9.4 (141.5) A análise técnica não revela o que uma pessoa, ou coisa pode fazer. Por exemplo: a água é usada efetivamente para extinguir o fogo. Que a água irá apagar o fogo é um fato da experiência cotidiana, mas, nenhuma análise jamais feita da água poderia revelar tal propriedade. A análise determina que a água é composta de hidrogênio e oxigênio; um estudo posterior desses elementos apenas revela que o oxigênio é o real sustentador da combustão e que o hidrogênio irá por si mesmo queimar livremente.
12:9.5 (141.6) A vossa religião está-se tornando real porque está emergindo da escravidão do medo e da prisão da superstição. A vossa filosofia luta pela emancipação do dogma e da tradição. A vossa ciência está empenhada em uma disputa antiga entre a verdade e o erro, enquanto luta para libertar-se da limitação da abstração, da escravidão da matemática e da relativa cegueira do materialismo mecanicista.
12:9.6 (142.1) O homem mortal tem um núcleo espiritual. A mente é um sistema de energia pessoal, que existe em torno de um núcleo espiritual divino e que funciona em um ambiente material. Essa relação viva entre a mente pessoal e o espírito, constitui, pois, o potencial da personalidade eterna no universo. O problema verdadeiro, o desapontamento duradouro, a derrota séria, ou a morte inescapável só podem advir depois que os conceitos egocêntricos tiverem tido a arrogância de deslocar totalmente o poder dominante do núcleo espiritual central, destruindo assim o esquema cósmico de identidade da personalidade.
12:9.7 (142.2) [Apresentado por um Perfeccionador da Sabedoria, atuando por mandado dos Anciães dos Dias.]
O Livro de Urântia
Documento 13
13:0.1 (143.1) NO ESPAÇO entre a Ilha Central do Paraíso e os circuitos planetários de Havona mais centrais, estão intercalados três circuitos menores de esferas especiais. A órbita mais interna consiste nas sete esferas secretas do Pai Universal; a segunda órbita é composta dos sete mundos luminosos do Filho Eterno; na mais externa órbita, estão as sete esferas imensas do Espírito Infinito, mundos-sede executivos dos Sete Espíritos Mestres.
13:0.2 (143.2) Esses três circuitos, com sete mundos do Pai, sete do Filho e sete do Espírito, são esferas de grandiosidade insuperável e glória inimaginável. Mesmo a sua construção material ou física é de uma ordem não revelada a vós. Cada circuito é de material diferente, e cada mundo de cada circuito é diferente, exceto os sete mundos do Filho, que são iguais em constituição física. Todos os vinte e um mundos são esferas enormes, e cada grupo de sete é diferentemente eternizado. Pelo que sabemos, eles sempre existiram; como o Paraíso, são eternos. Não há registro nem tradição sobre a sua origem.
13:0.3 (143.3) As sete esferas secretas do Pai Universal, girando em torno do Paraíso, em proximidade estreita da Ilha Eterna, são altamente refletivas da luminosidade espiritual do brilho central das Deidades eternas, lançando essa luz de glória divina por todo o Paraíso e mesmo sobre os sete circuitos de Havona.
13:0.4 (143.4) Nos sete mundos sagrados do Filho Eterno, parecem ter origem as energias impessoais da luminosidade do espírito. Nenhum ser pessoal pode permanecer em qualquer desses sete reinos fulgurantes. Com a sua glória espiritual, eles iluminam todo o Paraíso e Havona; e direcionam a pura luminosidade do espírito para os sete superuniversos. Essas esferas brilhantes do segundo circuito, da mesma forma, emitem sua luz (sem calor) para o Paraíso, e para o bilhão de mundos dos sete circuitos do universo central.
13:0.5 (143.5) Os sete mundos do Espírito Infinito estão ocupados pelos Sete Espíritos Mestres, que presidem aos destinos dos sete superuniversos, enviando a iluminação espiritual da Terceira Pessoa da Deidade para essas criações do tempo e do espaço. E toda a Havona, mas não a Ilha do Paraíso, é banhada por essas influências espiritualizantes.
13:0.6 (143.6) Embora os mundos do Pai sejam esferas de status último para todos os seres dotados pelo Pai com uma personalidade, essa não é a função exclusiva deles. Muitos seres e entidades outras, além das pessoais, passam temporadas nesses mundos. Cada mundo, no circuito do Pai, e no circuito do Espírito, tem um tipo distinto de cidadania permanente, mas pensamos que os mundos do Filho são habitados por tipos uniformes de seres não pessoais. Os fragmentos do Pai estão entre os nativos de Divínington; as outras ordens de cidadania permanente não são reveladas a vós.
13:0.7 (143.7) Os vinte e um satélites do Paraíso servem, tanto no universo central como nos superuniversos, a muitos propósitos não revelados nestas narrativas. Vós sois capazes de entender tão pouco da vida nessas esferas, que não podeis esperar chegar a ter uma visão coerente delas, nem quanto à sua natureza nem quanto à sua função; milhares de atividades acontecem ali, que não são reveladas a vós. Essas vinte e uma esferas abrangem os potenciais da função do universo-mestre. Estes documentos permitem apenas uma visão superficial de certas atividades circunscritas pertinentes ao âmbito da época atual do grande universo — ou melhor, de um dos sete setores do grande universo.
13:1.1 (144.1) O circuito das esferas sagradas de vida do Pai contém os únicos segredos inerentes à personalidade, no universo dos universos. Estes satélites do Paraíso, no mais interno dos três circuitos, são os únicos domínios proibidos, concernentes à personalidade, no universo central. O Paraíso inferior e os mundos do Filho são, do mesmo modo, fechados às personalidades; porém nenhum desses domínios, de qualquer modo, concerne diretamente à personalidade.
13:1.2 (144.2) Os mundos do Pai, no Paraíso, são dirigidos pela ordem mais elevada dos Filhos Estacionários da Trindade, os Segredos Trinitarizados da Supremacia. Desses mundos, pouco posso eu dizer; das suas múltiplas atividades, posso dizer menos ainda. Tais informações dizem respeito apenas àqueles seres que ali funcionam e que dali vão mais adiante. E, ainda que eu esteja familiarizado de um certo modo, com seis desses mundos especiais, eu jamais aterrissei em Divínington; tal mundo é inteiramente proibido para mim.
13:1.3 (144.3) Uma das razões pelas quais esses mundos são secretos é que cada uma dessas esferas sagradas desfruta de uma representação especializada, ou manifestação das Deidades que compõem a Trindade do Paraíso; não de uma personalidade, mas de uma presença única da Divindade, que pode ser apreciada e compreendida apenas por aqueles grupos especiais de inteligência, residentes naquela esfera particular, ou que podem ser ali admitidos. Os Segredos Trinitarizados da Supremacia são os agentes pessoais dessas presenças especializadas e impessoais da Divindade. E os Segredos da Supremacia são seres altamente pessoais, esplendidamente dotados e maravilhosamente adaptados ao seu trabalho excelso e exigente.
13:1.4 (144.4) 1. DIVÍNINGTON. Este mundo é, em um sentido único, o “seio do Pai”, a esfera de comunhão pessoal do Pai Universal, e nele existe uma manifestação especial da Sua divindade. Divínington é o ponto de reunião dos Ajustadores do Pensamento no Paraíso, mas é também o lar de inúmeras outras entidades, personalidades e outros seres que têm origem no Pai Universal. Muitas personalidades, além do Filho Eterno, têm origem direta em atos solitários do Pai Universal. E tão somente os fragmentos do Pai, as personalidades e outros seres de origem direta e exclusiva no Pai Universal confraternizam-se e funcionam nesta morada.
13:1.5 (144.5) Os segredos de Divínington incluem o segredo da outorga e da missão dos Ajustadores do Pensamento. A sua natureza, origem e a técnica do seu contato com as criaturas mais baixas dos mundos evolucionários é um segredo dessa esfera do Paraíso. Essas assombrosas transações não concernem pessoalmente ao resto de nós e, portanto, as Deidades consideram apropriado ocultar da nossa compreensão plena certas características dessa ministração grandiosa e divina. Até o ponto em que temos contato com essa fase da atividade divina, é-nos permitido ter o conhecimento completo dessas transações, mas, no que diz respeito aos detalhes íntimos dessa grande outorga, não estamos plenamente informados.
13:1.6 (145.1) Essa esfera também conserva os segredos da natureza, propósito e atividades de todas as outras formas de fragmentos do Pai, dos Mensageiros por Gravidade e das hostes de outros seres não revelados a vós. É bastante provável que essas verdades pertinentes a Divínington, que se mantêm ocultas para mim, se reveladas, venham meramente confundir e dificultar o meu trabalho atual, e pode ser ainda que estejam além da capacidade conceptual da minha ordem de seres.
13:1.7 (145.2) 2. SONÁRINGTON. Esta esfera é o “seio do Filho”, o mundo de acolhimento pessoal do Filho Eterno. É a sede-central do Paraíso para os Filhos de Deus, descendentes e ascendentes, após estarem, quando estiverem, inteiramente acreditados e finalmente aprovados. Esse mundo é o lar, no Paraíso, de todos os Filhos do Filho Eterno e dos seus Filhos coordenados e coligados. Há numerosas ordens de filiação divina, ligadas a essa morada superna, que não têm sido reveladas aos mortais, já que elas não estão ligadas aos planos do esquema da ascensão, da progressão espiritual humana através dos universos e até o Paraíso.
13:1.8 (145.3) Os segredos de Sonárington incluem o segredo da encarnação dos Filhos divinos. Quando um Filho de Deus torna-se um Filho do Homem, nascendo literalmente de uma mulher, como ocorreu no vosso mundo, há mais de dezenove séculos atrás, trata-se de um mistério universal. Isso está ocorrendo em todas as partes, nos universos, e o segredo dessa filiação divina é um segredo de Sonárington. Os Ajustadores são um mistério de Deus, o Pai. A encarnação dos Filhos divinos é um mistério de Deus, o Filho; é um segredo encerrado no sétimo setor de Sonárington, um domínio não penetrável por ninguém, exceto por aqueles que pessoalmente passaram por essa experiência única. Apenas aquelas fases da encarnação que têm a ver com a vossa carreira de ascensão, foram trazidas ao vosso conhecimento. Há muitas outras fases do mistério da encarnação dos Filhos do Paraíso, que são tipos não revelados de missões de serviço no universo, não abertos ao vosso conhecimento. E há ainda outros mistérios em Sonárington.
13:1.9 (145.4) 3. ESPIRITÍNGTON. Este mundo é o “seio do Espírito”, o lar no Paraíso dos altos seres que representam exclusivamente o Espírito Infinito. Aqui, congregam-se os Sete Espíritos Mestres e algumas das suas filiações, de todos os universos. Nessa morada celeste, podem ser encontradas também inúmeras ordens não reveladas de personalidades espirituais, seres destinados às múltiplas atividades do universo, não ligadas aos planos de elevação das criaturas mortais do tempo até os níveis de eternidade do Paraíso.
13:1.10 (145.5) Os segredos de Espiritíngton envolvem os mistérios impenetráveis da refletividade. Nós vos falamos sobre o fenômeno amplo e universal da refletividade, mais particularmente de como ela opera nos mundos-sede dos sete superuniversos, mas nunca explicamos inteiramente esse fenômeno, pois não o entendemos completamente. Compreendemos bastante, muito mesmo, sobre ele, mas diversos detalhes fundamentais ainda são misteriosos para nós. A refletividade é um segredo de Deus, o Espírito. Vós fostes instruídos a respeito das funções da refletividade em relação ao esquema de ascensão no caso da sobrevivência dos mortais, e assim é que opera, mas a refletividade é também um aspecto indispensável ao trabalho normal de inúmeras outras fases de ocupação no universo. Esse dom do Espírito Infinito é também utilizado em canais outros, diversos daqueles que fazem a reunião das informações e a disseminação dos dados. E há ainda outros segredos de Espiritíngton.
13:1.11 (145.6) 4. VICEGÉRINGTON. Este planeta é o “seio do Pai e do Filho” e é a esfera secreta de certos seres não revelados, que têm origem nos atos do Pai e do Filho. Este é também o lar, no Paraíso, de muitos seres glorificados, de ancestralidade complexa, aqueles cuja origem é complicada por causa das técnicas, muito diversificadas, que operam nos sete superuniversos. Muitos grupos de seres, dos que se reúnem nesse mundo, não têm a sua identidade revelada aos mortais de Urântia.
13:1.12 (146.1) Os segredos de Vicegérington incluem os segredos da trinitarização, e a trinitarização constitui o segredo da autoridade de representar a Trindade, de como atuar sendo vice-regentes dos Deuses. A autoridade de representar a Trindade é passada apenas àqueles seres, revelados e não revelados, que são trinitarizados, criados, gerados por factualidades ou eternizados por quaisquer duas ou por todas as três Pessoas da Trindade do Paraíso. As personalidades trazidas à existência pelos atos trinitarizantes de certos tipos de criaturas glorificadas representam não mais do que o potencial conceptual mobilizado naquela trinitarização, embora tais criaturas possam ascender por meio do caminho do abraço da Deidade aberto a todos os seus semelhantes.
13:1.13 (146.2) Os seres não trinitarizados não compreendem plenamente a técnica da trinitarização, seja por dois, seja por três dos Criadores, seja por certas criaturas. Vós não iríeis compreender inteiramente tal fenômeno, a menos que, em um futuro longínquo, na vossa carreira glorificada, vós intenteis essa aventura e sejais bem-sucedidos nela, pois, de outro modo, esses segredos de Vicegérington serão sempre proibidos a vós. Mas para mim, que sou um ser de origem elevada na Trindade, todos os setores de Vicegérington estão abertos. Eu entendo completamente, e também protejo total e sagradamente, o segredo da minha origem e destino.
13:1.14 (146.3) Há ainda outras formas e fases de trinitarização que não foram levadas ao conhecimento dos povos de Urântia, e essas experiências, nos seus aspectos pessoais, estão devidamente protegidas no setor secreto de Vicegérington.
13:1.15 (146.4) 5. SOLITARINGTON. Este mundo é o “seio do Pai e do Espírito” e é o centro de encontro de uma hoste magnífica de seres não revelados, com origem nos atos conjuntos do Pai Universal e do Espírito Infinito; seres que partilham de aspectos do Pai, além da sua herança do Espírito.
13:1.16 (146.5) Essa é também o lar dos Mensageiros Solitários e outras personalidades de ordens supra-angélicas. Vós conheceis pouquíssimos dentre esses seres; há um vasto número de ordens não reveladas em Urântia. O fato de terem o seu domicílio no quinto mundo não significa, necessariamente, que o Pai tenha a ver com a criação dos Mensageiros Solitários ou dos seus coligados superangélicos, mas, nesta idade do universo, Ele tem a ver com a função deles. Durante a presente idade do universo, essa é também a esfera de status dos Diretores de Potência do Universo.
13:1.17 (146.6) Há inúmeras ordens adicionais de personalidades espirituais, seres desconhecidos do homem mortal, que consideram Solitarington como sendo o seu lar, na esfera no Paraíso. Deveria ser lembrado que todas as divisões e níveis de atividades, no universo, são plenamente providas de ministros espirituais, como o é o domínio que se ocupa de ajudar o homem mortal a ascender ao seu destino divino, no Paraíso.
13:1.18 (146.7) Os segredos de Solitarington. Além de certos segredos da trinitarização, este mundo mantém os segredos da relação pessoal do Espírito Infinito com algumas filiações mais elevadas da Terceira Fonte e Centro. Em Solitarington, são mantidos os mistérios da associação íntima de inúmeras ordens, não reveladas, com os espíritos do Pai, do Filho e do Espírito, com o tríplice espírito da Trindade, e com os espíritos do Supremo, do Último e do Supremo-Último.
13:1.19 (146.8) 6. SERÁFINGTON. Esta esfera é o “seio do Filho e do Espírito” e é o mundo-lar das imensas hostes de seres não revelados, criados pelo Filho e pelo Espírito. É também a esfera de destino de todas as ordens ministradoras de hostes angélicas, incluindo supernafins, seconafins e serafins. No universo central e nos universos mais afastados, também servem inúmeras ordens de magníficos espíritos que não são “espíritos ministradores para aqueles que serão herdeiros da salvação”. Todos esses seridores espírituais, em todos os níveis e domínios de atividades no universo, consideram Seráfington como o seu lar no Paraíso.
13:1.20 (147.1) Os segredos de Seráfington envolvem um mistério tríplice, dos quais eu posso mencionar apenas um: o mistério do transporte seráfico. A capacidade de várias ordens de serafins, e de seres espirituais aliados, de envolver, nas suas formas espirituais, todas as ordens de personalidades não-materiais, e de carregá-las, em longas jornadas interplanetárias, é um segredo fechado nos setores sagrados de Seráfington. Os serafins de transporte compreendem esse mistério, mas eles não o comunicam ao resto de nós, ou talvez não possam fazê-lo. Os outros mistérios de Seráfington são pertinentes às experiências pessoais de tipos de servidores espirituais, até agora, não revelados aos mortais. E nós nos coibimos de falar sobre os segredos de tais seres, tão proximamente relacionados, pois vós quase poderíeis compreender tais ordens próximas de existência, mas equivaleria a uma quebra de confiança apresentarmos até mesmo o nosso conhecimento parcial de tais fenômenos.
13:1.21 (147.2) 7. ASCÊNDINGTON. Este mundo único é o “seio do Pai, do Filho e do Espírito”, local de encontro das criaturas ascendentes do espaço, a esfera de recepção dos peregrinos do tempo que estão de passagem pelo universo de Havona, no seu caminho até o Paraíso. Ascêndington é o lar verdadeiro, no Paraíso, das almas ascendentes do tempo e do espaço, até que elas alcancem o status de seres do Paraíso. Vós, mortais, passareis a maioria das vossas férias de Havona em Ascêndington. Durante a vossa vida em Havona, Ascêndington será para vós o mesmo que foram os diretores de reversão durante a ascensão local e no superuniverso. Aqui, vós vos engajareis em milhares de atividades, que estão além da compreensão e da imaginação mortal. E, como em todos os avanços anteriores, na ascensão em direção a Deus, o vosso eu humano entrará, aqui, em novas relações com o vosso eu divino.
13:1.22 (147.3) Os segredos de Ascêndington incluem os mistérios da construção gradual e certa, na mente material e mortal, de uma contraparte espiritual e potencialmente imortal do caráter e da identidade. Esse fenômeno constitui um dos mistérios de maior perplexidade dos universos — a evolução de uma alma imortal, dentro da mente de uma criatura mortal e material.
13:1.23 (147.4) Vós não ireis jamais compreender essa transação misteriosa, antes de alcançardes Ascêndington. E é por isso que toda Ascêndington estará aberta aos vossos olhares maravilhados. Um sétimo de Ascêndington é proibido para mim — aquele setor ao qual concerne esse mesmo segredo que é (ou será) da experiência e posse exclusiva do vosso tipo de ser. Essa experiência pertence à vossa ordem humana de existência. A minha ordem de personalidade não está diretamente ligada a tais transações. Desse modo, são proibidas a mim, mas serão finalmente reveladas a vós. Todavia, mesmo depois que forem reveladas a vós, por alguma razão, permanecerão para sempre como um segredo vosso. Vós não os revelareis a nós, nem a qualquer outra ordem de seres. Sabemos sobre a fusão eterna de um Ajustador divino com uma alma imortal, de origem humana; mas os finalitores ascendentes conhecem essa experiência, em si, como uma realidade absoluta.
13:2.1 (147.5) Esses mundos-lar, das diversas ordens de seres espirituais, são esferas portentosas e maravilhosas e, na sua incomparável beleza e glória esplendorosa, são semelhantes ao Paraíso. São mundos de congregação, esferas de reunião, que servem como endereços cósmicos permanentes. Como finalitores, vós estareis domiciliados no Paraíso, mas Ascêndington será o vosso endereço domiciliar em todos os tempos, mesmo quando entrardes no serviço do espaço exterior. Por toda a eternidade, vós ireis considerar Ascêndington como o vosso lar de recordações sentimentais e de memórias evocativas. Quando vos tornardes seres espirituais do sétimo estágio, possivelmente renunciareis ao vosso status de residência no Paraíso.
13:2.2 (148.1) Se os universos exteriores estão em processo de criação, se eles devem ser habitados por criaturas do tempo com potencial ascensional, então inferimos que esses filhos do futuro estão destinados também a considerar Ascêndington o seu mundo-lar no Paraíso.
13:2.3 (148.2) Ascêndington é a única esfera sagrada que estará aberta, sem reservas, ao vosso exame, quando chegardes ao Paraíso. Vicegérington é a única esfera sagrada que é aberta ao meu escrutínio inteiramente sem reservas. Embora os segredos desta digam respeito à minha origem, nesta idade do universo, eu não encaro Vicegerinton como o meu lar. Os seres de origem na Trindade e os seres trinitarizados não são a mesma coisa.
13:2.4 (148.3) Os seres de origem na Trindade não compartilham totalmente os mundos do Pai; eles têm o seu lar exclusivo na Ilha do Paraíso, em estreita proximidade com a Esfera Santíssima. Freqüentemente eles estão em Ascêndington, o “seio do Pai-Filho-Espírito”, onde se confraternizam com os seus irmãos que vieram dos mundos baixos do espaço.
13:2.5 (148.4) Vós poderíeis assumir que os Filhos Criadores, sendo originários do Pai-Filho, assumiriam Vicegérington como o seu lar, mas não é esse o caso nessa idade da função de Deus, o Sétuplo, no universo. E há muitos problemas semelhantes que irão deixar-vos perplexos, pois podeis estar certos de encontrar muitas dificuldades ao tentardes entender essas coisas que estão tão próximas do Paraíso. Também não podeis usar o raciocínio com êxito para essas questões, pois delas sabeis pouquíssimo. E, caso soubésseis mais, acerca dos mundos do Pai, vós simplesmente iríeis encontrar mais dificuldades ainda, até saberdes tudo sobre eles. O status em qualquer desses mundos secretos é adquirido pelo serviço, bem como por meio da natureza da origem, e as sucessivas idades do universo podem redistribuir alguns desses agrupamentos de personalidades, e fazem-no.
13:2.6 (148.5) Os mundos do circuito interior são realmente mundos fraternais, ou de status passageiro, mais do que esferas reais de residência. Os mortais atingirão um certo status, em cada um dos mundos do Pai, exceto em um deles. Por exemplo: quando vós, mortais, chegardes a Havona, ser-vos-á concedida permissão para visitar Ascêndington, onde vós sereis muito bem-vindos, mas não vos será permitido visitar os outros seis mundos sagrados. Subseqüentemente à vossa passagem pelo regime do Paraíso, e após a vossa admissão no Corpo de Finalidade, ser-vos-á concedida permissão para ir a Sonárington, já que sois filhos ascendentes de Deus — de fato sereis muito mais. Contudo sempre restará um sétimo de Sonárington, o setor dos segredos da encarnação dos Filhos Divinos, que não estará aberto ao vosso escrutínio. Esses segredos nunca serão revelados aos filhos ascendentes de Deus.
13:2.7 (148.6) Finalmente, tereis acesso pleno a Ascêndington e um acesso relativo a outras esferas do Pai, exceto Divínington, mas, mesmo quando vos for dada a permissão para aterrissar nas cinco outras esferas secretas, após vos haverdes transformado em finalitores, não vos será permitido visitar todos os setores de tais mundos. Nem vos será permitido aterrissar nas margens de Divínington, o “seio do Pai”, se bem que vós ireis, com certeza, estar repetidamente à “mão direita do Pai”. Nunca, por toda a eternidade, surgirá nenhuma necessidade da vossa presença no mundo dos Ajustadores do Pensamento.
13:2.8 (149.1) Esses mundos de reunião da vida espiritual são um terreno proibido, e ao extremo, tanto que nos é pedido que não tentemos penetrar nas fases daquelas esferas que estão totalmente fora do âmbito da nossa experiência. Vós podeis tornar-vos criaturas perfeitas, como o Pai Universal mesmo é perfeito na Sua Deidade, mas não podereis saber sobre todos os segredos experienciais de todas as outras ordens de personalidades do universo. Quando o Criador tem um segredo de personalidade experiencial com a sua criatura, o Criador preserva esse segredo em confiança eterna.
13:2.9 (149.2) Todos esses segredos são supostamente conhecidos do corpo coletivo dos Segredos Trinitarizados da Supremacia. Esses seres são inteiramente conhecidos apenas pelos agrupamentos especiais do seu mundo; eles são pouco compreendidos pelas outras ordens. Após haverdes alcançado o Paraíso, conhecereis e amareis ardentemente os dez Segredos da Supremacia que dirigem Ascêndington. À exceção de Divínington, vós também chegareis a um conhecimento parcial dos Segredos da Supremacia, em outros mundos do Pai, se bem que não tão perfeitamente quanto em Ascêndington.
13:2.10 (149.3) Os Segredos Trinitarizados da Supremacia, como o seu nome poderia sugerir, estão relacionados ao Supremo; eles são, do mesmo modo, relacionados ao Último e ao futuro Supremo-Último. Esses Segredos da Supremacia são os segredos do Supremo e, também, os segredos do Último e, mesmo, os segredos do Supremo-Último.
13:3.1 (149.4) As sete esferas luminosas do Filho Eterno são os mundos das sete fases de existência no espírito-puro. Esses orbes resplandecentes são a fonte da luz tríplice do Paraíso e de Havona; e a sua influência é amplamente, se bem que não totalmente, confinada ao universo central.
13:3.2 (149.5) A personalidade não está presente nesses satélites do Paraíso; portanto, sobre as moradas desses espíritos-puros, pouco há que possa ser apresentado à personalidade mortal e material. Foi-nos ensinado que esses mundos são prolíficos da vida não-pessoal dos seres do Filho Eterno. Inferimos que essas entidades estejam sendo constituídas para a ministração aos novos universos projetados do espaço exterior. Os filósofos do Paraíso sustentam que cada ciclo do Paraíso, de cerca de dois bilhões de anos do tempo de Urântia, testemunha a criação de reservas adicionais dessas ordens, nos mundos secretos do Filho Eterno.
13:3.3 (149.6) Até onde fui informado, personalidade alguma jamais esteve em qualquer uma dessas esferas do Filho Eterno. Eu nunca fui designado sequer para visitar um desses mundos, em toda a minha longa experiência, dentro e fora do Paraíso. Mesmo as personalidades co-criadas pelo Filho Eterno não vão a esses mundos. Inferimos que todos os tipos de espíritos impessoais, independentemente da sua origem, sejam admitidos nesses lares espirituais. Como sou uma pessoa e tenho uma forma espiritual, não há dúvida de que esse mundo pareceria vazio e deserto, ainda que me fosse permitido fazer uma visita a ele. As personalidades espirituais elevadas não são dadas à satisfação da curiosidade sem um propósito, à aventura inútil puramente. A todo momento há, em demasia, aventuras plenas de propósito e fascínio, para permitir o desenvolvimento de qualquer interesse maior em projetos inúteis ou irreais.
13:4.1 (149.7) Entre o circuito interno de Havona e as esferas resplandecentes do Filho Eterno, giram os sete orbes do Espírito Infinito, mundos habitados pela progênie do Espírito Infinito, pelos filhos trinitarizados de personalidades criadas já glorificadas e por outros tipos de seres não revelados, empenhados na administração efetiva das muitas realizações dos vários domínios de atividades no universo.
13:4.2 (150.1) Os Sete Espíritos Mestres são os representantes supremos e últimos do Espírito Infinito. Eles mantêm as suas estações pessoais e os seus focos de poder na periferia do Paraíso, mas todas as operações ligadas à sua administração e direção, no grande universo, são conduzidas a partir dessas sete esferas executivas especiais do Espírito Infinito. Os Sete Espíritos Mestres são, na realidade, a roda de equilíbrio do espírito-mente no universo dos universos, um poder de localização central que tudo abrange, compreende e coordena.
13:4.3 (150.2) Dessas sete esferas especiais, os Espíritos Mestres operam, para equalizar e estabilizar os circuitos da mente cósmica do grande universo. Eles também têm a ver com a atitude espiritual diferencial e com a presença das Deidades, em todo o grande universo. As reações físicas são uniformes, e não variam, sendo sempre instantâneas e automáticas. Contudo, a presença experiencial do espírito realiza-se de acordo com as condições subjacentes ou com os estados de receptividade espiritual inerentes às mentes individuais nos reinos.
13:4.4 (150.3) A autoridade, a presença e a função física não variam ao longo dos universos, grandes ou menores. O fator que diferencia a presença ou a reação espiritual é o diferencial flutuante, no seu reconhecimento e recepção, da parte das criaturas de vontade. Ainda que a presença espiritual da Deidade absoluta ou existencial, de nenhum modo seja influenciada pelas atitudes de lealdade ou deslealdade, da parte dos seres criados, ao mesmo tempo, é certo que a presença em funcionamento da Deidade subabsoluta e experiencial seja, definitiva e diretamente, influenciada pelas decisões, escolhas e atitudes da vontade de tais seres, criaturas finitas — pela lealdade e devoção do ser, planeta, sistema, constelação ou universo, individualmente. Essa presença espiritual da divindade não é, porém, caprichosa ou arbitrária; a sua variação experiencial é inerente ao dom de livre-arbítrio das criaturas pessoais.
13:4.5 (150.4) O fator determinante do diferencial da presença espiritual existe nos vossos próprios corações e mentes, e consiste na maneira como atua a vossa própria escolha, nas decisões das vossas mentes e na determinação das vossas próprias vontades. Esse diferencial é inerente às reações do livre-arbítrio de seres pessoais inteligentes, seres a quem o Pai Universal ordenou que exercessem a liberdade de escolha. E as Deidades são sempre fiéis às oscilações e ao fluxo dos seus espíritos, ao atenderem e satisfazerem às condições e demandas, dessas escolhas diferenciais das criaturas, ora concedendo mais da presença Delas, em resposta ao anseio sincero dessa presença, ora retirando-Se de cena à medida que as suas criaturas fazem as opções adversas, no exercício da sua liberdade de escolha, dom divinamente concedido. E, assim, o espírito da divindade torna-se humildemente obediente à escolha das criaturas dos reinos.
13:4.6 (150.5) As moradas executivas dos Sete Espíritos Mestres são, na realidade, as sedes-centrais no Paraíso, dos sete superuniversos e seus segmentos correlatos no espaço exterior. Cada Espírito Mestre preside a um superuniverso, e cada um desses sete mundos é exclusivamente designado a um dos Espíritos Mestres. Não há literalmente nenhuma fase da administração subparadisíaca, dos sete superuniversos, que não seja abrangida por esses mundos executivos. Eles não são tão exclusivos quanto as esferas do Pai, ou as do Filho, e, embora o status residencial seja limitado aos seres nativos, e aos que ali trabalham, esses sete planetas administrativos estão sempre abertos a todos os seres que os desejarem visitar, e que tenham o comando dos meios necessários de trânsito.
13:4.7 (151.1) Para mim, esses mundos executivos são os pontos mais interessantes e fascinantes fora do Paraíso. Em nenhum outro lugar, no vasto universo, pode alguém observar atividades tão variadas, envolvendo ordens tão diferentes de seres vivos, as quais têm a ver com operações em níveis tão diversos, e com ocupações ao mesmo tempo materiais, intelectuais e espirituais. Quando me é concedido um período de descanso das minhas atividades, se acontece de eu estar no Paraíso, ou em Havona, comumente vou para um desses mundos ativos dos Sete Espíritos Mestres, para ali inspirar a minha mente com aqueles espetáculos de empreendimento, devoção, lealdade, sabedoria e eficiência. Em nenhum outro lugar posso eu observar uma interassociação tão assombrosa de atuações da personalidade, em todos os sete níveis da realidade do universo. E me sinto sempre estimulado pelas atividades daqueles que sabem muito bem como fazer o seu trabalho e que têm um prazer tão completo no ato de realizá-lo.
13:4.8 (151.2) [Apresentado por um Perfeccionador de Sabedoria, com a missão de funcionar como tal, dada pelos Anciães dos Dias em Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 14
14:0.1 (152.1) O UNIVERSO divino e perfeito ocupa o centro de toda a criação; é o núcleo eterno em redor do qual giram as vastas criações do tempo e do espaço. O Paraíso é a gigantesca Ilha-núcleo que permanece em absoluta estabilidade e imóvel no coração mesmo do magnífico universo eterno. Essa família planetária central é chamada de Havona e está extremamente distante do universo local de Nébadon. Tem dimensões enormes, uma massa quase inacreditável e consiste em um bilhão de esferas de beleza inimaginável e de grandeza majestosa; no entanto, a verdadeira magnitude dessa vasta criação está, realmente, bem além do alcance de compreensão da mente humana.
14:0.2 (152.2) Esse é o único conjunto consolidado, perfeito e estabilizado de mundos. É um universo criado em plenitude e perfeição; não se trata de um desenvolvimento evolucionário. É o núcleo eterno da perfeição; e em torno dele gira a procissão interminável de universos que constituem os experimentos evolucionários formidáveis, a aventura audaciosa dos Filhos Criadores de Deus, os quais aspiram a duplicar, no tempo, e reproduzir, no espaço, o universo arquetípico, o ideal de plenitude divina, suprema finalidade, realidade última e perfeição eterna.
14:1.1 (152.3) Da periferia do Paraíso até as fronteiras interiores dos sete superuniversos, existem as sete seguintes condições e movimentos de espaços:
14:1.2 (152.4) 1. As zonas quiescentes de espaço intermediário, que chegam à periferia do Paraíso.
14:1.3 (152.5) 2. A procissão em sentido horário dos três circuitos do Paraíso e das sete órbitas de Havona.
14:1.4 (152.6) 3. As zonas semiquietas de espaço que separam esses circuitos de Havona dos corpos escuros de gravidade do universo central.
14:1.5 (152.7) 4. O cinturão interno, que se move em sentido anti-horário, dos corpos escuros de gravidade.
14:1.6 (152.8) 5. A segunda zona espacial única, que divide as duas trajetórias no espaço dos corpos escuros de gravidade.
14:1.7 (152.9) 6. O cinturão externo de corpos escuros de gravidade, girando em sentido horário em torno do Paraíso.
14:1.8 (152.10) 7. Uma terceira zona de espaço, uma zona de semiquietude, separando o cinturão externo dos corpos escuros de gravidade, das órbitas mais interiores dos sete superuniversos.
14:1.9 (152.11) Os mundos de Havona, em um total de um bilhão, estão dispostos em sete circuitos concêntricos que rodeiam diretamente as três órbitas dos satélites do Paraíso. Há mais de trinta e cinco milhões de mundos no circuito mais interno de Havona e mais de duzentos e quarenta e cinco milhões no mais externo, com quantidades proporcionais no intervalo entre ambos. Cada circuito é diferente, mas todos são perfeitamente equilibrados e organizados com refinamento, e cada um é permeado por uma representação especializada do Espírito Infinito, um dos Sete Espíritos dos Circuitos. Além de outras funções, esses Espíritos impessoais coordenam a condução dos assuntos celestes em cada circuito.
14:1.10 (153.1) As órbitas planetárias dos circuitos de Havona não estão sobrepostas: os seus mundos seguem uns aos outros em uma procissão linear ordenada. O universo central gira em torno da Ilha estacionária do Paraíso, sobre um imenso plano que consiste em dez unidades concêntricas estabilizadas — os três circuitos das esferas do Paraíso e os sete circuitos dos mundos de Havona. Do ponto de vista físico, os circuitos de Havona e do Paraíso são um único e mesmo sistema; a sua separação é feita apenas para efeitos de reconhecimento da divisão funcional e administrativa.
14:1.11 (153.2) O tempo não é contado no Paraíso; a seqüência de eventos sucessivos é inerente ao modo de concepção daqueles que são naturais da Ilha Central. O tempo, no entanto, é próprio dos circuitos de Havona e dos inúmeros seres, tanto de origem celeste quanto de origem terrestre, que acontece estarem ali. Cada mundo de Havona tem a sua própria hora local, determinada pela sua órbita. Todos os mundos, em uma certa órbita, têm a mesma duração para o seu ano, já que eles giram uniformemente em torno do Paraíso, e a duração desses anos planetários decresce do circuito mais externo para o mais interno.
14:1.12 (153.3) Além da hora do circuito de Havona, há o dia-padrão do Paraíso-Havona bem como outras designações de tempo, que são determinadas nos sete satélites do Espírito Infinito, no Paraíso, e dali transmitidas. O dia-padrão do Paraíso-Havona é baseado na duração de tempo que as moradas planetárias do primeiro circuito, ou o mais interno de Havona, requerem para completar uma volta em torno da Ilha do Paraíso; e, ainda que as suas velocidades sejam enormes, devido à sua posição entre os corpos escuros de gravidade e o gigantesco Paraíso, quase mil anos fazem-se necessários para que essas esferas completem a sua órbita. Inadvertidamente, vós lestes a verdade quando os vossos olhos pousaram sobre a afirmação de que “um dia é como mil anos para Deus, não mais que a vigília de uma noite”. Um dia do Paraíso-Havona é apenas sete minutos, três segundos e um oitavo menos do que mil anos do calendário bissexto atual de Urântia.
14:1.13 (153.4) O dia do Paraíso-Havona é a medida-padrão do tempo para os sete super- universos, se bem que cada um deles mantenha os seus próprios padrões internos de tempo.
14:1.14 (153.5) Na periferia deste vasto universo central, bem depois do sétimo cinturão dos mundos de Havona, gira um número inacreditável de enormes corpos escuros de gravidade. Essas multidões de massas escuras são inteiramente diferentes de outros corpos do espaço sob muitos aspectos; até mesmo na sua forma eles são diferentes. Esses corpos escuros de gravidade não refletem nem absorvem a luz; eles não reagem à luz de energia-física; rodeiam e envolvem completamente Havona, como se a escondessem da vista até mesmo para os mais próximos universos habitados, do tempo e do espaço.
14:1.15 (153.6) O grande cinturão de corpos escuros de gravidade é dividido em duas órbitas elípticas iguais, por uma intrusão espacial singular. O cinturão interno move-se no sentido anti-horário, o externo faz revoluções no sentido horário. Essas direções alternadas de movimento, combinadas com a extraordinária massa de corpos escuros, equalizam tão eficazmente as linhas de gravidade de Havona que tornam o universo central uma criação fisicamente equilibrada e perfeitamente estabilizada.
14:1.16 (153.7) A procissão interna dos corpos escuros de gravidade tem uma disposição tubular, consistindo em três agrupamentos circulares. Um seccionamento transversal na órbita desse circuito mostraria três círculos concêntricos de densidade aproximadamente igual. O circuito externo dos corpos escuros de gravidade está disposto perpendicularmente, sendo dez mil vezes mais alto que o circuito orbital interno. O diâmetro vertical do circuito externo é igual a cinqüenta mil vezes o diâmetro transversal.
14:1.17 (154.1) O espaço intermediário que existe entre esses dois circuitos de corpos de gravidade é único, pois nada como ele é encontrado em outro lugar em todo o amplo universo. Essa zona é caracterizada por enormes movimentos de ondas de vaivém vertical, e é permeada por tremendas atividades de energias de uma ordem desconhecida.
14:1.18 (154.2) Na nossa opinião, nada igual aos corpos escuros de gravidade do universo central irá caracterizar a evolução futura dos níveis do espaço exterior; encaramos essas procissões alternadas de corpos estupendos de equilíbrio da gravidade como únicas no universo-mestre.
14:2.1 (154.3) Os seres espirituais não residem em espaços nebulosos; eles não habitam mundos etéreos; eles são domiciliados em esferas factuais de uma natureza material, mundos tão reais como esses em que vivem os mortais. Os mundos de Havona são factuais e reais, se bem que a sua substância de fato difira da organização material dos planetas dos sete superuniversos.
14:2.2 (154.4) As realidades físicas de Havona representam uma ordem de organização da energia radicalmente diferente de quaisquer daquelas que prevalecem nos universos evolucionários do espaço. As energias de Havona são tríplices; as unidades de energia-matéria do superuniverso contêm uma carga de energia dupla, se bem que uma forma de energia exista nas fases negativa e positiva. A criação do universo central é tríplice (a Trindade); a criação de um universo local (diretamente) é dupla, feita por um Filho Criador e um Espírito Criativo Materno.
14:2.3 (154.5) O material de Havona consiste na organização exata de mil elementos químicos básicos e na função equilibrada das sete formas da energia de Havona. Cada uma dessas energias básicas manifesta sete fases de excitação, de modo que os nativos de Havona respondem a quarenta e nove estímulos sensoriais diferentes. Em outras palavras, de um ponto de vista puramente físico, os nativos do universo central possuem quarenta e nove formas especializadas de sensações. Os sentidos moronciais são setenta, e as ordens espirituais mais elevadas de resposta, como reação, variam em diferentes tipos de seres, indo de setenta até duzentos e dez.
14:2.4 (154.6) Nenhum dos seres físicos do universo central seria visível aos urantianos. E nenhum dos estímulos físicos desses mundos distantes provocaria alguma reação nos vossos grosseiros órgãos sensoriais. Se um mortal de Urântia pudesse ser transportado até Havona, lá ele seria surdo, cego e totalmente carente de quaisquer outras reações sensoriais; ele apenas funcionaria como um ser autoconsciente, mas limitado, privado de todos os estímulos ambientais e de todas as reações ao meio ambiente.
14:2.5 (154.7) Há inúmeros fenômenos físicos e reações espirituais que ocorrem na criação central e que são desconhecidos em mundos como Urântia. A organização básica de uma criação tríplice é totalmente diferente daquela da constituição dupla dos universos criados do tempo e do espaço.
14:2.6 (154.8) Toda lei natural é coordenada em uma base totalmente diferente daquela do sistema dual de energia das criações evolutivas. O universo central é todo organizado de acordo com um sistema tríplice de controle simétrico e perfeito. No sistema Paraíso-Havona inteiro, é mantido um equilíbrio perfeito entre todas as realidades cósmicas e todas as forças espirituais. Com um controle absoluto da criação material, o Paraíso regula e mantém perfeitamente as energias físicas desse universo central; o Filho Eterno, como uma parte do seu controle espiritual, que a tudo abraça, sustenta, da maneira mais perfeita, o nível espiritual de todos aqueles que habitam em Havona. No Paraíso, nada é experimental, e o sistema Paraíso-Havona é uma unidade de perfeição criadora.
14:2.7 (155.1) A gravidade espiritual universal do Filho Eterno é surpreendentemente ativa em todo o universo central. Todos os valores do espírito e todas as personalidades espirituais são incessantemente atraídos para o interior no sentido da morada dos Deuses. Esse impulso para Deus é intenso e inescapável. A aspiração de atingir a Deus é mais forte no universo central, não porque a gravidade espiritual seja mais forte do que nos universos mais externos, mas porque os seres que alcançaram Havona estão mais plenamente espiritualizados e, pois, respondem mais intensamente à ação sempre presente da atração da gravidade espiritual universal do Filho Eterno.
14:2.8 (155.2) Da mesma forma, o Espírito Infinito atrai todos os valores intelectuais na direção do Paraíso. Em todo o universo central, a gravidade mental do Espírito Infinito funciona em ligação com a gravidade espiritual do Filho Eterno e, ambas, juntas, constituem um impulso combinado, sobre as almas ascendentes, para encontrar Deus, alcançar a Deidade, atingir o Paraíso e conhecer o Pai.
14:2.9 (155.3) Havona é um universo espiritualmente perfeito e fisicamente estável. O controle e a estabilidade equilibrada do universo central parecem ser perfeitos. Tudo, física ou espiritualmente, é perfeitamente previsível, mas o fenômeno da mente e a volição da personalidade não o são. Nós inferimos que o pecado pode ser considerado algo impossível de ocorrer, mas o fazemos baseados na realidade de que as criaturas de livre-arbítrio, nascidas em Havona, jamais foram culpadas por transgredir a vontade da Deidade. Em toda a eternidade, esses seres supernos têm sido consistentemente leais aos Eternos dos Dias. Em nenhuma criatura que tenha entrado em Havona, como peregrina, o pecado jamais surgiu. Não há sequer um exemplo de desvio de conduta, da parte de qualquer criatura, de qualquer grupo de personalidades, um dia criados ou admitidos ali, no universo central de Havona. Tão perfeitos e tão divinos são os métodos e os meios de seleção nos universos do tempo, que nunca, nos registros de Havona, ocorreu um erro; nenhum equívoco jamais foi cometido; nenhuma alma ascendente jamais foi admitida prematuramente no universo central.
14:3.1 (155.4) Quanto ao governo, no universo central, não há nenhum. Havona é tão sutilmente perfeita que nenhum sistema intelectual de governo se faz necessário. Não há tribunais regularmente constituídos, nem existem assembléias para legislar; Havona requer apenas direção administrativa. Ali, podem ser observados, no seu apogeu, os ideais do verdadeiro auto- governo.
14:3.2 (155.5) Não há necessidade de governo entre inteligências tão perfeitas e quase perfeitas. Elas não têm necessidade de regulamentações, pois são seres de perfeição inata, entremeados por criaturas evolucionárias que há muito passaram pelo escrutínio dos tribunais supremos dos superuniversos.
14:3.3 (155.6) A administração de Havona não é automática, mas sim maravilhosamente perfeita e divinamente eficiente. É principalmente planetária e está confiada ao Eterno dos Dias residente; cada esfera de Havona sendo dirigida por uma dessas personalidades originárias da Trindade. Os Eternos dos Dias não são criadores, mas são administradores perfeitos. Eles ensinam com habilidade suprema e dirigem os seus filhos planetários com uma perfeição de sabedoria que beira o absoluto.
14:3.4 (156.1) As esferas do universo central, em um total exato de um bilhão, constituem os mundos de instrução das altas personalidades nativas do Paraíso e de Havona, e servem ainda como campo final de provas para as criaturas ascendentes dos mundos evolucionários do tempo. Na execução do grande plano do Pai Universal para a ascensão da criatura, os peregrinos do tempo aterrissam nos mundos receptores da órbita do circuito externo, ou sétimo circuito e, depois de uma aprimorada instrução e de aumentarem a sua experiência, eles vão avançando progressivamente para dentro, planeta por planeta e círculo por círculo, até que, finalmente, alcancem as Deidades e consigam o status de residentes no Paraíso.
14:3.5 (156.2) No presente, embora as esferas dos sete circuitos sejam mantidas em toda a sua superna glória, apenas um por cento de toda a capacidade planetária está sendo utilizado no trabalho de levar adiante o plano universal do Pai para a ascensão mortal. Cerca de um décimo de um por cento da área desses enormes mundos está sendo dedicado à vida e às atividades dos Corpos de Finalidade, seres eternamente estabelecidos em luz e vida, que freqüentemente permanecem e ministram nos mundos de Havona. Esses seres elevados têm a sua residência pessoal no Paraíso.
14:3.6 (156.3) A construção planetária das esferas de Havona é inteiramente diferente daquelas dos mundos e sistemas evolucionários do espaço. Em nenhum outro lugar, em todo o grande universo, é conveniente utilizar-se esferas tão enormes como mundos habitados. É a sua constituição física triata, combinada com o efeito equilibrante dos imensos corpos escuros de gravidade, o que torna possível equalizar, muito perfeitamente, as forças físicas e equilibrar tão refinadamente as várias atrações nessa formidável criação. A antigravidade é também empregada na organização das funções materiais e nas atividades espirituais desses mundos enormes.
14:3.7 (156.4) A arquitetura, a iluminação e a calefação, bem como os embelezamentos biológicos e artísticos das esferas de Havona, estão muito além do que pode alcançar o maior esforço da imaginação humana. A vós não pode ser contado muito sobre Havona; para entender a sua beleza e grandeza, vós deveis vê-la. No entanto há rios reais e lagos nesses mundos perfeitos.
14:3.8 (156.5) Espiritualmente, esses mundos estão idealmente instalados; estão adaptados, perfeitamente, aos seus propósitos de alojar inúmeras ordens de seres diferentes que se encontram no universo central. Atividades múltiplas têm lugar nesses mundos maravilhosos que estão bastante além da compreensão humana.
14:4.1 (156.6) Há sete formas básicas de coisas vivas e de seres vivos nos mundos de Havona, e cada uma dessas formas básicas existe em três fases distintas. Cada uma dessas três fases é dividida em setenta divisões maiores, e cada divisão maior é composta de mil divisões menores, que têm ainda outras subdivisões, e assim sucessivamente. Essas formas básicas de vida poderiam ser classificadas como se segue:
14:4.2 (156.7) 1. Material.
14:4.3 (156.8) 2. Moroncial.
14:4.4 (156.9) 3. Espiritual.
14:4.5 (156.10) 4. Absonita.
14:4.6 (156.11) 5. Última.
14:4.7 (156.12) 6. Co-absoluta.
14:4.8 (156.13) 7. Absoluta.
14:4.9 (157.1) A decadência e a morte não são parte do ciclo de vida nos mundos de Havona. No universo central, as coisas viventes mais baixas submetem-se à transmutação da materialização. Elas mudam a forma e a manifestação, mas não se dissolvem pelo processo do declínio, nem da morte celular.
14:4.10 (157.2) Os nativos de Havona são todos uma progênie da Trindade do Paraíso. Eles não têm progenitores criaturas e são seres que não se reproduzem. Nós não podemos retratar a criação desses cidadãos do universo central, seres que nunca foram criados. Toda a composição da história da criação de Havona é um intento para tempo-espacializar um fato da eternidade que não tem nenhuma relação com o tempo, nem com o espaço, do modo como um mortal os compreende. Todavia, devemos atribuir à filosofia humana um ponto de origem; mesmo as personalidades muito acima do nível humano precisam de um conceito de “começo”. Entretanto, o sistema do Paraíso-Havona é eterno.
14:4.11 (157.3) Os nativos de Havona vivem espalhados pelo bilhão de esferas do universo central, no mesmo sentido que outras ordens de cidadania permanente habitam as suas respectivas esferas de nascimento. Exatamente como a ordem material de filiação vive na economia material, intelectual e espiritual de um bilhão de sistemas locais, em um superuniverso, também, em um sentido mais amplo, os nativos de Havona vivem e funcionam naquele bilhão de mundos do universo central. Vós poderíeis considerar certamente esses havonianos como criaturas materiais, em um sentido tal que a palavra “material” pudesse ser expandida para descrever as realidades físicas do universo divino.
14:4.12 (157.4) Há uma vida que é nativa de Havona e que possui significado em si e por si própria. Os havonianos servem, de muitos modos, aos seres que descem vindos do Paraíso e aos que ascendem dos superuniversos, mas eles também vivem vidas que são singulares no universo central e que têm um sentido relativo totalmente independente, seja do Paraíso, seja dos superuniversos.
14:4.13 (157.5) Assim como a adoração dos filhos de fé dos mundos evolucionários é ministrada para a satisfação do amor do Pai Universal, também a elevada adoração das criaturas de Havona sacia-se nos ideais perfeitos da beleza e da verdade divinas. Tal como o homem mortal cuida de fazer a vontade de Deus, esses seres do universo central vivem para gratificar os ideais da Trindade do Paraíso. Na sua natureza mesma, eles são a vontade de Deus. O homem rejubila-se com a bondade de Deus, os havonianos exultam com a beleza divina, e, tanto vós quanto eles, desfrutam da ministração da liberdade e da verdade viva.
14:4.14 (157.6) Os havonianos têm destinos opcionais não revelados, tanto presentes quanto futuros. E há, para as criaturas nativas, uma progressão peculiar ao universo central, uma progressão que não inclui ascender ao Paraíso, nem penetrar nos superuniversos. Essa progressão, até a posição do status mais elevado em Havona, pode ser sugerida pelos seguintes passos:
14:4.15 (157.7) 1. Progresso experiencial para fora, do primeiro ao sétimo circuito.
14:4.16 (157.8) 2. Progresso para dentro, do sétimo ao primeiro circuito.
14:4.17 (157.9) 3. Progresso intracircuito — progressão no âmbito dos mundos de um dado circuito ou órbita.
14:4.18 (157.10) Além dos nativos de Havona, os habitantes do universo central abrangem inúmeras classes de seres que são modelos para vários grupos do universo — conselheiros, diretores e mestres das suas espécies, e para essas espécies, em toda a criação. Todos os seres, em todos os universos, modelam-se pelas linhas de alguma ordem de criatura arquetípica que vive em um dentre aquele bilhão de mundos de Havona. Mesmo os mortais do tempo têm como meta e ideais de existência, enquanto criatura, nesses circuitos externos dessas esferas-modelo das alturas.
14:4.19 (157.11) E também existem aqueles seres que alcançaram o Pai Universal e que têm o direito de ir e vir, que são designados para aqui e para acolá, nos universos, em missões de serviço especial. E, em cada mundo de Havona, serão encontrados os candidatos à meta, aqueles que fisicamente chegaram ao universo central, mas que ainda não alcançaram o desenvolvimento espiritual que os capacitaria a solicitar residência no Paraíso.
14:4.20 (158.1) O Espírito Infinito é representado, nos mundos de Havona, por uma hoste de personalidades, seres de graça e glória, que administram, em detalhe, os intrincados assuntos intelectuais e espirituais do universo central. Nesses mundos de perfeição divina, eles fazem o trabalho inato à condução normal dessa imensa criação e, além disso, dão continuidade às múltiplas tarefas de ensinar, treinar e ministrar aos enormes números de criaturas ascendentes que escalaram até a glória, vindos dos mundos escuros do espaço.
14:4.21 (158.2) Há numerosos grupos de seres nativos do sistema Paraíso-Havona que não estão, de modo algum, diretamente ligados ao esquema de ascensão e aperfeiçoamento da criatura; e que, portanto, são omitidos nessa classificação de personalidades apresentada às raças mortais. Apenas os grupos maiores de seres supra-humanos e as ordens diretamente ligadas à vossa experiência de sobrevivência são apresentados aqui.
14:4.22 (158.3) Em Havona, a vida de todas as fases de seres inteligentes é abundante; seres que ali procuram avançar, dos circuitos mais baixos aos mais elevados, por meio dos seus esforços para atingir níveis mais elevados de alcance e compreensão da divindade e uma avaliação mais ampla dos significados supremos, dos valores últimos e da realidade absoluta.
14:5.1 (158.4) Em Urântia, vós passais por uma prova curta, mas intensa, da vossa vida inicial de existência material. Nos mundos das mansões, e ascendendo no vosso sistema, na constelação e no universo local, vós atravessareis as fases moronciais de ascensão. Nos mundos de aprendizado do superuniverso, vós passareis pelos estágios da verdadeira progressão do espírito e sereis preparados para o trânsito final até Havona. Nos sete circuitos de Havona, a vossa realização é intelectual, espiritual e experiencial. E há uma tarefa definida a ser cumprida, em cada um dos mundos de cada um desses circuitos.
14:5.2 (158.5) Nos mundos divinos do universo central, a vida é tão rica, plena, completa e repleta, que transcende totalmente à concepção humana de qualquer coisa que um ser criado pudesse talvez experimentar. As atividades sociais e econômicas dessa criação eterna são inteiramente distintas das ocupações das criaturas materiais que vivem nos mundos evolucionários, tais como Urântia. Até mesmo a técnica de pensamento em Havona é diferente do modo do pensar em Urântia.
14:5.3 (158.6) As regulamentações do universo central são adequadas e inerentemente naturais; as regras de conduta não são arbitrárias. Para cada requisito, em Havona, revela-se o motivo da sua exigência de retidão e a regra da justiça. E esses dois fatores, combinados, igualam-se àquilo que em Urântia seria denominado eqüidade. Quando chegardes em Havona, naturalmente ireis ter o prazer de fazer as coisas da maneira como elas deveriam ser feitas.
14:5.4 (158.7) Quando, pela primeira vez, os seres inteligentes chegam ao universo central, eles são recebidos e domiciliados no mundo piloto do sétimo circuito de Havona. À medida que os recém-chegados progridem espiritualmente, e adquirem a compreensão da identidade do Espírito Mestre do seu superuniverso, eles são transferidos para o sexto círculo. (Foi segundo essa disposição, no universo central, que os círculos de progresso na mente humana receberam a sua denominação.) Depois que os seres ascendentes houverem alcançado a compreensão da Supremacia, e houverem sido preparados, pois, para a aventura da Deidade, eles são levados ao quinto circuito; e, depois de alcançarem o Espírito Infinito, eles são transferidos para o quarto circuito. Em seguida ao alcance do Filho Eterno, eles são transferidos para o terceiro; e, quando tiverem reconhecido o Pai Universal, eles permanecerão no segundo circuito de mundos, onde se tornarão mais familiarizados com as hostes do Paraíso. A chegada ao primeiro circuito de Havona significa a aceitação, dos candidatos do tempo, para o serviço no Paraíso. Indefinidamente, de acordo com a natureza e a extensão da ascensão da criatura, eles permanecerão no circuito mais interno de alcance e crescimento espiritual. Desse circuito interior, os peregrinos ascendentes prosseguem para o interior, para residirem no Paraíso e serem admitidos no Corpo de Finalidade.
14:5.5 (159.1) Durante a vossa permanência em Havona, como peregrinos em ascensão, ser-vos-á permitido visitar livremente os mundos do circuito a vós designado. E vos será também permitido voltar aos planetas nesses circuitos que houverdes anteriormente atravessado. E tudo isso é possível àqueles que permanecem nos círculos de Havona, sem que haja a necessidade de que eles sejam ensupernafinados. Os peregrinos do tempo são capazes de equipar-se para atravessar o espaço “alcançado”, mas devem depender da técnica estabelecida para franquearem-se até o espaço “não-alcançado”; um peregrino não pode deixar Havona, nem ir adiante, além do circuito que lhe foi designado, sem a ajuda de um supernafim de transporte.
14:5.6 (159.2) Há uma originalidade revigorante nessa imensa criação central. À parte a organização física da matéria e a sua constituição fundamental de ordens básicas de seres inteligentes e de outras coisas viventes, não há nada em comum entre os mundos de Havona. Cada um desses planetas é uma criação original, única e exclusiva; cada planeta é uma produção incomparável, esplêndida e perfeita. E essa diversificação na individualidade abrange todos os detalhes do aspecto físico, intelectual e espiritual da existência planetária. Cada esfera, desse bilhão de esferas de perfeição, foi desenvolvida e ornada de acordo com os planos do Eterno dos Dias residente. E é exatamente por isso que não há duas delas que sejam iguais.
14:5.7 (159.3) A tônica da aventura e o estímulo da curiosidade não desaparecerão da vossa carreira, enquanto não houverdes atravessado o último dos circuitos de Havona e visitado o último dos mundos de Havona. E, então, o ímpeto, o impulso de ir em frente na eternidade substituirá o impulso anterior, exercido pela atração da aventura do tempo.
14:5.8 (159.4) A monotonia é indicativa de imaturidade da imaginação criadora e de inatividade da coordenação intelectual com o dom espiritual. No momento em que um ascendente mortal começa a exploração desses mundos celestes, ele terá atingido a maturidade emocional, intelectual e social, senão a espiritual.
14:5.9 (159.5) Não apenas vós ireis encontrar mudanças não sonhadas, que se apresentam a vós à medida que avançais, de circuito em circuito, em Havona, mas o vosso assombro será inexprimível, quando progredirdes de planeta para planeta, no âmbito de cada circuito. Cada mundo, desse bilhão de mundos de estudo, é uma verdadeira universidade de surpresas. O assombro contínuo, o deslumbramento interminável, é a experiência daqueles que atravessam tais circuitos e visitam essas esferas gigantescas. A monotonia não faz parte da carreira em Havona.
14:5.10 (159.6) O amor pela aventura, a curiosidade e o pavor à monotonia — traços esses inerentes à natureza humana em evolução — não foram colocados em vós apenas para perturbar-vos e incomodar-vos durante a vossa curta permanência na Terra, mas, antes, para sugerir-vos que a morte é apenas o começo de uma interminável carreira de aventuras, uma vida sempiterna de antecipação, uma viagem eterna de descobertas.
14:5.11 (160.1) A curiosidade — espírito de investigação, ímpeto da descoberta, instinto de exploração — é uma parte do dom inato e divino das criaturas evolucionárias do espaço. Esses impulsos naturais não foram dados a vós meramente para serem frustrados e reprimidos. É bem verdade que esses impulsos ambiciosos devem freqüentemente ser restringidos, durante a vossa curta vida na Terra, e o desapontamento deve ser muitas vezes experienciado, mas eles estão para ser plenamente realizados e gloriosamente gratificados durante as longas eras que virão.
14:6.1 (160.2) As espécies de atividades na Havona dos sete circuitos é enorme. E, em geral, elas podem ser descritas como a seguir:
14:6.2 (160.3) 1. Havonais.
14:6.3 (160.4) 2. Paradisíacas.
14:6.4 (160.5) 3. Ascendente-finitas — Supremo-Últimas, evolucionárias.
14:6.5 (160.6) Muitas das atividades suprafinitas têm lugar na Havona da idade presente do universo, envolvendo diversidades inenarráveis de fases absonitas e outras fases da mente e das funções do espírito. É possível que o universo central sirva a muitos propósitos não revelados a mim, pois ele funciona de inúmeros modos além da compreensão da mente criada. No entanto, tentarei descrever como essa criação perfeita serve às necessidades e contribui para a satisfação de sete ordens de inteligência do universo.
14:6.6 (160.7) 1. O Pai Universal — Primeira Fonte e Centro. Deus, o Pai, tem uma satisfação paterna superna, com a perfeição da criação central. Ele desfruta da experiência de saciar o amor em níveis de quase igualdade. O Criador Perfeito se compraz divinamente com a adoração da criatura perfeita.
14:6.7 (160.8) Havona proporciona ao Pai conseguir a suprema gratificação. A realização da perfeição, em Havona, compensa o impulso eterno de expansão infinita, pela demora tempo-espacial.
14:6.8 (160.9) O Pai desfruta, por reciprocidade, da beleza divina de Havona. E satisfaz à mente divina proporcionar um modelo perfeito de harmonia depurada para todos os universos em evolução.
14:6.9 (160.10) O nosso Pai contempla o universo central com um prazer perfeito, porque é uma revelação digna da realidade espiritual para todas as personalidades do universo dos universos.
14:6.10 (160.11) O Deus dos universos tem uma consideração favorável por Havona e pelo Paraíso, como núcleo de potencial eterno para toda a expansão subseqüente do universo, no tempo e no espaço.
14:6.11 (160.12) O Pai eterno vê, com uma satisfação infindável, a criação de Havona, como o objetivo digno e atraente para os candidatos do tempo à ascensão, os Seus netos mortais, do espaço, alcançando o lar eterno do seu Pai-Criador. E Deus tem prazer com o universo do Paraíso-Havona, por ser o lar eterno da Deidade e da família divina.
14:6.12 (160.13) 2. O Filho Eterno — Segunda Fonte e Centro. Para o Filho Eterno, a formidável criação central proporciona a prova eterna da efetividade da co-participação na família divina — Pai, Filho e Espírito. É a base espiritual e material para a confiança absoluta no Pai Universal.
14:6.13 (160.14) Havona proporciona ao Filho Eterno uma base quase ilimitada para a realização, sempre em expansão, do poder espiritual. O universo central proporcionou ao Filho Eterno o campo de ação onde Ele pôde demonstrar, com segurança e certeza, o espírito e a técnica do ministério da auto-outorga, para instruir os Seus Filhos coligados do Paraíso.
14:6.14 (161.1) Havona é a fundação da realidade para o controle, no universo dos universos, da gravidade espiritual do Filho Eterno. Esse universo proporciona ao Filho a gratificação do anseio paternal, na reprodução espiritual.
14:6.15 (161.2) Os mundos de Havona e os seus habitantes perfeitos são a primeira demonstração, bem como a demonstração eternamente final, de que o Filho é o Verbo do Pai. E, desse modo, a consciência do Filho fica perfeitamente gratificada, enquanto complemento infinito do Pai.
14:6.16 (161.3) E esse universo oferece a oportunidade para a realização da reciprocidade da fraternidade igualitária entre o Pai Universal e o Filho Eterno, e isso constitui a prova eterna da personalidade infinita de cada um Deles.
14:6.17 (161.4) 3. O Espírito Infinito — Terceira Fonte e Centro. O universo de Havona oferece ao Espírito Infinito a evidência de que ele é o Agente Conjunto, o representante infinito de Pai-e-Filho unificados. De Havona, o Espírito Infinito deriva uma satisfação combinada de funcionar em uma atividade criadora, ao mesmo tempo em que desfruta da satisfação da coexistência absoluta com a Sua realização divina.
14:6.18 (161.5) Em Havona, o Espírito Infinito encontrou o campo de ação no qual Ele pôde demonstrar a capacidade e a vontade de servir como um ministro potencial de misericórdia. Nessa criação perfeita, o Espírito ensaiou a aventura do ministério aos universos evolucionários.
14:6.19 (161.6) Essa criação perfeita deu ao Espírito Infinito a oportunidade de participar da administração do universo junto com ambos os progenitores divinos — administrar um universo como a progênie e como o Co-criador, preparando-se, assim, para a administração conjunta dos universos locais, nas pessoas dos Espíritos Criativos Maternos coligados aos Filhos Criadores.
14:6.20 (161.7) Os mundos de Havona são o laboratório mental dos criadores da mente cósmica e dos ministradores a todas as mentes das criaturas em existência. A mente é diferente em cada mundo de Havona e serve como modelo para todos os intelectos das criaturas materiais e espirituais.
14:6.21 (161.8) Esses mundos perfeitos são as escolas de graduação da mente para todos os seres destinados à sociedade do Paraíso. Eles proporcionaram oportunidades abundantes para o Espírito testar a técnica da ministração da mente em personalidades assessoras confiáveis.
14:6.22 (161.9) Havona é uma compensação para o Espírito Infinito, pelo Seu trabalho amplo e altruísta nos universos do espaço. Havona é o lar e o retiro perfeito para o incansável Ministro da Mente do tempo e do espaço.
14:6.23 (161.10) 4. O Ser Supremo — Unificação evolucionária da Deidade experiencial. A criação de Havona é a prova eterna e perfeita da realidade espiritual do Ser Supremo. Essa criação perfeita é uma revelação da natureza espiritual perfeita e simétrica, de Deus, o Supremo, antes dos começos da síntese em poder-personalidade das reflexões finitas das Deidades do Paraíso, nos universos experienciais do tempo e do espaço.
14:6.24 (161.11) Em Havona, os potenciais de poder do Todo-Poderoso estão unificados com a natureza espiritual do Supremo. Essa criação central é um exemplo da unidade futuro-eterna do Supremo.
14:6.25 (161.12) Havona é um arquétipo perfeito do potencial de universalidade do Supremo. Esse universo é um retrato acabado da perfeição futura do Supremo e sugere o potencial do Último.
14:6.26 (162.1) Havona exibe a finalidade dos valores existentes do espírito, nas criaturas viventes de vontade e de autocontrole supremo e perfeito; a mente existindo como equivalente última do espírito, realidade e unidade da inteligência com um potencial ilimitado.
14:6.27 (162.2) 5. Os Filhos Criadores Coordenados. Havona é o campo educacional de treinamento, onde os Michaéis do Paraíso são preparados para as suas subseqüentes aventuras de criação dos universos. Essa criação divina e perfeita é o arquétipo para todo Filho Criador. Ele esforça-se por fazer com que o seu próprio universo atinja finalmente os níveis de perfeição do Paraíso-Havona.
14:6.28 (162.3) Um Filho Criador usa as criaturas de Havona como possibilidades arquetípicas de personalidade, para criar os seus próprios filhos mortais e seres espirituais. Os Michaéis e outros Filhos do Paraíso consideram o Paraíso e Havona como o destino divino dos filhos do tempo.
14:6.29 (162.4) Os Filhos Criadores sabem que a criação central é a fonte real do supercontrole indispensável a um universo, e que estabiliza e unifica os seus universos locais. Eles sabem que a presença pessoal da influência sempre presente do Supremo e do Último está em Havona.
14:6.30 (162.5) Havona e o Paraíso são a fonte do poder criador de um Filho Michael. Ali habitam os seres que cooperam com ele na criação do universo. Do Paraíso, vêm os Espíritos Maternos do Universo, co-criadoras dos universos locais.
14:6.31 (162.6) Os Filhos do Paraíso consideram a criação central como o lar dos seus progenitores divinos — o seu lar. É o lugar ao qual eles gostam de voltar de tempos em tempos.
14:6.32 (162.7) 6. As Filhas Ministradoras Coordenadas. Os Espíritos Maternos do Universo, co-criadoras dos universos locais, asseguram o seu aprendizado pré-pessoal nos mundos de Havona, em associação estreita com os Espíritos dos Circuitos. No universo central, as Filhas-Espíritos dos universos locais foram devidamente treinadas nos métodos de cooperação com os Filhos do Paraíso, todo o tempo sujeitos à vontade do Pai.
14:6.33 (162.8) Nos mundos de Havona, o Espírito e as Filhas do Espírito encontram os arquétipos de mente para todos os seus grupos de inteligências espirituais e materiais, e esse universo central será, em algum momento, o destino dessas criaturas, que um Espírito Materno do Universo origina, em conjunto com um Filho Criador coligado seu.
14:6.34 (162.9) A Criadora Materna do Universo lembra-se do Paraíso e de Havona como o lugar da sua origem e o lar do Espírito Materno Infinito, a morada de presença da personalidade da Mente Infinita.
14:6.35 (162.10) Desse universo central, também veio a outorga das prerrogativas pessoais de criação que uma Ministra Divina do Universo emprega, como complementares às de um Filho Criador, no trabalho de criar as criaturas volitivas vivas.
14:6.36 (162.11) E, afinal, já que essas Filhas-Espírito do Espírito Materno Infinito provavelmente não retornarão ao seu lar no Paraíso, elas extraem uma grande satisfação, por intermédio do fenômeno de refletividade universal, associado ao Ser Supremo, em Havona, e personalizado em Majeston, no Paraíso.
14:6.37 (162.12) 7. Os Mortais Evolucionários de Carreira Ascendente. Havona é o lar do modelo de personalidade de todo tipo de mortal e o lar de todas as personalidades supra-humanas, de associação mortal, que não são nativas das criações do tempo.
14:6.38 (162.13) Esses mundos proporcionam o estímulo a todos os impulsos humanos na direção da realização dos valores espirituais verdadeiros, nos níveis de realidade os mais elevados concebíveis. Havona é a meta do aprendizado pré-paradisíaco de todos os mortais ascendentes. Ali, os mortais alcançam a Deidade do pré-Paraíso — o Ser Supremo. Havona representa, para toda criatura de vontade, o portal para alcançar o Paraíso e chegar a Deus.
14:6.39 (163.1) O Paraíso é o lar, e Havona é a oficina, o local de estudos e lazer e a área de operações dos finalitores. E todo mortal, ciente de Deus, almeja ser um finalitor.
14:6.40 (163.2) O universo central não é apenas o destino estabelecido do homem, mas é também o ponto de partida da carreira eterna dos finalitores, pois eles serão, em algum momento, mandados para fora, na aventura não revelada e universal da experiência de explorar a infinitude do Pai Universal.
14:6.41 (163.3) Havona continuará a funcionar com significação absonita, inquestionavelmente, mesmo nas futuras idades do universo, que poderão testemunhar os peregrinos do espaço intentando alcançar a Deus em níveis suprafinitos. Havona tem a capacidade de servir como um universo de instrução para os seres absonitos. Será provavelmente a escola superior, quando os sete superuniversos estiverem funcionando como escola intermediária para os graduados das escolas primárias do espaço exterior. E nós nos inclinamos à opinião de que os potenciais da eterna Havona são realmente ilimitados, de que o universo central tem capacidade eterna para servir como um universo experimental de aperfeiçoamento para todos os tipos de seres criados: passados, presentes e futuros.
14:6.42 (163.4) [Apresentado por um Perfeccionador de Sabedoria, incumbido de funcionar como tal, pelos Anciães dos Dias em Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 15
15:0.1 (164.1) NO QUE concerne ao Pai Universal — enquanto Pai — , os universos são virtualmente não existentes; Ele trata com as personalidades; Ele é o Pai das personalidades. Naquilo que concerne ao Filho Eterno e ao Espírito Infinito — como parceiros criadores — , os universos têm localização e são individuais, estando sob o governo conjunto dos Filhos Criadores e Espíritos Criativos Maternos. No que diz respeito à Trindade do Paraíso, fora de Havona, há apenas sete universos habitados, os sete superuniversos os quais têm a sua jurisdição no círculo do primeiro nível espacial pós-Havona. Os Sete Espíritos Mestres irradiam a sua influência para fora, a partir da Ilha Central; e a vasta criação constituindo, assim, uma roda gigantesca, cujo núcleo é formado pela eterna Ilha do Paraíso e os sete raios, as irradiações dos Sete Espíritos Mestres, formando o perímetro, as regiões exteriores do grande universo.
15:0.2 (164.2) No começo da materialização da criação universal foi formulado o esquema sétuplo de organização e o governo dos superuniversos. A primeira criação pós-Havona foi dividida em sete segmentos colossais, e os mundos-sede dos governos desses superuniversos foram projetados e construídos. O esquema atual de administração tem existido praticamente por toda a eternidade, e os governantes desses sete superuniversos são apropriadamente chamados Anciães dos Dias.
15:0.3 (164.3) Do vasto conjunto dos conhecimentos, a respeito dos superuniversos, pouco posso esperar descrever-vos, mas há, em atuação nesses domínios, uma técnica de controle inteligente tanto para as forças físicas quanto para as espirituais; e as presenças da gravidade universal neles funcionam em poder majestoso e harmonia perfeita. É importante, primeiro, que formeis uma idéia adequada sobre a constituição física e a organização material dos domínios dos superuniversos, para que, depois, estejais mais bem preparados para alcançar o significado da maravilhosa organização de governo espiritual e avanço intelectual proporcionada às criaturas volitivas que residem nas miríades de planetas habitados e espalhados por todos os sete superuniversos.
15:1.1 (164.4) Dentro da gama limitada dos registros, das observações e das memórias das gerações de um milhão ou de um bilhão, dos vossos curtos anos, e, para todos os intentos e propósitos práticos, Urântia, e o universo ao qual pertence, estão experimentando a aventura de um mergulho prolongado e desconhecido em um espaço novo; mas, de acordo com os registros de Uversa e segundo observações mais antigas, em harmonia com a experiência e os cálculos mais amplos da nossa ordem, e pelo resultado de conclusões baseadas nesse e em outros achados, sabemos que os universos estão engajados em uma procissão ordenada, bem compreendida e perfeitamente controlada, a qual, em grandiosidade majestosa, gira em torno da Primeira Grande Fonte e Centro e do Seu universo de residência.
15:1.2 (165.1) Há muito tempo, descobrimos que os sete superuniversos percorrem uma grande elipse, um círculo gigantesco e alongado. O vosso sistema solar e os outros mundos do tempo não estão adentrando, sem mapas nem bússolas, um espaço desconhecido. O universo local, ao qual pertence o vosso sistema, está seguindo um curso definido e bem compreendido, no sentido anti-horário, na rota de um giro imenso, e que circunda o universo central. Essa trajetória cósmica está bem registrada e é cuidadosamente conhecida dos observadores das estrelas do superuniverso, do mesmo modo que as órbitas dos planetas que constituem o vosso sistema solar são conhecidas pelos astrônomos de Urântia.
15:1.3 (165.2) Urântia está situada em um universo local e em um superuniverso ainda não completamente organizados, e o vosso universo local está na proximidade imediata de inúmeras criações físicas parcialmente completas. Vós pertenceis a um dos universos relativamente recentes. Mas não estais hoje vos lançando descontroladamente em um espaço não traçado, nem estais oscilando cegamente rumo a regiões desconhecidas. Estais seguindo a trajetória ordenada e predeterminada do nível espacial do superuniverso. Vós estais agora passando pelo mesmo espaço que o vosso sistema planetário — ou os predecessores dele — atravessou em idades anteriores; e, em algum dia no futuro remoto, o vosso sistema — ou os sucessores dele — irá novamente atravessar o mesmo espaço dentro do qual estais agora mergulhando tão rapidamente.
15:1.4 (165.3) Nessa idade, e do modo como a direção é encarada em Urântia, o superuniverso de número um gira quase na direção norte, e encontra-se indo em uma direção a leste, oposta à da residência no Paraíso das Grandes Fontes e Centros, no universo central de Havona. Essa posição, junto com a correspondente a oeste, representa a maior aproximação física da Ilha Eterna alcançada pelas esferas do tempo. O superuniverso de número dois está ao norte, preparando-se para o giro no sentido oeste; enquanto o de número três, agora, mantém-se no segmento mais ao norte da trajetória do grande espaço, tendo já dobrado a tomada da curva que conduz ao mergulho para o sul. O superuniverso de número quatro encontra-se no vôo relativamente reto para a direção sul, com as suas regiões avançadas aproximando-se, agora, da oposição aos Grandes Centros. O quinto superuniverso há pouco abandonou a sua posição oposta ao Centro dos Centros e continua diretamente no curso sul, antes de girar para o leste; e o sexto ocupa a maior parte da curva sul, o segmento que o vosso superuniverso acaba de ultrapassar.
15:1.5 (165.4) O vosso universo local de Nébadon pertence a Orvônton, o sétimo superuniverso, que gira entre o primeiro e o sexto superuniversos, tendo dobrado há pouco (segundo calculamos o tempo) a curva sudeste do nível espacial superuniversal. Hoje, o sistema solar ao qual Urântia pertence já passou, há uns poucos bilhões de anos, pela curva em torno da curvatura sul, de modo que estais agora avançando para além da curvatura de sudeste, e estais-vos deslocando rapidamente através do longo trecho, relativamente retilíneo, da trajetória norte. Durante idades incontáveis, Orvônton irá seguir nesse curso setentrional, quase em linha reta.
15:1.6 (165.5) Urântia pertence a um sistema que se situa bem do lado externo, no sentido da fronteira do vosso universo local; e o vosso universo local, no presente, está atravessando a periferia de Orvônton. Há ainda outros sistemas, mais afastados do que o vosso, mas vós estais muito longe, no espaço, dos sistemas físicos que giram em torno do grande círculo, em relativa proximidade da Grande Fonte e Centro.
15:2.1 (165.6) Apenas o Pai Universal sabe a localização e o número atual dos mundos habitados no espaço; Ele os chama pelo nome e pelo número. Eu posso informar somente o número aproximado dos planetas habitados ou habitáveis, pois alguns dos superuniversos têm mais mundos adequados à vida inteligente do que outros. Nem todos os universos locais projetados, tampouco, foram já organizados. Portanto, a estimativa que ofereço serve apenas ao propósito de proporcionar uma idéia da imensidão da criação material.
15:2.2 (166.1) Há sete superuniversos no grande universo; e eles estão constituídos, aproximadamente, do modo como a seguir se expõe:
15:2.3 (166.2) 1. O Sistema. A unidade básica do supergoverno consiste em cerca de mil mundos habitados ou habitáveis: sóis abrasadores, mundos frios, planetas muito próximos de sóis quentes e outras esferas não adequadas, para serem habitadas pelas criaturas, não estão incluídos nesse grupo. Esses mil mundos adaptados para suportar a vida são considerados um sistema, mas nos sistemas mais recentes apenas um número relativamente menor desses mundos pode ser habitado. Cada planeta habitado é presidido por um Príncipe Planetário; e cada sistema local tem uma esfera arquitetônica como sua sede-central, sendo governado por um Soberano do Sistema.
15:2.4 (166.3) 2. A Constelação. Uma centena de sistemas (cerca de 100 000 planetas habitáveis) forma uma constelação. Cada constelação possui uma esfera arquitetônica como sede-central e é presidida por três Filhos Vorondadeques, os Altíssimos. Cada constelação também possui um Fiel dos Dias, como observador e embaixador da Trindade do Paraíso.
15:2.5 (166.4) 3. O Universo Local. Uma centena de constelações (cerca de 10 000 000 de planetas habitáveis) constitui um universo local. Cada universo local tem um mundo sede-central arquitetônico magnífico, e é governado por um dos Filhos Criadores coordenados de Deus, da ordem dos Michaéis. Cada universo é abençoado pela presença de um União dos Dias, representante da Trindade do Paraíso.
15:2.6 (166.5) 4. O Setor Menor. Uma centena de universos locais (cerca de 1 000 000 000 de planetas habitáveis) constitui um setor menor do governo de um superuniverso; tem um mundo sede-central maravilhoso, de onde os seus governantes, os Recentes dos Dias, administram os assuntos desse setor menor. Há três Recentes dos Dias, Personalidades Supremas da Trindade em cada sede-central de um setor menor.
15:2.7 (166.6) 5. O Setor Maior. Uma centena de setores menores (cerca de 100 000 000 000 de mundos habitáveis) perfaz um setor maior. Cada setor maior é provido de uma sede-central extraordinária presidida por três Perfeições dos Dias, Personalidades Supremas da Trindade.
15:2.8 (166.7) 6. O Superuniverso. Dez setores maiores (1 000 000 000 000 de planetas habitáveis) constituem um superuniverso. Cada superuniverso é provido de um mundo sede-central enorme e glorioso, e é governado por três Anciães dos Dias.
15:2.9 (166.8) 7. O Grande Universo. Sete superuniversos formam o grande universo, como está organizado atualmente, consistindo em aproximadamente sete trilhões de mundos habitáveis, mais as esferas arquitetônicas e ainda um bilhão das esferas habitadas de Havona. Os superuniversos são governados e administrados indireta e refletivamente, do Paraíso, pelos Sete Espíritos Mestres. O bilhão de mundos de Havona é diretamente administrado pelos Eternos dos Dias, cada uma dessas Personalidades Supremas da Trindade presidindo a uma dessas esferas perfeitas.
15:2.10 (167.1) Excluindo as esferas do Paraíso-Havona, o plano da organização do universo provê as seguintes unidades:
15:2.11 (167.2) Superuniversos7
15:2.12 (167.3) Setores Maiores70
15:2.13 (167.4) Setores Menores7 000
15:2.14 (167.5) Universos Locais700 000
15:2.15 (167.6) Constelações70 000 000
15:2.16 (167.7) Sistemas Locais7 000 000 000
15:2.17 (167.8) Planetas Habitáveis7 000 000 000 000
15:2.18 (167.9) Cada um dos sete superuniversos é constituído, aproximadamente, como se segue:
15:2.19 (167.10) Um sistema abrange aproximadamente1 000 mundos
15:2.20 (167.11) Uma constelação (100 sistemas)100 000 mundos
15:2.21 (167.12) Um universo (100 constelações)10 000 000 de mundos
15:2.22 (167.13) Um setor menor (100 universos)1 000 000 000 de mundos
15:2.23 (167.14) Um setor maior (100 setores menores)100 000 000 000 de mundos
15:2.24 (167.15) Um superuniverso (10 setores maiores)1 000 000 000 000 de mundos
15:2.25 (167.16) Em síntese, todas essas estimativas são aproximadas; pois novos sistemas estão constantemente evoluindo; e ao mesmo tempo outras organizações, temporariamente, estão deixando de ter existência material.
15:3.1 (167.17) Praticamente todos os reinos estelares, visíveis a olho nu de Urântia, pertencem à sétima parte do grande universo, o superuniverso de Orvônton. O vasto sistema estelar da Via Láctea representa o núcleo central de Orvônton, indo até muito adiante das fronteiras do vosso universo local. Essa grande agregação de sóis, ilhas escuras de espaço, estrelas duplas, grupos globulares, nuvens estelares, nebulosas espirais e outras, juntamente com as miríades de planetas individuais, formam um grupo com o formato de um relógio alongado, aproximadamente circular, que tem cerca de um sétimo dos universos habitados evolucionários.
15:3.2 (167.18) Da posição astronômica de Urântia, à medida que olhardes através de uma seção transversal de sistemas próximos à grande Via Láctea, vós podereis observar que as esferas de Orvônton estão viajando sobre um grande plano alongado, sendo a sua largura muito maior do que a sua espessura e o seu comprimento bem maior ainda do que a sua largura.
15:3.3 (167.19) A observação da chamada Via Láctea revela um crescimento relativo da densidade estelar de Orvônton, quando os céus são vistos em uma só direção, enquanto, para cada um dos outros lados, a densidade diminui; o número de estrelas e de outras esferas decresce, à medida que nos afastamos do plano principal do nosso superuniverso material. Quando o ângulo de observação é propício, olhando através do corpo principal desse domínio de densidade máxima, vós estareis olhando para o universo residencial, o centro de todas as coisas.
15:3.4 (167.20) Das dez divisões maiores, de Orvônton, oito foram identificadas, grosso modo, pelos astrônomos de Urântia. As outras duas são difíceis de ser reconhecidas separadamente, porque sois obrigados a ver esses fenômenos do lado de dentro. Se pudésseis olhar para o universo de Orvônton, de uma posição muito distante no espaço, vós poderíeis reconhecer imediatamente os dez setores maiores da sétima galáxia.
15:3.5 (168.1) O centro de rotação do vosso setor menor situa-se em uma posição bem distante dentro da nuvem estelar enorme e densa de Sagitário, em torno da qual o vosso universo local e todas as suas criações movem-se e, de lados opostos do vasto sistema subgalático de Sagitário, vós podeis observar duas grandes correntes de nuvens de estrelas emergindo em estupendas espirais estelares.
15:3.6 (168.2) O núcleo do sistema físico, ao qual pertencem o vosso sol e os planetas a ele ligados, é o centro da outrora nebulosa de Andronover. Inicialmente essa nebulosa espiral era ligeiramente distorcida pelas interrupções de gravidade ligadas aos eventos decorrentes do nascimento do vosso sistema solar, e que foram ocasionadas pela aproximação, até muito perto, de uma grande nebulosa vizinha. Essa quase colisão transformou Andronover em algo semelhante a uma agregação globular, mas não destruiu totalmente a procissão bi-direcional de sóis e dos grupos físicos ligados a eles. O vosso sistema solar, agora, ocupa uma posição bastante central em um dos braços dessa espiral distorcida, situada a meio caminho, indo do centro, na direção da borda da corrente estelar.
15:3.7 (168.3) O setor de Sagitário e todos os outros setores e divisões de Orvônton estão em rotação em torno de Uversa, e algumas das confusões feitas pelos astrônomos de Urântia vêm das ilusões e distorções relativas produzidas pelos seguintes movimentos múltiplos de revolução:
15:3.8 (168.4) 1. A translação de Urântia em torno do seu sol.
15:3.9 (168.5) 2. A órbita do vosso sistema solar em torno do núcleo da ex-nebulosa de Andronover.
15:3.10 (168.6) 3. A rotação da família estelar de Andronover e dos seus grupos ligados, em torno do centro composto de rotação-gravidade da nuvem estelar de Nébadon.
15:3.11 (168.7) 4. A oscilação da nuvem estelar local de Nébadon e das suas criações, em torno do centro sagitariano do seu setor menor.
15:3.12 (168.8) 5. A rotação de uma centena de setores menores, incluindo o de Sagitário, em torno do seu setor maior.
15:3.13 (168.9) 6. O giro dos dez setores maiores, os chamados fluxos estelares, em torno de Uversa, a sede-central de Orvônton.
15:3.14 (168.10) 7. O movimento de Orvônton e dos seis outros superuniversos em torno do Paraíso e de Havona, a procissão em sentido anti-horário do nível espacial superuniversal.
15:3.15 (168.11) Esses movimentos múltiplos são de diversas ordens: as trajetórias espaciais do vosso planeta e do vosso sistema solar são genéticas, inerentes à sua origem. O movimento absoluto anti-horário de Orvônton também é genético, inerente aos planos arquitônicos do universo-mestre. Todavia, os movimentos intermediários são de origem composta, sendo, em parte, derivados da segmentação constituinte da energia-matéria nos superuniversos e, em parte, produzidos pela ação inteligente e propositada dos organizadores da força do Paraíso.
15:3.16 (168.12) Os universos locais ficam mais próximos uns dos outros, à medida que se aproximam de Havona; as órbitas são maiores em número, e há uma superposição crescente, camada por camada. Em pontos mais distanciados do centro eterno, todavia, há cada vez menos sistemas, camadas, órbitas e universos.
15:4.1 (169.1) Embora a criação e a organização do universo permaneçam sempre sob o controle dos Criadores infinitos e dos seus coligados, todo o fenômeno desenrola-se segundo uma técnica ordenada e em conformidade com as leis gravitacionais da força, da energia e da matéria. Contudo, há algo de mistério associado à potência-carga universal do espaço; nós entendemos plenamente a organização das criações materiais do estágio ultimatômico em diante, mas não compreendemos plenamente os ancestrais cósmicos dos ultímatons. Confiamos que essas forças ancestrais tenham a sua origem no Paraíso, porque elas oscilam sempre, dentro do espaço ocupado, exatamente nos contornos periféricos gigantescos do Paraíso. Se bem que não seja sensível à gravidade do Paraíso, essa potência-carga do espaço, ancestral de toda a materialização, responde sempre à presença do Paraíso inferior, estando, aparentemente, conectada ao circuito de entrada e de saída do centro do Paraíso inferior.
15:4.2 (169.2) Os organizadores da força do Paraíso transmutam a potência espacial em força primordial e fazem esse potencial pré-material evoluir no sentido das manifestações de energia primária e secundária da realidade física. Quando essa energia atinge os níveis nos quais respondem à gravidade, os diretores de potência e os seus colaboradores, no regime do superuniverso, surgem em cena e começam as suas manipulações sem fim, destinadas a estabelecer os múltiplos circuitos de força e os canais de energia dos universos do tempo e do espaço. Assim, a matéria física surge no espaço e, desse modo, a cena fica pronta para a inauguração da organização do universo.
15:4.3 (169.3) Essa segmentação da energia é um fenômeno que nunca foi decifrado pelos físicos de Nébadon. A dificuldade principal deles repousa na relativa inacessibilidade que têm os organizadores da força do Paraíso, já que os diretores de potência viva, ainda que competentes para lidar com a energia-espaço, não têm a menor noção sobre a origem das energias que eles manipulam com tanta habilidade e inteligência.
15:4.4 (169.4) Os organizadores da força do Paraíso são os originadores das nebulosas; eles são capazes de iniciar, no espaço, em torno da sua presença, os imensos ciclones de força que, quando iniciados, nunca podem ser interrompidos, ou limitados, até que as forças, as quais a tudo invadem, sejam mobilizadas para o surgimento final das unidades ultimatômicas de matéria do universo. Assim, a nebulosa espiral e as outras nebulosas, as rodas matrizes dos sóis de origem direta e os seus sistemas variados são trazidos à existência. No espaço exterior, podem ser vistas dez diferentes formas de nebulosas, fases da evolução primária do universo; e essas imensas rodas de energia tiveram a mesma origem que os sete superuniversos.
15:4.5 (169.5) As nebulosas variam muito, tanto pelo tamanho quanto pelo número de planetas e estrelas em que se transformam, e pela massa agregada dessas estrelas e planetas. Uma nebulosa formadora de sóis, bem ao norte das fronteiras de Orvônton, mas dentro do nível espacial do superuniverso, já deu origem a quarenta mil sóis aproximadamente, e a roda matriz está ainda arrojando sóis, a maioria dos quais excede, em muitas vezes, o tamanho do vosso. Algumas das maiores nebulosas do espaço exterior estão dando origem a cerca de cem milhões de sóis.
15:4.6 (169.6) As nebulosas não estão diretamente relacionadas a qualquer uma das unidades administrativas, tais como os setores menores ou os universos locais, se bem que alguns universos locais tenham sido organizados a partir dos produtos de uma única nebulosa. Cada universo local abrange exatamente uma centésima milionésima parte da carga total de energia de um superuniverso, seja qual for a sua relação com as nebulosas, pois a energia não está organizada por nebulosa — é universalmente distribuída.
15:4.7 (170.1) Nem todas as nebulosas espirais estão envolvidas na criação de sóis. Algumas retiveram o controle de muitas das estrelas separadas, que geram, e a sua aparência espiral é ocasionada pelo fato de que os seus sóis saem do braço nebular, ordenadamente, um após outro, mas retornam por trajetos diferentes, tornando-se, assim, fácil observá-los, em um ponto, porém mais difícil vê-los quando estão muito espalhados nas suas diferentes trajetórias de retorno, muito mais afastadas do braço da nebulosa. Não há, atualmente, muitas nebulosas ativas, formadoras de sóis, em Orvônton, embora Andrômeda, que está fora do superuniverso habitado, seja muito ativa. Essa nebulosa, muito afastada, é visível a olho nu e, quando vós a virdes, deveis parar e considerar que a luz que dela contemplais, deixou aqueles sóis distantes há quase um milhão de anos.
15:4.8 (170.2) A galáxia chamada Via Láctea é composta de grandes números de nebulosas, anteriormente de forma espiral e de outras formas, e muitas ainda mantêm a sua conformação original. Contudo, em conseqüência de catástrofes internas e atrações externas, muitas sofreram distorções e rearranjos tais que levam essas agregações enormes a parecerem massas luminosas gigantescas de sóis abrasadores, como a Nuvem de Magalhães. O tipo globular de grupos de estrelas predomina nas proximidades das margens externas de Orvônton.
15:4.9 (170.3) As imensas nuvens de estrelas de Orvônton deveriam ser consideradas agregações individualizadas de matéria, comparáveis às nebulosas isoladas observáveis nas regiões do espaço externas à galáxia da Via Láctea. Muitas das chamadas nuvens de estrelas do espaço, contudo, consistem apenas em material gasoso. O potencial de energia dessas nuvens gasosas estelares é inacreditavelmente enorme, e parte dele é absorvida por sóis próximos e enviada de volta para o espaço como emanações solares.
15:5.1 (170.4) A maior parte da massa contida nos sóis e planetas de um superuniverso origina-se nas rodas nebulosas; uma parte muito pequena da massa de um superuniverso é organizada pela ação direta dos diretores de potência (como na construção das esferas arquitetônicas), embora uma quantidade constantemente variável de matéria origine-se no espaço aberto.
15:5.2 (170.5) Quanto à origem, a maioria dos sóis, planetas e outras esferas, pode ser classificada em um dos dez grupos seguintes:
15:5.3 (170.6) 1. Os Anéis Concêntricos de Contração. Nem todas as nebulosas são espirais. Muitas dentre as imensas nebulosas, em vez de dividirem-se em sistemas duplos de estrelas ou evoluírem como uma espiral, passam por uma condensação, com a formação de anéis múltiplos. Por períodos longos, uma nebulosa assim mostra-se como um enorme sol central, com inúmeras nuvens gigantescas de formações anulares de matéria que giram ao seu redor.
15:5.4 (170.7) 2. As Estrelas Redemoinhadas abrangem aqueles sóis que são lançados das grandes rodas matrizes de gases altamente aquecidos. Elas não são atiradas como anéis, mas em procissões, em sentidos opostos. As estrelas redemoinhadas também são originadas em outras nebulosas, que não as espirais.
15:5.5 (170.8) 3. Os Planetas de Explosões de Gravidade. Quando um sol nasce de uma nebulosa na forma de espiral ou de barra, não raro ele é atirado a uma distância considerável. Um sol como esse é altamente gasoso e, subseqüentemente, depois que se tenha resfriado e condensado um pouco, poderá chegar a girar próximo de uma massa imensa de matéria, de um sol gigantesco ou de uma ilha escura de espaço. Essa aproximação pode não ser suficiente para resultar em colisão, mas pode ser suficiente para permitir que o empuxo da gravidade do corpo maior comece a provocar convulsões, do tipo maré, no corpo menor, iniciando, assim, uma série de solevantamentos, semelhantes a maremotos, que ocorrem, simultaneamente, nos dois lados opostos do sol em convulsão. No seu auge, essas erupções explosivas produzem uma série de agregações de tamanhos variados de matéria, as quais podem ser projetadas além das zonas de domínio da gravidade do sol em erupção, tornando-se estabilizadas, assim, em órbitas próprias, em torno de um dos dois corpos envolvidos nesse episódio. Mais tarde, os conglomerados maiores de matéria unem-se e, gradualmente, atraem para si os corpos menores. É desse modo que muitos dos planetas sólidos dos sistemas menores são trazidos à existência. O vosso próprio sistema solar teve exatamente essa origem.
15:5.6 (171.1) 4. As Filhas Planetárias Centrífugas. Os sóis enormes, quando em certos estágios de desenvolvimento, e caso a sua velocidade de giro se acelere muito, começam a desprender grandes quantidades de matéria, que podem ser reunidas subseqüentemente até formarem pequenos mundos, os quais continuam a girar em torno do sol progenitor.
15:5.7 (171.2) 5. As Esferas com Deficiência de Gravidade. Há um limite crítico para o tamanho das estrelas individuais. Quando um sol alcança esse limite, a menos que a sua velocidade de revolução decresça, está condenado a se partir; a fissão do sol acontece, e uma nova estrela dupla da mesma variedade nasce. Inúmeros planetas pequenos podem formar-se, subseqüentemente, como subproduto de tal quebra gigantesca.
15:5.8 (171.3) 6. As Estrelas de Contração. Nos sistemas menores, o planeta exterior de maior tamanho algumas vezes atrai para si os seus mundos vizinhos, enquanto os planetas próximos do sol começam o seu mergulho terminal. Com o vosso sistema solar, esse fim significaria que os quatro planetas internos seriam atraídos para o sol, enquanto o maior planeta, Júpiter, seria aumentado grandemente pela absorção dos mundos remanescentes. Um fim como esse, de um sistema solar, resultaria na produção de dois sóis adjacentes, mas desiguais: um tipo de formação estelar dupla. Tais catástrofes são pouco freqüentes, exceto nos limites das agregações estelares do superuniverso.
15:5.9 (171.4) 7. As Esferas Cumulativas. Pequenos planetas podem surgir lentamente das acumulações de vastas quantidades de matéria que circulam no espaço. Eles crescem por agregação de meteoros e colisões menores. Em certos setores do espaço, as condições favorecem tais formas de nascimento planetário. Muitos mundos habitados tiveram essa origem.
15:5.10 (171.5) Algumas das densas ilhas escuras são o resultado direto de acumulações da energia em transmutação no espaço. Outro grupo dessas ilhas escuras veio a existir pelo acúmulo de quantidades enormes de matéria fria, meros fragmentos e meteoros que circulam no espaço. Tais agregações de matéria nunca foram quentes e, exceto pela densidade, são de composição muito similar à de Urântia.
15:5.11 (171.6) 8. Os Sóis Extintos. Algumas das ilhas escuras do espaço são sóis isolados, extintos, cuja energia-espaço disponível já foi totalmente emitida. As unidades organizadas de matéria aproximam-se da condensação plena, da consolidação virtualmente completa; e são necessárias eras e mais eras para que massas tão enormes de matéria altamente condensada sejam recarregadas nos circuitos do espaço, sendo, assim, preparadas para os novos ciclos de função no universo, depois de uma colisão ou de algum outro acontecimento cósmico igualmente revivificador.
15:5.12 (171.7) 9. As Esferas de Colisão. Nas regiões de agrupamentos mais densos, as colisões não são raras. Esse reajustamento astronômico é acompanhado por imensas modificações de energia e transmutações de matéria. As colisões que envolvem sóis mortos influem peculiarmente nas criações de amplas flutuações de energia. Os despojos de colisões freqüentemente constituem os núcleos materiais para a formação posterior de corpos planetários adequados à habitação dos mortais.
15:5.13 (172.1) 10. Os Mundos Arquitetônicos. Estes são os mundos construídos de acordo com os planos e as especificações, para algum propósito especial; tais como Sálvington, a sede-central do vosso universo local, e Uversa, a sede do governo do vosso superuniverso.
15:5.14 (172.2) Há inúmeras outras técnicas para gerar sóis e isolar os planetas, contudo os procedimentos descritos anteriormente sugerem os métodos pelos quais a grande maioria dos sistemas estelares e famílias planetárias é trazida à existência. Se quiséssemos descrever todas as diversas técnicas envolvidas na metamorfose estelar e na evolução planetária, isso requereria a narrativa de quase uma centena de modos diferentes de formação de sóis e origem de planetas. À medida que os vossos astrônomos escrutinarem os céus, observarão fenômenos indicativos de todos esses modos de evolução estelar, mas raramente detectarão a evidência da formação de conglomerados pequenos, e não luminosos, de matéria, que servem como planetas habitados, a mais importante das vastas criações materiais.
15:6.1 (172.3) Seja qual for a sua origem, as várias esferas do espaço podem ser classificadas nas seguintes divisões maiores:
15:6.2 (172.4) 1. Os sóis — as estrelas do espaço.
15:6.3 (172.5) 2. As ilhas escuras de espaço.
15:6.4 (172.6) 3. Os corpos espaciais menores — cometas, meteoros e planetesimais.
15:6.5 (172.7) 4. Os planetas — incluindo os mundos habitados.
15:6.6 (172.8) 5. As esferas arquitetônicas — os mundos feitos sob encomenda.
15:6.7 (172.9) À exceção das esferas arquitetônicas, todos os corpos espaciais tiveram uma origem evolucionária, evolucionária no sentido de que não foram trazidos à existência por um “fiat” da Deidade, e evolucionária no sentido em que os atos criativos de Deus foram desdobrados por uma técnica tempo-espacial e por intermédio das operações de muitas das inteligências criadas e geradas por eventos da Deidade.
15:6.8 (172.10) Os Sóis. São as estrelas do espaço, em todos os seus vários estágios de existência. Alguns são sistemas espaciais solitários em evolução; outros são estrelas duplas, sistemas planetários em contração ou em extinção. As estrelas do espaço existem em nada menos do que mil estados e estágios diferentes. Vós estais familiarizados com os sóis que emitem luz acompanhada de calor, mas há também sóis que brilham sem calor.
15:6.9 (172.11) Os trilhões de trilhões de anos, nos quais um sol comum continuará a dar calor e luz, ilustram bem a imensa reserva de energia que cada unidade de matéria contém. A energia de fato estocada nessas partículas invisíveis de matéria física é quase inimaginável. E tal energia torna-se quase integralmente disponível, na forma de luz, quando submetida à enorme pressão da temperatura e às atividades associadas de energia, que prevalecem no interior dos sóis abrasadores. Outras condições também tornam esses sóis capazes de transformar e emitir grande parte da energia do espaço que vem na sua direção, ao longo das órbitas e circuitos espaciais estabelecidos. Muitas fases da energia física e todas as formas de matéria são atraídas por esses dínamos solares e subseqüentemente redistribuídas por eles. Desse modo, os sóis servem como aceleradores locais na circulação da energia, atuando como estações automáticas de controle de força.
15:6.10 (172.12) O superuniverso de Orvônton é iluminado e aquecido por mais de dez trilhões de sóis abrasadores. Esses sóis são as estrelas do vosso sistema astronômico observável. Mais de dois trilhões estão distantes demais ou são pequenos demais para serem observáveis de Urântia, mas, no universo-mestre, há tantos sóis quantos copos de água há nos oceanos do vosso mundo.
15:6.11 (173.1) As Ilhas Escuras do Espaço. São os sóis mortos e outras agregações imensas de matéria desprovida de luz e calor. As ilhas escuras, algumas vezes, têm massas enormes e exercem uma poderosa influência sobre o equilíbrio do universo e a manipulação da energia. A densidade de algumas dessas grandes massas é quase inacreditável. E essa grande concentração de massa capacita essas ilhas escuras a funcionarem como grandes volantes de balanceamento, mantendo imensos sistemas vizinhos sob um controle efetivo. Elas mantêm o equilíbrio de força em muitas constelações; muitos sistemas físicos que, de outro modo, precipitar-se-iam em rápida destruição, caindo em sóis próximos, são mantidos em segurança sob a atração da gravidade dessas ilhas escuras guardiãs. E é por causa dessa função que as podemos localizar com precisão. Medimos o empuxo da gravidade dos corpos luminosos, e podemos, assim, calcular o tamanho exato e a localização das ilhas escuras no espaço, que funcionam tão eficazmente para manter alguns sistemas firmes nos seus cursos.
15:6.12 (173.2) Os Corpos Espaciais Menores. Os meteoros e as outras partículas pequenas de matéria, que circulam e evoluem no espaço, constituem um agregado enorme de energia e substância material.
15:6.13 (173.3) Muitos cometas são fragmentos pouco estáveis, de rodas solares mães, que estão sendo trazidos, gradualmente, sob o controle do sol governante central. Os cometas também têm numerosas outras origens. A cauda de um cometa orienta-se no sentido oposto ao do corpo ou do sol que o atrai, por causa da reação elétrica dos seus gases altamente expandidos e por causa da pressão real da luz e de outras energias que emanam do sol. Esse fenômeno constitui uma das provas positivas da realidade da luz e das energias a ela associadas: demonstra que a luz tem peso. A luz é uma substância real, não é simplesmente formada de ondas em um éter hipotético.
15:6.14 (173.4) Os Planetas. São os maiores agregados de matéria a seguirem uma órbita em torno de um sol ou de algum outro corpo espacial. Variam de tamanho, desde os planetesimais até as enormes esferas gasosas, líquidas ou sólidas. Os mundos frios, que se formaram pela reunião de material flutuante no espaço, quando acontece de estarem em uma relação adequada com os sóis próximos, são os planetas ideais para abrigarem habitantes inteligentes. Os sóis mortos, via de regra, não são adequados à vida; eles estão comumente a uma distância muito grande de um sol vivo e flamejante, além do que são também muito maciços, e a gravidade é imensa na sua superfície.
15:6.15 (173.5) No vosso superuniverso, menos de um planeta frio em quarenta é habitável pelos seres da vossa ordem. E, é claro, os sóis superaquecidos e os mundos exteriores gelados são inadequados para abrigar a vida superior. No vosso sistema solar, apenas três planetas, no presente, são adequados para abrigar a vida. Urântia, sob muitos pontos de vista, é ideal para o habitat humano, pelo seu tamanho, densidade e localização.
15:6.16 (173.6) As leis do comportamento da energia física são basicamente universais, mas, as influências locais têm muito a ver com as condições físicas que prevalecem nos planetas individuais e nos sistemas locais. Uma variedade quase sem fim de vida, sob a forma de criaturas e outras manifestações viventes, caracteriza os mundos incontáveis do espaço. Há, todavia, certos pontos de semelhança entre mundos de um grupo ligados a um dado sistema; e ao mesmo tempo também existe um modelo de vida inteligente para cada universo. Há relações físicas entre esses sistemas planetários que perfazem órbitas semelhantes, e que seguem de perto, uns aos outros, nas circunvoluções infinitas em torno do círculo de universos.
15:7.1 (174.1) Conquanto o governo de cada superuniverso presida a ele de um ponto próximo do centro do segmento no espaço dos universos evolucionários, ele ocupa um mundo feito sob medida, e que é povoado por personalidades confiáveis. Esses mundos-sede são esferas arquitetônicas, corpos espaciais construídos especificamente para os seus propósitos especiais. Ainda que compartilhando da luz dos sóis próximos, essas esferas são iluminadas e aquecidas independentemente. Cada uma tem um sol que lhe envia luz sem calor, como os satélites do Paraíso, e ao mesmo tempo cada uma é suprida de calor pela circulação de certas correntes de energia próximas da superfície da esfera. Tais mundos-sede pertencem a um dos maiores sistemas situados perto do centro astronômico dos seus respectivos superuniversos.
15:7.2 (174.2) O tempo é padronizado nas sedes-centrais dos superuniversos. O dia-padrão do superuniverso de Orvônton é igual a quase trinta dias do tempo de Urântia; e o ano de Orvônton equivale a cem dias-padrão. Esse ano de Uversa é padrão no sétimo superuniverso, e corresponde a três mil dias menos vinte e dois minutos do tempo de Urântia, aproximadamente oito e um quinto dos vossos anos.
15:7.3 (174.3) Os mundos-sede dos sete superuniversos participam da natureza e grandeza do Paraíso, modelo central de perfeição para eles. Na realidade, todos os mundos-sede são paradisíacos. São realmente moradas celestes cujo tamanho material, beleza moroncial e glória espiritual vão crescendo, de Jerusém até a Ilha Central. E todos os satélites desses mundos-sede são também esferas arquitetônicas.
15:7.4 (174.4) Os vários mundos-sede são providos de todos os tipos de criação material e espiritual. Todas as espécies de seres materiais, moronciais e espirituais estão como que em casa, nesses mundos, pontos de encontro dos universos. Na medida em que as criaturas mortais ascendem no universo, passando dos reinos materiais aos espirituais, elas nunca perdem o desfrute, nem o apreço pelos seus níveis anteriores de existência.
15:7.5 (174.5) Jerusém, a sede-central do vosso sistema local de Satânia, tem os seus sete mundos de cultura de transição, cada um dos quais é envolvido por sete satélites, e entre eles estão os sete mundos das mansões de detenção moroncial, a primeira residência pós-mortal do homem. A palavra céu, como vem sendo usada em Urântia, algumas vezes tem designado os sete mundos das mansões, o primeiro mundo das mansões sendo denominado primeiro céu, e assim por diante, até o sétimo.
15:7.6 (174.6) Edêntia, a sede-central da vossa constelação de Norlatiadeque, tem os seus setenta satélites de cultura socializante e de aprendizado, nos quais os seres ascendentes permanecem, depois de completarem, em Jerusém, o regime de mobilização, de unificação e de realização da personalidade.
15:7.7 (174.7) Sálvington, a capital de Nébadon, o vosso universo local, é rodeada por dez grupos de universidades de quarenta e nove esferas cada. Ali o homem é espiritualizado depois da sua socialização na constelação.
15:7.8 (174.8) U menor, a terceira, a sede-central de Ensa, o vosso setor menor, é cercada pelas sete esferas dos estudos físicos superiores da vida ascendente.
15:7.9 (174.9) U maior, a quinta, sede do vosso setor maior, Esplândon, é cercada pelas setenta esferas de instrução intelectual avançada do superuniverso.
15:7.10 (175.1) Uversa, a sede-central de Orvônton, o vosso superuniverso, é cercada, diretamente, pelas sete universidades mais elevadas do aprendizado espiritual avançado para as criaturas volitivas ascendentes. Cada um desses sete grupos de esferas maravilhosas consiste em setenta mundos especializados, contendo milhares e milhares de instituições e organizações completas, devotadas à instrução universal e à cultura espiritual, nas quais os peregrinos do tempo são reeducados e reexaminados no preparo para o seu longo vôo até Havona. Os peregrinos do tempo, ao chegarem, são sempre recebidos nesses mundos interligados; os graduados que partem, no entanto, são despachados para Havona, sempre, diretamente das margens de Uversa.
15:7.11 (175.2) Uversa é a sede-central espiritual e administrativa de aproximadamente um trilhão de mundos habitados e habitáveis. A glória, grandeza e perfeição da capital de Orvônton ultrapassam qualquer uma dentre as maravilhas das criações do tempo e do espaço.
15:7.12 (175.3) Se todos os universos locais projetados e as suas partes componentes estivessem estabelecidas, pouco menos de quinhentos bilhões seria o número de mundos arquitetônicos nos sete superuniversos.
15:8.1 (175.4) As esferas-sede dos superuniversos são construídas de modo a serem capazes de funcionar como reguladoras eficientes da energia-potência para os seus vários setores, servindo como pontos focais para o direcionamento da energia até os seus universos locais componentes. Elas exercem uma influência poderosa no equilíbrio e no controle das energias físicas que circulam no espaço organizado.
15:8.2 (175.5) Outras funções reguladoras são exercidas pelos centros de potência e pelos controladores físicos dos superuniversos, que são entidades inteligentes viventes e semiviventes, constituídas para esse propósito expresso. Esses centros e controladores de potência são difíceis de serem entendidos; as suas ordens inferiores não são volitivas, não possuem vontade, não escolhem; as suas funções são muito inteligentes, mas, aparentemente, funcionam de modo automático e inerente à sua organização altamente especializada. Os centros de potência e os controladores físicos dos superuniversos assumem a direção e o controle parcial dos trinta sistemas de energia que compreendem o domínio da gravita. Os circuitos de energia física, administrados pelos centros de potência de Uversa, requerem um pouco mais do que 968 milhões de anos para completar uma volta no superuniverso.
15:8.3 (175.6) A energia em evolução tem substância; tem peso, se bem que o peso seja sempre relativo, dependendo da velocidade da revolução, da massa e da antigravidade. A massa, na matéria, tende a retardar a velocidade na energia; e a velocidade da energia, presente em todos os lugares, representa a dotação inicial de velocidade, menos o retardamento causado pela massa que se encontra em trânsito, mais a função reguladora dos controladores da energia viva do superuniverso, e a influência física dos corpos vizinhos, altamente aquecidos ou mais pesadamente carregados.
15:8.4 (175.7) O plano universal para a manutenção do equilíbrio entre a matéria e a energia necessita que as unidades inferiores de matéria estejam sendo perpetuamente feitas e desfeitas. Os Diretores de Potência do Universo têm a capacidade de condensar e deter, ou de expandir e liberar quantidades variáveis de energia.
15:8.5 (175.8) Dada uma duração suficiente de influência retardadora, a gravidade terminaria convertendo toda a energia em matéria, não fosse por dois fatores: primeiro, as influências da antigravidade dos controladores de energia, e, segundo, a matéria organizada que tende a desintegrar-se, sob certas condições encontradas em estrelas superaquecidas e sob certas condições peculiares registradas no espaço próximo de corpos frios, altamente energizados de matéria condensada.
15:8.6 (176.1) Quando a massa se torna superagregada e ameaça desequilibrar a energia, exaurindo os circuitos de potência física, os controladores físicos intervêm, a menos que a própria tendência posterior da gravidade, no sentido de supermaterializar a energia, seja vencida pela ocorrência de uma colisão entre os gigantes mortos do espaço, dissipando completamente assim, em um instante, os pontos em que haja acumulações de gravidade. Nesses episódios de colisões, enormes massas de matéria são subitamente convertidas na forma mais rara de energia, e a luta pelo equilíbrio universal é iniciada de novo. Finalmente, os sistemas físicos maiores tornam-se estabilizados, tornam-se fisicamente estáveis; sendo lançados nas órbitas equilibradas e estabelecidas dos superuniversos. Depois desse acontecimento, nenhuma colisão mais, nem outras catástrofes devastadoras ocorrerão nesses sistemas estabelecidos.
15:8.7 (176.2) Durante os tempos de energia em excesso, há perturbações de potência e flutuações de calor, acompanhadas de manifestações elétricas. Durante os tempos de carência de energia, crescem as tendências que a matéria tem de agregar-se, condensar-se e sair do controle, nas órbitas mais delicadamente equilibradas, resultando em ajustamentos sob a forma de marés ou colisões, que rapidamente restauram o equilíbrio entre a energia circulante e a matéria mais literalmente estabilizada. Prever e entender, de outras maneiras, tais comportamentos dos sóis abrasadores e das ilhas escuras do espaço, estão entre as tarefas dos observadores celestes das estrelas.
15:8.8 (176.3) Somos capazes de reconhecer a maioria das leis que regem o equilíbrio do universo e de predizer muito sobre a estabilidade do universo. As nossas previsões são praticamente confiáveis, mas deparamo-nos constantemente com certas forças que não seguem integralmente as leis do controle da energia e do comportamento da matéria, como conhecidas por nós. A previsibilidade de todos os fenômenos físicos torna-se cada vez mais difícil, à medida que nos afastamos do Paraíso, na direção dos universos. À medida que ultrapassamos as fronteiras da administração pessoal dos Dirigentes do Paraíso, deparamo-nos com uma incapacidade cada vez maior de calcular, de acordo com os padrões estabelecidos e a experiência adquirida de observações que têm a ver exclusivamente com os fenômenos físicos de sistemas astronômicos vizinhos. Mesmo nos reinos dos sete superuniversos, estamos vivendo em meio a ações de forças e reações de energia que penetram todo o nosso domínio e que se estendem, em equilíbrio unificado, por todas as regiões do espaço exterior.
15:8.9 (176.4) Quanto mais longe estivermos, no exterior, mais certamente encontraremos esses fenômenos imprevistos de variações, que caracterizam, tão infalivelmente, as atuações-presenças insondáveis dos Absolutos e das Deidades experienciais. E esses fenômenos devem ser indicativos de algum supercontrole universal de todas as coisas.
15:8.10 (176.5) O superuniverso de Orvônton, aparentemente, está descarregando-se agora; os universos exteriores parecem estar estocando energia para atividades futuras sem precedentes; o universo central de Havona está eternamente estabilizado. A gravidade e a ausência de calor (o frio) organizam e mantêm a matéria aglutinada; o calor e a antigravidade desagregam a matéria e dissipam a energia. Os diretores vivos de potência e os organizadores da força são o segredo do controle especial e da direção inteligente nas metamorfoses sem fim da construção, destruição e reconstrução do universo. As nebulosas podem dispersar-se, os sóis, consumir-se, os sistemas, desaparecer e os planetas, perecer, mas os universos não se esvaem.
15:9.1 (176.6) Os circuitos universais do Paraíso de fato penetram os reinos dos sete super- universos. Esses circuitos de presença são: a gravidade da personalidade do Pai Universal, a gravidade espiritual do Filho Eterno, a gravidade mental do Agente Conjunto e a gravidade material da Ilha Eterna.
15:9.2 (177.1) Além dos circuitos universais do Paraíso e das atuações-presenças dos Absolutos e das Deidades experienciais, apenas duas divisões de circuitos de energia ou divisões do poder, funcionam no nível espacial do superuniverso: os circuitos dos superuniversos e os circuitos dos universos locais.
15:9.3 (177.2) Os Circuitos do Superuniverso:
15:9.4 (177.3) 1. O circuito da inteligência unificadora de um dos Sete Espíritos Mestres do Paraíso. Este circuito de mente cósmica é limitado a um único superuniverso.
15:9.5 (177.4) 2. O circuito do serviço refletivo dos sete Espíritos Refletivos, em cada superuniverso.
15:9.6 (177.5) 3. Os circuitos secretos dos Monitores Misteriosos; de algum modo interligados em Divínington e daí dirigidos ao Pai Universal no Paraíso.
15:9.7 (177.6) 4. O circuito da intercomunhão do Filho Eterno com os seus Filhos do Paraíso.
15:9.8 (177.7) 5. A presença instantânea do Espírito Infinito.
15:9.9 (177.8) 6. As teledifusões do Paraíso; os comunicados espaciais de Havona.
15:9.10 (177.9) 7. Os circuitos de energia dos centros de potência e dos controladores físicos.
15:9.11 (177.10) Os Circuitos do Universo Local:
15:9.12 (177.11) 1. O do espírito outorgado dos Filhos do Paraíso, ou Confortador dos mundos de auto-outorga. O Espírito da Verdade, ou o espírito de Michael em Urântia.
15:9.13 (177.12) 2. O circuito das Ministras Divinas, Espíritos Maternos do universo local: o Espírito Santo do vosso mundo.
15:9.14 (177.13) 3. O circuito de ministração da inteligência a um universo local, incluindo a presença diversamente atuante dos espíritos ajudantes da mente.
15:9.15 (177.14) Quando a harmonia espiritual desenvolve-se em um universo local, de modo que os seus circuitos individuais e combinados se tornem indistinguíveis dos do superuniverso, quando tal identidade de função e unidade de ministração factualmente prevalecem, então, o universo local, de imediato, liga-se aos circuitos estabelecidos de luz e vida, tornando-se instantaneamente qualificado para a admissão à confederação espiritual da união perfeccionada da supercriação. Os requisitos para a admissão aos conselhos dos Anciães dos Dias, para o ingresso na confederação dos superuniversos, são os que se seguem:
15:9.16 (177.15) 1. Estabilidade Física. As estrelas e os planetas de um universo local devem estar em equilíbrio; os períodos de metamorfose estelar imediata devem haver chegado ao fim. O universo deve estar seguindo uma trajetória clara; a sua órbita deve estar fixada em segurança e definitivamente estabelecida.
15:9.17 (177.16) 2. Lealdade Espiritual. Deve existir um estado de reconhecimento universal e de lealdade ao Filho de Deus Soberano, que preside aos assuntos de tal universo local. É necessário que se haja alcançado um estado de cooperação harmoniosa entre os planetas individuais, sistemas e constelações de todo o universo local.
15:9.18 (177.17) O vosso universo local ainda não é reconhecido nem como pertencente à ordem fisicamente estabelecida do superuniverso, muito menos como membro da reconhecida família espiritual do supergoverno. Embora Nébadon não tenha ainda representação em Uversa, nós do governo do superuniverso, somos, de tempos em tempos, despachados para os mundos de Nébadon, em missões especiais, do mesmo modo que eu vim até Urântia, diretamente, de Uversa. Damos toda a assistência possível aos vossos diretores e governantes, na solução dos difíceis problemas deles; estamos desejosos de ver o vosso universo qualificado para a admissão plena às criações interrelacionadas da família do superuniverso.
15:10.1 (178.1) O alto governo espiritual dos domínios do espaço-tempo está instalado nas sedes-centrais dos superuniversos. O ramo executivo do supergoverno, que tem origem nos Conselhos da Trindade, é dirigido diretamente por um dos Sete Espíritos Mestres da supervisão suprema, seres que se assentam nas cátedras de autoridade do Paraíso e que administram os superuniversos por intermédio dos Sete Executivos Supremos, estacionados nos sete mundos especiais do Espírito Infinito, os satélites mais externos do Paraíso.
15:10.2 (178.2) As sedes-centrais dos superuniversos são os locais de morada dos Espíritos Refletivos e dos Ajudantes Refletivos de Imagem. Dessa posição intermediária, esses seres maravilhosos conduzem as suas imensas operações de refletividade, ministrando assim ao universo central acima e ao universo local abaixo.
15:10.3 (178.3) Cada superuniverso é presidido por três Anciães dos Dias, os principais executivos conjuntos do supergoverno. No seu ramo executivo, o pessoal do governo do superuniverso consiste em sete grupos diferentes:
15:10.4 (178.4) 1. Os Anciães dos Dias.
15:10.5 (178.5) 2. Os Perfeccionadores da Sabedoria.
15:10.6 (178.6) 3. Os Conselheiros Divinos.
15:10.7 (178.7) 4. Os Censores Universais.
15:10.8 (178.8) 5. Os Mensageiros Poderosos.
15:10.9 (178.9) 6. Aqueles Elevados Em Autoridade.
15:10.10 (178.10) 7. Aqueles Sem Nome Nem Número.
15:10.11 (178.11) Os três Anciães dos Dias têm a assistência direta de um corpo de um bilhão de Perfeccionadores da Sabedoria, aos quais estão associados três bilhões de Conselheiros Divinos. Um bilhão de Censores Universais estão designados para a administração de cada superuniverso. Esses três grupos são Personalidades Coordenadas da Trindade, tendo direta e divinamente a sua origem na Trindade do Paraíso.
15:10.12 (178.12) As três ordens restantes — Mensageiros Poderosos, Aqueles Elevados Em Autoridade e Aqueles Sem Nome Nem Número — são de mortais ascendentes glorificados. A primeira dessas três ordens elevou-se por meio do regime ascendente e passou por Havona nos dias de Grandfanda. Havendo alcançado o Paraíso, foram admitidos no Corpo de Finalidade, abraçados pela Trindade do Paraíso e, em seguida, designados para o serviço superno dos Anciães dos Dias. Enquanto uma classe, essas três ordens são conhecidas como a dos Filhos Trinitarizados de Realização, sendo de origem dual, mas estão agora a serviço da Trindade. Assim, o ramo executivo do governo do superuniverso foi ampliado, para incluir os filhos glorificados e perfeccionados dos mundos evolucionários.
15:10.13 (178.13) O conselho coordenado do superuniverso é composto de sete grupos executivos, previamente nomeados, e dos seguintes governantes de setores e de outros supervisores regionais:
15:10.14 (179.1) 1. Os Perfeições dos Dias — os governantes dos setores maiores do superuniverso.
15:10.15 (179.2) 2. Os Recentes dos Dias — os dirigentes dos setores menores do superuniverso.
15:10.16 (179.3) 3. Os Uniões dos Dias — os conselheiros do Paraíso para os governantes dos universos locais.
15:10.17 (179.4) 4. Os Fiéis dos Dias — os conselheiros do Paraíso para os governantes Altíssimos dos governos das constelações.
15:10.18 (179.5) 5. Os Filhos Instrutores da Trindade, que podem encontrar-se a serviço nas sedes-centrais dos superuniversos.
15:10.19 (179.6) 6. Os Eternos dos Dias, que podem estar presentes nas sedes-centrais dos superuniversos.
15:10.20 (179.7) 7. Os sete Ajudantes Refletivos de Imagem — porta-vozes dos sete Espíritos Refletivos, e, por intermédio deles, representantes dos Sete Espíritos Mestres do Paraíso.
15:10.21 (179.8) Os Ajudantes Refletivos de Imagem também funcionam como representantes de inúmeros grupos de seres que são influentes nos governos dos superuniversos, mas que, no presente, por várias razões, não estão plenamente ativos nas suas capacitações individuais. Abrangidos nesse grupo estão: a manifestação da personalidade superuniversal em evolução do Ser Supremo, os Supervisores Inqualificáveis do Supremo, os Vice-Regentes Qualificáveis do Último, os agentes de ligação inominados refletivos de Majeston e os espíritos suprapessoais representantes do Filho Eterno.
15:10.22 (179.9) Em quase todo momento, é possível encontrar representantes de todos os grupos de seres criados, nos mundos-sede dos superuniversos. O trabalho rotineiro de ministério aos superuniversos é efetuado pelos poderosos seconafins e por outros membros da vasta família do Espírito Infinito. No trabalho desses maravilhosos centros de administração, controle, ministério e julgamento executivo nos superuniversos, as inteligências de cada esfera de vida universal encontram-se misturadas no serviço efetivo, na administração sábia, no ministério amoroso e no julgamento equânime.
15:10.23 (179.10) Os superuniversos não mantêm, entre si, qualquer espécie de representação por embaixada; eles estão completamente isolados uns dos outros. Eles sabem dos assuntos mútuos apenas por intermédio da agência de distribuição do Paraíso, mantida pelos Sete Espíritos Mestres. Os seus governantes trabalham nos conselhos da divina sabedoria, para o bem-estar dos seus próprios superuniversos, independentemente do que possa estar acontecendo em outras seções da criação universal. Esse isolamento entre os superuniversos perdurará até o momento em que a sua coordenação for alcançada pela mais completa realização da soberania de personalidade do Ser Supremo experiencial, em evolução.
15:11.1 (179.11) É em mundos como Uversa que os seres que são representantes da autocracia da perfeição e da democracia da evolução encontram-se frente a frente. O ramo executivo do supergoverno origina-se nos reinos da perfeição; o ramo legislativo provém do florescimento dos universos evolucionários.
15:11.2 (179.12) A assembléia deliberativa do superuniverso está confinada ao mundo sede-central. Esse conselho legislativo, ou de aconselhamento, consiste em sete casas e cada universo local admitido aos conselhos dos superuniversos elege um representante nativo para cada uma delas. Os altos conselhos de tais universos locais elegem esses representantes entre os peregrinos ascendentes graduados de Orvônton, que se encontram em Uversa e que estão credenciados para o transporte até Havona. A duração média do serviço é de cerca de cem anos do tempo-padrão do superuniverso.
15:11.3 (180.1) Eu jamais soube de qualquer desacordo entre os executivos de Orvônton e a assembléia de Uversa. E também, na história do nosso superuniverso, o corpo deliberativo nunca passou uma recomendação que a divisão executiva do supergoverno tenha sequer hesitado em pôr em prática. Tem sempre prevalecido a mais perfeita harmonia e acordo de trabalho, o que atesta o fato de que os seres evolucionários podem realmente alcançar as alturas da sabedoria perfeccionada, que os qualifica a consorciar-se com as personalidades de origem perfeita e natureza divina. A presença das assembléias deliberativas, nas sedes-centrais dos superuniversos, revela a sabedoria e antecipa o triunfo último do conceito evolucionário grandioso do Pai Universal e do seu Filho Eterno.
15:12.1 (180.2) Quando falamos dos ramos executivo e deliberativo do governo de Uversa, vós poderíeis pensar, por analogia a certas formas do governo civil de Urântia, que temos um terceiro ramo, o judicial, e realmente temos; mas este não tem uma equipe própria em separado. As nossas cortes são constituídas da seguinte forma: de acordo com a natureza e gravidade do caso, um Ancião dos Dias preside a ela, ou um Perfeccionador da Sabedoria, ou um Conselheiro Divino. A evidência a favor ou contra um indivíduo, planeta, sistema, constelação ou universo é apresentada e interpretada pelos Censores. A defesa dos filhos do tempo e dos planetas evolucionários é oferecida pelos Mensageiros Poderosos, os observadores oficiais do governo do superuniverso, para os sistemas e universos locais. A atitude do governo mais elevado é retratada por Aqueles Elevados Em Autoridade. E o veredicto é formulado, ordinariamente, por uma comissão de porte variável, e constituída, igualitariamente, por Aqueles Sem Nome Nem Número e um grupo de personalidades de compreensão elevada, escolhidas da assembléia deliberativa.
15:12.2 (180.3) As cortes dos Anciães dos Dias são os altos tribunais de revisão para os julgamentos espirituais de todos os universos componentes. Os Filhos Soberanos dos universos locais são supremos nos seus próprios domínios; estão submetidos ao supergoverno apenas para aquilo que submeterem voluntariamente ao conselho, para o julgamento dos Anciães dos Dias; excetuando-se as questões que envolvam a extinção de criaturas de vontade. Os mandados de julgamento originam-se nos universos locais, mas as sentenças que envolvem a extinção de criaturas de vontade são formuladas sempre pelas sedes-centrais do superuniverso e executadas a partir das mesmas. Os Filhos soberanos dos universos locais podem decretar a sobrevivência do homem mortal, mas apenas os Anciães dos Dias podem reunir-se para o julgamento executivo nas questões de vida e morte eternas.
15:12.3 (180.4) Para todas as questões que não requerem julgamento com a apresentação de evidências, os Anciães dos Dias ou os seus colaboradores tomam as decisões; e esses ditames são sempre unânimes. Estamos lidando aqui com conselhos de perfeição. Não há desacordos, nem opiniões minoritárias nos decretos desses tribunais supremos e superlativos.
15:12.4 (180.5) Com poucas e raras exceções, os supergovernos exercem jurisdição sobre todas as coisas e sobre todos os seres, nos seus domínios respectivos. Não há apelação para os decretos, sentenças e decisões das autoridades do superuniverso, pois elas representam as opiniões convergentes dos Anciães dos Dias e daquele Espírito Mestre que, do Paraíso, preside aos destinos do referido superuniverso.
15:13.1 (181.1) Um setor maior compreende cerca de um décimo de um superuniverso e consiste em uma centena de setores menores, dez mil universos locais e cerca de cem bilhões de mundos habitados. Esses setores maiores são administrados por três Perfeições dos Dias, Personalidades Supremas da Trindade.
15:13.2 (181.2) As cortes dos Perfeições dos Dias são constituídas de modo muito semelhante às dos Anciães dos Dias, exceto por eles não fazerem o julgamento espiritual dos reinos. O trabalho desses governos de setores maiores tem a ver, principalmente, com o status intelectual de uma ampla criação. Os setores maiores detêm todas as questões de importância para o superuniverso, na rotina da natureza administrativa, julgando-as, dispensando-as e tabulando-as, para reportá-las aos Anciães dos Dias; desde que não se relacionem, diretamente, com a administração espiritual dos reinos nem com a execução dos planos de ascensão dos mortais, feitos pelos Governantes do Paraíso. O pessoal do governo de um setor maior não é diferente daquele do superuniverso.
15:13.3 (181.3) Do mesmo modo que os magníficos satélites de Uversa ocupam-se da vossa preparação final para Havona, também os setenta satélites de U maior, a quinta, estão devotados ao aperfeiçoamento e desenvolvimento intelectual do vosso superuniverso. Vindos de todo Orvônton, ali se reúnem os seres sábios que trabalham incansavelmente para preparar os mortais do tempo para o seu progresso ulterior, até a carreira da eternidade. A maior parte desse aperfeiçoamento dos mortais ascendentes é administrada nos setenta mundos de estudo.
15:13.4 (181.4) Os governos do setor menor são presididos por três Recentes dos Dias. A administração deles ocupa-se, precipuamente, com o controle físico, a unificação, a estabilização e a coordenação rotineira da administração dos seus universos locais componentes. Cada setor menor abrange até cem universos locais, dez mil constelações, um milhão de sistemas; ou seja, cerca de um bilhão de mundos habitáveis.
15:13.5 (181.5) Os mundos-sede de um setor menor são o grande local de encontro dos Mestres Controladores Físicos. Esses mundos-sede estão cercados por sete esferas de instrução que constituem as escolas de admissão ao superuniverso e são os centros de aperfeiçoamento, visando aos conhecimentos físicos e administrativos a respeito do universo dos universos.
15:13.6 (181.6) Os administradores dos governos de um setor menor estão sob a jurisdição direta dos governantes dos setores maiores. Os Recentes dos Dias recebem todos os informes das observações e coordenam todas as recomendações que chegam até um superuniverso, vindas dos Uniões dos Dias, os quais estão estacionados nas esferas-sede dos universos locais como observadores e conselheiros da Trindade, e dos Fiéis dos Dias, os quais estão, de modo semelhante, ligados aos conselhos dos Altíssimos nas sedes-centrais das constelações. Todos esses informes são transmitidos aos Perfeições dos Dias, nos setores maiores, para serem passados, subseqüentemente, às cortes dos Anciães dos Dias. Assim, o regime da Trindade estende-se das constelações dos universos locais, e destas até as sedes-centrais do superuniverso. A sede-central do sistema local não tem representantes da Trindade.
15:14.1 (181.7) Existem sete propósitos maiores que se desenvolvem na evolução dos sete super- universos. Cada um desses propósitos maiores, na evolução de um superuniverso, encontrará a sua expressão mais plena em apenas um dos sete superuniversos e, desse modo, cada superuniverso tem uma função especial e uma natureza única.
15:14.2 (182.1) Orvônton, o sétimo superuniverso, aquele ao qual o vosso universo local pertence, é conhecido, principalmente, pela sua imensa e pródiga outorga do ministério de misericórdia aos mortais dos reinos. É renomado pela maneira segundo a qual prevalece a justiça, temperada pela misericórdia; e pela qual o poder governa, condicionado pela paciência; enquanto os sacrifícios no tempo são feitos livremente para assegurar a estabilização na eternidade. Orvônton é um universo que é uma demonstração de amor e de misericórdia.
15:14.3 (182.2) É muito difícil, contudo, descrever a nossa concepção da verdadeira natureza do propósito evolucionário que se desenvolve em Orvônton, mas pode ser sugerida, quando dizemos que nessa supercriação nós sentimos que os seis propósitos singulares da evolução cósmica, do modo como estão manifestados nas outras seis supercriações semelhantes, estão aqui interassociados, em uma significação que abrange o todo; e é por essa razão que, algumas vezes, conjecturamos que a personalização evoluída e acabada de Deus, o Supremo, irá, em um futuro remoto, governar os sete superuniversos perfeccionados, a partir de Uversa; na sua majestade experiencial plena e seu poder soberano Todo-Poderoso, então já alcançado.
15:14.4 (182.3) Do mesmo modo que Orvônton é único, pela sua natureza, e individual, pelo seu destino, também cada um dos outros seis superuniversos do conjunto o é. Uma grande parte de tudo aquilo que está acontecendo em Orvônton não é, entretanto, revelado a vós; e, dentre esses aspectos não revelados da vida de Orvônton, muitos encontrarão a expressão mais plena em algum outro superuniverso. Os sete propósitos da evolução do superuniverso estão ativos em todos os sete superuniversos, mas cada supercriação dará expressão mais plena a apenas um desses propósitos. Para se compreender mais sobre esses propósitos dos superuniversos, grande parte de tudo aquilo que não entendeis teria de ser revelada, e ainda assim vós não iríeis compreender senão pouquíssimo. Toda esta narrativa apresenta apenas uma visão rápida da imensa criação da qual o vosso mundo e o vosso sistema local são uma parte.
15:14.5 (182.4) O vosso mundo é chamado de Urântia, e o seu número é 606, no grupo planetário, ou sistema, que é o de Satânia. Esse sistema tem, presentemente, 619 mundos habitados e mais de duzentos outros planetas que estão evoluindo favoravelmente no sentido de tornarem-se mundos habitados em algum tempo futuro.
15:14.6 (182.5) Satânia tem um mundo sede-central chamado Jerusém, e é o sistema de número vinte e quatro da constelação de Norlatiadeque. A vossa constelação, Norlatiadeque, consiste em cem sistemas locais e tem um mundo sede-central chamado Edêntia. Norlatiadeque tem o número 70, no universo de Nébadon. O universo local de Nébadon consiste em cem constelações e tem uma capital conhecida como Sálvington. O universo de Nébadon é o de número oitenta e quatro, no setor menor de Ensa.
15:14.7 (182.6) O setor menor de Ensa consiste em cem universos locais e tem a capital chamada U Menor, a terceira. Esse setor menor é o de número três no setor maior de Esplândon. Esplândon consiste em cem setores menores e tem um mundo sede-central chamado U Maior, a quinta. É o quinto setor maior do superuniverso de Orvônton, o sétimo segmento do grande universo. Assim, vós podeis localizar o vosso planeta, no esquema da organização e da administração do universo dos universos.
15:14.8 (182.7) O número do vosso mundo, Urântia, no grande universo é 5 342 482 337 666. Esse é o número do registro em Uversa e no Paraíso, é o vosso número no catálogo dos mundos habitados. Eu conheço o seu número de registro na esfera física, mas é de um tamanho tão extraordinário que seria de pouco significado prático para a mente mortal.
15:14.9 (183.1) O vosso planeta é membro de um enorme cosmo; vós pertenceis a uma família quase infinita de mundos, mas a vossa esfera é tão precisamente administrada e fomentada, com tanto e tal amor, que é como se ela fosse o único mundo habitado em toda a existência.
15:14.10 (183.2) [Apresentado por um Censor Universal proveniente de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 16
16:0.1 (184.1) OS SETE Espíritos Mestres do Paraíso são as personalidades primeiras do Espírito Infinito. No ato criativo sétuplo de autoduplicação, o Espírito Infinito esgotou as possibilidades matemáticas de combinação, inerentes à existência real das três pessoas da Deidade. Tivesse sido possível produzir um número maior de Espíritos Mestres, e eles teriam sido criados, mas há justamente sete possibilidades de associações inerentes às três Deidades, e apenas sete. E isso explica por que o universo funciona em sete grandes divisões; e por que o número sete é básico e fundamental na organização e na administração do universo.
16:0.2 (184.2) Os Sete Espíritos Mestres têm, assim, a sua origem à semelhança das sete combinações seguintes, derivando delas as suas características individuais:
16:0.3 (184.3) 1. O Pai Universal.
16:0.4 (184.4) 2. O Filho Eterno.
16:0.5 (184.5) 3. O Espírito Infinito.
16:0.6 (184.6) 4. O Pai e o Filho.
16:0.7 (184.7) 5. O Pai e o Espírito.
16:0.8 (184.8) 6. O Filho e o Espírito.
16:0.9 (184.9) 7. O Pai, o Filho e o Espírito.
16:0.10 (184.10) Sabemos pouco sobre a ação do Pai e do Filho, na criação dos Espíritos Mestres. Aparentemente, eles foram trazidos à existência pelos atos pessoais do Espírito Infinito, mas definitivamente foi-nos instruído que o Pai assim como o Filho participaram da origem deles.
16:0.11 (184.11) Pelo seu caráter e sua natureza espiritual, esses Sete Espíritos do Paraíso são como um, mas, em todos os outros aspectos da identidade, eles são muito diferentes; e os resultados das suas atuações nos superuniversos são tais que essas diferenças individuais tornam-se discerníveis de modo inequívoco. Todos os planos futuros para os sete segmentos do grande universo — e mesmo para os segmentos correlatos do espaço exterior — têm sido condicionados por outras diversidades, além da espiritual, desses Sete Espíritos Mestres da supervisão suprema e última.
16:0.12 (184.12) Os Espíritos Mestres têm muitas funções; no momento presente, contudo, o seu âmbito específico é a supervisão central dos sete superuniversos. Cada Espírito Mestre mantém uma enorme sede-central focalizadora de força-potência, que circula, vagarosamente, em torno da periferia do Paraíso; e eles mantêm sempre uma posição de frente para o superuniverso da sua supervisão imediata e no ponto focal, no Paraíso, do seu controle de poder especializado e de distribuição segmentar da energia. As linhas radiais da fronteira de qualquer um dos superuniversos convergem, com efeito, para a sede-central, no Paraíso, do Espírito Mestre que o supervisiona.
16:1.1 (185.1) O Criador Conjunto, o Espírito Infinito, é necessário para completar a personalização trina da Deidade indivisa. Essa personalização tríplice da Deidade é sétupla, inerentemente, pelas suas possibilidades de expressão individual e associativa; e, devido a isso, para o subseqüente plano de criar universos habitados por seres inteligentes e potencialmente espirituais, devidamente expressivos do Pai, do Filho e do Espírito, tais personalizações dos Sete Espíritos Mestres tornaram-se inevitáveis. Já chegamos a referir-nos à personalização tríplice da Deidade como sendo a inevitabilidade absoluta e, ao mesmo tempo, encaramos o surgimento dos Sete Espíritos Mestres como sendo a inevitabilidade subabsoluta.
16:1.2 (185.2) Conquanto os Sete Espíritos Mestres não sejam a expressão total da Deidade tríplice, eles são o retrato eterno da Deidade sétupla, das funções ativas e associativas das três pessoas sempre existentes da Deidade. Por intermédio desses Sete Espíritos, neles e deles, o Pai Universal, o Filho Eterno ou o Espírito Infinito, ou qualquer associação dual deles, é capaz de funcionar como tal. Quando o Pai, o Filho e o Espírito atuam em conjunto, Eles podem funcionar, e funcionam, por intermédio do Espírito Mestre Número Sete, mas não como Trindade. Os Espíritos Mestres representam, cada um de per si, ou coletivamente, todas e quaisquer das funções possíveis da Deidade, únicas e várias, mas não a coletiva, não aquelas da Trindade. O Espírito Mestre Número Sete não funciona pessoalmente no que diz respeito à Trindade do Paraíso, e é por isso que ele pode funcionar de um modo pessoal para o Ser Supremo.
16:1.3 (185.3) Quando, porém, os Sete Espíritos Mestres deixam os seus postos individuais de poder pessoal e autoridade no superuniverso e congregam-se em torno do Agente Conjunto, na presença trina da Deidade do Paraíso, ali e naquele momento, eles representam coletivamente o poder funcional, a sabedoria e a autoridade da Deidade indivisa — a Trindade — perante os universos e nos universos em evolução. Tal união, no Paraíso, da expressão sétupla da Deidade, de fato, abrange e literalmente compreende todos e cada um dos atributos e atitudes das Três Deidades eternas, em Supremacia e Ultimidade. Para todos os propósitos e intentos práticos, os Sete Espíritos Mestres compreendem, ali e naquele momento, o domínio funcional do Supremo-Último para o universo-mestre, e nele.
16:1.4 (185.4) Até onde podemos discernir, esses Sete Espíritos estão associados à atividade divina das três Pessoas eternas da Deidade; não detectamos nenhuma evidência de associação direta com as presenças em funcionamento das três fases eternas do Absoluto. Quando associados, os Espíritos Mestres representam as Deidades do Paraíso naquilo que pode, grosso modo, ser concebido como o domínio finito da ação. Pode abranger muito daquilo que é último, mas não do absoluto.
16:2.1 (185.5) Exatamente como o Filho Eterno e Original se revela por intermédio das pessoas dos Filhos divinos, cujo número cresce constantemente, também o Espírito Divino Infinito é revelado pelos canais dos Sete Espíritos Mestres e dos grupos dos espíritos a eles associados. No centro dos centros, o Espírito Infinito é alcançável, mas nem todos aqueles que chegam ao Paraíso são capazes de discernir imediatamente a sua personalidade e a sua presença, em separado; porém todos aqueles que atingem o universo central podem, imediatamente, comungar, e comungam, com um dos Sete Espíritos Mestres, aquele que estiver presidindo ao superuniverso, do qual provém o peregrino do espaço recém-chegado.
16:2.2 (186.1) O Pai, do Paraíso, fala ao universo dos universos apenas por intermédio do Seu Filho, se bem que Ele e o Filho atuem, conjuntamente, apenas por intermédio do Espírito Infinito. Fora do Paraíso e de Havona, o Espírito Infinito fala apenas pelas vozes dos Sete Espíritos Mestres.
16:2.3 (186.2) O Espírito Infinito exerce uma influência de presença pessoal, dentro dos confins do sistema Paraíso-Havona; em outros lugares, a sua presença espiritual pessoal é exercida por intermédio de um dos Sete Espíritos Mestres. Portanto, a presença espiritual, no superuniverso, da Terceira Fonte e Centro, em qualquer mundo, ou em qualquer indivíduo, é condicionada pela natureza única supervisora do Espírito Mestre daquele segmento da criação. E, inversamente, as linhas combinadas de força e informação espiritual passam para dentro, rumo à Terceira Pessoa da Deidade, por intermédio dos Sete Espíritos Mestres.
16:2.4 (186.3) Os Sete Espíritos Mestres são coletivamente dotados com os atributos supremo-últimos da Terceira Fonte e Centro. Ainda que cada um compartilhe individualmente desse dom, apenas coletivamente eles dispõem dos atributos de onipotência, de onisciência e de onipresença. Assim, nenhum deles pode funcionar, universalmente, como indivíduo e, no exercício desses poderes de supremacia e ultimidade, cada um deles fica pessoalmente limitado ao superuniverso da sua supervisão direta.
16:2.5 (186.4) Tudo, de tudo o que vos foi dito, a respeito da divindade e da personalidade do Agente Conjunto, aplica-se, igual e completamente, aos Sete Espíritos Mestres, que tão efetivamente distribuem o Espírito Infinito aos sete segmentos do grande universo, de acordo com os seus dons divinos e segundo a maneira das suas naturezas diferentes e individualmente únicas. Seria apropriado, portanto, usar, para o grupo conjunto de todos os sete, todo e qualquer um dos nomes que se dá ao Espírito Infinito. Coletivamente, eles são um com o Criador Conjunto, em todos os níveis subabsolutos.
16:3.1 (186.5) Os Sete Espíritos Mestres são seres indescritíveis, mas são distinta e definitivamente pessoais. Eles têm nomes, mas escolhemos apresentá-los por números. Enquanto personalizações primeiras do Espírito Infinito, eles são semelhantes, mas, como expressões primárias das sete combinações possíveis da Deidade trina, eles são essencialmente diferentes, pelas suas naturezas, e essa diversidade de natureza determina o diferencial na sua conduta no superuniverso. Esses Sete Espíritos Mestres podem ser descritos como se segue:
16:3.2 (186.6) O Espírito Mestre Número Um. De uma maneira especial, este Espírito é a representação direta do Pai do Paraíso. Ele é uma manifestação peculiar e eficaz do poder, do amor e da sabedoria do Pai Universal. Ele é o coligado próximo e o conselheiro superno do comandante dos Monitores Misteriosos, aquele ser que preside ao Colegiado dos Ajustadores Personalizados, em Divínington. Em todas as interconexões entre os Sete Espíritos Mestres, é sempre o Espírito Mestre Número Um que fala pelo Pai Universal.
16:3.3 (186.7) Esse Espírito preside ao primeiro superuniverso e, se bem que exponha infalivelmente a natureza divina de uma personalização primeira do Espírito Infinito, parece assemelhar-se mais especialmente ao Pai Universal, pelo seu caráter. Ele está sempre em ligação pessoal com os sete Espíritos Refletivos na sede-central do primeiro superuniverso.
16:3.4 (187.1) O Espírito Mestre Número Dois. Este Espírito retrata adequadamente a natureza incomparável e o caráter encantador do Filho Eterno, o primogênito de toda a criação. Ele está sempre em ligação estreita com todas as ordens de Filhos de Deus, sempre que acontece de estarem eles no universo de residência, como indivíduos, ou em conclaves jubilosos. Em todas as reuniões dos Sete Espíritos Mestres, ele sempre fala pelo Filho Eterno e em nome Dele.
16:3.5 (187.2) Esse Espírito dirige os destinos do superuniverso número dois, e rege esse vasto domínio, tal como o faria o Filho Eterno. Ele está sempre em ligação com os sete Espíritos Refletivos, situados na capital do segundo superuniverso.
16:3.6 (187.3) O Espírito Mestre Número Três. A personalidade deste Espírito assemelha-se especialmente à do Espírito Infinito, e ele dirige os movimentos e o trabalho de muitas dentre as altas personalidades do Espírito Infinito. Ele preside às suas reuniões e está ligado estreitamente a todas as personalidades que têm origem exclusiva na Terceira Fonte e Centro. Quando os Sete Espíritos Mestres estão em conselho, é o Espírito Mestre Número Três que sempre fala pelo Espírito Infinito.
16:3.7 (187.4) Esse Espírito está encarregado do superuniverso de número três, e administra os assuntos desse segmento, tal como o faria o Espírito Infinito. Ele está sempre em ligação com os Espíritos Refletivos na sede-central do terceiro super- universo.
16:3.8 (187.5) O Espírito Mestre Número Quatro. Ao compartilhar das naturezas combinadas do Pai e do Filho, este Espírito Mestre é a influência determinante no que se relaciona às políticas e aos procedimentos Pai-Filho, nos conselhos dos Sete Espíritos Mestres. Este Espírito é o diretor supremo e conselheiro daqueles seres ascendentes que alcançaram o Espírito Infinito, havendo-se tornado, assim, candidatos a ver o Filho e o Pai. Ele incentiva àquele grupo enorme de personalidades que têm origem no Pai-e-Filho. Quando se torna necessário representar Pai-e-Filho na associação dos Sete Espíritos Mestres, é sempre o Espírito Mestre Número Quatro quem fala.
16:3.9 (187.6) Esse Espírito estimula o quarto segmento do grande universo, de acordo com o conjunto peculiar dos seus atributos do Pai Universal e do Filho Eterno. Ele está sempre em ligação pessoal com os Espíritos Refletivos da sede-central do quarto superuniverso.
16:3.10 (187.7) O Espírito Mestre Número Cinco. Esta personalidade divina, que combina com tanto refinamento o caráter do Pai Universal e do Espírito Infinito, é o conselheiro daquele enorme grupo de seres conhecidos como os diretores de potência, os centros de potência e os controladores físicos. Este Espírito também dá fomento e incentiva todas as personalidades que têm origem no Pai e no Agente Conjunto. Nos conselhos dos Sete Espíritos Mestres, quando a atitude de Pai-e-Espírito está em questão, é sempre o Espírito Mestre Número Cinco que tem a palavra.
16:3.11 (187.8) Esse Espírito dirige o bem-estar do quinto superuniverso, de um modo tal que sugere a ação combinada do Pai Universal e do Espírito Infinito. Ele está sempre em ligação com os Espíritos Refletivos na sede-central do quinto super- universo.
16:3.12 (187.9) O Espírito Mestre Número Seis. Este ser divino parece retratar o caráter combinado do Filho Eterno e do Espírito Infinito. Quando as criaturas criadas conjuntamente pelo Filho e pelo Espírito congregam-se no universo central, este Espírito Mestre é o seu conselheiro; e quando, nos conselhos dos Sete Espíritos Mestres, se torna necessário falar conjuntamente pelo Filho Eterno-e-Espírito Infinito, é o Espírito Mestre Número Seis que responde.
16:3.13 (188.1) Esse espírito dirige os assuntos do sexto superuniverso, tal como o fariam o Filho Eterno e o Espírito Infinito. Ele está sempre em ligação com os Espíritos Refletivos na sede-central do sexto superuniverso.
16:3.14 (188.2) O Espírito Mestre Número Sete. O Espírito que preside ao sétimo superuniverso é um retrato único, sem igual, do Pai Universal, do Filho Eterno e do Espírito Infinito. O Sétimo Espírito, o conselheiro que incentiva e ampara todos os seres de origem trina, é também o assessor e diretor de todos os peregrinos ascendentes de Havona, esses seres inferiores que alcançaram as cortes da glória mediante o ministério combinado do Pai, do Filho e do Espírito.
16:3.15 (188.3) O Sétimo Espírito Mestre não é organicamente representante da Trindade do Paraíso; mas é fato conhecido que a sua natureza pessoal e espiritual seja o retrato do Agente Conjunto, nas mesmas proporções das três pessoas infinitas, cuja união de Deidade é a Trindade do Paraíso, e cuja função, como tal, é a fonte da natureza pessoal e espiritual de Deus, o Supremo. Por isso, o Sétimo Espírito Mestre revela uma relação pessoal e orgânica com a pessoa espiritual do Supremo em evolução. Portanto, nos conselhos dos Espíritos Mestres no alto, quando se torna necessário votar em nome da atitude pessoal combinada de Pai-Filho-e-Espírito, ou descrever a atitude espiritual do Ser Supremo, é o Espírito Mestre Número Sete quem atua. Assim, ele torna-se inerentemente aquele que preside ao conselho, no Paraíso, dos Sete Espíritos Mestres.
16:3.16 (188.4) Nenhum dos Sete Espíritos Mestres é organicamente representativo da Trindade do Paraíso, mas, quando eles se unem como uma Deidade sétupla, essa união, no sentido da Deidade — não num sentido pessoal — , equivale a um nível funcional comparável às funções da Trindade. Nesse sentido, o “Espírito Sétuplo”, funcionalmente, é comparável à Trindade do Paraíso. É também nesse sentido que o Espírito Mestre Número Sete, algumas vezes, fala em confirmação das atitudes da Trindade ou, antes, atua como porta-voz da atitude de união dos Sete Espíritos, no que diz respeito à atitude da união-tríplice-da-Deidade, ou seja, à atitude da Trindade do Paraíso.
16:3.17 (188.5) As funções múltiplas do Sétimo Espírito Mestre variam, assim, desde um retrato combinado das naturezas pessoais do Pai, do Filho e do Espírito, passando pela representação da atitude pessoal de Deus, o Supremo, até uma exposição da atitude de deidade da Trindade do Paraíso. E, sob alguns aspectos, esse Espírito que preside, semelhantemente, exprime as atitudes do Último e do Supremo-Último.
16:3.18 (188.6) É o Espírito Mestre Número Sete quem promove, pessoalmente, por meio das suas múltiplas capacitações, o progresso dos candidatos à ascensão, dos mundos do tempo, nas suas tentativas de alcançar a compreensão da Deidade indivisa da Supremacia. Tal compreensão envolve o entendimento da soberania existencial da Trindade da Supremacia, coordenada, assim, com um conceito da soberania experiencial crescente do Ser Supremo, para constituir o entendimento que a criatura tem da unidade da Supremacia. A compreensão desses três fatores, da parte da criatura, equivale à compreensão que se tem, em Havona, da realidade da Trindade; além de dotar os peregrinos do tempo com a capacidade final de penetrar a Trindade, de descobrir as três pessoas infinitas da Deidade.
16:3.19 (188.7) A incapacidade que os peregrinos de Havona têm de encontrar plenamente a Deus, o Supremo, é compensada pelo Sétimo Espírito Mestre, cuja natureza trina é, de um modo peculiar, reveladora da pessoa espiritual do Supremo. Durante a presente idade do universo, de não-contatabilidade da pessoa do Supremo, o Espírito Mestre Número Sete funciona no lugar do Deus das criaturas ascendentes, para as questões de relacionamentos pessoais. Ele é o elevado ser espiritual a quem todos os ascendentes estão certos de reconhecer e, de um certo modo, compreender, quando alcançarem os centros da glória.
16:3.20 (189.1) Esse Espírito Mestre está sempre em ligação com os Espíritos Refletivos de Uversa, a sede-central do sétimo superuniverso, o nosso próprio segmento da criação. A sua administração de Orvônton evidencia a simetria maravilhosa da combinação coordenada das naturezas divinas do Pai, do Filho e do Espírito.
16:4.1 (189.2) Os Sete Espíritos Mestres são a plena representação do Espírito Infinito, para os universos evolucionários. Eles representam a Terceira Fonte e Centro, nas relações de energia, mente e espírito. Se bem que funcionem como dirigentes coordenadores do controle administrativo universal do Agente Conjunto, não vos esqueçais de que eles têm a sua origem nos atos criadores das Deidades do Paraíso. É literalmente verdade que esses Sete Espíritos sejam o poder físico personalizado, a mente cósmica e a presença espiritual da Deidade trina, “os Sete Espíritos de Deus enviados a todo o universo”.
16:4.2 (189.3) Os Espíritos Mestres são únicos naquilo em que atuam e funcionam em todos os níveis de realidade do universo, excetuando-se o absoluto. Eles são, portanto, supervisores eficientes e perfeitos de todas as fases de assuntos administrativos, em todos os níveis de atividades nos superuniversos. É difícil, para a mente mortal, compreender bem, tudo, sobre os Espíritos Mestres, porque o trabalho deles é tão altamente especializado e ainda tão abrangente de tudo, tão excepcionalmente material e, ao mesmo tempo, tão depuradamente espiritual. Esses criadores versáteis da mente cósmica são os ancestrais dos Diretores do Poder no Universo e são, eles próprios, os diretores supremos da vasta e variada criação de criaturas espirituais.
16:4.3 (189.4) Os Sete Espíritos Mestres são os criadores dos Diretores do Poder no Universo e dos seus colaboradores, entidades indispensáveis para a organização, o controle e a regulagem das energias físicas do grande universo. E esses mesmos Espíritos Mestres, de um modo muito material, assistem os Filhos Criadores no trabalho de dar a forma e organização aos universos locais.
16:4.4 (189.5) Nós não somos capazes de estabelecer nenhuma conexão pessoal entre o trabalho dos Espíritos Mestres com a energia cósmica e as funções de força-potência do Absoluto Inqualificável. As manifestações de energia, sob a jurisdição dos Espíritos Mestres, são todas dirigidas a partir da periferia do Paraíso; elas não parecem, de nenhum modo direto, estar associadas aos fenômenos de força identificados com a superfície inferior do Paraíso.
16:4.5 (189.6) Inquestionavelmente, quando encontramos as atividades funcionais dos vários Supervisores do Poder Moroncial, estamos face a face com alguma das atividades não reveladas dos Espíritos Mestres. Quem, a não ser esses ancestrais, tanto dos controladores físicos, quanto dos ministros espirituais, poderia haver conseguido combinar e associar as energias materiais e espirituais de modo a produzir uma fase, até este momento inexistente, da realidade do universo — a substância moroncial e a mente moroncial?
16:4.6 (189.7) Grande parte da realidade dos mundos espirituais é da ordem moroncial, sendo esta uma fase da realidade do universo inteiramente desconhecida em Urântia. A meta da existência da personalidade é espiritual, mas as criações moronciais sempre se interpõem, perfazendo a ponte sobre o vazio existente entre os reinos materiais de origem mortal e as esferas do superuniverso de status espiritual avançado. É nesse âmbito que os Espíritos Mestres dão a sua grande contribuição ao plano da ascensão do homem ao Paraíso.
16:4.7 (190.1) Os Sete Espíritos Mestres têm representantes pessoais que funcionam por todo o grande universo; mas, como uma grande maioria desses seres subordinados não está diretamente ligada ao esquema ascendente de progressão mortal, na trajetória do perfeccionamento até o Paraíso, pouco ou nada foi revelado sobre eles. Uma parte bastante grande da atividade dos Sete Espíritos Mestres, permanece oculta ao entendimento humano, porque não pertence, de modo algum, diretamente à vossa questão de ascensão ao Paraíso.
16:4.8 (190.2) É altamente provável, embora não possamos apresentar prova definida disso, que o Espírito Mestre de Orvônton exerça uma influência decisiva nas esferas de atividades relacionadas a seguir.
16:4.9 (190.3) 1. Os procedimentos dos Portadores da Vida do universo local para a iniciação da vida.
16:4.10 (190.4) 2. As ativações da vida dos espíritos ajudantes da mente, que o Espírito Criativo Materno de um universo local outorga aos mundos.
16:4.11 (190.5) 3. As flutuações nas manifestações de energia, encontradas nas unidades de matéria organizada, sensíveis à gravidade linear.
16:4.12 (190.6) 4. O comportamento da energia emergente, quando plenamente liberada da atração do Absoluto Inqualificável, tornando-se, assim, sensível à influência direta da gravidade linear e às manipulações dos Diretores de Potência do Universo e seus colaboradores.
16:4.13 (190.7) 5. A dotação do espírito ministrador de um Espírito Criativo feminino de um universo local, conhecido em Urântia como o Espírito Santo.
16:4.14 (190.8) 6. A dotação subseqüente do espírito dos Filhos auto-outorgados, conhecido em Urântia como o Confortador ou o Espírito da Verdade.
16:4.15 (190.9) 7. O mecanismo da refletividade dos universos locais e do superuniverso. Muitas das características ligadas a esse fenômeno extraordinário dificilmente podem ser explicadas, de modo razoável, ou racionalmente compreendidas, sem que se postule a atividade dos Espíritos Mestres, em colaboração com o Agente Conjunto e o Ser Supremo.
16:4.16 (190.10) Não obstante a nossa incapacidade de compreender adequadamente a atuação múltipla dos Sete Espíritos Mestres, estamos certos de haver dois domínios, na vasta gama de atividades no universo, dos quais eles em nada participam: a outorga e ministério dos Ajustadores do Pensamento e as inescrutáveis funções do Absoluto Inqualificável.
16:5.1 (190.11) Cada segmento do grande universo, cada universo individual e cada mundo, embora goze dos benefícios do conselho unido e da sabedoria de todos os Sete Espíritos Mestres, recebe a nuance e o toque pessoal de apenas um deles. E a natureza pessoal de cada Espírito Mestre permeia plenamente e condiciona singularmente o seu superuniverso.
16:5.2 (190.12) Por meio dessa influência pessoal dos Sete Espíritos Mestres, todas as criaturas, de todas as ordens de seres inteligentes, fora do Paraíso e de Havona, devem trazer a estampa característica da individualidade indicativa da natureza ancestral de um desses Sete Espíritos do Paraíso. No que concerne aos sete superuniversos, cada criatura nativa, homem ou anjo, para sempre, irá trazer essa marca de identificação natal.
16:5.3 (191.1) Os Sete Espíritos Mestres não invadem diretamente as mentes materiais das criaturas individuais, nos mundos evolucionários do espaço. Os mortais de Urântia não experimentam a presença pessoal da influência mental-espiritual do Espírito Mestre de Orvônton. Se esse Espírito Mestre efetivamente realizar qualquer espécie de contato com a mente individual mortal, durante as idades evolucionárias iniciais, de um mundo habitado, esse contato deve ocorrer por intermédio da ministração do Espírito Criativo Materno do universo local, a colaboradora e consorte do Filho Criador de Deus, que preside aos destinos de cada criação local. Mas esse mesmo Espírito Criativo Materno é, por natureza e por caráter, exatamente como o Espírito Mestre de Orvônton.
16:5.4 (191.2) O padrão físico de um Espírito Mestre é parte da origem material do homem. Toda a carreira moroncial é vivida sob a contínua influência desse mesmo Espírito Mestre. Não chega a ser estranho que a carreira espiritual subseqüente, de um mortal ascendente, nunca erradique inteiramente a marca característica desse mesmo espírito supervisor. A aura impressa por um Espírito Mestre é básica para a existência própria de cada estágio pré-havonal da ascensão dos mortais.
16:5.5 (191.3) As tendências que distinguem a personalidade, exibidas na experiência de vida dos mortais evolucionários, as quais são características de cada superuniverso e exprimem diretamente a natureza do Espírito Mestre dominante, nunca são totalmente apagadas, nem mesmo após tais seres ascendentes sujeitarem-se aos longos estudos, aperfeiçoamentos e disciplinas unificadoras encontradas no bilhão de esferas educacionais de Havona. Mesmo a cultura intensa subseqüente, do Paraíso, não é suficiente para erradicar as marcas da origem superuniversal. Por toda a eternidade, um mortal ascendente trará as características indicativas do Espírito que preside ao seu superuniverso de nascimento. Mesmo no Corpo de Finalidade, quando é desejável chegar a uma relação completa com a Trindade, ou retratá-la para a criação evolucionária, sempre é reunido um grupo de sete finalitores, um de cada superuniverso.
16:6.1 (191.4) Os Espíritos Mestres são a fonte sétupla da mente cósmica, o potencial intelectual do grande universo. Essa mente cósmica é uma manifestação sub- absoluta da mente da Terceira Fonte e Centro e, de certo modo, está relacionada funcionalmente à mente do Ser Supremo em evolução.
16:6.2 (191.5) Num mundo como Urântia, nós não encontramos a influência direta dos Sete Espíritos Mestres nos assuntos das raças humanas. Vós viveis sob a influência imediata do Espírito Criativo de Nébadon. No entanto, esses mesmos Espíritos Mestres dominam as reações básicas de todas as mentes das criaturas, porque eles são as fontes reais dos potenciais intelectuais e espirituais que se especializaram, nos universos locais, para funcionar na vida daqueles indivíduos que habitam os mundos evolucionários do tempo e do espaço.
16:6.3 (191.6) O fato da existência da mente cósmica explica a afinidade entre vários tipos de mentes humanas e supra-humanas. Não apenas os espíritos afins atraem-se entre si, mas as mentes semelhantes também são muito fraternais, e inclinadas à cooperação umas com as outras. As mentes humanas, algumas vezes, são observadas funcionando em canais de similaridade surpreendente e em uma sintonia inexplicável.
16:6.4 (191.7) Existe, em todas as associações de personalidades da mente cósmica, uma qualidade que poderia ser denominada de “resposta à realidade”. É essa dotação cósmica universal das criaturas dotadas de vontade que as salva de se tornarem vítimas passivas das suposições a priori implícitas da ciência, da filosofia e da religião. Essa sensibilidade, à realidade da mente cósmica, responde a certas fases da realidade, exatamente como a matéria-energia responde à gravidade. Seria mais correto dizer que essas realidades supramateriais respondem desse modo à mente do cosmo.
16:6.5 (192.1) A mente cósmica infalivelmente responde (reconhece a resposta) em três níveis de realidade do universo. Essas respostas são auto-evidentes para as mentes de raciocínio claro e pensamento profundo. Esses níveis de realidade são:
16:6.6 (192.2) 1. A Causação — o domínio da realidade dos sentidos físicos; o âmbito científico da uniformidade lógica; a diferenciação do factual e do não-factual; as conclusões refletivas baseadas na resposta cósmica. Esta é a forma matemática da discriminação cósmica.
16:6.7 (192.3) 2. O Dever — o domínio da realidade da moral, no âmbito filosófico; a arena da razão, o reconhecimento do bem e do mal relativos. Esta é a forma judicial da discriminação cósmica.
16:6.8 (192.4) 3. A Adoração — o domínio espiritual da realidade da experiência religiosa; a realização pessoal da fraternidade divina; o reconhecimento dos valores espirituais; a certeza da sobrevivência eterna; a ascensão desde o status de servos de Deus até o júbilo e a liberdade do status de filhos de Deus. Este é o discernimento interior mais elevado da mente cósmica, a forma de reverência e adoração da discriminação cósmica.
16:6.9 (192.5) Esses discernimentos científicos, morais e espirituais, essas respostas cósmicas são inatas à mente cósmica que dota todas as criaturas volitivas. A experiência de viver nunca falha em desenvolver essas três intuições cósmicas; elas constituem a base da autoconsciência no pensamento reflexivo. Mas é triste registrar que tão poucas pessoas em Urântia têm prazer em cultivar as qualidades de um pensamento cósmico corajoso e independente.
16:6.10 (192.6) Nas outorgas da mente ao universo local, esses três discernimentos da mente cósmica constituem as hipóteses a priori que tornam possível ao homem funcionar como uma personalidade racional e autoconsciente, nos domínios da ciência, da filosofia e da religião. Colocado de outro modo: o reconhecimento da realidade dessas três manifestações do Infinito dá-se por uma técnica cósmica de auto-revelação. A energia-matéria é reconhecida pela lógica matemática dos sentidos; a razão-mente intuitivamente sabe o seu dever moral; a fé-espírito (a adoração) é a religião da realidade da experiência espiritual. Esses três fatores básicos do pensamento reflexivo podem ser unificados e coordenados no desenvolvimento da personalidade, ou podem tornar-se desproporcionais e virtualmente não relacionados nas suas respectivas funções. Todavia, quando se tornam unificados, eles produzem um caráter forte, que consiste na correlação com uma ciência factual, uma filosofia moral e uma experiência religiosa genuínas. E são essas três intuições cósmicas que conferem validade objetiva e realidade à experiência humana, nas coisas, nos significados e nos valores, e, com as coisas, com os significados e com os valores.
16:6.11 (192.7) O propósito da educação é desenvolver e tornar mais aguçados esses dons inatos da mente humana; o da civilização é expressá-los; o da experiência da vida é compreendê-los; o da religião é enobrecê-los; e o da personalidade é unificá-los.
16:7.1 (192.8) A inteligência, por si só, não pode explicar a natureza moral. A moralidade, ou virtude, é inerente à personalidade humana. A intuição moral e a compreensão do dever são componentes dos dons da mente humana, e estão associadas aos outros elementos inalienáveis da natureza humana: a curiosidade científica e o discernimento espiritual. A mentalidade do homem transcende, em muito, a dos seus primos animais, todavia são as suas naturezas moral e religiosa que especialmente o distinguem do mundo animal.
16:7.2 (193.1) A resposta seletiva de um animal é limitada ao nível motor de comportamento. O discernimento suposto dos animais mais elevados está em um nível motor e, comumente, surge apenas depois da passagem por experiências e erros motores. O homem é capaz de exercer o discernimento científico, moral e espiritual, antes de qualquer exploração ou experimentação.
16:7.3 (193.2) Apenas uma personalidade pode saber o que está fazendo, antes de fazê-lo; apenas as personalidades possuem o discernimento, antes da experiência. Uma personalidade pode observar antes de efetuar um salto e, portanto, pode aprender tanto olhando quanto saltando. O animal não-pessoal em geral aprende, apenas, saltando.
16:7.4 (193.3) Como resultado da experiência, um animal torna-se capaz de examinar os modos diferentes de atingir um objetivo e de selecionar um enfoque baseado na experiência acumulada. Mas uma personalidade pode também examinar o objetivo, em si mesmo, e julgar se vale a pena avaliar o seu valor. Apenas a inteligência pode discernir quanto aos melhores meios para atingir fins indiscriminados, mas um ser moral possui um discernimento interior que o capacita a discriminar entre os fins, assim como entre os meios. E um ser moral, ao optar pela virtude, está sendo não menos inteligente. Ele sabe o que está fazendo, por que o está fazendo, para onde está indo e como irá chegar lá.
16:7.5 (193.4) Quando o homem deixa de discernir os fins das suas lutas mortais, ele se vê atuando apenas no nível animal da existência. Ele terá falhado na sua avaliação de si próprio, sobre as vantagens superiores dessa capacidade material de agudeza, de discernimento moral e visão espiritual, que são parte integrante da dotação de mente-cósmica que recebeu como ser pessoal.
16:7.6 (193.5) A virtude é retidão — conformidade com o cosmo. Dar nomes às virtudes não é defini-las; vivê-las, no entanto, é conhecê-las. A virtude não é mero conhecimento, nem mesmo sabedoria, mas antes, é realidade de experiência progressiva, durante o alcançar dos níveis ascendentes da realização cósmica. No dia-a-dia da vida do homem mortal, a virtude é realizada pela preferência consistente do bem ao mal, e tal capacidade de escolha é a evidência da posse de uma natureza moral.
16:7.7 (193.6) A escolha feita pelo homem, entre o bem e o mal, é influenciada não apenas pela acuidade da sua natureza moral, mas também por forças, tais como a ignorância, imaturidade e ilusão. Um certo senso de proporção também está envolvido no exercício da virtude, porque o mal pode ser perpetrado quando o menor é preferido ao maior, em conseqüência de distorção ou engano. A arte de estimar relativamente, ou de medida comparativa, entra na prática das virtudes do âmbito moral.
16:7.8 (193.7) A natureza moral do homem seria impotente sem a arte da medida, da discriminação incorporada à sua capacidade de escrutinar os significados. Do mesmo modo, a escolha moral seria mera futilidade, sem aquela clarividência cósmica que produz a consciência dos valores espirituais. Do ponto de vista da inteligência, o homem ascende ao nível de ente moral por ser dotado de personalidade.
16:7.9 (193.8) A moralidade nunca pode ser promovida pela lei nem pela força. É uma questão da personalidade e do livre-arbítrio, e deve ser disseminada pelo contágio, a partir do contato das pessoas moralmente atraentes com aquelas que são menos responsáveis moralmente, mas que, em alguma medida, também estão desejosas de cumprir a vontade do Pai.
16:7.10 (193.9) Os atos morais são as atuações humanas caracterizadas pela mais elevada inteligência, dirigidas pela discriminação seletiva na escolha dos fins superiores e na seleção dos meios morais para atingir esses fins. Tal conduta é virtuosa. A suprema virtude, então, será escolher, de todo o coração, cumprir a vontade do Pai nos céus.
16:8.1 (194.1) O Pai Universal doa a personalidade a inúmeras ordens de seres, os quais atuam em diversos níveis da realidade no universo. Os seres humanos de Urântia são dotados com a personalidade do tipo mortal-finito, funcionando no nível de filhos ascendentes de Deus.
16:8.2 (194.2) Embora dificilmente possamos conseguir definir personalidade, podemos tentar descrever a nossa compreensão dos fatores conhecidos que irão constituir o conjunto das energias materiais, mentais e espirituais, cuja interassociação constitui o mecanismo com o qual, no qual e por meio do qual, o Pai Universal leva a sua outorga da personalidade a funcionar.
16:8.3 (194.3) A personalidade é um dom único, de natureza original, cuja existência antecede a outorga do Ajustador do Pensamento e independe desta. No entanto, a presença do Ajustador, sem dúvida, acentua a manifestação qualitativa da personalidade. Os Ajustadores do Pensamento são idênticos em natureza, ao advirem do Pai; mas suas personalidades são diversificadas, originais e exclusivas. E, além disso, a manifestação da personalidade é especificada, condicionada e qualificada pela natureza e qualidades das energias de natureza material, mental e espiritual, associadas a ela, que constituem o veículo do organismo para a manifestação da personalidade.
16:8.4 (194.4) As personalidades podem ser semelhantes, mas nunca são iguais. Pessoas de um dado arquétipo, série, tipo ou ordem podem parecer-se umas às outras, e de fato se parecem, mas nunca são idênticas. A personalidade é aquele aspecto que nós conhecemos de um indivíduo, e que nos capacita a identificar esse ser, em qualquer tempo futuro, a despeito da natureza e da extensão das mudanças na sua forma, na sua mente, ou no seu status espiritual. A personalidade é aquela parte, em qualquer indivíduo, que nos capacita a reconhecer e identificar, com segurança, aquela pessoa, como sendo a que era por nós conhecida anteriormente, não importa o quanto ela haja mudado, por causa das modificações do veículo de expressão e manifestação da sua personalidade.
16:8.5 (194.5) A personalidade, na criatura, é caracterizada por dois fenômenos automanifestados e característicos, de comportamento reativo dos seres mortais: a autoconsciência e, interassociado a esta, um relativo livre-arbítrio.
16:8.6 (194.6) A autoconsciência consiste no discernimento intelectual da realidade da personalidade e inclui a capacidade para reconhecer a realidade de outras personalidades. Indica uma capacidade individualizada, para a experiência, dentro das realidades cósmicas e com elas, equivalendo à realização do status de identidade nos relacionamentos das personalidades no universo. A autoconsciência denota o reconhecimento da realidade da ministração da mente e a compreensão da independência relativa do livre-arbítrio criativo e determinativo.
16:8.7 (194.7) O livre-arbítrio relativo, que caracteriza a autoconsciência da personalidade humana, está envolvido:
16:8.8 (194.8) 1. Na decisão moral; a sabedoria mais elevada.
16:8.9 (194.9) 2. Na escolha espiritual; o discernimento da verdade.
16:8.10 (194.10) 3. No amor altruísta; o serviço fraterno.
16:8.11 (194.11) 4. Na cooperação voluntária; a lealdade grupal.
16:8.12 (194.12) 5. No discernimento cósmico; a apreensão dos significados no universo.
16:8.13 (194.13) 6. Na dedicação da personalidade; a devoção a fazer a vontade do Pai, com todo o coração.
16:8.14 (195.1) 7. Na adoração; a busca sincera dos valores divinos e o amor irrestrito ao divino Doador dos Valores.
16:8.15 (195.2) O tipo de personalidade humana de Urântia pode ser considerado como funcionando em um mecanismo físico que consiste na modificação planetária do tipo nebadônico de organismo; o qual pertence à ordem eletroquímica de ativação de vida dotada com a ordem nebadônica, da série orvontônica de mente cósmica, de modelo reprodutivo parental. A outorga da dádiva divina da personalidade a esse mecanismo mortal dotado de mente confere-lhe a dignidade de cidadania cósmica e capacita essa criatura mortal, daí por diante, a tornar-se sensível ao reconhecimento do que constituem as três realidades básicas da mente do cosmo:
16:8.16 (195.3) 1. O reconhecimento matemático ou lógico da uniformidade da causação física.
16:8.17 (195.4) 2. O reconhecimento, pela razão, da obrigação de ter uma conduta moral.
16:8.18 (195.5) 3. O entendimento-fé da adoração fraterna da Deidade, aliado ao serviço amoroso à humanidade.
16:8.19 (195.6) A plena função de um dom de personalidade como esse é o início da compreensão do parentesco com a Deidade. Um eu como esse, residido por um fragmento pré-pessoal de Deus, o Pai, em verdade e de fato, é um filho espiritual de Deus. Uma criatura como essa, não apenas revela a capacidade de recepção do dom da divina presença, como também demonstra resposta reativa ao circuito de gravidade da personalidade do Pai, no Paraíso, de todas as personalidades.
16:9.1 (195.7) A criatura pessoal, dotada de mente-cósmica e residida por um Ajustador, possui um reconhecimento e uma compreensão inatos da realidade da energia, da realidade da mente e da realidade do espírito. A criatura volitiva está, assim, equipada para discernir o fato da presença de Deus, a Sua lei e o Seu amor. À parte essas três prerrogativas inalienáveis da consciência humana, toda experiência humana é subjetiva na realidade, exceto a compreensão intuitiva da validade ligada à unificação dessas três respostas das realidades do universo, em reconhecimento cósmico.
16:9.2 (195.8) O mortal que discerne a Deus é capaz de perceber o valor da unificação dessas três qualidades cósmicas para a evolução da alma que sobreviverá, e essa evolução é a façanha suprema do homem enquanto permanece no tabernáculo físico: o feito de que a mente moral colabora com o espírito divino residente nela, para a dualização da alma imortal. Desde a sua incipiência mais inicial, a alma é real, e traz em si as qualidades cósmicas da sobrevivência.
16:9.3 (195.9) Se o homem mortal não tiver o êxito de sobreviver à morte natural, os valores espirituais reais da sua experiência humana sobrevivem como parte da experiência do Ajustador do Pensamento, o qual continua. Os valores da personalidade desse não-sobrevivente subsistem como um fator na personalidade do Ser Supremo que está em factualização. Essas qualidades da personalidade, que sobrevivem, ficam despojadas de identidade, mas não dos valores experienciais acumulados durante tal vida mortal na carne. A sobrevivência da identidade depende da sobrevivência da alma imortal, de status moroncial, cujo valor divino é crescente. A identidade da personalidade sobrevive por meio da sobrevivência da alma e na própria alma.
16:9.4 (195.10) A autoconsciência humana implica o reconhecimento da realidade de outros eus, que não o eu consciente, e implica, ulteriormente, que tal consciência seja mútua: que o eu seja conhecido, tanto quanto conhece. Isto é mostrado de uma maneira puramente humana na vida social do homem. Contudo, vós não podeis estar tão absolutamente certos da realidade do ser de um semelhante, tanto quanto da realidade da presença de Deus, que vive dentro de vós. A consciência social não é inalienável, como o é a consciência de Deus; é um desenvolvimento cultural e depende do conhecimento, símbolos e contribuições dos dons que constituem o homem — ciência, moralidade e religião. E essas dádivas cósmicas, quando socializadas, formam a civilização.
16:9.5 (196.1) As civilizações são instáveis, porque não são cósmicas; não são inatas aos indivíduos das raças. Elas devem ser nutridas pelas contribuições combinadas dos fatores constituintes do homem — ciência, moralidade e religiosidade. As civilizações vêm e vão, mas a ciência, a moralidade e a religião sempre sobrevivem à destruição.
16:9.6 (196.2) Jesus não apenas revelou Deus ao homem, mas também fez uma nova revelação do homem a si mesmo e aos outros homens. Na vida de Jesus, podeis ver o homem no seu melhor e mais elevado. O homem torna-se, assim, maravilhosamente real, pois Jesus teve tanto de Deus, na sua vida, e a compreensão (o reconhecimento) de Deus é inalienável e é parte constituinte de todos os homens.
16:9.7 (196.3) O altruísmo, exceto no instinto paternal, não é de todo natural; ao próximo não se ama naturalmente, nem se serve socialmente. São necessários o esclarecimento da razão, a moralidade e o estímulo da religião e a consciência de Deus para gerar uma ordem social não-egotista e altruísta. A própria consciência da personalidade no homem, a autoconsciência, depende também diretamente desse mesmo fato da inata consciência do outro, essa capacidade inata de reconhecer e de apreender a realidade de uma outra personalidade, desde a humana até a divina.
16:9.8 (196.4) A consciência social não egotista deve ser, na sua base, uma consciência religiosa; isto é, se quiser ser objetiva; se assim não for, será uma abstração filosófica puramente subjetiva e, conseqüentemente, desprovida de amor. Apenas um indivíduo consciente de Deus pode amar uma outra pessoa, como ama a si próprio.
16:9.9 (196.5) A consciência de si, em essência, é uma consciência comum a todos: Deus e o homem, o Pai e o filho, o Criador e a criatura. Na autoconsciência humana, quatro compreensões da factualidade do universo se fazem inerentes e latentes:
16:9.10 (196.6) 1. A busca do conhecimento; a lógica da ciência.
16:9.11 (196.7) 2. A busca dos valores morais; o senso do dever.
16:9.12 (196.8) 3. A busca dos valores espirituais; a experiência religiosa.
16:9.13 (196.9) 4. A busca dos valores da personalidade; a capacidade de reconhecer a realidade de Deus como uma personalidade, e a compreensão simultânea da nossa relação fraternal com as personalidades dos seres irmanados.
16:9.14 (196.10) Vós vos tornais conscientes do homem, como o vosso irmão-criatura, porque sois já conscientes de Deus, como o vosso Pai Criador. A paternidade é a relação a partir da qual nós induzimos o reconhecimento da irmandade. E a paternidade torna-se, ou pode tornar-se, uma realidade universal para todas as criaturas morais, porque o próprio Pai concedeu personalidade a todos esses seres, e os conectou por meio da atração exercida pelo circuito universal da personalidade. Nós adoramos a Deus, primeiro porque Ele é; e, então, porque Ele é em nós e, finalmente, porque nós somos e estamos Nele.
16:9.15 (196.11) Como poderia ser estranho, então, que a mente cósmica fosse autoconscientemente sabedora da sua própria fonte, a mente infinita do Espírito Infinito, e, ao mesmo tempo consciente da realidade física dos múltiplos universos, da realidade espiritual do Filho Eterno, e da realidade da personalidade do Pai Universal?
16:9.16 (196.12) [Auspiciado por um Censor Universal de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 17
17:0.1 (197.1) OS SETE grupos de Espíritos Supremos são os diretores coordenadores universais da administração dos sete segmentos do grande universo. Embora todos se agrupem como sendo da família funcional do Espírito Infinito, os três grupos seguintes são usualmente classificados como filhos da Trindade do Paraíso:
17:0.2 (197.2) 1. Os Sete Espíritos Mestres.
17:0.3 (197.3) 2. Os Sete Executivos Supremos.
17:0.4 (197.4) 3. Os Espíritos Refletivos.
17:0.5 (197.5) Os quatro grupos remanescentes são trazidos à existência por atos criadores do Espírito Infinito ou dos seus coligados de status criativo:
17:0.6 (197.6) 4. Os Auxiliares Refletivos de Imagens.
17:0.7 (197.7) 5. Os Sete Espíritos dos Circuitos.
17:0.8 (197.8) 6. Os Espíritos Criativos dos Universos Locais.
17:0.9 (197.9) 7. Os Espíritos Ajudantes da Mente.
17:0.10 (197.10) Essas sete ordens são conhecidas, em Uversa, como os sete grupos de Espíritos Supremos. O seu domínio funcional estende-se desde a presença pessoal dos Sete Espíritos Mestres, na periferia da Ilha Eterna, passando pelos sete satélites do Espírito, no Paraíso, pelos circuitos de Havona, pelos governos dos superuniversos e pela administração e a supervisão dos universos locais, e abrangem, até mesmo, os serviços menos elevados dos ajudantes concedidos aos reinos da mente evolucionária, nos mundos do tempo e do espaço.
17:0.11 (197.11) Os Sete Espíritos Mestres são os diretores coordenadores desse vasto domínio administrativo. Em algumas questões pertinentes à regulamentação administrativa do poder físico organizado, da energia mental e do ministério impessoal do espírito, eles atuam pessoal e diretamente; e em outras, eles atuam por meio dos seus colaboradores multivariados. Para todas as questões de natureza executiva — os ditames, regulamentações, ajustamentos e decisões administrativas — os Espíritos Mestres atuam por intermédio das pessoas dos Sete Executivos Supremos. No universo central, os Espíritos Mestres podem atuar por meio dos Sete Espíritos dos Circuitos de Havona; nas sedes-centrais dos sete superuniversos, eles revelam-se pelo canal dos Espíritos Refletivos e atuam por intermédio das pessoas dos Anciães dos Dias, com quem se mantêm em comunicação pessoal, por meio dos Auxiliares Refletivos de Imagens.
17:0.12 (197.12) Os Sete Espíritos Mestres não têm contato, pessoal e diretamente, com a administração dos universos, nos níveis abaixo dos tribunais dos Anciães dos Dias. O vosso universo local é administrado, como uma parte do nosso superuniverso, pelo Espírito Mestre de Orvônton; mas a função dele, em relação aos seres nativos de Nébadon, passa a ser imediatamente desempenhada e pessoalmente dirigida pelo Espírito Criativo Materno residente em Sálvington, sede-central do vosso universo local.
17:1.1 (198.1) A sede-central executiva dos Espíritos Mestres ocupa os sete satélites do Espírito Infinito no Paraíso, os quais giram em torno da Ilha Central, entre as esferas resplandecentes do Filho Eterno e as órbitas do circuito mais interno de Havona. Essas esferas executivas estão sob a direção dos Executivos Supremos: um grupo de sete que foi trinitarizado pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito, segundo as especificações dos Sete Espíritos Mestres, para seres do tipo que possa funcionar como os seus representantes universais.
17:1.2 (198.2) Os Espíritos Mestres mantêm contato com as várias divisões dos governos do superuniverso, por intermédio desses Executivos Supremos. São sobretudo eles que determinam, em ampla medida, as tendências constituintes básicas dos sete superuniversos. Eles são uniforme e divinamente perfeitos, mas também possuem diversidades de personalidade. Eles não têm um superior permanente; cada vez que se reúnem escolhem um, dentre eles, para presidir ao conselho conjunto. Eles viajam ao Paraíso, periodicamente, para reunir-se em conselho com os Sete Espíritos Mestres.
17:1.3 (198.3) Os Sete Executivos Supremos atuam como coordenadores administrativos do grande universo; eles poderiam ser chamados de junta de diretores executivos da criação pós-Havona. Eles não se ocupam dos assuntos internos do Paraíso; e dirigem as suas limitadas esferas de atividade em Havona por intermédio dos Sete Espíritos dos Circuitos. Fora disso, há poucos limites para o âmbito da sua supervisão; eles engajam-se, física, intelectual e espiritualmente na direção das coisas; a tudo vêem, escutam tudo, sentem tudo e até sabem de tudo o que acontece nos sete universos e em Havona.
17:1.4 (198.4) Esses Executivos Supremos não dão origem a diretrizes, nem alteram os procedimentos nos universos; eles ocupam-se da execução dos planos da divindade, tais como promulgados pelos Sete Espíritos Mestres. E eles também não interferem no governo dos Anciães dos Dias, nos superuniversos, nem na soberania dos Filhos Criadores, nos universos locais. Eles são os executivos coordenadores cuja função é dar continuidade aos atos diretivos combinados de todos os soberanos devidamente constituídos no grande universo.
17:1.5 (198.5) Cada um dos executivos, bem como os recursos da sua esfera, são consagrados à administração eficiente de um único superuniverso. O Executivo Supremo Número Um, funcionando na esfera executiva de número um, ocupa-se totalmente com os assuntos do superuniverso número um; e assim por diante, até o Executivo Supremo Número Sete, que trabalha no sétimo satélite do Espírito, no Paraíso, devotando as suas energias à administração do sétimo superuniverso. O nome dessa sétima esfera é Orvônton, pois os satélites do Espírito, no Paraíso, têm o mesmo nome dos superuniversos aos quais se relacionam; na verdade, os superuniversos receberam os seus nomes de acordo com elas.
17:1.6 (198.6) Na esfera executiva do sétimo superuniverso, o pessoal encarregado de manter em ordem os assuntos de Orvônton atinge um número além da compreensão humana, abrangendo praticamente todas as ordens de inteligências celestes. Todos os serviços, no superuniverso, de embarque das personalidades (exceto o dos Espíritos Inspirados da Trindade e dos Ajustadores do Pensamento) passam por um desses sete mundos executivos, nas suas viagens pelos universos, de ida e vinda ao Paraíso, e neles são mantidos os registros centrais de todas as personalidades criadas pela Terceira Fonte e Centro, os quais funcionam nos superuniversos. O sistema dos arquivos materiais, moronciais e espirituais, em um desses mundos executivos do Espírito, assombra até os seres da minha ordem.
17:1.7 (199.1) Os subordinados imediatos dos Executivos Supremos consistem, principalmente, nos filhos trinitarizados das personalidades do Paraíso-Havona e da progênie trinitarizada dos mortais glorificados que se tenham graduado nos estudos e aperfeiçoamentos de longa duração, no esquema ascendente do tempo e do espaço. Esses filhos trinitarizados são designados para o serviço, com os Executivos Supremos, pelo dirigente do Conselho Supremo do Corpo de Finalidade do Paraíso.
17:1.8 (199.2) Cada Executivo Supremo tem dois gabinetes de conselheiros: os filhos do Espírito Infinito, na sede-central de cada superuniverso, escolhem os representantes das suas fileiras para servirem, por um milênio, no gabinete consultivo primário do seu Executivo Supremo. Para todas as questões que afetam os mortais ascendentes do tempo, há um gabinete secundário, consistindo em mortais que alcançaram o Paraíso e filhos trinitarizados de mortais glorificados; este corpo é escolhido pelos seres em perfeccionamento e em ascensão, que, transitoriamente, habitam as sedes-centrais dos sete superuniversos. Todos os outros dirigentes de assuntos são apontados pelos Executivos Supremos.
17:1.9 (199.3) De tempos em tempos, são realizados grandes conclaves nesses satélites do Espírito, no Paraíso. Os filhos trinitarizados designados para esses mundos, junto com os seres ascendentes que atingiram o Paraíso, congregam-se com as personalidades espirituais da Terceira Fonte e Centro, nas reuniões sobre as lutas e os triunfos da carreira ascendente. Os Executivos Supremos sempre presidem a essas reuniões fraternais.
17:1.10 (199.4) Uma vez, em cada milênio do Paraíso, os Sete Executivos Supremos deixam vagos os seus assentos de autoridade e vão ao Paraíso, onde têm o seu conclave milenar de saudação universal e de bons augúrios às hostes inteligentes da criação. Essa ocasião memorável tem lugar na presença direta de Majeston, o dirigente de todos os grupos refletivos do espírito. E assim, pois, eles tornam-se capazes de comunicar-se simultaneamente com todos os seus colaboradores associados, no grande universo, por meio da função singular da refletividade universal.
17:2.1 (199.5) Os Espíritos Refletivos têm origem divina na Trindade. Existem cinqüenta desses seres únicos e, de certo modo, misteriosos. Sete dessas personalidades extraordinárias foram criadas em um mesmo momento, e cada um dos episódios criadores delas foi efetivado por meio de um enlace da Trindade do Paraíso com um dos Sete Espíritos Mestres.
17:2.2 (199.6) Essas operações memoráveis, que ocorreram na aurora dos tempos, demonstram o esforço inicial das Personalidades Criadoras Supremas, representadas pelos Espíritos Mestres, para atuarem como co-criadoras com a Trindade do Paraíso. Essa união do poder criador dos Criadores Supremos com os potenciais criadores da Trindade é a fonte mesma da realidade do Ser Supremo. É por isso que, após o ciclo da criação refletiva haver percorrido todo o seu curso, quando cada um dos Sete Espíritos Mestres já havia encontrado a sincronia perfeita de criação com a Trindade do Paraíso, e quando o quadragésimo nono Espírito Refletivo estava já personalizado, só então ocorreu uma nova e abrangente reação, no âmbito do Absoluto da Deidade, que conferiu novas prerrogativas de personalidade ao Ser Supremo, e isso culminou na personalização de Majeston, o dirigente da refletividade e o centralizador, no Paraíso, de todo o trabalho dos quarenta e nove Espíritos Refletivos e dos seus colaboradores em todo o universo dos universos.
17:2.3 (200.1) Majeston é uma pessoa verdadeira, é o centro pessoal e infalível dos fenômenos da refletividade, em todos os sete superuniversos do tempo e do espaço. Ele mantém a sua sede-central permanente no Paraíso, perto do centro de todas as coisas, no ponto de confluência dos Sete Espíritos Mestres. Ele encarrega-se apenas da coordenação e da manutenção do serviço de refletividade, em toda a vasta criação; ele não se envolve, de outro modo, na administração dos assuntos do universo.
17:2.4 (200.2) Majeston não está incluído na nossa catalogação das personalidades do Paraíso, porque ele é a única personalidade existente da divindade, criada pelo Ser Supremo em enlace funcional com o Absoluto da Deidade. Ele é uma pessoa, mas está exclusiva e automaticamente encarregado, aparentemente apenas dessa única fase da economia do universo; ele não emprega nenhuma habilidade pessoal em função de outras ordens (não-refletivas) de personalidades do universo.
17:2.5 (200.3) A criação de Majeston assinalou o primeiro ato supremo criativo do Ser Supremo. Tal vontade para a ação foi voluntária, da parte do Ser Supremo, mas a estupenda reação do Absoluto da Deidade não era conhecida de antemão. Desde o surgimento-em-eternidade de Havona, o universo não havia testemunhado uma factualização tão extraordinária de um alinhamento tão gigantesco e vasto de poder e coordenação de atividades espirituais funcionais. A resposta da Deidade à vontade criadora do Ser Supremo, e seus interassociados, esteve muito além do intento proposital deles e excedeu, grandemente, os seus prognósticos conceituais.
17:2.6 (200.4) Tudo aquilo que o Supremo e o Último podem alcançar em termos de novos níveis de divindade, ascendendo a novos domínios de função da personalidade, causa em nós um espanto reverente pelas possibilidades daquilo que as idades futuras poderão testemunhar nos domínios da deificação de outros seres inesperados e não-sonhados ainda, possuidores de poderes inimagináveis para uma coordenação ainda mais elevada do universo. Pareceria não haver limites ao potencial de resposta do Absoluto da Deidade a tal unificação de relações entre a Deidade experiencial e a Trindade existencial do Paraíso.
17:3.1 (200.5) Os quarenta e nove Espíritos Refletivos são originários da Trindade, mas cada um dos sete episódios criadores que determinaram o surgimento deles produziu um tipo de ser de natureza semelhante às características do Espírito Mestre que foi o seu coancestral. Assim, eles refletem variadamente as naturezas e os caracteres das sete combinações possíveis de associação entre as características divinas do Pai Universal, do Filho Eterno e do Espírito Infinito. Por essa razão, é necessário que haja sete desses Espíritos Refletivos nas sedes-centrais de cada superuniverso. Faz-se necessário um, de cada um dos sete tipos, para realizar a perfeita reflexão de todas as fases, de cada manifestação possível das três Deidades do Paraíso; pois tais fenômenos poderiam ocorrer em qualquer parte dos sete superuniversos. E, sendo assim, um de cada tipo foi designado para o serviço em cada superuniverso. Esses grupos, de sete Espíritos Refletivos diferentes, mantêm sedes-centrais nas capitais dos superuniversos, no foco refletivo de cada reino; e esse foco, por sua vez, não coincide com o ponto de polaridade espiritual.
17:3.2 (200.6) Os Espíritos Refletivos têm nomes, mas essas designações não são reveladas aos mundos do espaço. Esses nomes pertencem à natureza e ao caráter desses seres e são uma parte dos sete mistérios universais das esferas secretas do Paraíso.
17:3.3 (201.1) O atributo da refletividade, o fenômeno dos níveis mentais do Agente Conjunto, do Ser Supremo e dos Espíritos Mestres, é transmissível a todos os seres encarregados do funcionamento desse vasto esquema de informação universal. E nisso repousa um grande mistério: nem os Espíritos Mestres, nem as Deidades do Paraíso, singular ou coletivamente, demonstram ter esses poderes da refletividade universal coordenada, do modo como são manifestados nessas quarenta e nove personalidades ligadas a Majeston, não obstante serem eles os criadores de todos esses seres maravilhosamente dotados. A hereditariedade divina, algumas vezes, revela na criatura certos atributos não discerníveis no Criador.
17:3.4 (201.2) O pessoal do serviço de refletividade, à exceção de Majeston e dos Espíritos Refletivos, é composto todo de criaturas do Espírito Infinito bem como de colaboradores e subordinados diretos seus. Os Espíritos Refletivos de cada superuniverso são os criadores dos seus Auxiliares Refletivos da Imagem, que são as suas vozes pessoais para as cortes dos Anciães dos Dias.
17:3.5 (201.3) Os Espíritos Refletivos não são meramente agentes de transmissão; eles são também personalidades retentoras. A sua progênie, de seconafins, também é de retentores ou personalidades de registro. Tudo aquilo que tiver valor espiritual verdadeiro é registrado em duplicata; e uma impressão é preservada, no equipamento pessoal de algum membro de uma das inúmeras ordens de personalidades secoráficas pertencentes à vasta equipe dos Espíritos Refletivos.
17:3.6 (201.4) Os registros formais dos universos são transmitidos pelos registradores angélicos e por meio deles; mas os verdadeiros registros espirituais estão reunidos, por refletividade, e preservados nas mentes das personalidades adequadas e apropriadas, pertencentes à família do Espírito Infinito. Estes são os registros vivos, em contraste com os registros formais e mortos do universo; e são perfeitamente preservados nas mentes vivas das personalidades de registro do Espírito Infinito.
17:3.7 (201.5) A organização da refletividade é, também, o mecanismo de reunião das notícias e disseminação dos decretos de toda a criação. E mantém-se em constante operação, ao contrário do funcionamento periódico de vários serviços de transmissão.
17:3.8 (201.6) Tudo de importância que acontece na sede-central de um universo local é, inerentemente, refletido para a capital do seu superuniverso. E, inversamente, tudo o que tenha significado para o universo local é refletido para fora das sedes-centrais do seu superuniverso, indo até as capitais dos universos locais. O serviço de refletividade, dos universos do tempo até os superuniversos, parece ser automático ou auto-operante, mas não é. Tudo é muito pessoal e inteligente; tal precisão resulta da perfeição da cooperação entre as personalidades e, portanto, dificilmente pode ser atribuído às presenças-atuações impessoais dos Absolutos.
17:3.9 (201.7) Embora os Ajustadores do Pensamento não participem da operação do sistema de refletividade universal, nós temos todos os motivos para acreditar que todos os fragmentos do Pai sejam plenamente conhecedores dessas transações e sejam, por si próprios, capazes de colocar-se a par dos seus conteúdos.
17:3.10 (201.8) Durante a era atual do universo, o alcance espacial do serviço de refletividade extra-Paraíso parece estar limitado pela periferia dos sete superuniversos. Por outro lado, a função desse serviço parece ser independente do tempo e do espaço; parece ser independente de todos os circuitos subabsolutos conhecidos do universo.
17:3.11 (201.9) Nas sedes-centrais de cada superuniverso, a organização da refletividade funciona como uma unidade em separado; mas, em certas ocasiões especiais, sob a direção de Majeston, todas as sete sedes podem agir, e o fazem, em uníssono universal, tal como no evento do jubileu ocasionado pelo estabelecimento de um universo local inteiro, em luz e vida, e nas épocas das saudações milenares dos Sete Executivos Supremos.
17:4.1 (202.1) Os quarenta e nove Auxiliares Refletivos da Imagem foram criados pelos Espíritos Refletivos; e há apenas sete Auxiliares nas sedes-centrais de cada superuniverso. Os primeiros atos criadores dos Sete Espíritos Refletivos de Uversa foram a produção dos seus sete Auxiliares das Imagens, cada Espírito Refletivo criando o seu próprio Auxiliar. Os Auxiliares das Imagens são, considerando certos atributos e características, reproduções perfeitas dos seus Espíritos Refletivos Maternos; são duplicações virtuais, excetuando-se o atributo da refletividade. Eles são verdadeiras imagens e funcionam, constantemente, como canal de comunicação entre os Espíritos Refletivos e as autoridades dos superuniversos. Os Auxiliares das Imagens não são meramente assistentes; eles são as representações reais dos seus respectivos Espíritos ancestrais; eles são imagens, e são fiéis ao seu nome.
17:4.2 (202.2) Os Espíritos Refletivos, eles próprios, são verdadeiras personalidades, mas de uma ordem incompreensível para os seres materiais. Mesmo na esfera da sede-central de um superuniverso, eles requerem a assistência dos seus Auxiliares das Imagens, para todo o intercâmbio pessoal com os Anciães dos Dias e os seus colaboradores. Nos contatos entre os Auxiliares das Imagens e os Anciães dos Dias, algumas vezes, um único Auxiliar funciona aceitavelmente, enquanto, em outras ocasiões, dois, três, quatro e mesmo até todos os sete se fazem necessários, para a apresentação, própria e total, da comunicação confiada à sua transmissão. Do mesmo modo, as mensagens dos Auxiliares das Imagens são, variavelmente, recebidas por um, dois ou todos os três Anciães dos Dias, conforme o conteúdo da comunicação possa requerer.
17:4.3 (202.3) Os Auxiliares das Imagens servem, para sempre, junto aos seus Espíritos ancestrais e têm, à sua disposição, uma hoste inacreditável de seconafins ajudantes. Os Auxiliares das Imagens não funcionam diretamente em conexão com os mundos de educação dos mortais ascendentes. Eles estão estreitamente interligados ao serviço de informação do esquema universal da progressão mortal; mas vós não entrareis em contato pessoal com eles, quando estiverdes nas escolas de Uversa, porque esses seres, aparentemente pessoais, são desprovidos de vontade; eles não exercem o poder de escolha. Eles são verdadeiras imagens, totalmente refletivas, da personalidade e da mente do seu Espírito ancestral individual. Como classe, os mortais ascendentes não entram em contato, estreitamente, com a refletividade. Sempre algum ser de natureza refletiva interpor-se-á entre vós e a operação real desse serviço.
17:5.1 (202.4) Os Sete Espíritos dos Circuitos de Havona são a representação impessoal conjunta do Espírito Infinito e dos Sete Espíritos Mestres perante os sete circuitos do universo central. Eles são os servidores dos Espíritos Mestres, de quem são progênie coletiva. Os Espíritos Mestres suprem os sete superuniversos com uma individualidade administrativa distinta e diversificada. Por intermédio desses Espíritos uniformes dos Circuitos de Havona, os Espíritos Mestres tornam-se capazes de prover o universo central de uma supervisão espiritual unificada, uniforme e coordenada.
17:5.2 (202.5) Os Sete Espíritos dos Circuitos estão limitados, cada um deles, a permear apenas um circuito de Havona. Eles não estão diretamente envolvidos com os regimes dos Eternos dos Dias, governantes dos mundos individuais de Havona. Contudo, estão em ligação com os Sete Executivos Supremos e sincronizam-se com a presença do Ser Supremo no universo central. O seu trabalho é totalmente confinado a Havona.
17:5.3 (203.1) Esses Espíritos dos Circuitos fazem contato com aqueles que permanecem em Havona por meio da sua progênie pessoal, os supernafins terciários. Embora os Espíritos dos Circuitos sejam coexistentes com os Sete Espíritos Mestres, a função dos Espíritos dos Circuitos na criação dos supernafins terciários só atingiu maior importância quando os primeiros peregrinos do tempo chegaram ao circuito externo de Havona, nos dias de Grandfanda.
17:5.4 (203.2) À medida que avançardes, de circuito a circuito, em Havona, vós aprendereis sobre os Espíritos dos Circuitos, contudo não sereis capazes de manter comunhão pessoal com eles, ainda que possais, pessoalmente, gozar da sua presença impessoal e até reconhecer a sua influência espiritual.
17:5.5 (203.3) Os Espíritos dos Circuitos estão relacionados aos habitantes nativos de Havona, tanto quanto os Ajustadores do Pensamento estão relacionados às criaturas mortais que habitam os mundos dos universos evolucionários. Como os Ajustadores do Pensamento, os Espíritos dos Circuitos são impessoais; e eles consorciam-se às mentes perfeitas dos seres de Havona, de um modo muito semelhante àquele pelo qual os espíritos impessoais do Pai Universal residem nas mentes finitas dos homens mortais. Entretanto, os Espíritos dos Circuitos nunca se tornam uma parte permanente das personalidades de Havona.
17:6.1 (203.4) Grande parte daquilo que diz respeito à natureza e função dos Espíritos Criativos Maternos do universo local pertence mais propriamente à narrativa da sua associação com os Filhos Criadores, na organização e na gestão das criações locais; mas há muitos aspectos, anteriores às experiências no universo local, desses seres maravilhosos, que podem ser narrados aqui como uma parte desta dissertação sobre os sete grupos de Espíritos Supremos.
17:6.2 (203.5) Estamos familiarizados com seis fases da carreira de um Espírito Materno de um universo local e temos muitas cogitações a fazer sobre a probabilidade de um sétimo estágio de atividade. Esses diferentes estágios de existência são:
17:6.3 (203.6) 1. A Diferenciação Inicial no Paraíso. Quando um Filho Criador é personalizado, pela ação conjunta do Pai Universal e do Filho Eterno, simultaneamente ocorre, na pessoa do Espírito Infinito, aquilo que é conhecido como uma “reação suprema de complemento”. Nós não entendemos a natureza dessa reação, mas compreendemos que ela designa uma modificação inerente das possibilidades personalizáveis abrangidas pelo potencial criativo do Criador Conjunto. Assim, o nascimento de um Filho Criador coordenado assinala o nascimento, dentro da pessoa do Espírito Infinito, do potencial de uma futura consorte, no universo local, para esse Filho do Paraíso. Não somos conhecedores da nova identificação pré-pessoal dessa entidade, mas sabemos que esse fato se encontra nos registros do Paraíso, referentes à carreira de cada Filho Criador.
17:6.4 (203.7) 2. O Aperfeiçoamento Preliminar das Faculdades de Criador. Durante o longo período preliminar da educação de um Filho Michael, sobre a organização e a administração dos universos, a sua futura consorte é submetida a um desenvolvimento posterior de entidade, e torna-se consciente do grupo do destino. Não sabemos, mas suspeitamos que tal entidade, com consciência de grupo, torne-se conhecedora do espaço e comece aquela educação preliminar que é requisito para que ela adquira a perícia espiritual, no seu futuro trabalho, de colaboração com o seu Michael complementar, na criação e administração de um universo.
17:6.5 (204.1) 3. A Etapa da Criação Física. No momento em que o Filho Eterno encarrega o Filho Michael da tarefa de criação, o Espírito Mestre que dirige o superuniverso ao qual esse novo Filho Criador está destinado, dá expressão à “oração de identificação”, na presença do Espírito Infinito; e, pela primeira vez, a entidade do subseqüente Espírito Criativo Materno aparece de modo diferenciado da pessoa do Espírito Infinito. E, indo diretamente até a pessoa do Espírito Mestre solicitante, essa entidade desaparece imediatamente do nosso campo de reconhecimento, tornando-se aparentemente uma parte da pessoa desse Espírito Mestre. O Espírito Criativo recém-identificado permanece com o Espírito Mestre até o momento da partida do Filho Criador para a aventura do espaço; a partir deste momento, o Espírito Mestre entrega a nova consorte-Espírito aos cuidados do Filho Criador, ao mesmo tempo administrando à consorte-Espírito o encargo de eterna fidelidade e infindável lealdade. E então se dá um dos episódios mais profundamente tocantes entre todos os que acontecem no Paraíso. O Pai Universal fala em reconhecimento à eterna união do Filho Criador e do Espírito Criativo Materno, e em confirmação de alguns poderes conjuntos de administração, outorgados pelo Espírito Mestre da jurisdição do superuniverso.
17:6.6 (204.2) O Filho Criador e o Espírito Materno, unidos pelo Pai, então, seguem adiante para a sua aventura da criação de um universo. E eles trabalham juntos, nessa forma de enlace, durante todo o longo e árduo período de organização material do seu universo.
17:6.7 (204.3) 4. A Era de Criação da Vida. Quando o Filho Criador declara a sua intenção de criar a vida, começam no Paraíso as “cerimônias de personalização”, das quais participam os Sete Espíritos Mestres, e que são pessoalmente experienciadas pelo Espírito Mestre supervisor. Essa é uma contribuição da Deidade do Paraíso para a individualidade da consorte-Espírito, do Filho Criador, que se torna manifesta, ao universo, no fenômeno da “erupção primária” na pessoa do Espírito Infinito. Simultaneamente a esse fenômeno, no Paraíso, a consorte-Espírito do Filho Criador, até aqui, impessoal torna-se, para todos os propósitos e intentos práticos, uma pessoa autêntica. Daí em diante, e para sempre, esse mesmo Espírito Materno de um universo local será considerado uma pessoa, e irá manter relações pessoais com todas as hostes de personalidades subseqüentes à criação da vida.
17:6.8 (204.4) 5. As Idades Posteriores às Auto-outorgas. Outra grande mudança ocorre na carreira sem fim de um Espírito Criativo, quando o Filho Criador retorna à sede-central do universo, após cumprir a sua sétima auto-outorga e, pois, subseqüentemente à sua aquisição da plena soberania sobre o universo. Nessa ocasião, perante os administradores do universo reunidos, o Filho Criador triunfante eleva o Espírito Materno do Universo à co-soberania e reconhece essa consorte-Espírito como a sua igual.
17:6.9 (204.5) 6. As Idades de Luz e Vida. Após o estabelecimento da era de luz e vida, a co-soberana do universo local ingressa na sexta fase da carreira de um Espírito Criativo. Todavia não podemos descrever a natureza dessa grande experiência. Tais coisas pertencem a um estágio futuro de evolução em Nébadon.
17:6.10 (204.6) 7. A Carreira Não Revelada. Sabemos dessas seis fases da carreira de um Espírito Materno de um universo local. E é inevitável que devêssemos perguntar: existe uma sétima carreira? Somos sabedores, e há o registro, de que, quando os finalitores alcançam o que parece ser o seu destino final de ascensão mortal, eles entram na carreira dos espíritos de sexta etapa. Conjecturamos que uma outra carreira não revelada, de compromisso no universo, espera pelos finalitores. É de se esperar que consideremos, do mesmo modo, que os Espíritos Maternos do Universo tenham, diante de si, uma carreira não revelada que constituirá a sua sétima fase da experiência pessoal, no serviço universal e de leal cooperação com a ordem dos Criadores Michaéis.
17:7.1 (205.1) Esses Espíritos ajudantes são uma outorga mental sétupla do Espírito Criativo Materno de um universo local, às criaturas vivas da criação conjunta do Filho Criador e desse Espírito Criativo. Essa outorga torna-se possível no momento da elevação do Espírito Criativo às prerrogativas do status de personalidade. A narrativa da natureza e funcionamento dos sete espíritos ajudantes da mente pertence mais propriamente à história do vosso universo local de Nébadon.
17:8.1 (205.2) Os sete grupos de Espíritos Supremos constituem o núcleo da família funcional da Terceira Fonte e Centro, tomada, ao mesmo tempo, tanto enquanto Espírito Infinito quanto como Agente Conjunto. O domínio dos Espíritos Supremos estende-se desde a presença da Trindade no Paraíso, até o funcionamento da mente, na ordem dos mortais evolucionários dos planetas do espaço. Dessa maneira, eles unificam os níveis administrativos descendentes e coordenam as funções múltiplas do pessoal envolvido. A atividade dos Espíritos Supremos é encontrada em todos os lugares, no universo central, no superuniverso e nos universos locais; seja junto a um grupo de Espíritos Refletivos, em ligação com os Anciães dos Dias; junto a um Espírito Criativo, atuando em uníssono com um Filho Michael ou, ainda, junto aos Sete Espíritos Mestres, em circuito com a Trindade do Paraíso. Eles funcionam do mesmo modo, tanto com as personalidades da Trindade da ordem dos “Dias”, quanto com as personalidades do Paraíso da ordem dos “Filhos”.
17:8.2 (205.3) Junto com os seus Espíritos Maternos Infinitos, os grupos dos Espíritos Supremos são os criadores diretos da vasta família das criaturas da Terceira Fonte e Centro. Todas as ordens de espíritos ministradores surgem dessa ligação. Os supernafins primários originam-se no Espírito Infinito; os seres secundários dessa ordem são criados pelos Espíritos Mestres; os supernafins terciários, pelos Sete Espíritos dos Circuitos. Os Espíritos Refletivos, coletivamente, são as mães criadoras de uma ordem maravilhosa de hostes angélicas, a dos poderosos seconafins do serviço do superuniverso. Um Espírito Criativo Materno é a mãe das ordens angélicas de uma criação local; tais ministros seráficos são originários de cada universo local, embora eles sejam modelados a partir dos arquétipos do universo central. Todos esses criadores de espíritos ministradores são assistidos, apenas indiretamente, pelo foco central do Espírito Infinito, mãe original e eterna de todos os ministros angélicos.
17:8.3 (205.4) Os sete grupos de Espíritos Supremos são os coordenadores da criação habitada. A interassociação dos seus chefes diretos, os Sete Espíritos Mestres, parece coordenar as extensas atividades de Deus, o Sétuplo:
17:8.4 (205.5) 1. Coletivamente, os Espíritos Mestres quase equivalem ao nível de divindade das Deidades da Trindade do Paraíso.
17:8.5 (205.6) 2. Individualmente, eles abrangem todas as possibilidades primárias de combinação da Deidade Trina.
17:8.6 (206.1) 3. Como representantes diversificados do Agente Conjunto, eles são depositários daquela soberania de poder-mente-espírito do Ser Supremo, a qual, pessoalmente, ele ainda não exerce.
17:8.7 (206.2) 4. Por intermédio dos Espíritos Refletivos, eles sincronizam os governos dos Anciães dos Dias, no superuniverso, com Majeston, o centralizador, no Paraíso, da refletividade universal.
17:8.8 (206.3) 5. Com a sua participação na individualização das Ministras Divinas, dos universos locais, os Espíritos Mestres contribuem para o último nível de Deus, o Sétuplo, na união do Filho Criador e do Espírito Criativo Materno dos universos locais.
17:8.9 (206.4) A unidade funcional inerente ao Agente Conjunto revela-se aos universos em evolução por meio dos Sete Espíritos Mestres, as suas personalidades primárias. Contudo, nos superuniversos perfeccionados do futuro, essa unidade, sem dúvida, será inseparável da soberania experiencial do Supremo.
17:8.10 (206.5) [Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 18
18:0.1 (207.1) TODAS AS Personalidades Supremas da Trindade são criadas para um serviço específico. São concebidas pela Trindade divina para cumprirem alguns deveres específicos; e são qualificadas para servir com perfeição de técnica e finalidade de devoção. Há sete ordens de Personalidades Supremas da Trindade:
18:0.2 (207.2) 1. Os Segredos Trinitarizados da Supremacia.
18:0.3 (207.3) 2. Os Eternos dos Dias.
18:0.4 (207.4) 3. Os Anciães dos Dias.
18:0.5 (207.5) 4. Os Perfeições dos Dias.
18:0.6 (207.6) 5. Os Recentes dos Dias.
18:0.7 (207.7) 6. Os Uniões dos Dias.
18:0.8 (207.8) 7. Os Fiéis dos Dias.
18:0.9 (207.9) Esses seres de perfeição administrativa existem em número definido e final. A sua criação é um evento passado; mais nenhum deles é personalizado.
18:0.10 (207.10) Em todo o grande universo, essas Personalidades Supremas da Trindade representam as diretrizes administrativas da Trindade do Paraíso, representam a justiça e são o julgamento executivo da Trindade do Paraíso. Elas formam uma corrente de inter-relacionamento na perfeição administrativa que se estende desde as esferas do Pai, no Paraíso, aos mundos-sede dos universos locais, indo mesmo até as capitais das constelações que os compõem.
18:0.11 (207.11) Todos os seres com origem na Trindade são criados na perfeição do Paraíso, em todos os seus atributos divinos. Apenas no domínio da experiência, o passar do tempo terá acrescentado algo ao seu preparo para o serviço cósmico. Não há nunca qualquer perigo de não-cumprimento, ou de risco de rebelião, entre os seres originários da Trindade. Eles são de essência divina e nunca se teve notícia de que se hajam desviado do caminho divino e perfeito de conduta da personalidade.
18:1.1 (207.12) Existem sete mundos, no circuito mais interno dos satélites do Paraíso, e um corpo de dez Segredos Trinitarizados da Supremacia preside a cada um desses mundos excelsos. Eles não são criadores, mas são administradores supremos e últimos. A condução dos assuntos dessas sete esferas fraternais é totalmente entregue a esse corpo de setenta diretores supremos. Embora a progênie da Trindade supervisione essas sete esferas sagradas mais próximas do Paraíso, esse grupo de mundos é universalmente conhecido como o circuito pessoal do Pai Universal.
18:1.2 (208.1) Os Segredos Trinitarizados da Supremacia funcionam em grupos de dez, como diretores coordenados e conjuntos das suas respectivas esferas, mas também funcionam individualmente, em campos de responsabilidades específicas. O trabalho de cada um desses mundos especiais é dividido em sete departamentos principais, e, desses governantes coordenados, um preside a cada uma dessas divisões de atividades especializadas. Os três restantes atuam como representantes pessoais da Deidade trina em relação aos outros sete; um representando o Pai; outro, o Filho; e o terceiro, o Espírito.
18:1.3 (208.2) Embora haja uma semelhança definida de classe que tipifica os Segredos Trinitarizados da Supremacia, eles também apresentam sete características distintas de grupo. Os dez diretores supremos dos assuntos de Divínington são um reflexo do caráter pessoal e natureza do Pai Universal; e assim é com cada uma dessas sete esferas: cada grupo de dez assemelha-se àquela Deidade, ou associação de Deidades, que é característica do seu domínio. Os dez diretores que governam Ascêndington são um reflexo da natureza combinada do Pai, Filho e Espírito.
18:1.4 (208.3) Pouquíssimo é o que eu posso revelar sobre o trabalho dessas altas personalidades nos sete mundos sagrados do Pai, pois elas são verdadeiramente Segredos da Supremacia. Não há segredos arbitrários relacionados com o acesso ao Pai Universal, ao Filho Eterno ou ao Espírito Infinito. As Deidades são um livro aberto a todos aqueles que alcançam a perfeição divina, mas nunca se pode alcançar plenamente todos os Segredos da Supremacia. Seremos sempre incapazes de penetrar plenamente os domínios que contêm os segredos da personalidade da associação da Deidade com os agrupamentos sétuplos de seres criados.
18:1.5 (208.4) Já que o trabalho desses diretores supremos tem a ver com o contato estreito e pessoal das Deidades com esses sete agrupamentos básicos de seres do universo, quando domiciliados nesses sete mundos especiais, ou funcionando em todo o grande universo, torna-se adequado que tais relações, bastantes pessoais, e tais contatos extraordinários devam ser sagradamente mantidos em segredo. Os Criadores do Paraíso respeitam a privacidade e a santidade da personalidade, mesmo a das suas criaturas mais inferiores. E isso é verdadeiro, tanto para os indivíduos quanto para as várias ordens independentes de personalidades.
18:1.6 (208.5) Mesmo para os seres que já alcançaram uma realização elevada no universo, esses mundos secretos permanecem sempre como um teste de lealdade. É-nos dado, inteira e pessoalmente, conhecer os Deuses eternos, conhecer livremente os seus caracteres de divindade e perfeição; todavia não nos é concedido penetrar totalmente em todas as relações pessoais dos Governantes do Paraíso com todos os seus seres criados.
18:2.1 (208.6) Cada um dentre os mundos de Havona, cujo total é de um bilhão, é dirigido por uma Personalidade Suprema da Trindade. Esses governantes são conhecidos como os Eternos dos Dias; e o número deles é, exatamente, de um bilhão, um para cada uma das esferas de Havona. Eles são uma progênie da Trindade do Paraíso, mas, como sucede com os Segredos da Supremacia, não há nenhum registro da sua origem. Desde sempre esses dois grupos de pais oniscientes governaram os seus maravilhosos mundos do sistema Paraíso-Havona; e funcionam sem revezamento e sem mudanças de posto.
18:2.2 (208.7) Os Eternos dos Dias são visíveis para todas as criaturas volitivas que habitam os seus domínios. Eles presidem aos conclaves planetários regulares. Periodicamente, e por revezamento, eles visitam as esferas-sede dos sete superuniversos. Sendo muito semelhantes aos Anciães dos Dias, são os iguais divinos deles, que presidem aos destinos dos sete supergovernos. Quando um Eterno dos Dias está ausente da sua esfera, o seu mundo é dirigido por um Filho Instrutor da Trindade.
18:2.3 (209.1) Excluindo a questão estabelecida das ordens de vida, e tal como se dá com os nativos de Havona e outras criaturas viventes do universo central, os Eternos dos Dias residentes desenvolveram as suas respectivas esferas inteiramente de acordo com as suas próprias idéias e ideais. Eles visitam os planetas uns dos outros, mas não copiam ou imitam; são sempre e totalmente originais.
18:2.4 (209.2) A arquitetura, a ornamentação natural, as estruturas moronciais e as criações espirituais são exclusivas e únicas, em cada esfera. Cada um dos mundos é um local de beleza sempiterna, sendo completamente diferente de qualquer outro no universo central. E vós ireis permanecer um tempo mais longo, ou mais curto, em cada uma dessas esferas únicas e estimulantes, no vosso caminho interior, através de Havona, até o Paraíso. É natural, no vosso mundo, mencionar o Paraíso como estando em cima; mas seria mais correto, quando vos referirdes à meta divina de ascensão, dizer ir para dentro.
18:3.1 (209.3) Quando os mortais do tempo graduam-se, nos mundos de educação e aperfeiçoamento, existentes em torno de um universo local, e avançam até as esferas educacionais dos seus superuniversos, significa que progrediram, no seu desenvolvimento espiritual, até aquele ponto em que se tornam capazes de reconhecer e comunicar-se com os altos governantes espirituais e diretores dos reinos avançados, incluindo os Anciães dos Dias.
18:3.2 (209.4) Basicamente, os Anciães dos Dias são idênticos entre si; eles revelam o caráter e a natureza unificada da Trindade. Possuem individualidade e têm personalidade diferenciada, mas não diferem entre si como os Sete Espíritos Mestres. Eles proporcionam uma direção uniforme aos sete superuniversos, os quais, afora esse aspecto, são diferentes entre si, cada um sendo uma criação distinta, separada e única. Os Sete Espíritos Mestres são diferentes em natureza e atributos; os Anciães dos Dias, os governantes pessoais dos superuniversos, porém, são todos uma progênie uniforme e superperfeita da Trindade do Paraíso.
18:3.3 (209.5) Os Sete Espíritos Mestres, nas alturas, determinam a natureza dos seus respectivos superuniversos; ao passo que os Anciães dos Dias ditam a administração desses mesmos superuniversos. Eles sobrepõem a uniformidade administrativa à diversidade criadora e asseguram a harmonia do todo, em face das diferenças criativas subjacentes aos sete segmentos agrupados do grande universo.
18:3.4 (209.6) Os Anciães dos Dias foram todos trinitarizados ao mesmo tempo. Eles representam o início dos registros para as personalidades do universo dos universos, daí o seu nome — Anciães dos Dias. Quando vós alcançardes o Paraíso e procurardes registros escritos do começo das coisas, vereis que a primeira entrada que aparece, na seção das personalidades, é o relato da trinitarização desses vinte e um Anciães dos Dias.
18:3.5 (209.7) Esses seres elevados governam sempre em grupos de três. Há muitas fases de atividades nas quais eles operam individualmente, e em outras, ainda, quaisquer dois podem funcionar; todavia, para as esferas mais elevadas da sua administração, os três devem atuar em conjunto. Eles nunca deixam pessoalmente os seus mundos de residência, e também não têm de fazê-lo, pois esses mundos são os pontos focais, no superuniverso, do amplo sistema de refletividade.
18:3.6 (209.8) As moradas pessoais de cada trio de Anciães dos Dias estão localizadas no ponto de polaridade espiritual da esfera da sua sede-central de governo. Essa esfera está dividida em setenta setores administrativos e tem setenta capitais divisionais nas quais os Anciães dos Dias residem de tempos em tempos.
18:3.7 (210.1) Em termos de poder, âmbito de autoridade e extensão de jurisdição, os Anciães dos Dias são os mais potentes e poderosos entre os governantes diretos das criações do espaço-tempo. Em todo o vasto universo dos universos, apenas eles estão investidos dos altos poderes do julgamento executivo final, no que concerne à extinção eterna das criaturas mortais volitivas. E todos os três Anciães dos Dias devem participar de uma decretação final do tribunal supremo de um superuniverso.
18:3.8 (210.2) À parte as Deidades e os Seus associados do Paraíso, os Anciães dos Dias são os governantes mais perfeitos, mais versáteis e mais divinamente dotados de toda a existência no espaço-tempo. Aparentemente, são os governantes supremos dos superuniversos; mas não ganharam experiencialmente esse direito de governar e, portanto, estão destinados, em algum tempo, a serem sobrepujados pelo Ser Supremo, um soberano experiencial, de quem eles se tornarão, sem a menor dúvida, os vice-regentes.
18:3.9 (210.3) O Ser Supremo está alcançando a soberania dos sete superuniversos por meio do serviço experiencial, do mesmo modo que um Filho Criador experiencialmente conquista a soberania do seu universo local. Todavia, durante a idade atual de evolução incompleta do Supremo, os Anciães dos Dias proporcionam um supercontrole administrativo coordenado e perfeito dos universos em evolução do tempo e do espaço. E a sabedoria da originalidade e a iniciativa da individualidade caracterizam todos os decretos e ditames dos Anciães dos Dias.
18:4.1 (210.4) Há exatamente duzentos e dez Perfeições dos Dias; e eles presidem aos governos dos dez setores maiores de cada superuniverso. Eles foram trinitarizados para o trabalho especial de dar assistência aos diretores dos superuniversos, e governam como vice-regentes pessoais imediatos dos Anciães dos Dias.
18:4.2 (210.5) Três Perfeições dos Dias estão designados para cada capital de um setor maior, mas, diferentemente dos Anciães dos Dias, não se faz necessário que todos os três estejam presentes o tempo inteiro. De tempos em tempos, um dos três pode ausentar-se para conferências pessoais com os Anciães dos Dias, a respeito do bem-estar do seu reino.
18:4.3 (210.6) Esses seres, governantes trinos dos setores maiores, são peculiarmente perfeitos na mestria sobre detalhes administrativos, daí o seu nome — Perfeições dos Dias. Ao efetuarmos, nestes documentos, o registro dos nomes desses seres do mundo espiritual, nós deparamos com o problema de traduzi-los para a vossa língua e, freqüentemente, torna-se excessivamente difícil encontrar uma tradução satisfatória. Não apreciamos usar designações arbitrárias, que poderiam não ter nenhum significado para vós; por isso, freqüentemente achamos difícil escolher um nome adequado, que seja claro para vós, e, ao mesmo tempo, representativo, de um certo modo, do original.
18:4.4 (210.7) Os Perfeições dos Dias têm um corpo de Conselheiros Divinos, de Perfeccionadores da Sabedoria e de Censores Universais, de porte moderado, ligado ao seu governo. E, em número um pouco maior, eles têm: Mensageiros Poderosos, Aqueles Elevados Em Autoridade e Aqueles Sem Nome Nem Número. Todavia, grande parte do trabalho de rotina dos assuntos do setor maior é tratada pelos Guardiães Celestes e pelos Assistentes do Filho Elevado. Esses últimos dois grupos provêm do corpo da descendência trinitarizada, seja de alguma das personalidades de Havona-Paraíso, seja dos finalitores mortais glorificados. Algumas dentre essas duas ordens de seres trinitarizados-por-criaturas, são re-trinitarizadas pelas Deidades do Paraíso e, então, são enviadas para prestar assistência na administração dos governos dos superuniversos.
18:4.5 (211.1) A maior parte dos Guardiães Celestes e dos Assistentes do Filho Elevado está destinada ao serviço dos setores maior e menor, mas os Custódios Trinitarizados (serafins e seres intermediários abraçados pela Trindade) são funcionários das cortes de todas as três divisões, atuando nos tribunais dos Anciães dos Dias, dos Perfeições dos Dias e dos Recentes dos Dias. Os Embaixadores Trinitarizados (mortais ascendentes, abraçados pela Trindade, da natureza de fusionamento com o Filho, ou com o Espírito) podem ser encontrados em qualquer local, em um superuniverso, mas a maioria está a serviço dos setores menores.
18:4.6 (211.2) Antes dos tempos do pleno desdobramento do esquema de governo dos sete superuniversos, praticamente todos os administradores das várias divisões desses governos, à exceção dos Anciães dos Dias, serviram como aprendizes, por períodos de durações variadas, junto aos Eternos dos Dias, nos vários mundos do universo perfeito de Havona. Os seres trinitarizados posteriormente, do mesmo modo, passaram por um período de instrução com os Eternos dos Dias, antes que se engajassem no serviço dos Anciães dos Dias, dos Perfeições dos Dias e dos Recentes dos Dias. Todos eles são administradores maduros, provados e experientes.
18:4.7 (211.3) Quando avançardes até a sede-central de Esplândon, depois da vossa estada nos mundos do vosso setor menor, logo vereis os Perfeições dos Dias, pois esses excelsos governantes, estão estreitamente ligados aos setenta mundos dos setores maiores no aprendizado mais elevado dado às criaturas ascendentes do tempo. Os Perfeições dos Dias administram, pessoalmente, os juramentos grupais dos graduados ascendentes das escolas dos setores maiores.
18:4.8 (211.4) O trabalho dos peregrinos do tempo, nos mundos que rodeiam a sede-central de um setor maior, é principalmente de natureza intelectual, ao contrário do cunho mais físico e material do aprendizado nas sete esferas educacionais de um setor menor e, também, ao contrário dos exercícios espirituais nos quatrocentos e noventa mundos universitários da sede-central de um superuniverso.
18:4.9 (211.5) Ainda que vós sejais registrados apenas no setor maior de Esplândon, que abrange o universo local da vossa origem, tereis de passar por todas as dez divisões maiores do nosso superuniverso. E vós vereis todos os trinta Perfeições dos Dias de Orvônton, antes de chegardes a Uversa.
18:5.1 (211.6) Os Recentes dos Dias são os mais jovens dos diretores supremos dos super- universos; em grupos de três, eles presidem aos assuntos dos setores menores. Pela sua natureza, eles estão coordenados com os Perfeições dos Dias, mas, em autoridade administrativa, ficam subordinados a eles. Há apenas vinte e uma mil dessas personalidades individualmente gloriosas e divinamente eficientes da Trindade. Elas foram criadas simultaneamente e, junto com os Eternos dos Dias, realizaram o seu aprendizado em Havona.
18:5.2 (211.7) Os Recentes dos Dias têm um corpo de colaboradores e assistentes semelhante ao dos Perfeições dos Dias. E, designados para si, ainda, eles têm um número enorme de seres celestes de várias ordens subordinadas. Na administração dos setores menores, eles utilizam grandes números de mortais ascendentes residentes, o pessoal das várias colônias de cortesia e vários grupos que se originam do Espírito Infinito.
18:5.3 (211.8) Os governos dos setores menores estão ocupados, em boa medida, embora não exclusivamente, com os grandes problemas físicos dos superuniversos. As esferas dos setores menores são as sedes-centrais dos Mestres Controladores Físicos. Nesses mundos, os mortais ascendentes fazem os seus estudos e as suas experiências concernentes a uma análise das atividades da terceira ordem dos Centros Supremos de Potência e de todas as sete ordens de Mestres Controladores Físicos.
18:5.4 (212.1) Já que o regime de um setor menor está tão extensamente ocupado com problemas físicos, os seus três Recentes dos Dias só muito raramente ficam juntos na esfera da capital. A maior parte do tempo um deles está afastado, para alguma conferência com os Perfeições dos Dias, do setor maior de supervisão, ou ausente para representar os Anciães dos Dias, nos conclaves dos altos seres originários da Trindade, no Paraíso. Eles alternam-se, com os Perfeições dos Dias, na representação dos Anciães dos Dias, nos conselhos supremos do Paraíso. Nesse meio tempo, um outro Recente dos Dias pode estar afastado, em uma viagem de inspeção, pelos mundos-sede de universos locais pertencentes à sua jurisdição. Mas pelo menos um desses governantes permanece sempre na sua função nas sedes-centrais de um setor menor.
18:5.5 (212.2) Em algum momento todos vós ireis, conhecer os três Recentes dos Dias encarregados de Ensa, o vosso setor menor, pois deveis passar pelas suas mãos, no vosso caminho para dentro, até os mundos de aprendizado dos setores maiores. Ao ascender até Uversa, vós ireis passar apenas por um grupo de esferas de instrução do setor menor.
18:6.1 (212.3) As personalidades da Trindade da ordem dos “Dias” não desempenham funções administrativas em um nível abaixo dos governos dos superuniversos. Nos universos locais em evolução, eles atuam apenas como conselheiros e assessores. Os Uniões dos Dias são um grupo de personalidades de ligação, credenciadas pela Trindade do Paraíso, perante os governantes duais dos universos locais. Cada universo local, organizado e habitado tem, designado para o seu âmbito, um desses conselheiros do Paraíso, que atua como o representante da Trindade e, apenas para alguns fins, do Pai Universal, na criação local.
18:6.2 (212.4) Há setecentos mil desses seres em existência, embora ainda nem todos tenham recebido missões. O corpo de reserva dos Uniões dos Dias funciona no Paraíso como o Conselho Supremo de Ajustamentos no Universo.
18:6.3 (212.5) De uma maneira especial, esses observadores da Trindade coordenam as atividades administrativas de todas as ramificações do governo universal, desde as do universo local e as dos governos dos setores, até as do superuniverso, daí o seu nome — Uniões dos Dias. Eles apresentam um informe tríplice aos seus superiores: relatam os dados pertinentes de natureza física e semi-intelectual aos Recentes dos Dias do seu setor menor; reportam os acontecimentos intelectuais e quase espirituais aos Perfeições dos Dias dos seus setores maiores; e mostram sobre as questões espirituais e semiparadisíacas aos Anciães dos Dias, na capital do seu superuniverso.
18:6.4 (212.6) Como são seres originários da Trindade, eles contam com a disponibilidade de todos os circuitos do Paraíso, para intercomunicações, e assim estão sempre em contato uns com os outros e com todas as outras personalidades que se fizerem necessárias, até com os conselhos supremos do Paraíso.
18:6.5 (212.7) Um União dos Dias não se encontra organicamente conectado ao governo do universo local para o qual está designado. À parte os seus deveres como observador, ele atua junto às autoridades locais apenas a pedido. Ele é um membro ex officio de todos os conselhos primários e de todos os conclaves importantes da criação local, mas não participa da consideração técnica dos problemas administrativos.
18:6.6 (213.1) Quando um universo local é estabelecido em luz e em vida, os seus seres glorificados associam-se livremente ao União dos Dias, que então atua em uma função mais amplificada em tal reino de perfeição evolucionária. Todavia, primordialmente, ele é um embaixador da Trindade e um conselheiro do Paraíso.
18:6.7 (213.2) Um universo local é governado diretamente por um Filho divino, que tem origem dual na Deidade; entretanto esse Filho tem, constantemente, a seu lado, um irmão do Paraíso, uma personalidade originária da Trindade. No caso da ausência temporária de um Filho Criador da sede-central do seu universo local, os governantes em exercício, nas suas decisões principais, são guiados, em grande parte, pelo aconselhamento do seu União dos Dias.
18:7.1 (213.3) Essas altas personalidades, originárias da Trindade, são os conselheiros do Paraíso para os governantes de uma centena de constelações, em cada universo local. Há setenta milhões de Fiéis dos Dias e, como os Uniões dos Dias, nem todos permanecem a serviço. O corpo de reserva dos Fiéis dos Dias, no Paraíso, forma a Comissão de Aconselhamento de Ética Interuniversal e Autogoverno. Os Fiéis dos Dias revezam-se no serviço, conforme as decisões dos governos dos conselhos supremos do seu corpo de reserva.
18:7.2 (213.4) Tudo o que um União dos Dias é para um Filho Criador de um universo local, os Fiéis dos Dias são para os Filhos Vorondadeques que governam as constelações de uma criação local. Eles são supremamente devotados e divinamente fiéis ao bem-estar das constelações da sua designação, daí o seu nome — Fiéis dos Dias. Eles atuam apenas como conselheiros; nunca participam das atividades administrativas, exceto a convite das autoridades da constelação. E também não ficam diretamente ocupados em ministrações educacionais aos peregrinos em ascensão, nas esferas arquitetônicas de estudos que rodeiam as sedes-centrais de uma constelação. Todos esses empreendimentos estão sob a supervisão dos Filhos Vorondadeques.
18:7.3 (213.5) Todos os Fiéis dos Dias que funcionam nas constelações de um universo local estão sob a jurisdição dos Uniões dos Dias, aos quais se reportam diretamente. Eles não têm um sistema amplo de intercomunicação, sendo ordinariamente autolimitados a interassociações dentro dos limites de um universo local. Qualquer Fiel dos Dias, a serviço em Nébadon, pode comunicar-se, e de fato comunica-se, com todos os outros membros da sua ordem a serviço neste universo local.
18:7.4 (213.6) Como os Uniões dos Dias, em uma sede-central de um universo, os Fiéis dos Dias mantêm as suas residências pessoais nas capitais da constelação, separadas das dos diretores administrativos desses reinos. As suas moradias são de fato modestas, se comparadas com as dos governantes Vorondadeques das constelações.
18:7.5 (213.7) Os Fiéis dos Dias são o último vínculo, na longa corrente administrativa-conciliar, que se estende desde as esferas sagradas do Pai Universal, próximas do centro de todas as coisas, até as divisões primárias dos universos locais. O regime originário da Trindade tem o seu fim nas constelações; nenhum desses conselheiros do Paraíso fica permanentemente fixado nos sistemas componentes de uma constelação, nem nos seus mundos habitados. Essas últimas unidades administrativas estão completamente sob a jurisdição dos seres nativos dos universos locais.
18:7.6 (213.8) [Apresentado por um Conselheiro divino de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 19
19:0.1 (214.1) ESSE grupo do Paraíso, chamado de Seres Coordenados Originários da Trindade, abrange: os Filhos Instrutores da Trindade, também classificados entre os Filhos de Deus do Paraíso; três grupos de altos administradores dos superuniversos; e a categoria, de um certo modo impessoal, dos Espíritos Inspirados da Trindade. Até mesmo os nativos de Havona podem ser incluídos, apropriadamente, nessa classificação de personalidades da Trindade, junto com inúmeros grupos de seres residentes no Paraíso. Nesta exposição, os seres originários da Trindade, a serem incluídos, são:
19:0.2 (214.2) 1. Os Filhos Instrutores da Trindade.
19:0.3 (214.3) 2. Os Perfeccionadores da Sabedoria.
19:0.4 (214.4) 3. Os Conselheiros Divinos.
19:0.5 (214.5) 4. Os Censores Universais.
19:0.6 (214.6) 5. Os Espíritos Inspirados da Trindade.
19:0.7 (214.7) 6. Os Nativos de Havona.
19:0.8 (214.8) 7. Os Cidadãos do Paraíso.
19:0.9 (214.9) À exceção dos Filhos Instrutores da Trindade e possivelmente dos Espíritos Inspirados da Trindade, esses grupos têm um número definido de seres; a sua criação é um evento concluído e passado.
19:1.1 (214.10) Dentre todas as ordens elevadas de personalidades celestes reveladas a vós, apenas a dos Filhos Instrutores da Trindade atua em uma capacidade dual. Tendo na Trindade a origem da sua natureza, eles são quase que totalmente devotados, na sua função, aos serviços da filiação divina. São seres de ligação e, no abismo universal, são uma ponte entre as personalidades originárias da Trindade e as personalidades de origem dual.
19:1.2 (214.11) Enquanto o número dos Filhos Estacionários da Trindade está completo, o número dos Filhos Instrutores está constantemente crescendo. Qual será o número final de Filhos Instrutores, eu não sei. Posso, contudo, afirmar que, no último relato periódico para Uversa, os registros do Paraíso indicavam 21 001 624 821 desses Filhos em serviço.
19:1.3 (214.12) Esses seres formam o único grupo revelado a vós, de Filhos de Deus, cuja origem é a Trindade do Paraíso. Eles distribuem-se pelo universo central e pelos superuniversos, e um corpo enorme deles encontra-se designado para cada universo local. Também servem aos planetas individuais, tal como o fazem os outros Filhos de Deus do Paraíso. O sistema do grande universo não estando ainda plenamente desenvolvido, um grande número de Filhos Instrutores tem de ser mantido nas reservas do Paraíso; e eles fazem-se voluntários para os encargos de emergência e serviços incomuns, em todas as divisões do grande universo, nos mundos solitários do espaço, nos universos locais, nos superuniversos e mundos de Havona. E funcionam também no Paraíso, mas será mais útil postergar uma consideração mais detalhada, até chegarmos à exposição sobre os Filhos de Deus do Paraíso.
19:1.4 (215.1) A esse respeito pode ser notado, todavia, que os Filhos Instrutores são as personalidades supremas de coordenação de origem na Trindade. Num universo dos universos tão vasto há sempre um grande perigo de sucumbir-se ao erro de limitar o ponto de vista, incorrendo no mal que advém de uma concepção segmentada da realidade e da divindade.
19:1.5 (215.2) Por exemplo: a mente humana normalmente anseia por abordar a filosofia cósmica, retratada nestas revelações, por meio de um procedimento que parte do simples e do finito, indo ao complexo e infinito, das origens humanas aos destinos divinos. Mas esse caminho não leva à sabedoria espiritual. Esse procedimento é o caminho mais fácil, para certas formas de conhecimento genético, mas, na melhor das hipóteses, pode apenas revelar as origens do homem; e pouco ou nada revela sobre o destino divino deste.
19:1.6 (215.3) Mesmo no estudo da evolução biológica do homem, em Urântia, há graves objeções a uma abordagem exclusivamente histórica, do seu status atual e problemas presentes. A verdadeira perspectiva de qualquer questão da realidade — humana ou divina, terrestre ou cósmica — apenas pode ser obtida por intermédio de um estudo completo, sem preconceitos, e por meio de uma correlação entre as três fases da realidade do universo: a sua origem, história e destino. Um entendimento apropriado dessas três realidades experienciais proporciona a base para uma estimativa sábia do que é o status atual.
19:1.7 (215.4) Quando a mente humana se propõe a seguir a técnica filosófica, de partir do mais baixo para atingir o mais elevado, seja em biologia, seja em teologia, fica sempre exposta ao risco de cometer quatro erros de raciocínio:
19:1.8 (215.5) 1. Pode deixar totalmente de perceber a meta evolucionária final e completa; seja de alcance pessoal, ou de destino cósmico.
19:1.9 (215.6) 2. Pode cometer o supremo erro filosófico de supersimplificar a realidade cósmica evolucionária (experiencial), levando assim à distorção de fatos, à deturpação da verdade e uma interpretação errônea dos destinos.
19:1.10 (215.7) 3. O estudo da causação é uma leitura da história, mas o conhecimento de como um ser se transforma, não proporciona, necessariamente, uma compreensão inteligente do status atual e do verdadeiro caráter desse ser.
19:1.11 (215.8) 4. A história, isoladamente, falha em revelar adequadamente o desenvolvimento futuro — o destino. As origens finitas são de ajuda; no entanto só as causas divinas revelam os efeitos finais. Os fins eternos não são mostrados pelos começos no tempo. O presente pode ser interpretado de fato à luz do passado e do futuro, apenas de um modo correlacionado.
19:1.12 (215.9) Portanto, por esse motivo e ainda por outras razões, é que empregamos a técnica de abordar o homem e seus problemas planetários, embarcando em uma jornada no espaço-tempo, partindo da Fonte e Centro do Paraíso, infinita, eterna e divina de toda a realidade da personalidade e toda a existência cósmica.
19:2.1 (215.10) Os Perfeccionadores da Sabedoria constituem uma criação especializada da Trindade do Paraíso, destinada a personificar a sabedoria da divindade, nos superuniversos. Há exatamente sete bilhões de tais seres em existência; sendo um bilhão deles designado a cada um dos sete superuniversos.
19:2.2 (215.11) Os Perfeccionadores da Sabedoria, juntamente com os seus coordenados, os Conselheiros Divinos e os Censores Universais, passaram pela sabedoria do Paraíso, de Havona e, exceto Divínington, pelas esferas do Pai, no Paraíso. Após tais experiências, os Perfeccionadores da Sabedoria foram designados permanentemente para o serviço dos Anciães dos Dias. E não servem nem no Paraíso, nem nos mundos dos circuitos do Paraíso-Havona; ocupam-se inteiramente da administração dos governos dos superuniversos.
19:2.3 (216.1) Onde quer que funcione um Perfeccionador da Sabedoria, e sempre que ele funcionar, lá estará conseqüentemente em atuação a sabedoria divina. Há realidade de presença e perfeição de manifestação no conhecimento e sabedoria representados pelos feitos dessas personalidades poderosas e majestosas. Eles não refletem a sabedoria da Trindade do Paraíso; eles são essa sabedoria. E são as fontes da sabedoria, para todos os mestres, na aplicação do conhecimento universal; são as fontes da discriminação prudente e os mananciais do discernimento em todas as instituições de ensino e esclarecimento, em todos os universos.
19:2.4 (216.2) A sabedoria tem origem dupla; é derivada da perfeição do discernimento divino inerente aos seres perfeitos e da experiência pessoal adquirida pelas criaturas evolucionárias. Os Perfeccionadores da Sabedoria são a sabedoria divina da perfeição do Paraíso e do discernimento interno da Deidade. Os seus colaboradores administrativos em Uversa, tais como os Mensageiros Poderosos, Aqueles Sem Nome Nem Número e Aqueles Elevados Em Autoridade, quando atuam em conjunto, são a sabedoria da experiência do universo. Um ser divino pode ter a perfeição do conhecimento divino e um mortal evolucionário pode, em algum momento, alcançar a perfeição do conhecimento ascendente; no entanto, nenhum desses dois tipos de seres isoladamente exaure os potenciais de toda a sabedoria possível. Por conseguinte, quando se deseja atingir o máximo de sabedoria administrativa, na condução do superuniverso, os Perfeccionadores da Sabedoria, com o seu discernimento divino, sempre se associam às personalidades ascendentes que atingiram altas responsabilidades de autoridade superuniversal por meio de atribulações experienciais na progressão evolucionária.
19:2.5 (216.3) Os Perfeccionadores da Sabedoria sempre necessitarão desse complemento, o da sabedoria experiencial, para aditar a sua sagacidade administrativa. Mas tem sido postulado que os finalitores do Paraíso certamente poderão alcançar um nível elevado e até então não atingido de sabedoria, depois que forem induzidos, em um determinado momento, a penetrar o sétimo estágio da experiência espiritual. Se essa inferência estiver correta, então esses seres perfeccionados de ascensão evolucionária, sem dúvida, irão transformar-se nos administradores do universo, os mais eficientes a serem jamais conhecidos em toda a criação. Acredito ser esse o alto destino dos finalitores.
19:2.6 (216.4) A versatilidade dos Perfeccionadores da Sabedoria capacita-os a participar praticamente de todos os serviços celestes, ligados às criaturas ascendentes. Os Perfeccionadores da Sabedoria e a minha ordem de personalidades, a dos Conselheiros Divinos junto com a dos Censores Universais, constituem as mais altas ordens de seres que podem assumir, e assumem, os trabalhos de revelação da verdade, de forma individualizada, aos planetas e sistemas, seja nas suas épocas primitivas, seja quando estiverem estabelecidos em luz e vida. De tempos em tempos, todos nós entramos em contato com o serviço aos mortais ascendentes, seja na vida inicial de um planeta, seja em um universo local ou em um superuniverso, e particularmente neste último.
19:3.1 (216.5) Esses seres originários da Trindade formam o conselho da Deidade para os reinos dos sete superuniversos. Eles não são um reflexo do conselho divino da Trindade; eles são esse conselho. Existem vinte e um bilhões de Conselheiros em serviço, e três bilhões estão designados a cada superuniverso.
19:3.2 (217.1) Os Conselheiros Divinos são os colaboradores dos Censores Universais e Perfeccionadores da Sabedoria, sendo iguais a eles; e, de um a sete Conselheiros, ficam ligados a cada uma daquelas personalidades. Todas essas três ordens participam do governo dos Anciães dos Dias, incluindo o dos setores maiores e menores, dos universos locais e constelações; bem como os concílios dos soberanos dos sistemas locais.
19:3.3 (217.2) Atuamos como indivíduos, como eu o faço agora, ao ditar este documento; mas também funcionamos como um trio, quando a ocasião o exigir. Quando atuamos em uma função executiva, sempre atuamos associados a um Perfeccionador da Sabedoria, a um Censor Universal e a até sete Conselheiros Divinos.
19:3.4 (217.3) Um Perfeccionador da Sabedoria, sete Conselheiros Divinos e um Censor Universal constituem um tribunal com a divindade da Trindade, o mais alto corpo assessor móvel nos universos do tempo e espaço. Esse grupo de nove entes é conhecido como um tribunal, que coleta informações, ou faz a revelação da verdade e, quando se reúne para o julgamento de uma questão e toma uma decisão, é exatamente como se um Ancião dos Dias houvesse julgado a questão, pois, em todos os anais dos superuniversos, sequer um veredicto como tal foi jamais revertido mesmo por um Ancião dos Dias.
19:3.5 (217.4) Quando os três Anciães dos Dias atuam, a Trindade do Paraíso atua. Quando o tribunal dos nove chega a uma decisão, seguindo suas deliberações unificadas, para todos intentos e propósitos, é como se os Anciães dos Dias houvessem falado. E é dessa maneira que os Governantes do Paraíso fazem contato pessoal, para as questões administrativas e regulamentações governamentais, com os mundos individuais, sistemas e universos.
19:3.6 (217.5) Os Conselheiros Divinos são a perfeição do conselho divino da Trindade do Paraíso. Nós representamos, e de fato somos, o conselho da perfeição. Quando somos suplementados pelo conselho experiencial dos nossos associados, seres perfeccionados, de ascensão evolucionária e abraçados pela Trindade, as nossas conclusões combinadas são, não apenas completas, mas repletas. Uma vez que o nosso conselho unificado haja sido julgado, confirmado, promulgado e associado a um Censor Universal, é muito provável que atinja mesmo os umbrais da totalidade universal. Tais veredictos representam a abordagem mais próxima possível da atitude absoluta da Deidade, dentro dos limites do espaço-tempo da situação envolvida para o respectivo problema.
19:3.7 (217.6) Sete Conselheiros Divinos, em conexão com um trio evolucionário trinitarizado — um Mensageiro Poderoso, Um Elevado em Autoridade e Um Sem Nome nem Número — representam a maior aproximação superuniversal da unificação entre o ponto de vista humano e a atitude divina, em níveis quase paradisíacos de significações espirituais e valores de realidade. Uma aproximação tão nítida entre as atitudes cósmicas da criatura e do Criador apenas pode ser sobrepujada por um Filho do Paraíso, que se auto-outorga e que é, em todas as fases da experiência da personalidade, Deus e homem.
19:4.1 (217.7) Há exatamente oito bilhões de Censores Universais em existência. Esses seres únicos são o julgamento da Deidade. Eles não são meramente um reflexo das decisões da perfeição; eles são o julgamento da Trindade do Paraíso. Mesmo os Anciães dos Dias não se reúnem para julgamento, a não ser em associação com os Censores Universais.
19:4.2 (217.8) Um Censor é indicado para cada um daquele total de um bilhão de mundos do universo central, tornando-se um adjunto da administração planetária do Eterno dos Dias residente. Nem os Perfeccionadores da Sabedoria, nem os Conselheiros Divinos tornam-se, assim, adjuntos, de um modo tão permanente das administrações de Havona; e não entendemos inteiramente por que os Censores Universais estão sediados no universo central. As suas atividades atuais dificilmente justificam a essa designação para Havona, e por isso suspeitamos que eles estejam ali por antecipação das necessidades de alguma idade futura do universo, na qual a população de Havona poderá ser alterada parcialmente.
19:4.3 (218.1) Um bilhão de Censores é designado para cada um dos sete superuniversos. Tanto na sua capacidade individual, quanto na associação com os Perfeccionadores da Sabedoria e os Conselheiros Divinos, eles operam em todas as divisões dos sete superuniversos. Assim, os Censores atuam em todos os níveis do grande universo, desde os mundos perfeitos de Havona até os conselhos dos Soberanos de Sistemas; e são uma parte orgânica de todos os julgamentos dispensacionais dos mundos evolucionários.
19:4.4 (218.2) Onde um Censor Universal estiver presente, e quando estiver presente, aí e então estará o julgamento da Deidade. E, já que os Censores sempre pronunciam os seus veredictos em conjunto com os Perfeccionadores da Sabedoria e os Conselheiros Divinos, essas decisões abrangem a sabedoria unificada, o conselho e o julgamento da Trindade do Paraíso. Nesse trio em jurisdição, o Perfeccionador da Sabedoria representaria o “Eu fui”, o Conselheiro Divino, o “Eu serei”; mas o Censor Universal é sempre o “Eu sou”.
19:4.5 (218.3) Os Censores são personalidades totalizadoras do universo. Quando mil testemunhas — ou um milhão — houverem prestado testemunho, quando a voz da sabedoria houver falado e o conselho da divindade houver sido registrado; quando o testemunho da perfeição ascendente houver sido acrescentado, então o Censor funciona; e imediatamente é revelada uma totalização, sem erro e divina, de tudo o que houver acontecido; e essa aclaração representa a conclusão divina, a soma e a essência de uma decisão final e perfeita. Quando um Censor, portanto, houver falado, ninguém mais pode falar, pois o Censor haverá apresentado o total, o verdadeiro e o inequívoco sobre tudo aquilo que sucedeu antes. Depois que ele fala, não há mais apelação.
19:4.6 (218.4) Eu compreendo plenamente a operação da mente de um Perfeccionador da Sabedoria, mas, com certeza, eu não entendo integralmente o trabalho da mente jurisprudente de um Censor Universal. Parece-me que os Censores formulam novas significações e originam valores novos de associação entre os fatos, verdades e evidências encontrados, apresentados a eles no curso de uma investigação dos assuntos do universo. Parece provável que os Censores Universais sejam capazes de formular interpretações originais, partindo das combinações entre o discernimento do Criador perfeito e a experiência da criatura perfeccionada. Tal associação entre a perfeição do Paraíso e a experiência do universo, sem dúvida, traz à existência, por conseqüência, um novo valor em ultimidade.
19:4.7 (218.5) Mas isso não é o fim das nossas dificuldades, no que concerne ao funcionamento das mentes dos Censores Universais. Mesmo havendo efetuado todas as concessões devidas, por tudo o que conhecemos ou conjecturamos sobre o modo de atuação de um Censor, em qualquer situação no universo, verificamos não sermos ainda capazes de predizer suas decisões, nem prognosticar seus veredictos. Nós determinamos, muito cuidadosamente, o resultado provável da associação da atitude do Criador e da experiência da criatura, mas tais conclusões nem sempre são os prognósticos acurados das revelações do Censor. Quer-nos parecer que os Censores, de alguma maneira, estejam em ligação com o Absoluto da Deidade; pois, de outro modo, não poderíamos explicar muitas das suas decisões e ditames.
19:4.8 (218.6) Os Perfeccionadores da Sabedoria, os Conselheiros Divinos e os Censores Universais, junto com as sete ordens das Personalidades Supremas da Trindade, constituem aqueles dez grupos que algumas vezes têm sido denominados Filhos Estacionários da Trindade. Juntos, eles compõem o grande corpo de administradores, governantes, executivos, assessores, conselheiros e juízes da Trindade. O seu número ultrapassa ligeiramente os trinta e sete bilhões. Dois bilhões e setenta milhões permanecem estacionados no universo central; e cerca de pouco mais de cinco bilhões em cada superuniverso.
19:4.9 (219.1) É muito difícil descrever os limites funcionais dos Filhos Estacionários da Trindade. Seria incorreto dizer que as suas atuações se limitam ao finito, pois há transações registradas nos arquivos dos superuniversos a indicar o contrário. Eles atuam em qualquer nível da administração ou jurisdição do universo para o qual possam ser requisitados pelas condições tempo-espaciais, e que se referem à evolução do universo-mestre no passado, presente e futuro.
19:5.1 (219.2) Serei capaz de dizer pouquíssimo sobre os Espíritos Inspirados da Trindade, pois eles são uma das poucas ordens totalmente secretas de seres em existência; secreta, sem dúvida, por lhes ser impossível revelar inteiramente a si próprios, até mesmo àqueles em nosso meio cuja origem é muito próxima da fonte de criação deles. Eles vêm à existência por um ato da Trindade do Paraíso e podem ser utilizados por Uma ou Duas, quaisquer, das Deidades, bem como pelo conjunto das Três. Não sabemos se esses Espíritos têm o seu número limitado e completo, ou se esse número está crescendo constantemente, mas inclinamo-nos a acreditar que o seu número não seja fixo.
19:5.2 (219.3) Não compreendemos totalmente a natureza nem a conduta dos Espíritos Inspirados. Podem, provavelmente, pertencer à categoria de espíritos suprapessoais. Parecem operar em todos os circuitos conhecidos e parecem atuar quase independentemente do tempo e do espaço. Mas é pouquíssimo o que sabemos sobre eles, exceto pelo que deduzimos do seu caráter, a partir da natureza das suas atividades, cujos resultados certamente observamos aqui e ali, nos universos.
19:5.3 (219.4) Sob certas condições, esses Espíritos Inspirados podem individualizar-se o suficiente para chegarem a ser reconhecidos por seres originários da Trindade. Eu já os vi; mas nunca seria possível, às ordens mais baixas de seres celestes, reconhecer um deles. Certas circunstâncias surgem, de tempos em tempos, quando da condução dos universos em evolução, nas quais qualquer ser originário da Trindade pode empregar diretamente os serviços desses Espíritos para melhor cumprir as próprias tarefas. Sabemos, portanto, que eles existem e que, sob certas condições, podemos solicitar e receber a assistência deles; e, algumas vezes, até reconhecer a sua presença. Contudo, eles não são uma parte da organização manifesta e definidamente revelada, encarregada da condução dos universos do espaço-tempo, antes que essas criações materiais se estabeleçam em luz e vida. Eles não têm um lugar claramente discernível na economia atual, nem na administração dos sete superuniversos em evolução. Eles constituem um segredo da Trindade do Paraíso.
19:5.4 (219.5) Os Melquisedeques de Nébadon ensinam que os Espíritos Inspirados da Trindade estão destinados, em algum tempo no futuro eterno, a funcionar no lugar dos Mensageiros Solitários, cujas fileiras estão, vagarosa, mas certamente, desfalcando-se, por causa das suas designações como associados de alguns tipos de filhos trinitarizados.
19:5.5 (219.6) Os Espíritos Inspirados são os Espíritos solitários do universo dos universos. Enquanto Espíritos, são muito semelhantes aos Mensageiros Solitários, exceto por estes últimos serem personalidades distintas. Muito do nosso conhecimento sobre os Espíritos Inspirados vem dos Mensageiros Solitários, os quais detectam a proximidade deles, em virtude de possuírem uma inerente sensibilidade à presença dos Espíritos Inspirados, que funciona tão infalivelmente quanto a agulha magnetizada indica o norte magnético. Quando um Mensageiro Solitário está perto de um Espírito Inspirado da Trindade, ele se torna consciente de uma indicação qualitativa daquela presença divina e também de um registro quantitativo muito definido, que o capacita factualmente a conhecer a classificação ou o número da presença ou presenças dos Espíritos.
19:5.6 (220.1) Posso ainda relatar um fato interessante: quando um Mensageiro Solitário está em um planeta cujos habitantes são resididos por Ajustadores do Pensamento, como em Urântia, ele torna-se consciente de uma excitação qualitativa na sua captação-sensibilidade à presença de espíritos. Em tais circunstâncias não há excitação quantitativa, apenas uma agitação qualitativa. Quando está em um planeta no qual os Ajustadores do Pensamento não vão, o contato com os nativos não produz nenhuma reação similar. Isso sugere que os Ajustadores do Pensamento estejam relacionados, de alguma maneira, aos Espíritos Inspirados da Trindade do Paraíso, ou conectados a eles. De algum modo, podem estar associados, em certas fases de trabalho; mas realmente de nada sabemos. Todos eles se originam perto do Centro e Fonte de todas as coisas, mas não são a mesma ordem de seres. Os Ajustadores do Pensamento brotam apenas do Pai; os Espíritos Inspirados são uma progênie da Trindade do Paraíso.
19:5.7 (220.2) Os Espíritos Inspirados não pertencem, aparentemente, ao esquema evolucionário dos planetas individuais, nem dos universos; mas, ainda assim, parecem estar em quase todo lugar. Agora mesmo, enquanto me empenho em formular esta declaração, a sensibilidade pessoal à presença dessa ordem de Espíritos, do Mensageiro Solitário associado a mim, indica que está conosco, neste momento mesmo, a uma distância não maior que oito metros, um Espírito da ordem Inspirada e do terceiro volume de presença de poder. O terceiro volume de presença de poder sugere-nos a possibilidade de três Espíritos Inspirados funcionando em coligação.
19:5.8 (220.3) Das mais de doze ordens de seres associados a mim, neste momento, o Mensageiro Solitário é o único a estar consciente da presença dessas entidades misteriosas da Trindade. E mais: mesmo estando assim prevenidos sobre a proximidade desses Espíritos divinos, permanecemos, todos, na ignorância quanto à sua missão. Realmente não sabemos se são observadores meramente interessados nas nossas ações, ou se estão, de alguma maneira desconhecida para nós, contribuindo de fato para o sucesso da nossa tarefa.
19:5.9 (220.4) Sabemos que os Filhos Instrutores da Trindade devotam-se ao esclarecimento, ou iluminação, consciente das criaturas do universo. Cheguei à conclusão firme de que os Espíritos Inspirados da Trindade, por meio de técnicas supraconscientes, estão também funcionando como instrutores dos reinos. Estou convencido de que há uma vasta parte do conhecimento espiritual essencial, da verdade indispensável à conquista de um elevado nível espiritual, que não pode ser recebida de modo consciente; a autoconsciência iria efetivamente colocar em risco a segurança da recepção. Se estivermos certos sobre esse conceito, e toda a minha ordem de seres compartilha dele, a missão desses Espíritos Inspirados pode ser a de vencer essa dificuldade, de criar a ponte ligando o abismo existente no esquema universal entre o esclarecimento moral e o avanço espiritual. Achamos que esses dois tipos de instrutores, originários da Trindade, têm alguma espécie de ligação nas suas atividades, mas na realidade de nada sabemos.
19:5.10 (220.5) Nos mundos de aprendizado dos superuniversos e nos circuitos eternos de Havona, tenho confraternizado com mortais em perfeccionamento — almas espiritualizadas e ascendentes, dos reinos evolucionários — mas estes nunca estiveram conscientes dos Espíritos Inspirados que os poderes detectores dos Mensageiros Solitários indicavam, de quando em quando, estar bem próximos de nós. Tenho conversado livremente com todas as ordens de Filhos de Deus, mais elevadas e menos elevadas, e eles, do mesmo modo, não se tornam conscientes das advertências dos Espíritos Inspirados da Trindade. Eles podem examinar e examinam, retrospectivamente, as suas experiências passadas e encontram acontecimentos que seriam difíceis de explicar sem levar em conta alguma atuação de tais Espíritos. Contudo, à exceção dos Mensageiros Solitários e, algumas vezes, de seres originários da Trindade, nenhum membro das famílias celestes jamais esteve consciente da proximidade dos Espíritos Inspirados.
19:5.11 (221.1) Não acredito que os Espíritos Inspirados da Trindade estejam brincando de esconde-esconde comigo. Eles estão tentando, muito provavelmente, revelar-se a mim, tanto quanto eu estou tentando comunicar-me com eles; as nossas dificuldades e limitações devem ser mútuas e inerentes. Sinto-me contente de não haver segredos arbitrários no universo e, por isso, nunca cessarei os meus esforços para resolver o mistério do isolamento desses Espíritos que pertencem à minha ordem de criação.
19:5.12 (221.2) E, de tudo isso, vós, mortais, que estais dando os primeiros passos na jornada eterna, podeis concluir que deveis avançar ainda por um longo caminho antes de conseguirdes progredir pela “vista” e pela certeza “material”. Por um longo tempo, ainda, usareis da fé e dependereis da revelação, se esperardes progredir rápida e seguramente.
19:6.1 (221.3) Os nativos de Havona são uma criação direta da Trindade do Paraíso, e o seu número é maior do que as vossas mentes circunscritas podem conceber. Tampouco é possível, aos urantianos, conceber os dons inerentes a criaturas tão divinamente perfeitas quanto essas raças do universo eterno originárias da Trindade. Não podeis ainda visualizar verdadeiramente essas criaturas gloriosas; antes, deveis esperar a vossa chegada a Havona, quando então podereis saudá-las como espíritos companheiros.
19:6.2 (221.4) Durante a vossa longa permanência naquele bilhão de mundos da cultura de Havona, ireis desenvolver uma eterna amizade por esses seres magníficos. E quão profunda, e crescente, é tal amizade entre a mais baixa das criaturas pessoais do mundo do espaço e esses elevados seres pessoais, nativos das esferas perfeitas do universo central! Os mortais ascendentes, na sua ligação longa e amorosa comos nativos de Havona, realizam muito para compensar o empobrecimento espiritual dos estágios iniciais da sua progressão mortal. Ao mesmo tempo, por meio dos seus contatos com os peregrinos ascendentes, os havonianos adquirem uma experiência que compensa, de um modo considerável, as limitações experienciais de terem sempre vivido uma vida de perfeição divina. Os benefícios, tanto para o mortal ascendente quanto para o nativo de Havona, são grandes e mútuos.
19:6.3 (221.5) Os nativos de Havona, como todas as outras personalidades originárias da Trindade, são concebidos na perfeição divina e podem ter as suas reservas de dons experienciais ampliadas com o passar do tempo, tal como acontece às outras personalidades originárias da Trindade. Contudo, diferentemente dos Filhos Estacionários da Trindade, os havonianos podem evoluir em status, podem ter um futuro não-revelado de eternidade-destino. E isso é ilustrado por aqueles havonianos que, por meio do serviço, factualizam a sua capacidade de fusão com um fragmento (não-Ajustador) do Pai, qualificando-se, assim, para serem membros do Corpo Mortal de Finalidade. E há outros corpos de finalitores abertos para recepcionar esses nativos do universo central.
19:6.4 (221.6) A evolução, em status, dos nativos de Havona tem ocasionado muita especulação em Uversa. Posto que eles estejam constantemente infiltrando-se nos vários Corpos de Finalidade do Paraíso, e já que eles não mais têm sido criados, torna-se evidente que o número de nativos que permanece em Havona esteja constantemente diminuindo. As conseqüências últimas dessas transações nunca foram reveladas a nós, mas jamais acreditamos que Havona chegue a ser despojada inteiramente dos seus nativos. Temos alimentado a teoria de que os havonianos cessarão, em algum tempo, possivelmente, de integrar os corpos de finalitores, durante as idades das criações sucessivas nos níveis do espaço exterior. Também alimentamos o pensamento de que, nessas idades subseqüentes do universo, o universo central poderá ser povoado por um grupo misto de seres residentes, a cidadania consistindo, apenas em parte, de nativos originais de Havona. Não sabemos qual ordem ou tipo de criatura pode assim estar destinada ao status residencial, na Havona do futuro, mas pensamos:
19:6.5 (222.1) 1. Nos univitátias, que são presentemente os cidadãos permanentes das constelações dos universos locais.
19:6.6 (222.2) 2. Nos tipos futuros de mortais, que podem nascer nas esferas habitadas dos superuniversos, na florescência das idades de luz e vida.
19:6.7 (222.3) 3. Na aristocracia espiritual vindoura, dos espaços exteriores sucessivos.
19:6.8 (222.4) Sabemos que a Havona da idade anterior do universo era, de certo modo, diferente da Havona da idade presente. Consideramos que seja não mais do que razoável supor que estamos agora presenciando, no universo central, aquelas mudanças lentas que antecipam as idades que virão. Uma coisa é certa: o universo é não estático; apenas Deus é imutável.
19:7.1 (222.5) Há numerosos grupos de seres magníficos residindo no Paraíso: os Cidadãos do Paraíso. Eles não estão diretamente ligados ao esquema de perfeccionamento das criaturas volitivas ascendentes; e, por isso, não são plenamente revelados aos mortais de Urântia. Há mais de três mil ordens dessas inteligências supernas; o último desses grupos foi personalizado simultaneamente com o mandado da Trindade, o qual promulgou o plano criador dos sete superuniversos no tempo e no espaço.
19:7.2 (222.6) Os Cidadãos do Paraíso e os nativos de Havona, algumas vezes, são designados coletivamente como as personalidades do Paraíso-Havona.
19:7.3 (222.7) Com isso, torna-se completa a história dos seres que foram trazidos à existência pela Trindade do Paraíso. Nenhum deles jamais se desviou. E, todavia, no sentido mais elevado, todos são dotados de livre-arbítrio.
19:7.4 (222.8) Os seres originários da Trindade possuem prerrogativas de trânsito, o que os torna independentes das personalidades de transporte, tais como os serafins. Todos possuímos o poder de movimentar-nos livre e rapidamente, no universo dos universos. Excetuando-se os Espíritos Inspirados da Trindade, não podemos atingir a quase inacreditável velocidade dos Mensageiros Solitários, mas somos capazes de utilizar a soma total dos meios de transporte disponíveis no espaço para chegar a qualquer ponto, dentro de um superuniverso, partindo da sua sede-central, em menos de um ano do tempo de Urântia. Foram necessários 109 dias do vosso tempo para que eu viajasse de Uversa a Urântia.
19:7.5 (222.9) Por meio das mesmas vias, somos capazes de intercomunicar-nos instantaneamente. Toda a nossa ordem de criação acha-se em contato com cada um dos indivíduos compreendidos por todas as divisões de filhos da Trindade do Paraíso, salvo apenas os Espíritos Inspirados.
19:7.6 (222.10) [Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 20
20:0.1 (223.1) OS FILHOS de Deus, pelo modo como funcionam no superuniverso de Orvônton, são classificados sob as seguintes três linhagens principais:
20:0.2 (223.2) 1. Os Filhos Descendentes de Deus
20:0.3 (223.3) 2. Os Filhos Ascendentes de Deus
20:0.4 (223.4) 3. Os Filhos Trinitarizados de Deus
20:0.5 (223.5) As ordens descendentes de filiação incluem personalidades que são de criação divina e direta. Os filhos ascendentes, tais como as criaturas mortais, alcançam o status de ascendentes por participarem experiencialmente da técnica criativa conhecida como evolução. Os filhos trinitarizados formam um grupo de origem composta, que inclui todos os seres abraçados pela Trindade do Paraíso, ainda que não se originem diretamente da Trindade.
20:1.1 (223.6) Todos os Filhos descendentes de Deus têm origem elevada e divina. Eles dedicam-se à ministração descendente de serviço aos mundos e sistemas do tempo e do espaço, facilitando o progresso de escalada até o Paraíso para as criaturas mais baixas, de origem evolucionária — os filhos ascendentes de Deus. Sete das inúmeras ordens de Filhos descendentes serão descritas nestas narrativas. Os Filhos que provêm das Deidades, da Ilha Central de Luz e Vida, são chamados de Filhos de Deus do Paraíso, e abrangem as três ordens seguintes:
20:1.2 (223.7) 1. Filhos Criadores — os Michaéis.
20:1.3 (223.8) 2. Filhos Magisteriais — os Avonais.
20:1.4 (223.9) 3. Filhos Instrutores da Trindade — os Dainais.
20:1.5 (223.10) As quatro ordens remanescentes de filiação descendente são conhecidas como os Filhos de Deus dos Universos Locais:
20:1.6 (223.11) 4. Filhos Melquisedeques.
20:1.7 (223.12) 5. Filhos Vorondadeques.
20:1.8 (223.13) 6. Filhos Lanonandeques.
20:1.9 (223.14) 7. Portadores da Vida.
20:1.10 (223.15) Os Melquisedeques são uma progênie conjunta do Filho Criador de um universo local, do Espírito Criativo Materno e do Pai Melquisedeque. Tanto os Vorondadeques quanto os Lanonandeques são trazidos à vida por um Filho Criador e pelo seu Espírito Criativo Materno coligado. Os Vorondadeques são mais conhecidos como os Altíssimos, os Pais da Constelação; os Lanonandeques, como Soberanos dos Sistemas e como Príncipes Planetários. A ordem tríplice dos Portadores da Vida é trazida à existência pela associação do Filho Criador e do Espírito Criativo Materno, junto com um dos três Anciães dos Dias da jurisdição do superuniverso. Mas as naturezas e as atividades desses Filhos de Deus do Universo Local são descritas com mais propriedade nos documentos que estão ligados aos assuntos da criação dos universos locais.
20:1.11 (224.1) Os Filhos de Deus do Paraíso têm três origens: os primários, ou os Filhos Criadores, que são trazidos à existência pelo Pai Universal e pelo Filho Eterno; os secundários, ou Filhos Magisteriais, que são filhos do Filho Eterno e do Espírito Infinito; os Filhos Instrutores da Trindade, que são uma progênie do Pai, do Filho e do Espírito. Do ponto de vista do serviço, da adoração e da suplicação, os Filhos do Paraíso são como um; o seu espírito é um e o seu trabalho é idêntico em qualidade e em integralidade.
20:1.12 (224.2) Do mesmo modo que as ordens dos Dias demonstraram ser de administradores divinos, as ordens de Filhos do Paraíso revelaram-se como ministros divinos — criadores, servidores, outorgadores, juízes, instrutores e reveladores da verdade. Eles percorrem o universo dos universos, desde as margens da Ilha Eterna até os mundos habitados do tempo e do espaço, realizando, no universo central e nos superuniversos, serviços múltiplos, nem todos desvelados nestas narrativas. Eles organizam-se de um modo variado, dependendo da natureza e cercanias onde prestam os seus serviços; mas, em um universo local, tanto os Filhos Magisteriais quanto os Filhos Instrutores servem sob a direção do Filho Criador, que preside àquele domínio.
20:1.13 (224.3) Os Filhos Criadores parecem possuir um dom espiritual centrado nas suas pessoas, o qual é por eles controlado e que eles podem outorgar; como o fez o vosso próprio Filho Criador quando efundiu o seu espírito por sobre toda a carne mortal em Urântia. Cada Filho Criador é dotado com esse poder de atração espiritual, no seu próprio reino; ele é pessoalmente consciente de cada ato e cada emoção de todos os Filhos descendentes de Deus que servem no seu domínio. Nisso está um reflexo divino, uma duplicação, em um universo local, do poder absoluto de atração espiritual do Filho Eterno, que O capacita a alcançar os seus Filhos do Paraíso para fazer e manter contato com eles, não importando onde possam estar, em todos os universos dos universos.
20:1.14 (224.4) Os Filhos Criadores do Paraíso servem, não apenas como Filhos, na sua ministração descendente de serviço e auto-outorga, mas também, depois de haverem completado as suas carreiras de auto-outorga, cada um funciona como um Pai do universo, no âmbito da sua própria criação; enquanto os outros Filhos de Deus continuam os serviços de auto-outorga e elevação espiritual, destinados a conquistar para os planetas, um a um, o reconhecimento voluntário da lei do amor do Pai Universal, culminando na consagração da criatura à vontade do Pai do Paraíso e na lealdade planetária à soberania do seu Filho Criador sobre aquele universo.
20:1.15 (224.5) Em um Filho Criador sétuplo, Criador e criatura estão, para sempre, fundidos em uma associação plena de entendimento, misericórdia e compaixão. A ordem dos Michaéis, dos Filhos Criadores, é toda tão única que as considerações sobre as suas naturezas e atividades ficarão reservadas ao próximo documento desta série. Na narrativa presente, ocupar-nos-emos principalmente das duas ordens remanescentes de filiação do Paraíso: os Filhos Magisteriais e os Filhos Instrutores da Trindade.
20:2.1 (224.6) Toda vez que um conceito original e absoluto de ser, formulado pelo Filho Eterno, une-se a um ideal novo e divino de serviço-amor, concebido pelo Espírito Infinito, é produzido um Filho de Deus novo e original, um Filho Instrutor do Paraíso. Esses Filhos constituem a ordem dos Avonais, que se diferenciam bem da ordem dos Michaéis, os Filhos Criadores. Embora não sejam criadores, no sentido pessoal, eles estão estreitamente ligados aos Michaéis, em todo o seu trabalho. Os Avonais são ministros e juízes planetários, os magistrados dos reinos do espaço-tempo — de todas as raças, para todos os mundos e em todos os universos.
20:2.2 (225.1) Temos motivos para acreditar que o número total de Filhos Magisteriais, em todo o grande universo, seja de cerca de um bilhão. Eles são uma ordem que se autogoverna, sendo dirigida pelo seu conselho supremo no Paraíso, que é constituído de Avonais experientes, escolhidos entre os serviços de todos os universos. Todavia, quando designados para um universo local e ali funcionando, eles servem sob a direção do Filho Criador daquele domínio.
20:2.3 (225.2) Os Avonais são os Filhos do Paraíso para o serviço e para a auto-outorga, em particular, nos planetas dos universos locais. E, posto que cada Filho Avonal possua uma personalidade exclusiva e como não há dois iguais, o seu trabalho é individualmente único, nos reinos da sua permanência, aonde com freqüência eles se encarnam à semelhança da carne mortal, algumas vezes nascendo de mães terrestres nos mundos evolucionários.
20:2.4 (225.3) Por acréscimo aos seus serviços, em níveis administrativos mais elevados, os Avonais têm funções tríplices nos mundos habitados:
20:2.5 (225.4) 1. As Ações Judiciais. Eles atuam nos encerramentos das dispensações planetárias. No tempo, tais missões podem ser executadas — às dezenas ou às centenas — em cada mundo individual; e os Avonais podem ir para o mesmo mundo ou para outros mundos por inúmeras vezes, como terminadores das dispensações e liberadores dos sobreviventes adormecidos.
20:2.6 (225.5) 2. As Missões Magisteriais. Uma visitação planetária desse tipo ocorre, usualmente, antes da chegada de um Filho auto-outorgado. Em tal missão, um Avonal surge como um adulto do reino, por uma técnica de encarnação que não envolve o nascimento mortal. Posteriormente a essa primeira visita magisterial usual, os Avonais podem repetidamente servir na função magisterial, no mesmo planeta, tanto antes quanto depois do surgimento do Filho auto-outorgado. Nessas missões magisteriais adicionais, um Avonal pode ou não surgir, em uma forma material e visível, mas em nenhuma delas virá ao mundo como um recém-nascido desamparado.
20:2.7 (225.6) 3. As Missões de Auto-outorga. Todos os Filhos Avonais, ao menos por uma vez, outorgam a si próprios, em alguma raça mortal, em algum mundo evolucionário. As visitas judiciais são inúmeras, as missões magisteriais podem ser plurais, mas em cada planeta não surge senão um Filho auto-outorgado. Os Avonais auto-outorgados nascem de mulher, como Michael de Nébadon encarnou-se em Urântia.
20:2.8 (225.7) Não há limite para o número de vezes que os Filhos Avonais podem servir em missões magisteriais e de auto-outorga, mas usualmente, quando a experiência houver acontecido por sete vezes, há uma suspensão em favor daqueles que houverem tido menos desse serviço. Esses Filhos, de experiência auto-outorgante múltipla, são designados, então, para o alto conselho pessoal de um Filho Criador, tornando-se assim participantes da administração dos assuntos do universo.
20:2.9 (225.8) Em todos os seus trabalhos para os mundos, e nos mundos habitados, os Filhos Magisteriais são assistidos por duas ordens de criaturas do universo local: os Melquisedeques e os arcanjos. E, quando estão em missões de auto-outorga, eles são acompanhados também pelos Brilhantes Estrelas Vespertinas, que são também originários do universo local. Em todo o seu esforço planetário, os Filhos secundários do Paraíso, os Avonais, têm o apoio do poder pleno e da autoridade de um Filho primário do Paraíso, o Filho Criador do universo do serviço deles. Para todos os intentos e propósitos, o trabalho deles, nas esferas habitadas, é tão eficiente e aceitável como teria sido o serviço de um Filho Criador, em tais mundos de residência dos mortais.
20:3.1 (226.1) Os Avonais são conhecidos como Filhos Magisteriais porque são os altos magistrados dos reinos, os julgadores das sucessivas dispensações dos mundos do tempo. Eles presidem ao despertar dos sobreviventes adormecidos e encarregam-se dos julgamentos dos reinos; põem fim a uma dispensação de adiamento de sentenças e executam os mandados de uma idade de misericórdia probatória; redesignam as criaturas espaciais da ministração planetária para as tarefas da nova dispensação e retornam à sede-central do seu universo local, após completarem a sua missão.
20:3.2 (226.2) Quando julgam os destinos de uma idade, os Avonais decretam o que acontecerá às raças evolucionárias, mas, ainda que possam efetuar julgamentos, de extinção da identidade de criaturas pessoais, eles não executam tais sentenças. Os veredictos dessa natureza são executados apenas pelas autoridades do superuniverso.
20:3.3 (226.3) A chegada de um Avonal do Paraíso, em um mundo evolucionário, com o propósito de terminar uma dispensação e inaugurar uma nova era de progresso planetário, não é necessariamente uma missão magisterial nem uma missão de auto-outorga. As missões magisteriais, algumas vezes, e as missões de auto-outorga, sempre, são encarnações; isto é, em tais compromissos, os Avonais servem em um planeta sob a forma material — literalmente. As suas outras visitas são “técnicas” e, nessa função, um Avonal não é encarnado para o serviço planetário. Se um Filho Magisterial vem puramente como um julgador dispensacional, ele chega a um planeta como um ser espiritual, invisível para as criaturas materiais do reino. Tais visitas técnicas ocorrem repetidamente, na longa história de um mundo habitado.
20:3.4 (226.4) Os Filhos Avonais podem atuar, como juízes planetários, tanto antes da experiência magisterial, quanto da experiência de auto-outorga. Em qualquer dessas missões, contudo, o Filho encarnado julgará a idade planetária que finda, do mesmo modo que o faz um Filho Criador, quando encarnado em uma missão de auto-outorga, à semelhança da carne mortal. Quando um Filho do Paraíso visita um mundo evolucionário e torna-se como que um dos seus habitantes, a sua presença dá por terminada uma dispensação e constitui um julgamento daquele reino.
20:4.1 (226.5) Antes do surgimento planetário de um Filho em auto-outorga, um mundo habitado é usualmente visitado por um Avonal do Paraíso, em uma missão magisterial. Se essa for uma visitação magisterial inicial, o Avonal é sempre encarnado como um ser material. Ele surge, no planeta em que se auto-outorgará, como um varão maduro das raças mortais, um ser plenamente visível e em contato com as criaturas mortais daqueles dias e geração. Durante uma encarnação magisterial, a conexão do Filho Avonal com as forças espirituais locais e universais é completa e ininterrupta.
20:4.2 (226.6) Um planeta pode experimentar muitas visitações magisteriais, tanto antes quanto depois do aparecimento de um Filho auto-outorgado. Pode ser visitado muitas vezes por um mesmo ou por outros Avonais, atuando como julgadores dispensacionais; mas tais missões técnicas de julgamento não são nem de outorga de si próprios, nem magisteriais; e os Avonais nunca se encarnam em tais ocasiões. Mesmo sendo um planeta abençoado por repetidas missões magisteriais, os Avonais nem sempre se submetem a encarnações mortais e, quando servem à semelhança da carne mortal, eles sempre surgem como seres adultos do reino; não nascem de mulher.
20:4.3 (227.1) Quando encarnados em missões de auto-outorga, tanto como nas missões magisteriais, os Filhos do Paraíso têm experimentado a residência dos Ajustadores, e esses Ajustadores são diferentes em cada encarnação. Os Ajustadores que ocupam as mentes dos Filhos de Deus encarnados não podem nunca esperar adquirir personalidade por meio da fusão com os seres humanos-divinos resididos por eles, mas são, sim, freqüentemente personalizados por um ato do Pai Universal. Tais Ajustadores formam o conselho supremo diretor de Divínington, para administração, identificação e despacho dos Monitores Misteriosos aos reinos habitados. Eles também recebem e credenciam os Ajustadores, nos seus retornos ao “seio do Pai”, quando da dissolução mortal dos seus tabernáculos terrenos. Desse modo, pois, os fiéis Ajustadores dos julgadores dos mundos tornam-se os dirigentes enaltecidos da sua espécie.
20:4.4 (227.2) Urântia nunca recebeu um Filho Avonal, em uma missão magisterial. Tivesse Urântia seguido o plano geral para os mundos habitados, e teria sido abençoada com uma missão magisterial, em alguma época, entre os dias de Adão e a auto-outorga de Cristo Michael. Mas a seqüência regular de Filhos do Paraíso, no vosso planeta, foi totalmente desfeita pelo aparecimento do vosso Filho Criador, na sua auto-outorga terminal, há cerca de dezenove séculos.
20:4.5 (227.3) Urântia pode ainda ser visitada por um Avonal, incumbido de encarnar em uma missão magisterial, mas, no que concerne ao futuro aparecimento de Filhos do Paraíso, nem mesmo “os anjos nos céus sabem o tempo ou o modo de tais visitações”, porque um mundo no qual Michael se auto-outorgou tornou-se o domínio individual e pessoal desse Filho Mestre e, como tal, fica totalmente sujeito aos próprios planos e regulamentações dele. E, no vosso mundo, tudo isso fica ainda mais complicado em vista da promessa de Michael de retornar. Independentemente das interpretações errôneas sobre os acontecimentos durante a estada de Michael de Nébadon em Urântia, uma coisa certamente é autêntica: a promessa, feita por ele, de voltar ao vosso mundo. Em vista dessa perspectiva, apenas o tempo poderá revelar a futura ordem das visitações, em Urântia, dos Filhos de Deus do Paraíso.
20:5.1 (227.4) O Filho Eterno é a eterna Palavra de Deus. O Filho Eterno é a expressão perfeita do “primeiro” pensamento absoluto e infinito do seu Pai eterno. Quando uma duplicação pessoal, ou uma extensão divina desse Filho Original, parte em uma missão de outorga de si próprio, em uma encarnação mortal, torna-se literalmente verdade que o divino “Verbo se fez carne” e que o Verbo, assim, reside entre os seres mais baixos de origem animal.
20:5.2 (227.5) Em Urântia está disseminada a crença de que o propósito da auto-outorga de um Filho, de uma certa forma, acontece para influenciar a atitude do Pai Universal. Mas o vosso discernimento deveria indicar-vos que isso não é verdadeiro. As auto-outorgas dos Filhos Avonais e Michaéis são uma parte necessária ao processo experiencial destinado a fazer, desses Filhos, magistrados e governantes seguros e compassivos para com os povos e os planetas do tempo e do espaço. A carreira de auto-outorgas sétuplas é a meta suprema de todos os Filhos Criadores do Paraíso. E todos os Filhos Magisteriais motivam-se por esse mesmo espírito de serviço, que tão abundantemente caracteriza os Filhos Criadores primários e o Filho Eterno do Paraíso.
20:5.3 (227.6) Alguma ordem de Filhos do Paraíso deve ser auto-outorgada, em cada mundo mortal habitado, com a finalidade de tornar possível aos Ajustadores do Pensamento residirem nas mentes de todos os seres humanos normais naquela esfera, pois os Ajustadores não vêm para todos os seres humanos de boa-fé antes que o Espírito da Verdade haja sido efundido em toda a carne; e o envio do Espírito da Verdade depende do retorno, à sede-central do universo, do Filho do Paraíso, que haja cumprido com êxito uma missão de auto-outorga mortal em um mundo em evolução.
20:5.4 (228.1) Durante o curso da longa história de um planeta habitado, vários julgamentos dispensacionais serão realizados e mais do que uma missão magisterial pode ocorrer; mas, geralmente, apenas por uma vez um Filho auto-outorgador servirá em uma mesma esfera. A cada mundo individual habitado, é necessário que, por uma vez apenas, um Filho auto-outorgado haja vivido totalmente ali uma vida mortal, do nascimento à morte. Mais cedo ou mais tarde, a despeito do seu status espiritual, cada mundo habitado por mortais está destinado a hospedar um Filho Magisterial, em uma missão de auto-outorga, excetuando-se um único planeta, em cada universo local, no qual o Filho Criador haja escolhido efetuar a sua auto-outorga mortal.
20:5.5 (228.2) Entendendo mais sobre os Filhos auto-outorgadores, sabereis por que tanto interesse recai sobre Urântia, na história de Nébadon. O vosso pequeno e insignificante planeta é de interesse para o universo local, simplesmente porque é o lar mortal de Jesus de Nazaré. Ele foi o cenário da auto-outorga final, e triunfante, do vosso Filho Criador; foi a arena na qual Michael ganhou a soberania pessoal suprema do universo de Nébadon.
20:5.6 (228.3) Na sede-central do seu universo local, especialmente depois de completar a sua própria auto-outorga mortal, um Filho Criador passa grande parte do seu tempo aconselhando e instruindo o colégio dos Filhos associados, os Filhos Magisteriais e outros. Em amor e devoção, com terna misericórdia e consideração afetuosa, esses Filhos Magisteriais auto-outorgam-se, doando a si próprios aos mundos do espaço. E de nenhum modo esses serviços planetários são inferiores às auto-outorgas mortais dos Michaéis. É verdade que o vosso Filho Criador selecionou, como o reino da sua aventura final de experiência como criatura, um planeta que tivesse tido infelicidades incomuns. Mas nenhum planeta poderia estar em uma condição tal que requisitasse a auto-outorga de um Filho Criador, para efetivar a sua reabilitação espiritual. Qualquer Filho, do grupo auto-outorgador, teria sido igualmente suficiente, pois em todo o seu trabalho, nos mundos de um universo local, os Filhos Magisteriais são tão divinamente eficientes e todo-sábios quanto o foi o seu irmão do Paraíso, o Filho Criador.
20:5.7 (228.4) Embora uma possibilidade de desastre paire sempre sobre esses Filhos do Paraíso, durante as suas encarnações de auto-outorga, eu estou ainda para ver o registro de um fracasso ou não-cumprimento, seja de um Filho Magisterial, seja de um Filho Criador, em uma missão de auto-outorga. Ambos têm uma origem próxima demais da perfeição absoluta para chegarem a falhar. E de fato assumem riscos, realmente tornam-se como as criaturas mortais de carne e sangue e, por isso, conquistam a experiência única da criatura; mas, dentro do âmbito da minha observação, eles sempre têm tido êxito. Nunca fracassam na realização da meta da sua missão de auto-outorga. A história das suas auto-outorgas e dos serviços planetários, em todo o Nébadon, constitui o capítulo mais nobre e fascinante da história do vosso universo local.
20:6.1 (228.5) O método pelo qual um Filho do Paraíso torna-se pronto para a encarnação mortal, como um Filho auto-outorgado, chegando até a nascer de uma mãe, no planeta da sua outorga, é um mistério universal; e qualquer esforço para desvendar o trabalho dessa técnica de Sonárington, seguramente estará destinado a fracassar. Deixai que o conhecimento sublime da vida mortal de Jesus de Nazaré mergulhe nas vossas almas, mas não desperdiceis pensamentos em cogitações inúteis, sobre como se efetuou essa misteriosa encarnação de Michael de Nébadon. Que nos regozijemos pelo conhecimento e certeza de que tais realizações sejam possíveis à natureza divina, mas não desperdicemos tempo em conjecturas fúteis sobre a técnica empregada pela sabedoria divina ao efetuar tal fenômeno.
20:6.2 (229.1) Numa missão de auto-outorga mortal, um Filho do Paraíso sempre nasce de mulher e cresce como uma criança masculina do reino, como o fez Jesus, em Urântia. Esses filhos do serviço supremo passam pela infância e pela juventude, até a maturidade, exatamente como o faz um ser humano. Sob todos os aspectos, tornam-se como os mortais, da raça na qual nasceram. Fazem pedidos ao Pai, como o fazem os filhos do reino em que servem. Do ponto de vista material, esses Filhos humano-divinos vivem vidas comuns, com uma única exceção: não geram nenhuma progênie nos mundos da sua permanência; essa é uma restrição universal, imposta a todas as ordens de Filhos do Paraíso que fazem essa autodoação de outorga.
20:6.3 (229.2) Assim como Jesus trabalhou no vosso mundo, como um filho de carpinteiro, também os outros Filhos do Paraíso trabalham em vários afazeres, nos seus planetas de outorga. Vós, dificilmente, conseguiríeis localizar alguma vocação que não haja sido seguida por algum Filho do Paraíso, no curso da sua auto-outorga, em algum dos planetas evolucionários do tempo.
20:6.4 (229.3) Quando um Filho auto-outorgado tem, sob a sua mestria, a experiência da vida, como um mortal; quando ele houver alcançado a perfeição na sintonia com o seu Ajustador residente, então, ele dá início àquela parte da sua missão planetária destinada a iluminar as mentes e inspirar as almas dos seus irmãos na carne. Como mestres, esses Filhos devotam-se exclusivamente à iluminação espiritual das raças mortais, nos mundos da sua permanência.
20:6.5 (229.4) As carreiras de auto-outorga mortal dos Michaéis e Avonais, ainda que equiparáveis, não são idênticas em todos os aspectos: um Filho Magisterial nunca proclama “Quem tiver visto o Filho, terá visto o Pai”, como o fez o vosso Filho Criador, quando em Urântia vivendo na carne. Um Avonal auto-outorgado, entretanto, declara: “Quem tiver visto a mim, terá visto o Filho Eterno de Deus”. Os Filhos Magisteriais não são de descendência imediata do Pai Universal, nem encarnam para sujeitar-se à vontade do Pai; eles sempre se auto-outorgam, como Filhos do Paraíso, sujeitando-se à vontade do Filho Eterno do Paraíso.
20:6.6 (229.5) Quando os Filhos auto-outorgados, Criadores ou Magisteriais, passam pelos portais da morte, eles ressurgem, ao terceiro dia. Mas vós não deveríeis nutrir a idéia de que eles sempre têm o trágico fim que teve o vosso Filho Criador, que visitou o vosso mundo, há cerca de dezenove séculos. A experiência extraordinária e estranhamente cruel, pela qual Jesus de Nazaré passou, levou Urântia a ser conhecida no universo local como o “mundo da cruz”. Não se faz necessário que um tratamento tão desumano seja dispensado a um Filho de Deus; e a grande maioria de planetas tem dispensado a eles uma recepção de muito maior consideração, permitindo-lhes terminar as suas carreiras mortais, encerrar a época, julgar os sobreviventes adormecidos e inaugurar uma nova dispensação, sem impor-lhes nenhuma morte violenta. Um Filho auto-outogado deve encontrar a morte, deve passar por toda a experiência real dos mortais dos reinos, mas, que essa morte seja violenta ou incomum, não é um quesito do plano divino.
20:6.7 (229.6) Quando não são levados à morte pela violência, os Filhos auto-outorgados abandonam voluntariamente as suas vidas e passam pelos portais da morte, não para satisfazer às exigências da “severa justiça” ou da “ira divina”, mas antes para completar a outorga, “para beber do cálice” da carreira da encarnação e da experiência pessoal, de tudo o que constitui a vida de uma criatura, do modo como é vivida nos planetas de existência mortal. A outorga, a doação de si próprio, é uma necessidade planetária e do universo; e a morte física nada mais é do que uma parte necessária, em uma missão de auto-outorga.
20:6.8 (230.1) Quando a encarnação mortal termina, o Avonal em serviço encaminha-se ao Paraíso, é aceito pelo Pai Universal, retorna ao universo local da sua missão, e é reconhecido pelo Filho Criador. A partir daí, o Avonal auto-outorgado e o Filho Criador enviam o seu Espírito da Verdade, conjunto, para funcionar nos corações das raças mortais que habitam o mundo da outorga. Nas idades de pré-soberania, de um universo local, esse espírito conjunto de ambos os Filhos é implementado pelo Espírito Criativo Materno. E ele difere ligeiramente do Espírito da Verdade, o qual caracteriza as idades dos universos locais que vêm depois da sétima auto-outorga de um Filho Michael.
20:6.9 (230.2) Quando se completa a auto-outorga final de um Filho Criador, o Espírito da Verdade, previamente enviado a todos os mundos de outorgas Avonais daquele universo local, transforma-se na sua natureza, tornando-se mais literalmente o espírito do Michael soberano. Esse fenômeno ocorre simultaneamente com a liberação do Espírito da Verdade, para serviço no planeta em que ocorreu a auto-outorga mortal do Filho Michael. Daí em diante, cada mundo honrado com uma auto-outorga Magisterial receberá o mesmo espírito Confortador do Filho Criador sétuplo, em coligação com o do Filho Magisterial, o mesmo que o mundo teria recebido, caso o Soberano daquele universo local houvesse encarnado pessoalmente como o seu Filho auto-outorgado.
20:7.1 (230.3) Esses Filhos do Paraíso, altamente pessoais e altamente espirituais, são trazidos à existência pela Trindade do Paraíso. São conhecidos em Havona como a ordem dos Dainais. Em Orvônton, estão registrados como Filhos Instrutores da Trindade, assim denominados por causa da sua ascendência. Em Sálvington, algumas vezes, são denominados Filhos Espirituais do Paraíso.
20:7.2 (230.4) O número dos Filhos Instrutores está constantemente crescendo. A última transmissão do censo universal forneceu um número um pouco maior do que vinte e um bilhões desses Filhos atuando no universo central e nos superuniversos; e isso exclui as reservas do Paraíso, que são de mais de um terço de todos os Filhos Instrutores da Trindade em existência.
20:7.3 (230.5) A ordem Dainal de filiação não é uma parte orgânica das administrações dos universos locais e superuniversos. Os seus membros não são criadores ou resgatadores, nem juízes ou governantes. Estão menos ocupados com a administração do universo do que com o esclarecimento moral e o desenvolvimento espiritual. Eles são os educadores universais, permanecendo dedicados ao despertar espiritual e à orientação moral de todos os reinos. A sua ministração está intimamente inter-relacionada com a das personalidades do Espírito Infinito e intimamente associada à ascensão dos seres-criaturas ao Paraíso.
20:7.4 (230.6) Esses Filhos da Trindade compartilham das naturezas combinadas das três Deidades do Paraíso, mas, em Havona, parece que refletem mais a natureza do Pai Universal. Nos superuniversos parecem retratar a natureza do Filho Eterno, enquanto, nas criações locais, parecem demonstrar o caráter do Espírito Infinito. Em todos os universos, eles são a incorporação do serviço e a prudência da sabedoria.
20:7.5 (230.7) Diferentemente dos Michaéis e dos Avonais, seus irmãos do Paraíso, os Filhos Instrutores da Trindade não recebem nenhum aperfeiçoamento preliminar no universo central. São despachados diretamente para as sedes-centrais dos superuniversos e, dali, designados para servir em algum universo local. Na sua ministração, nos reinos evolucionários, eles utilizam a influência espiritual combinada de um Filho Criador e dos Filhos Magisteriais associados a ele, pois os Dainais não possuem um poder de atração espiritual em si e por si próprios.
20:8.1 (231.1) Os Filhos Espirituais do Paraíso são seres singulares, originários da Trindade; e são as únicas criaturas da Trindade a ligar-se assim tão inteiramente à condução dos universos de origem dual. Devotam-se afetuosamente ao ministério educacional, às criaturas mortais e ordens mais baixas de seres espirituais. Começam seus trabalhos nos sistemas locais e, de acordo com suas experiências e realizações, avançam para dentro, por meio do serviço, nas constelações, aos mais elevados trabalhos da criação local. Após haverem sido certificados, podem transformar-se em embaixadores espirituais, representando o universo local do seu serviço.
20:8.2 (231.2) Não sei qual é o número exato de Filhos Instrutores em Nébadon; há muitos milhares deles. Muitos dos dirigentes de departamentos, nas escolas dos Melquisedeques, pertencem à sua ordem, enquanto o conjunto do pessoal da Universidade de Sálvington, regularmente constituída, abrange mais de cem mil seres, inclusive desses Filhos. Um grande número deles encontra-se estacionado nos vários mundos de aprendizado moroncial; todavia, não estão ocupados apenas com o avanço espiritual e intelectual das criaturas mortais, estão igualmente ocupados com a instrução dos seres seráficos e outros nativos das criações locais. Muitos dos seus assistentes são provenientes das fileiras de seres trinitarizados-por-criaturas.
20:8.3 (231.3) Os Filhos Instrutores compõem as faculdades que administram todos os exames e conduzem todos os testes para a qualificação e certificação, em todas as fases subordinadas de serviço no universo; desde os deveres das sentinelas em postos avançados, até os de estudantes das estrelas. Eles conduzem um tipo de curso de educação que dura toda uma era, variando desde os cursos planetários até as altas Faculdades do Saber localizadas em Sálvington. O reconhecimento indicativo do esforço e realização é concedido a todos, sejam mortais ascendentes ou querubins arrojados, que completam essas aventuras no saber e na verdade.
20:8.4 (231.4) Em todos os universos, todos os Filhos de Deus admiram esses Filhos Instrutores da Trindade, sempre fiéis e universalmente eficientes. São os professores excelsos de todas as personalidades espirituais, sendo até mesmo os instrutores experimentados, aprovados e verdadeiros, dos próprios Filhos de Deus. Todavia, sobre os detalhes sem fim dos deveres e funções dos Filhos Instrutores, pouco posso dizer-vos. Os vastos domínios das atividades da filiação dos Dainais serão mais bem compreendidos, em Urântia, tão logo estiverdes mais avançados em inteligência, e depois que haja terminado o isolamento espiritual do vosso planeta.
20:9.1 (231.5) Quando o progresso dos acontecimentos, em um mundo evolucionário, indicar que o tempo está maduro para iniciar uma idade espiritual, os Filhos Instrutores da Trindade sempre são voluntários para esse serviço. Não estais familiarizados com essa ordem de filiação, porque Urântia nunca experienciou uma idade espiritual, um milênio de esclarecimento cósmico. Contudo, os Filhos Instrutores, ainda agora, visitam o vosso mundo com o propósito de formular planos visando as temporadas que projetam passar na vossa esfera. Eles aparecerão devidamente, em Urântia, após os seus habitantes haverem conquistado uma relativa libertação das correntes da animalidade e das cadeias do materialismo.
20:9.2 (231.6) Os Filhos Instrutores da Trindade não têm nada a ver com a terminação das dispensações planetárias. Eles não julgam os mortos, nem transladam os vivos; entretanto, em cada missão planetária, eles são acompanhados por um Filho Magisterial que executa esses serviços. Os Filhos Instrutores ocupam-se integralmente com a iniciação de uma idade espiritual, com a aurora de uma era de realidades espirituais, em um planeta evolucionário. Eles tornam reais as contrapartes espirituais do conhecimento material e da sabedoria temporal.
20:9.3 (232.1) Os Filhos Instrutores, em geral, permanecem nos seus planetas de visitação, por mil anos do tempo planetário. Um Filho Instrutor preside ao reino do planeta de uma forma milenar e é assistido por setenta associados da sua ordem. Os Dainais não se encarnam nem se materializam, de qualquer outro modo, para se fazerem visíveis aos seres mortais; e, por isso, o contato com o mundo da sua visitação é mantido por meio das atividades dos Brilhantes Estrelas Vespertinas, personalidades do universo local que se associam aos Filhos Instrutores da Trindade.
20:9.4 (232.2) Os Dainais podem retornar, muitas vezes, a um mundo habitado e, após a sua missão final, o planeta entrará no status de esfera estabelecida em luz e vida, meta evolucionária visada por todos os mundos habitados por mortais, na presente idade do universo. Os Corpos Mortais de Finalidade muito têm a ver com as esferas estabelecidas em luz e vida; e as suas atividades planetárias têm relações com os Filhos Instrutores. De fato, toda a ordem de filiação dos Dainais está intimamente ligada a todas as fases das atividades dos finalitores, nas criações evolucionárias do tempo e do espaço.
20:9.5 (232.3) Os Filhos Instrutores da Trindade parecem identificar-se tão completamente com o regime da progressão mortal, desde as primeiras etapas da ascensão evolucionária, que, muitas vezes, somos levados a refletir a respeito da sua possível associação com os finalitores, na carreira, ainda não revelada, dos universos futuros. Observamos que os administradores dos superuniversos são, em parte, personalidades originárias da Trindade e, em parte, criaturas ascendentes evolucionárias abraçadas pela Trindade. E acreditamos, firmemente, que os Filhos Instrutores e os finalitores estejam empenhados, presentemente, em adquirir a experiência da associação temporal entre eles, o que pode constituir uma educação preliminar a prepará-los para uma associação estreita em algum destino ainda não revelado, no futuro. Em Uversa, cremos que tais Filhos Instrutores da Trindade sejam, provavelmente, transferidos de modo a terem ligação eterna com o Corpo de Finalidade do Paraíso, quando os superuniversos estiverem finalmente estabelecidos em luz e vida; pois eles se tornaram profundamente familiarizados com os problemas dos mundos evolucionários, mantendo-se associados, por muito tempo, à carreira dos mortais evolucionários.
20:10.1 (232.4) Todos os Filhos de Deus do Paraíso são divinos por origem e natureza. O trabalho de cada um dos Filhos do Paraíso, para o bem de um determinado mundo, é como se esse Filho a serviço fosse o primeiro e único Filho de Deus.
20:10.2 (232.5) Os Filhos do Paraíso são a apresentação divina das naturezas atuantes das três pessoas da Deidade aos domínios do tempo e do espaço. Os Filhos Criadores Magisteriais e Instrutores são as dádivas das Deidades eternas, para os filhos dos homens e para todas as outras criaturas do universo, as quais têm potencial de ascensão. Esses Filhos de Deus são os ministros divinos devotados, incessantemente, ao trabalho de ajudar as criaturas do tempo a atingir a elevada meta espiritual da eternidade.
20:10.3 (232.6) Nos Filhos Criadores, o amor do Pai Universal está aliado à misericórdia do Filho Eterno e é revelado, aos universos locais, por meio do poder criativo do ministério de amor e da soberania compreensiva dos Michaéis. Nos Filhos Magisteriais, a misericórdia do Filho Eterno, unida ao ministério do Espírito Infinito, é revelada aos domínios evolucionários, nas carreiras de julgamento, serviço e auto-outorga desses Avonais. Nos Filhos Instrutores da Trindade, o amor, a misericórdia e o ministério das três Deidades do Paraíso estão coordenados nos níveis de valores mais elevados do espaço-tempo e são apresentados, aos universos, como a verdade viva, a divina bondade e a verdadeira beleza espiritual.
20:10.4 (233.1) Nos universos locais, essas ordens de filiação colaboram para efetivar a revelação das Deidades do Paraíso às criaturas do espaço. Como Pai de um universo local, um Filho Criador retrata o caráter infinito do Pai Universal. Enquanto Filhos auto-outorgados da misericórdia, os Avonais revelam a natureza incomparável, de infinita compaixão, do Filho Eterno. Como mestres verdadeiros das personalidades ascendentes, os Filhos Dainais da Trindade revelam a personalidade de Mestre do Espírito Infinito. Dentro da sua colaboração divinamente perfeita, Michaéis, Avonais e Dainais estão contribuindo para a realização e a revelação da personalidade para a soberania de Deus, o Supremo, nos e para os universos do tempo-espaço. Na harmonia das suas atividades trinas, esses Filhos de Deus do Paraíso sempre funcionam na vanguarda das personalidades da Deidade, ao darem continuidade à expansão sem fim da divindade da Primeira Grande Fonte e Centro, desde a eterna Ilha do Paraíso até as profundezas desconhecidas do espaço.
20:10.5 (233.2) [Apresentado por um Perfeccionador da Sabedoria de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 21
21:0.1 (234.1) OS FILHOS Criadores são aqueles que geram os universos locais do tempo e do espaço; e que os governam. Esses criadores e soberanos do universo são de origem dual, incorporando as características de Deus, o Pai, e de Deus, o Filho. Cada Filho Criador, todavia, é diferente de todos os outros; cada um deles é único em natureza, bem como em personalidade; cada um é o “Filho unigênito” do ideal perfeito da deidade de sua origem.
21:0.2 (234.2) No imenso trabalho de formar, organizar, fazer evoluir e perfeccionar um universo local, esses Filhos elevados sempre desfrutam da aprovação sustentadora do Pai Universal. A relação dos Filhos Criadores com o seu Pai do Paraíso é tocante e superlativa. Dúvida alguma há de que a profunda afeição da Deidade pela sua progênie divina seja a fonte do amor, cheio de beleza e quase divino, que os pais mortais também nutrem pelos seus filhos.
21:0.3 (234.3) Esses Filhos primeiros do Paraíso são personalizados como Michaéis. Quando saem do Paraíso para fundar os seus universos, são conhecidos como Michaéis Criadores. Quando estabelecidos em autoridade suprema, eles são chamados de Michaéis Mestres. Algumas vezes, referimo-nos ao soberano do vosso universo de Nébadon como Cristo Michael. Para sempre, eternamente, reinam eles, segundo a “ordem de Michael”; sendo essa a designação do primeiro Filho da sua ordem e natureza.
21:0.4 (234.4) O Michael original, ou primogênito, nunca experienciou a encarnação como um ser material, mas por sete vezes ele passou pela experiência de ascensão da criatura espiritual, nos sete circuitos de Havona, tendo avançado, desde as esferas externas, até o circuito mais interno da criação central. A ordem de Michael conhece o grande universo de uma extremidade a outra; não há nenhuma experiência essencial, de qualquer dos filhos do tempo e do espaço, da qual os Michaéis não hajam pessoalmente participado; eles são de fato partícipes, não apenas da natureza divina, mas também da vossa natureza, de todas as naturezas, da mais alta à mais baixa.
21:0.5 (234.5) O Michael original é o alto presidente dos Filhos primários do Paraíso, quando eles se reúnem para conferências, no centro de todas as coisas. Não faz muito tempo, em Uversa, registramos uma transmissão universal de um conclave extraordinário, na Ilha Eterna, de cento e cinqüenta mil Filhos Criadores, reunidos na presença dos seus Pais e empenhados nas deliberações que têm a ver com o progresso da unificação e estabilização do universo dos universos. Esse era um grupo seleto de Michaéis Soberanos, Filhos já com as sete auto-outorgas cumpridas.
21:1.1 (234.6) Quando a plenitude da ideação espiritual absoluta, no Filho Eterno, alcança a plenitude do conceito da personalidade absoluta, no Pai Universal; quando tal unificação criadora é final e plenamente atingida; quando essa identidade absoluta de espírito e essa unificação infinita de conceito de personalidade ocorrem, então, imediatamente, sem que nenhuma das Deidades infinitas perca nada em personalidade ou em prerrogativa, surge nesse momento exato, em existência plena e completa, um Filho Criador novo e original; um Filho unigênito do ideal perfeito e da idéia poderosa, cuja unificação produz essa nova personalidade criadora, em poder e perfeição.
21:1.2 (235.1) Cada Filho Criador é uma progênie unigênita e unicamente-gerável, da união perfeita entre os conceitos originais das duas mentes infinitas, eternas e perfeitas dos Criadores, para sempre eternos e existentes, do universo dos universos. Nunca poderá existir um outro Filho como este ou aquele; porque cada Filho Criador é a expressão inqualificável, acabada e final, e é a incorporação de toda e qualquer fase, de cada característica, de cada possibilidade e de cada realidade divina que jamais poderia, por toda a eternidade, ser encontrada ou expressa, ou ainda evoluir a partir daqueles potenciais criativos divinos que se uniram para trazer esse Filho Michael à existência. Cada Filho Criador é o absoluto dos conceitos unificados da deidade, que constituem a sua origem divina.
21:1.3 (235.2) As naturezas divinas desses Filhos Criadores são, em princípio, derivadas igualmente dos atributos de ambos os Pais, do Paraíso. Todos compartilham da plenitude da natureza divina do Pai Universal e das prerrogativas criadoras do Filho Eterno; mas, à medida que observamos as realizações práticas das atribuições dos Michaéis nos universos, discernimos diferenças aparentes. Alguns Filhos Criadores parecem ser mais como Deus, o Pai; outros, mais como Deus, o Filho. Por exemplo: a tendência da administração, no universo de Nébadon, sugere que o seu Filho Criador e governante seja um daqueles cuja natureza e cujo caráter assemelham-se mais aos do Filho Materno Eterno. Deveria ainda ser dito, pois, que alguns Michaéis do Paraíso, que presidem aos universos, se assemelham igualmente a Deus, o Pai, ou a Deus, o Filho. E tal observação, em nenhum sentido, implica crítica nenhuma, é apenas o registro de um fato.
21:1.4 (235.3) Não sei o número exato de Filhos Criadores que existem, mas tenho boas razões para acreditar que há mais de setecentos mil. Ora, sabemos que há exatamente setecentos mil Uniões dos Dias; e nenhum mais está sendo criado. Também observamos que os planos de ordenação da idade atual do universo parecem indicar que um União dos Dias deve estar sediado, em cada universo local, como embaixador conselheiro da Trindade. Notamos, ademais, que o número constantemente crescente de Filhos Criadores excede já o número estacionário de Uniões dos Dias. Contudo, no que concerne à quantidade dos Michaéis, além dos setecentos mil, nunca fomos informados de nada.
21:2.1 (235.4) Os Filhos do Paraíso da ordem primária são projetistas, criadores, construtores e administradores dos seus respectivos domínios, os universos locais do tempo e do espaço, unidades criativas básicas dos sete superuniversos evolucionários. A um Filho Criador é permitido escolher a localização espacial da sua futura atividade cósmica, mas antes mesmo de que possa começar a organização física do seu universo, deve passar por um longo período de observação, devotado ao estudo dos esforços dos seus irmãos mais velhos, em várias criações localizadas no superuniverso em que a sua ação foi projetada. Mas, antes mesmo de tudo isso, o Filho Michael haverá completado a sua longa e única experiência de observação no Paraíso e de aperfeiçoamento em Havona.
21:2.2 (235.5) Quando um Filho Criador parte do Paraíso para embarcar na aventura de criar um universo, de tornar-se o dirigente — e, virtualmente, o Deus — do universo local da sua própria organização, então, pela primeira vez, ele encontra-se em contato íntimo com a Terceira Fonte e Centro e, sob muitos aspectos, torna-se dependente dela. O Espírito Infinito, ainda que habitando com o Pai e com o Filho, no centro de todas as coisas, está destinado a funcionar como o ajudante factual e efetivo de cada Filho Criador. Portanto, cada Filho Criador é acompanhado por uma Filha Criadora do Espírito Infinito; a qual é aquele ser que está destinado a tornar-se a Ministra Divina, o Espírito-Mãe ou o Espírito Materno do novo universo local.
21:2.3 (236.1) A partida de um Filho Michael, nessa ocasião, libera para sempre as suas prerrogativas de criador, das Fontes e Centros do Paraíso, ficando sujeito apenas a certas limitações inerentes à preexistência dessas Fontes e Centros e a certos outros poderes e presenças antecedentes. Entre essas limitações às prerrogativas todo-poderosas, por outro lado, como criador, do Pai de um universo local, estão as seguintes:
21:2.4 (236.2) 1. A matéria-energia é dominada pelo Espírito Infinito. Antes que possam ser criadas quaisquer novas formas de coisas, grandes ou pequenas, antes que quaisquer transformações da matéria-energia sejam intentadas, um Filho Criador deve assegurar o consentimento e a cooperação do trabalho do Espírito Infinito.
21:2.5 (236.3) 2. Os projetos e tipos de criaturas são controlados pelo Filho Eterno. Antes que um Filho Criador possa engajar-se na criação de qualquer novo tipo de ser, de qualquer novo projeto de criatura, ele deve assegurar o consentimento do Filho Materno Original e Eterno.
21:2.6 (236.4) 3. A personalidade é projetada e outorgada pelo Pai Universal.
21:2.7 (236.5) Os tipos e modelos de mente são determinados pelos fatores do ser da pré-criatura. Depois que esses fatores houverem sido associados para constituir uma criatura (pessoal ou não) a sua mente é um dom da Terceira Fonte e Centro, fonte universal do ministério da mente a todos os seres abaixo do nível dos Criadores do Paraíso.
21:2.8 (236.6) O controle dos projetos e tipos de espírito depende do nível da sua manifestação. Em última análise, o projeto espiritual é controlado pela Trindade, ou pelos dons de espírito, no nível de pré-Trindade, das personalidades da Trindade — Pai, Filho e Espírito.
21:2.9 (236.7) Assim que um Filho tão perfeito e divino haja tomado posse da locação espacial do seu universo escolhido; assim que os problemas iniciais da materialização do universo e do equilíbrio bruto tenham sido resolvidos; assim que ele tenha formado uma união eficaz e cooperativa de trabalho com a Filha, complemento seu, do Espírito Infinito — então este Filho Universal e este Espírito Universal iniciam aquele enlace que se destina a dar origem às inúmeras hostes de filhos seus naquele universo local. Em conexão com esse evento, a focalização do Espírito Infinito do Paraíso, no Espírito Criativo, é transformada na sua natureza, assumindo as qualidades pessoais do Espírito Materno de um universo local.
21:2.10 (236.8) Não obstante todos os Filhos Criadores serem, divinamente, como os seus progenitores do Paraíso, um não se parece exatamente com outro; cada um deles é único, diverso, exclusivo e original, tanto em natureza quanto personalidade. E posto que eles são os arquitetos e elaboradores dos planos da vida, nos seus respectivos reinos, essa diversidade mesma assegura que os seus domínios sejam também diversos em cada forma e fase da existência vivente nascida de um Michael, que pode ser criada ou subseqüentemente evoluir dele. Daí as ordens de criaturas nativas dos universos locais serem tão variadas. Não há dois universos que sejam administrados ou habitados por seres nativos de origem dual que sejam idênticos sob todos os aspectos. Dentro de qualquer superuniverso, cerca da metade dos seus atributos inerentes é muito semelhante, sendo derivada dos Espíritos Criativos uniformes; a outra metade varia, sendo derivada dos Filhos Criadores diversificados. Essa diversidade, no entanto, não caracteriza as criaturas apenas com origem no Espírito Criativo, nem os seres importados que são nativos do universo central ou dos superuniversos.
21:2.11 (237.1) Quando um Filho Michael está ausente do seu universo, o governo deste é assumido pelo seu filho, o primogênito deste universo, o Brilhante Estrela Matutino, o executivo principal do universo local. O conselho e assessoramento do União dos Dias é muito valioso, em tais ocasiões. Durante tais ausências, um Filho Criador torna-se capaz de conferir ao Espírito Materno coligado o supercontrole da sua presença espiritual, nos mundos habitados e nos corações dos seus filhos mortais. E o Espírito Materno de um universo local permanece constantemente na sua sede-central, estendendo os seus cuidados protetores e ministério espiritual às partes mais afastadas do seu domínio evolucionário.
21:2.12 (237.2) A presença pessoal de um Filho Criador, no seu universo local, não é imprescindível ao bom funcionamento de uma criação material estabelecida. Esses Filhos podem viajar ao Paraíso e, ainda assim, os seus universos seguirão os seus cursos, no espaço. Eles podem sacrificar as suas linhas de poder, para encarnarem-se como filhos do tempo; e, ainda assim, seus reinos girarão à volta dos seus respectivos centros. No entanto, nenhuma organização material é independente da atração da gravidade-absoluta do Paraíso, nem do supercontrole cósmico inerente à presença espacial do Absoluto Inqualificável.
21:3.1 (237.3) A abrangência de um universo é dada a um Filho Criador por consentimento da Trindade do Paraíso, e com a confirmação do Espírito Mestre supervisor do superuniverso considerado. Essa ação constitui como que um título de posse física, um contrato cósmico de concessão; no entanto, a elevação de um Filho Michael, do seu estágio inicial e autolimitado de governo à supremacia experiencial de soberania autoconquistada, vem como resultado das suas próprias experiências pessoais, no trabalho da criação do universo e das auto-outorgas em encarnações. Até a realização da soberania conquistada por meio das auto-outorgas, ele governa como um vice-regente do Pai Universal.
21:3.2 (237.4) Um Filho Criador poderia pleitear a sua ampla soberania sobre a sua criação pessoal a qualquer momento, mas, sabiamente, ele escolhe não o fazer. Se, antes de passar como criatura pelas auto-outorgas, ele assumisse uma soberania suprema, não conquistada, as personalidades do Paraíso que residem no seu universo local, retirar-se-iam. Todavia, isso nunca aconteceu nas criações do tempo e do espaço.
21:3.3 (237.5) O fato da autoria criadora implica a plena soberania, mas os Michaéis escolhem conquistá-la experiencialmente; e, com isso, mantêm a colaboração total de todas as personalidades do Paraíso ligadas à administração do seu universo local. Não temos conhecimento de nenhum Michael que haja procedido de outro modo; mas todos eles poderiam fazê-lo, pois são Filhos verdadeiramente dotados de livre-arbítrio.
21:3.4 (237.6) A soberania de um Filho Criador em um universo local passa por seis, talvez por sete, estágios de manifestação experiencial. Estes surgem na ordem seguinte:
21:3.5 (237.7) 1. A soberania inicial como vice-regente — a autoridade solitariamente provisória, exercida por um Filho Criador, antes que o Espírito Criativo Materno coligado adquira as qualidades da personalidade.
21:3.6 (237.8) 2. A soberania conjunta, como vice-regente — o governo conjunto do par do Paraíso, subseqüente à conquista da personalidade feita pelo Espírito Materno do Universo.
21:3.7 (238.1) 3. A crescente soberania de vice-regente — a autoridade em avanço de um Filho Criador, durante o período das suas sete auto-outorgas como criatura.
21:3.8 (238.2) 4. A soberania suprema — a autoridade estabelecida, que se segue à conquista feita após a sétima auto-outorga. Em Nébadon, a soberania suprema data do término da auto-outorga de Michael em Urântia. Tem existido por pouco mais de dezenove séculos, no vosso tempo planetário.
21:3.9 (238.3) 5. A crescente soberania suprema — o relacionamento avançado, que surge depois do estabelecimento em luz e vida de uma maioria dos domínios das criaturas. Este estágio pertence a um futuro, ainda não realizado, do vosso universo local.
21:3.10 (238.4) 6. A soberania trinitária — aquela que é exercida subseqüentemente ao estabelecimento do universo local inteiro, em luz e vida.
21:3.11 (238.5) 7. A soberania não revelada — as relações desconhecidas, de uma idade futura do universo.
21:3.12 (238.6) Ao aceitar a soberania inicial, como vice-regente de um universo local projetado, um Criador Michael faz um juramento à Trindade, de não assumir a soberania suprema até que as suas sete auto-outorgas, como criatura, hajam sido completadas e certificadas pelos governantes do superuniverso. No entanto, se um Filho Michael não pudesse, segundo a sua vontade, pleitear tal soberania não conquistada, não teria sentido prestar o juramento de não o fazer.
21:3.13 (238.7) Mesmo nas eras de pré-outorgas, um Filho Criador governa o seu domínio quase supremamente, quando não há nenhum desacordo entre quaisquer das suas partes. A limitação do governo dificilmente manifestar-se-á, se a soberania não for jamais desafiada. A soberania exercida por um Filho Criador antes das auto-outorgas, em um universo sem rebelião, não é maior do que em um universo com rebelião; mas, no primeiro caso, as limitações à soberania não são aparentes; no segundo, elas o são.
21:3.14 (238.8) Se a autoridade ou administração de um Filho Criador chegar a ser contestada, atacada ou posta em perigo, ele está eternamente comprometido a manter, proteger, defender e, se necessário, recobrar a sua criação pessoal. Esses Filhos podem ser perturbados ou molestados apenas por criaturas da sua própria criação ou por seres mais elevados da sua própria escolha. Poderia ser inferido que os “seres mais elevados”, aqueles originários de níveis acima de um universo local, muito provavelmente não causariam problemas a um Filho Criador, e isso é verdade. Mas eles poderiam fazê-lo, se escolhessem assim fazer. A virtude é volitiva, na personalidade; a retidão não é automática, nas criaturas com livre-arbítrio.
21:3.15 (238.9) Antes de completar a sua carreira de auto-outorgas, um Filho Criador governa sob certas limitações auto-impostas à própria soberania; mas, após terminar o seu serviço de auto-outorgas, ele governa pela virtude da sua experiência factual, recebida e feita na forma e à semelhança das suas múltiplas criaturas. Quando um Criador houver vivido, por sete vezes, entre as suas criaturas; quando a carreira de auto-outorgas se der por terminada, então ele estará supremamente estabelecido na autoridade do universo; e ter-se-á transformado em um Filho Mestre, um governante soberano e supremo.
21:3.16 (238.10) A técnica de obter a soberania suprema sobre um universo local envolve os sete passos experimentais seguintes:
21:3.17 (238.11) 1. Penetrar, experiencialmente, em sete níveis de existência da criatura, mediante a técnica da auto-outorga de encarnação à semelhança das criaturas do nível em questão.
21:3.18 (238.12) 2. Fazer uma consagração experiencial, a cada fase da vontade sétupla da Deidade do Paraíso, tal como é personificada nos Sete Espíritos Mestres.
21:3.19 (239.1) 3. Atravessar cada uma das sete experiências, nos níveis da criatura, simultaneamente com o cumprimento de uma das sete consagrações à vontade da Deidade do Paraíso.
21:3.20 (239.2) 4. Em cada nível da criatura, retratar experiencialmente o auge da vida da criatura para a Deidade do Paraíso e para todas as inteligências do universo.
21:3.21 (239.3) 5. Em todos os níveis da criatura, revelar experiencialmente uma fase da vontade sétupla da Deidade, para o nível da auto-outorga e para todo o universo.
21:3.22 (239.4) 6. Unificar experiencialmente a experiência sétupla, como criatura, com a experiência sétupla de consagração à revelação da natureza e da vontade da Deidade.
21:3.23 (239.5) 7. Alcançar relações novas e mais elevadas com o Ser Supremo. A repercussão da totalidade dessa experiência de Criador-criatura implementa a realidade, no superuniverso, de Deus, o Supremo, bem como a soberania no espaço-tempo do Supremo Todo-Poderoso, e factualiza a soberania suprema, no universo local, de um Michael do Paraíso.
21:3.24 (239.6) Ao estabelecer sobre a questão da soberania em um universo local, o Filho Criador não apenas está demonstrando a sua própria idoneidade para governar, mas está também revelando a natureza e retratando a atitude sétupla das Deidades do Paraíso. O entendimento finito e a apreciação da primazia do Pai, por parte da criatura, são concernentes à aventura de um Filho Criador, quando ele condescende em ter, por si mesmo, a forma e as experiências das suas criaturas. Esses Filhos primazes do Paraíso são os reveladores reais da natureza amorosíssima do Pai e da Sua autoridade benévola; o mesmo Pai que, em coligação com o Filho e o Espírito, é o centro universal de todo o poder, personalidade e governo em todos os reinos universais.
21:4.1 (239.7) Há sete grupos de Filhos Criadores auto-outorgadores, e eles são classificados assim, de acordo com o número de vezes que já se hajam outorgado a si próprios às criaturas dos seus reinos. Tais grupos abrangem desde a experiência inicial, passando pelas outras cinco esferas das auto-outorgas progressivas até atingir o sétimo episódio final da experiência criatura-Criador.
21:4.2 (239.8) As auto-outorgas Avonais são sempre feitas à semelhança da carne mortal, mas as sete auto-outorgas de um Filho Criador envolvem o seu aparecimento em sete níveis de existência das criaturas e pertencem à revelação das sete expressões primárias da vontade e da natureza da Deidade. Sem exceção, todos os Filhos Criadores passam por essas sete doações de si próprios, aos seus filhos criados, antes de assumir a jurisdição estabelecida e suprema sobre os universos da sua própria criação.
21:4.3 (239.9) Embora essas sete auto-outorgas variem, nos diferentes setores e universos, elas abrangem sempre a aventura da auto-outorga mortal. Nesta auto-outorga, a final, um Filho Criador aparece como um membro de uma das raças mortais mais elevadas, em algum mundo habitado, geralmente como um membro daquele grupo racial que contém o maior legado hereditário da cepa Adâmica, a qual anteriormente havia sido importada para elevar o status físico dos povos de origem animal. Apenas uma vez, na sua carreira sétupla de Filho auto-outorgado, um Michael do Paraíso nasce de mulher; tal como ficou para vós feito o registro do menino de Belém. Por apenas uma vez, ele vive e morre como um membro da mais baixa ordem de criaturas volitivas evolucionárias.
21:4.4 (239.10) Após cada uma das suas auto-outorgas, um Filho Criador prossegue até “a mão direita do Pai” para então ganhar a aceitação do Pai às suas auto-outorgas e receber a instrução preparatória para o próximo episódio de serviço ao universo. Em seguida à sétima auto-outorga, a final, o Filho Criador recebe do Pai Universal a suprema autoridade e a jurisdição sobre o seu universo.
21:4.5 (240.1) Segundo consta nos registros, o Filho divino que por último apareceu no vosso planeta foi um Filho Criador do Paraíso que havia já completado seis fases da sua carreira de auto-outorgas; conseqüentemente, quando ele se liberou da sua prisão na consciência da vida encarnada em Urântia, ele pôde dizer, e realmente disse: “Está consumado” — e estava literalmente terminado. A sua morte em Urântia completou a sua carreira de auto-outorgas; era o último passo para cumprir o juramento sagrado de um Filho Criador do Paraíso. E uma vez realizada essa experiência, tais Filhos tornam-se os soberanos supremos do universo; não mais governam como vice-regentes do Pai, mas sim pelo seu próprio direito, e em seu próprio nome, como “Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores”. Com algumas exceções declaradas, esses Filhos de auto-outorgas sétuplas são supremos, irrestrita e inqualificavelmente, nos universos da sua morada. No que concerne ao seu universo local, “todo o poder nos céus e na Terra” foi delegado a esse Filho Mestre, triunfante e entronizado.
21:4.6 (240.2) Os Filhos Criadores, após completarem as suas carreiras de auto-outorgas, são considerados uma ordem separada, a dos Filhos Mestres sétuplos. Pessoalmente, os Filhos Mestres são idênticos aos Filhos Criadores; mas já passaram por uma experiência tão singular de auto-outorgas, que são comumente encarados como uma ordem diferente. Quando um Filho Criador se digna a efetivar uma auto-outorga; uma mudança real e permanente está destinada a acontecer. É bem verdade que o Filho auto-outorgado continua sendo ainda nada menos do que um Criador, mas terá acrescentado à sua natureza a experiência de uma criatura; e isso o demove, para sempre, do seu nível divino de Filho Criador, elevando-o até o plano experiencial de Filho Mestre, aquele que conquistou plenamente o direito de governar um universo e administrar os seus mundos. Esses seres incorporam tudo o que pode ser assegurado a eles da paternidade divina, e abraçam tudo o que pode ser derivado da experiência da criatura perfeccionada. Por que deveria o homem lamentar-se da sua baixa origem e da sua carreira evolutiva forçada, quando os próprios Deuses devem passar por experiências equivalentes, antes de serem considerados experiencialmente condignos e, final e completamente, competentes para governar os seus domínios no universo?
21:5.1 (240.3) O poder de um Michael Mestre é ilimitado, porque é derivado da coligação experienciada com a Trindade do Paraíso; é inquestionável, porque é derivado da experiência factual de como as criaturas sujeitam-se à própria autoridade daquele Filho. A natureza da soberania de um Filho Criador sétuplo é suprema, pois ela:
21:5.2 (240.4) 1. Abrange o ponto de vista sétuplo da Deidade do Paraíso;
21:5.3 (240.5) 2. Incorpora uma atitude sétupla das criaturas do espaço-tempo;
21:5.4 (240.6) 3. Sintetiza perfeitamente a atitude do Paraíso e o ponto de vista da criatura.
21:5.5 (240.7) Essa soberania experiencial, assim sendo, é todo-inclusiva da divindade de Deus, o Sétuplo; e culmina no Ser Supremo. E a soberania pessoal de um Filho sétuplo é como a soberania futura do Ser Supremo, a ser completada em algum tempo, abrangendo, como o faz, o conteúdo mais pleno possível e manifestável do poder e autoridade da Trindade do Paraíso, dentro dos limites tempo-espaciais envolvidos.
21:5.6 (240.8) Com a realização da soberania suprema, no universo local, o poder e a oportunidade de criar tipos inteiramente novos de criaturas e de seres deixa de ser do Filho Michael, durante a era presente do universo. Todavia, a perda do poder de um Filho Mestre, de originar ordens inteiramente novas de seres, de nenhum modo interfere com o trabalho estabelecido já e em processo do desdobramento da elaboração da vida; esse vasto programa de evolução do universo continua, sem interrupção ou saltos de encurtamento. A aquisição da soberania suprema feita por um Filho Mestre implica a responsabilidade, por meio da devoção pessoal, de fomentar e administrar aquilo que já foi projetado e criado, e aquilo que irá ser produzido subseqüentemente por aqueles que tiverem sido, para isso, designados e criados. Com o tempo, poder-se-á desenvolver uma evolução quase infindável de diversos seres, mas nenhum modelo ou tipo novo de criatura inteligente originar-se-á diretamente de um Filho Mestre, a partir de então. Esse é o primeiro passo, o começo de uma administração estável ou estabelecida em qualquer universo local.
21:5.7 (241.1) A elevação de um Filho auto-outorgador à soberania inquestionável do seu universo significa o começo do fim da incerteza e da relativa confusão de toda uma idade. Posteriormente a esse evento, aquilo que não puder, em nenhum momento, ser espiritualizado, certamente irá desorganizar-se; aquilo que não puder ser, em algum momento, coordenado à realidade cósmica, irá finalmente ser destruído. Quando as reservas de misericórdia sem fim e de paciência inominável se houverem exaurido, em um esforço de ganhar a lealdade e a devoção das criaturas volitivas dos reinos, a justiça e a retidão prevalecerão. Aquilo que a misericórdia não puder reabilitar, a justiça finalmente irá aniquilar.
21:5.8 (241.2) Os Michaéis Mestres são supremos nos seus próprios universos locais, uma vez que se hajam instalado como governantes soberanos. As poucas limitações ao seu governo são aquelas inerentes à preexistência cósmica de certas forças e personalidades. Para tudo mais, esses Filhos Mestres são supremos em autoridade, responsabilidade e poder administrativo, nos seus respectivos universos; são como Criadores e Deuses virtualmente supremos em todos os sentidos. Nada ultrapassa ou escapa à sua sabedoria, no que diz respeito ao funcionamento do seu universo.
21:5.9 (241.3) Após a sua elevação à soberania estável de um universo local, um Michael do Paraíso tem o controle pleno de todos os outros Filhos de Deus que funcionam no seu domínio; e ele pode governar livremente, de acordo com o seu conceito das necessidades dos seus reinos. Segundo a sua vontade, um Filho Mestre pode variar a ordem de julgamento espiritual e ajustamento evolucionário dos planetas habitados. E esses Filhos fazem e executam os planos da sua própria escolha, em todas as questões envolvendo as necessidades planetárias especiais, e, em particular, no que diz respeito aos mundos nos quais tiveram permanência e, mais ainda, sobretudo no que concerne ao reino da auto-outorga terminal, o planeta da sua encarnação à semelhança da carne mortal.
21:5.10 (241.4) Os Filhos Mestres parecem estar em comunicação perfeita com os mundos que receberam as suas auto-outorgas, não apenas com os mundos da sua permanência pessoal, mas com todos os mundos onde um Filho Magisterial haja auto-outorgado a si próprio. Esse contato é mantido pela sua própria presença espiritual, o Espírito da Verdade, que eles são capazes de “verter sobre toda a carne”. Esses Filhos Mestres também mantêm uma conexão ininterrupta com o Filho Materno Eterno, no centro de todas as coisas. Eles possuem um alcance compassivo advém de todos níveis, desde o Pai Universal, no alto, até as raças menos elevadas da vida planetária nos reinos do tempo.
21:6.1 (241.5) Ninguém poderia, com autoridade final, ter a presunção de discutir as naturezas, nem os destinos dos Soberanos Mestres sétuplos dos universos locais; contudo todos nós refletimos muito sobre essas questões. Foi-nos ensinado, e acreditamos, que cada Michael do Paraíso é o absoluto dos conceitos da deidade dual da sua origem; assim, ele incorpora as fases factuais da infinitude do Pai Universal e do Filho Eterno. Os Michaéis devem ser parciais em relação à infinitude total, mas são, provavelmente, absolutos em relação àquela parte da infinitude envolvida na sua origem. Contudo, à medida que observamos os seus trabalhos na era presente do universo, não detectamos nenhuma ação que seja mais que finita; qualquer capacidade suprafinita em conjectura estaria, pois, autocontida, bem como ainda não revelada.
21:6.2 (242.1) O cumprimento das carreiras de auto-outorga como criaturas e a elevação à soberania suprema, em um universo e para um Michael, devem significar a liberação completa das suas capacidades para ações-finitas, acompanhada do surgimento da capacidade para o serviço mais que finito. Pois, a esse respeito, notamos que esses Filhos Mestres são, então, limitados, na produção de novos tipos de seres-criaturas, restrição esta que se faz necessária, sem dúvida, em vista da liberação das suas potencialidades suprafinitas.
21:6.3 (242.2) É altamente provável que esses poderes criadores, não desvelados, permaneçam autocontidos em toda a idade presente do universo. Contudo, em algum momento do futuro distante, nos universos do espaço exterior, ora em mobilização, acreditamos que o enlace entre um Filho Mestre e a Ministra Divina, o Espírito Criativo Materno do sétimo estágio, possa atingir níveis absonitos de serviço, acompanhados do surgimento de coisas, significados e valores novos nos níveis transcendentais de significação última universal.
21:6.4 (242.3) Do mesmo modo que a Deidade do Supremo está-se factualizando, em virtude do serviço experiencial, os Filhos Criadores também estão atingindo a realização pessoal dos potenciais das divindades do Paraíso, contidos nas suas naturezas inescrutáveis. Quando estava em Urântia, o Cristo Michael disse, certa vez: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. E acreditamos que, na eternidade, o destino dos Michaéis seja literalmente constituírem-se “no caminho, na verdade e na vida” de todos; iluminando sempre a senda estreita que leva todas as personalidades do universo à suprema divindade, pela absonitude última, até a finalidade eterna da deidade.
21:6.5 (242.4) [Apresentado por um Perfeccionador da Sabedoria de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 22
22:0.1 (243.1) HÁ TRÊS grupos de seres que são chamados de Filhos de Deus. Além das ordens descendentes e ascendentes de filiação há um terceiro grupo conhecido como os Filhos Trinitarizados de Deus. A ordem trinitarizada de filiação é subdividida em três divisões principais, de acordo com as origens dos seus muitos tipos de personalidades, reveladas e não reveladas. Essas divisões principais são:
22:0.2 (243.2) 1. Os Filhos Trinitarizados pela Deidade.
22:0.3 (243.3) 2. Os Filhos Abraçados pela Trindade.
22:0.4 (243.4) 3. Os Filhos Trinitarizados por Criaturas.
22:0.5 (243.5) Não importando a origem, todos os Filhos Trinitarizados de Deus têm em comum a experiência da trinitarização, seja como parte de sua origem, seja como uma experiência do abraço da Trindade, alcançada posteriormente. Os Filhos Trinitarizados pela Deidade não são revelados nestas narrativas; portanto, esta apresentação restringir-se-á a retratar os dois grupos restantes; e, mais particularmente, os Filhos de Deus abraçados pela Trindade.
22:1.1 (243.6) Todos os filhos abraçados pela Trindade são de origem dual ou única, contudo, depois do abraço da Trindade, eles tornam-se eternamente devotados ao compromisso de serviço à Trindade. Esse corpo, tal como revelado e organizado para o serviço dos superuniversos, abrange sete ordens de personalidades:
22:1.2 (243.7) 1. Os Mensageiros Poderosos.
22:1.3 (243.8) 2. Aqueles Elevados Em Autoridade.
22:1.4 (243.9) 3. Aqueles Sem Nome Nem Número.
22:1.5 (243.10) 4. Os Custódios Trinitarizados.
22:1.6 (243.11) 5. Os Embaixadores Trinitarizados.
22:1.7 (243.12) 6. Os Guardiães Celestes.
22:1.8 (243.13) 7. Os Assistentes dos Filhos Elevados.
22:1.9 (243.14) Esses sete grupos de personalidades são ainda classificados, de acordo com a origem, a natureza e a função, em três divisões principais: os Filhos Trinitarizados de Realização, os Filhos Trinitarizados de Seleção e os Filhos Trinitarizados de Perfeição.
22:1.10 (244.1) Os Filhos Trinitarizados de Realização — os Mensageiros Poderosos, Aqueles Elevados Em Autoridade e Aqueles Sem Nome Nem Número — são, todos, mortais ascendentes, fusionados ao Ajustador, que alcançaram o Paraíso e o Corpo de Finalidade. No entanto, deixaram de ser finalitores; e os seus nomes são retirados da lista de chamada dos finalitores, depois de abraçados pela Trindade. Os novos filhos dessa ordem passam por cursos específicos de aperfeiçoamento, por períodos relativamente curtos, nos circuitos dos planetas-sede dos circuitos de Havona, sob a direção dos Eternos dos Dias. Daí em diante, são designados para os serviços dos Anciães dos Dias nos sete superuniversos.
22:1.11 (244.2) Os Filhos Trinitarizados de Seleção abrangem os Custódios Trinitarizados e os Embaixadores Trinitarizados. São recrutados entre certos serafins evolucionários e entre as criaturas intermediárias transladadas que hajam atravessado Havona e alcançado o Paraíso, bem como entre alguns dos mortais fusionados ao Espírito e fusionados ao Filho, que, da mesma forma, hajam ascendido até a Ilha Central de Luz e Vida. Depois de haverem sido abraçados pela Trindade do Paraíso e de um breve aperfeiçoamento em Havona, os Filhos Trinitarizados de Seleção são designados para as cortes dos Anciães dos Dias.
22:1.12 (244.3) Os Filhos Trinitarizados de Perfeição. Os Guardiães Celestes e os seus coordenados, os Assistentes dos Filhos Elevados, compreendem um grupo único de personalidades duplamente trinitarizadas. Eles são os filhos, trinitarizados-por-criaturas, de personalidades do Paraíso-Havona, ou de mortais ascendentes perfeccionados, que há muito tempo se distinguiram nos Corpos da Finalidade. Alguns desses filhos trinitarizados-por-criaturas, depois de servirem junto aos Executivos Supremos dos Sete Espíritos Mestres, e depois de servirem aos Filhos Instrutores da Trindade, são retrinitarizados (abraçados) pela Trindade do Paraíso e, então, designados para as cortes dos Anciães dos Dias, como Guardiães Celestes e Assistentes dos Filhos Elevados. Os Filhos Trinitarizados de Perfeição são diretamente designados para o serviço do superuniverso, sem outros aperfeiçoamentos.
22:1.13 (244.4) Os nossos colaboradores originários da Trindade — os Perfeccionadores da Sabedoria, Conselheiros Divinos e Censores Universais — existem em números estacionários. Mas o número dos filhos abraçados pela Trindade está crescendo constantemente. Todas as sete ordens de filhos abraçados pela Trindade são designadas membros de um dos governos dos sete superuniversos, e o número deles em serviço junto a cada superuniverso permanece exatamente o mesmo; nem um sequer foi jamais perdido. Os seres abraçados pela Trindade jamais se desviaram; podem tropeçar temporariamente, mas nenhum deles jamais foi considerado culpado por desacato aos governos dos superuniversos. Os Filhos de Realização e os Filhos de Seleção nunca falharam no serviço de Orvônton, mas os Filhos Trinitarizados de Perfeição algumas vezes erraram, no seu julgamento, tendo assim causado confusões passageiras.
22:1.14 (244.5) Sob a direção dos Anciães dos Dias, todas as sete ordens funcionam em larga medida como grupos que se autogovernam. O seu escopo de serviço é múltiplo; os Filhos Trinitarizados de Perfeição não deixam o superuniverso para o qual foram designados, mas os seus colaboradores trinitarizados abrangem o grande universo, viajando desde os mundos evolucionários do tempo e do espaço até a Ilha Eterna do Paraíso. Eles podem funcionar em qualquer dos superuniversos, mas fazem-no sempre como membros dos supergovernos da sua designação original.
22:1.15 (244.6) Ao que parece, os filhos abraçados pela Trindade foram designados permanentemente para o serviço dos sete superuniversos; essa designação certamente é para durar por toda a idade presente do universo, mas nunca fomos informados de que deverá ser eterna.
22:2.1 (245.1) Os Mensageiros Poderosos pertencem ao grupo ascendente dos Filhos Trinitarizados. Eles são uma classe de mortais perfeccionados que foram provados em rebeliões, e, de outros tantos modos, foram igualmente testados quanto à sua lealdade pessoal. Todos passaram por algum teste definitivo de lealdade universal. Na sua ascensão ao Paraíso, eles permaneceram firmes e leais em face da deslealdade dos seus superiores, em algum momento; e alguns funcionaram, ativa e lealmente, no lugar desses líderes infiéis.
22:2.2 (245.2) Com tais antecedentes pessoais de fidelidade e devoção, tais mortais ascendentes passam por Havona junto com a corrente de peregrinos do tempo, atingem o Paraíso, graduam-se ali e são incorporados ao Corpo de Finalidade. Depois, são trinitarizados, pelo abraço secreto da Trindade do Paraíso e designados, subseqüentemente, para tornar-se colaboradores dos Anciães dos Dias, na administração dos governos dos sete superuniversos.
22:2.3 (245.3) Todos os mortais ascendentes, com experiência em insurreições, que funcionaram lealmente durante alguma rebelião, estão finalmente destinados a tornar-se Mensageiros Poderosos a serviço do superuniverso. E, do mesmo modo, também o está qualquer criatura ascendente que previna, com eficácia, as rebeliões do erro, do mal ou do pecado; pois a ação destinada a impedir a rebelião ou efetivar tipos elevados de lealdade, durante uma crise no universo, é considerada como tendo um valor ainda maior do que a lealdade diante da rebelião de fato.
22:2.4 (245.4) Os Mensageiros Poderosos mais categorizados foram escolhidos dentre os mortais ascendentes do tempo e do espaço que estiveram entre os primeiros a chegar ao Paraíso, muitos deles havendo atravessado Havona nos tempos de Grandfanda. Mas a primeira trinitarização de Mensageiros Poderosos não aconteceu senão quando o corpo de candidatos passou a ter representantes de todos os sete superuniversos. E o último grupo dessa ordem a se qualificar, no Paraíso, abrangia peregrinos ascendentes do universo local de Nébadon.
22:2.5 (245.5) Os Mensageiros Poderosos são abraçados pela Trindade do Paraíso em classes de setecentos mil; e, destes, cem mil são designados para cada um dos superuniversos. Quase um trilhão de Mensageiros Poderosos estão a serviço em Uversa, e há todos os motivos para acreditar-se que o número que serve em cada um dos sete superuniversos seja exatamente o mesmo.
22:2.6 (245.6) Eu sou um Mensageiro Poderoso, e, pode ser do interesse dos urantianos saber que a companheira e parceira da minha experiência mortal, saiu também triunfante no grande teste; e que, ainda que tenhamos sido separados, por muitas vezes e por períodos longos, durante a ascensão interior a Havona, que durou uma longa idade, fomos abraçados no mesmo grupo de setecentos mil; e passamos o nosso período de travessia de Vicegérington em ligação estreita e amorosa. Finalmente fomos incumbidos com uma missão, e juntos designados para Uversa, em Orvônton; e, muitas vezes, somos despachados juntos para a execução de compromissos que requerem dois Mensageiros para o serviço.
22:2.7 (245.7) Os Mensageiros Poderosos, em conjunto com todos os filhos abraçados pela Trindade, são designados para todas as fases de atividades dos superuniversos. Eles mantêm conexão constante com a sua sede-central, por meio do serviço de refletividade superuniversal. Os Mensageiros Poderosos servem em todos os setores de um superuniverso e, freqüentemente, executam missões para os universos locais e mesmo para os mundos individuais, como eu o faço nesta ocasião.
22:2.8 (245.8) Nas cortes dos superuniversos, os Mensageiros Poderosos atuam como defensores, tanto para os indivíduos, quanto dos planetas, quando estes se apresentam para julgamento; eles também assistem os Perfeições dos Dias na direção de assuntos dos setores maiores. Como grupo, o seu compromisso principal é de observadores dos superuniversos. Ficam estacionados nos vários mundos sede-centrais e planetas individuais de importância, como observadores oficiais dos Anciães dos Dias. Quando designados para tal, eles também servem como conselheiros para as autoridades que dirigem os assuntos das esferas da sua permanência. Os Mensageiros tomam parte ativa em todas as fases do esquema ascendente de progressão mortal. Com os seus colaboradores de origem mortal, eles mantêm os supergovernos em contato estreito e pessoal com o status e o progresso dos planos dos Filhos descendentes de Deus.
22:2.9 (246.1) Os Mensageiros Poderosos são plenamente conscientes de toda a sua carreira ascendente; e é por isso que são ministros tão úteis e compassivos, mensageiros compreensivos, para servir em qualquer mundo do espaço e a qualquer criatura do tempo. Tão logo vos liberteis da carne, ireis comunicar-vos livre e de modo compreensível conosco, pois viemos de todas as raças, de todos os mundos evolucionários do espaço, isto é, daquelas raças mortais que são resididas pelos Ajustadores do Pensamento e que se fusionam, subseqüentemente, com eles.
22:3.1 (246.2) Aqueles Elevados Em Autoridade, o segundo grupo de Filhos Trinitarizados de Realização, são todos seres de origem mortal e já fusionados aos Ajustadores. São os mortais perfeccionados que demonstraram capacidade superior de administração e que têm demonstrado um gênio executivo extraordinário, durante as suas longas carreiras ascendentes. Eles são a nata da capacidade de governar, derivada dos mortais sobreviventes do espaço.
22:3.2 (246.3) Um número de setenta mil de Aqueles Elevados Em Autoridade é trinitarizado em cada ligação com a Trindade. Embora o universo local de Nébadon seja uma criação relativamente jovem, tem representantes em uma classe recentemente trinitarizada dessa ordem. Existem agora, a serviço em Orvônton, mais de dez bilhões desses administradores hábeis. Como todas as ordens separadas de seres celestes, eles mantêm a sua própria sede-central em Uversa e, como os outros filhos abraçados pela Trindade, as suas reservas em Uversa atuam como um corpo central dirigente da sua ordem em Orvônton.
22:3.3 (246.4) Aqueles Elevados Em Autoridade são administradores sem limitações. Eles são os executivos presentes em todos os lugares e sempre eficientes dos Anciães dos Dias. Servem em qualquer esfera, em qualquer mundo habitado e em qualquer fase das atividades de qualquer um dos sete superuniversos.
22:3.4 (246.5) Possuindo sabedoria administrativa extraordinária e habilidade executiva inusitada, esses seres brilhantes assumem apresentar a causa da justiça, da parte dos tribunais dos superuniversos; eles fomentam a execução da justiça e a retificação de adaptações malfeitas, nos universos evolucionários. Portanto, se alguma vez fordes citados por erros de julgamento, enquanto estiverdes ascendendo pelas esferas e pelos mundos ordenados, na vossa progressão cósmica, pouco provável é que sofrais injustiças, pois os vossos promotores serão criaturas que, em outros tempos, foram seres ascendentes e que estão familiarizados pessoalmente com todo passo da carreira pela qual tendes já passado e que estais atravessando.
22:4.1 (246.6) Aqueles Sem Nome Nem Número constituem o terceiro e último grupo de Filhos Trinitarizados de Realização; eles são as almas ascendentes que desenvolveram um potencial de adoração muito superior àquela capacidade de todos os filhos e filhas das raças evolucionárias dos mundos do tempo e do espaço. Eles adquiriram um conceito espiritual do propósito eterno do Pai Universal que, de um certo modo, transcende à compreensão das criaturas evolucionárias com nome ou número; por isso, são denominados Aqueles Sem Nome Nem Número. Se traduzido com um sentido mais preciso, o seu nome seria “Aqueles Acima de Nome e de Número”.
22:4.2 (247.1) Essa ordem de filhos é abraçada pela Trindade do Paraíso, em grupos de sete mil. Existem, registrados em Uversa, mais de cem milhões desses filhos a serviço em Orvônton.
22:4.3 (247.2) Posto que Aqueles Sem Nome Nem Número são as mentes espirituais superiores das raças sobreviventes, estão especialmente qualificados para julgar e dar opiniões em conjunto, quando um ponto de vista espiritual for desejável e quando a experiência na carreira ascendente for essencial para uma compreensão adequada das questões envolvidas com o que está sendo julgado. Eles são os jurados supremos de Orvônton. Um sistema mal administrado de júri pode chegar a ser, em maior ou menor grau, uma paródia da justiça, em alguns mundos; mas, em Uversa e nos seus tribunais de extensão, empregamos o mais alto tipo de mentalidade espiritual evoluída como jurados-juízes. O julgamento é a função mais elevada de qualquer governo e, aqueles a quem se confiam as definições dos veredictos, devem ser escolhidos entre os tipos mais elevados e nobres dentre os indivíduos mais experientes e compreensivos.
22:4.4 (247.3) A seleção dos candidatos para as classes trinitarizadas de Mensageiros Poderosos, Aqueles Elevados Em Autoridade e Aqueles Sem Nome Nem Número, é inerente e automática. As técnicas seletivas do Paraíso não são arbitrárias em nenhum sentido. A experiência pessoal e os valores espirituais determinam a escolha do pessoal do grupo dos Filhos Trinitarizados de Realização. Tais seres são iguais em autoridade e uniformes em status administrativo, mas todos possuem uma individualidade e um caráter diferente; não são seres padronizados. São todos caracteristicamente diferentes, dependendo das diferenças das suas carreiras ascendentes.
22:4.5 (247.4) Além dessas qualificações experienciais, os Filhos Trinitarizados de Realização foram trinitarizados no abraço divino das Deidades do Paraíso. Conseqüentemente, atuam como colaboradores coordenados dos Filhos Estacionários da Trindade, pois o abraço da Trindade parece fazer precipitar, da corrente do tempo futuro, muitos dos potenciais irrealizados dos seres-criaturas. Todavia isso é verdadeiro apenas no que concerne àquilo que é pertinente à idade presente do universo.
22:4.6 (247.5) Esse grupo de filhos dedica-se, principalmente, mas não unicamente, ao serviço da carreira ascendente dos mortais do tempo e do espaço. Se o ponto de vista de uma criatura mortal estiver em dúvida, a questão é decidida por apelação a uma comissão ascendente, consistindo esta de um Mensageiro Poderoso, um Aquele Elevado em Autoridade e um Aquele sem Nome nem Número.
22:4.7 (247.6) Vós, mortais, que ora tendes contato com essa mensagem, podeis, vós próprios, ascender ao Paraíso, alcançar o abraço da Trindade e, em idades remotas do futuro, ser designados para o serviço dos Anciães dos Dias, em um dos sete superuniversos; e, em algum outro momento, ser designados para ampliar a revelação da verdade, em algum planeta habitado em evolução, do mesmo modo que eu agora sirvo em Urântia.
22:5.1 (247.7) Os Custódios Trinitarizados são Filhos Trinitarizados de Seleção. Não apenas as vossas raças, mas outros mortais com valor de sobrevivência, atravessam Havona, alcançam o Paraíso e, algumas vezes, se vêem sendo designados para o serviço do superuniverso, com os Filhos Estacionários da Trindade; entretanto, também os vossos fiéis guardiães seráficos e os vossos igualmente fiéis seres intermediários interassociados podem tornar-se candidatos ao mesmo reconhecimento da Trindade e ao mesmo magnífico destino da personalidade.
22:5.2 (248.1) Os Custódios Trinitarizados são serafins ascendentes e criaturas intermediárias transladadas que passaram por Havona e que atingiram o Paraíso e o Corpo de Finalidade. Subseqüentemente, havendo sido abraçados pela Trindade do Paraíso, foram designados para o serviço dos Anciães dos Dias.
22:5.3 (248.2) Os candidatos ao abraço da Trindade, entre os serafins ascendentes, recebem esse reconhecimento por causa da sua cooperação valente com algum mortal ascendente que haja atingido o Corpo de Finalidade e que, posteriormente, haja sido trinitarizado. O próprio guardião seráfico da minha carreira mortal veio comigo e, mais tarde, foi trinitarizado estando, agora, ligado ao governo de Uversa como um Custódio Trinitarizado.
22:5.4 (248.3) Do mesmo modo acontece com as criaturas intermediárias: muitas foram transladadas e alcançaram o Paraíso junto com os serafins e, pelas mesmas razões, foram abraçadas pela Trindade e indicadas para atuar como Custódios, nos superuniversos.
22:5.5 (248.4) Os Custódios Trinitarizados são abraçados pela Trindade do Paraíso, em grupos de setenta mil, e um sétimo de cada grupo é designado para cada super- universo. Existem, agora, a serviço de Orvônton, um pouco mais do que dez milhões desses confiáveis e elevados Custódios. Servem em Uversa e nas esferas das sedes-centrais maior e menor. Nos seus trabalhos eles são assistidos por um corpo de vários bilhões de seconafins e outras personalidades capacitadas do superuniverso.
22:5.6 (248.5) Os Custódios Trinitarizados iniciam as suas carreiras como custódios e continuam como tais, nos assuntos dos supergovernos. De um certo modo, eles são funcionários dos governos dos seus superuniversos, mas não lidam com os indivíduos, como o fazem os Guardiães Celestes. Os Custódios Trinitarizados administram os assuntos grupais e fomentam os projetos coletivos. São os Custódios dos registros, planos e instituições; atuam como encarregados fiéis para os empreendimentos, grupos de personalidades, projetos ascendentes, planos moronciais, projeções universais e inúmeros outros empreendimentos.
22:6.1 (248.6) Os Embaixadores Trinitarizados são a segunda ordem de Filhos Trinitarizados de Seleção e, como os seus semelhantes, os Custódios, são recrutados a partir de dois tipos de criaturas ascendentes. Nem todos os mortais ascendentes são fusionados aos Ajustadores ou ao Pai; alguns são de fusionamento com o Espírito; e alguns com o Filho. Alguns desses mortais fusionados com o Espírito e com o Filho alcançam Havona e atingem o Paraíso. Entre esses ascendentes ao Paraíso, são selecionados os candidatos para o abraço da Trindade e, de tempos em tempos, são trinitarizados, em classes de sete mil. Eles ficam, então, incumbidos com missões nos superuniversos, como Embaixadores Trinitarizados dos Anciães dos Dias. Quase meio bilhão deles encontra-se registrado em Uversa.
22:6.2 (248.7) Os Embaixadores Trinitarizados são selecionados para o abraço da Trindade por indicação dos seus mestres em Havona. Representam as mentes superiores dos seus respectivos grupos e são, portanto, mais bem qualificados para assistir os governantes dos superuniversos no entendimento e administração dos interesses dos mundos dos quais provêm os mortais fusionados com o Espírito. Os Embaixadores fusionados com o Filho são de grande ajuda no nosso encaminhamento das questões que envolvem a ordem de personalidade dos fusionados com o Filho.
22:6.3 (248.8) Os Embaixadores Trinitarizados são emissários dos Anciães dos Dias para todo e qualquer propósito, para todos e quaisquer mundos ou universos, dentro do seu superuniverso de designação. Executam serviços especiais e importantes, nas sedes-centrais dos setores menores, e cumprem as designações para missões inúmeras e diversas em um superuniverso. Formam os corpos de emergência ou reserva dos Filhos Trinitarizados dos supergovernos e ficam, portanto, disponíveis para uma gama ampla de deveres. Engajam-se em milhares de empreendimentos ligados aos assuntos dos superuniversos; todos impossíveis de descrever às mentes humanas, pois nada há acontecendo em Urântia que seja análogo a tais atividades.
22:7.1 (249.1) Não posso desvelar completamente para a mente material a experiência da atuação criadora suprema dos seres espirituais perfeitos e perfeccionados no ato da trinitarização. As técnicas da trinitarização estão entre os segredos de Vicegérington e Solárington e não são reveláveis a ninguém, nem compreensíveis por ninguém, a não ser por aqueles que hajam passado por essas experiências únicas. E, pois, além da possibilidade de qualquer ser, está retratar, com êxito, para a mente humana, a natureza e o propósito dessa extraordinária operação.
22:7.2 (249.2) Excetuando-se as Deidades, apenas as personalidades do Paraíso-Havona e certos membros dos corpos de finalidade engajam-se na trinitarização. Sob as condições especializadas da perfeição do Paraíso, esses seres magníficos podem embarcar na aventura única da identidade-conceito e, muitas vezes, eles têm tido êxito na produção de um ser novo, um filho trinitarizado por criaturas.
22:7.3 (249.3) As criaturas glorificadas que se engajam em tais aventuras de trinitarização podem participar de apenas uma experiência desta, enquanto, com as Deidades do Paraíso, parece não haver nenhum limite quanto à execução repetida dos episódios de trinitarização. A Deidade parece estar limitada apenas sob um aspecto: só pode haver um Espírito Infinito e Original, apenas um executivo infinito da vontade unificada de Pai-Filho.
22:7.4 (249.4) Os finalitores, mortais ascendentes fusionados ao Ajustador, que atingiram certos níveis da cultura do Paraíso e do desenvolvimento espiritual, estão entre aqueles que podem intentar trinitarizar um ser-criatura. Quando estacionadas no Paraíso, às companhias de finalitores mortais é concedido um recesso a cada milênio do tempo de Havona. Há sete modos diferentes pelos quais esses finalitores podem escolher passar esse período livre de deveres, e um destes é tentar, em associação com algum finalitor companheiro ou alguma personalidade do Paraíso-Havona, realizar o ato da trinitarização de uma criatura.
22:7.5 (249.5) Caso dois finalitores mortais, ao apresentar-se diante dos Arquitetos do Universo-Mestre, demonstrem que escolheram, independentemente um do outro, um conceito idêntico para a trinitarização, os Arquitetos têm o poder, segundo a sua própria determinação, de promulgar mandados permitindo que esses mortais ascendentes glorificados prolonguem os seus recessos e que, por um tempo, se retirem para o setor de trinitarização dos Cidadãos do Paraíso. Ao final desse retiro a eles concedido, se informarem que escolheram, a sós e em conjunto, fazer o esforço paradisíaco de espiritualizar, idealizar e factualizar um conceito seleto e original, que até aquele momento não haja sido trinitarizado, então o Espírito Mestre Número Sete emite ordens autorizando um empreendimento assim tão extraordinário.
22:7.6 (249.6) Períodos de tempos inacreditavelmente longos, algumas vezes, são consumidos nessas aventuras; uma era parece passar, antes que esses seres determinados e cheios de fé, que já foram mortais — junto a outros que, algumas vezes, são personalidades do Paraíso-Havona — , finalmente atinjam a sua meta, tendo realmente êxito em trazer o seu conceito escolhido de verdade universal à existência factual. E nem sempre esses pares devotados têm êxito; muitas vezes, por algum erro, que não se consegue descobrir, eles falham. Os candidatos à trinitarização que falham, assim, são admitidos em um grupo especial de finalitores, designados como seres que fizeram o esforço supremo e que suportaram o desapontamento supremo. Quando as Deidades do Paraíso se unem para trinitarizar, sempre têm êxito; mas o mesmo pode não ocorrer com um par homogêneo de criaturas, na tentativa de união de dois membros da mesma ordem de seres.
22:7.7 (250.1) Quando um ser novo e original é trinitarizado pelos Deuses, os Pais divinos permanecem inalterados no seu potencial de deidade; mas, quando seres-criaturas elevados intentam realizar tal episódio criador, uma das partes individuais participantes sofre uma modificação única de personalidade. Os dois antepassados de um filho trinitarizado por uma criatura transformam-se espiritualmente, e em um certo sentido, em um só. Acreditamos que esse status de bi-unificação, de certas fases espirituais da personalidade, provavelmente prevalecerá até o momento em que o Ser Supremo haja alcançado a sua manifestação plena e completa de personalidade, no grande universo.
22:7.8 (250.2) Simultaneamente com o aparecimento de um novo filho trinitarizado por criaturas, ocorre essa união funcional espiritual dos dois ancestrais; os dois progenitores trinitarizados tornam-se um, no nível funcional último. Nenhum ser criado no universo pode explicar plenamente esse fenômeno surpreendente; é uma experiência próxima do divino. Quando o Pai e o Filho uniram-se para eternizar o Espírito Infinito, após a realização do Seu propósito, imediatamente, Eles tornaram-se como Um e, desde então, têm sido Um. E, ainda que a união entre duas criaturas, para a trinitarização, seja da ordem do escopo infinito da união perfeita da Deidade do Pai Universal mais Filho Eterno, as repercussões da trinitarização feita pela criatura não são eternas em natureza; elas terminarão quando da completa factualização das Deidades experienciais.
22:7.9 (250.3) Ainda que esses progenitores de filhos trinitarizados por criaturas se transformem em um, para os seus compromissos no universo, eles continuam a ser reconhecidos como duas personalidades, na formação das fileiras e nas listas de chamada do Corpo de Finalidade e dos Arquitetos do Universo-Mestre. Durante a idade corrente do universo, todos os progenitores unidos pela trinitarização são inseparáveis para compromissos e função; aonde vai um, o outro vai, o que faz um, o outro faz. Se a bi-unificação dos progenitores envolve um finalitor mortal (ou de outra ordem) e uma personalidade do Paraíso-Havona, os seres progenitores unidos não funcionam nem com seres do Paraíso, nem com havonianos, nem com finalitores. Essas uniões mistas reúnem-se em corpos especiais, constituídos de seres similares. E, em todas as uniões de trinitarização, mistas ou de outra forma, os seres progenitores permanecem conscientes um do outro; podem comunicar-se um com o outro, e tornam-se capazes de executar deveres dos quais nenhum deles poderia, anteriormente, desincumbir-se.
22:7.10 (250.4) Os Sete Espíritos Mestres têm autoridade para sancionar a união trinitarizante de finalitores e personalidades do Paraíso-Havona, e tais ligações mistas sempre são bem-sucedidas. Os magníficos filhos trinitarizados-por-criaturas resultantes são representativos de conceitos inadequados à compreensão, tanto da parte das criaturas eternas do Paraíso, quanto da parte das criaturas temporais do espaço; por isso, eles tornam-se os pupilos protegidos dos Arquitetos do Universo-Mestre. Esses filhos trinitarizados do destino incorporam idéias, ideais e uma experiência, as quais aparentemente pertencem a uma idade futura do universo, e, por esse motivo, não são de nenhum valor prático, imediato, para a administração do universo central, nem para a dos superuniversos. Esses filhos singulares das criaturas do tempo e dos cidadãos da eternidade são todos mantidos em uma reserva em Vicegérington, onde se engajam no estudo dos conceitos do tempo e das realidades da eternidade, em um setor especial da esfera ocupada pelas faculdades secretas dos corpos dos Filhos Criadores.
22:7.11 (251.1) O Ser Supremo é a unificação das três fases de realidade da Deidade: Deus, o Supremo, unificação espiritual de certos aspectos finitos da Trindade do Paraíso; o Supremo Todo-Poderoso, unificação do poder dos Criadores do grande universo; e a Mente Suprema, ou a contribuição individual da Terceira Fonte e Centro, e seus coordenados, para a realidade do Ser Supremo. Nas suas aventuras de trinitarização, as excelsas criaturas do universo central e do Paraíso envolvem-se em uma exploração tríplice da Deidade do Supremo, que resulta na produção de três ordens de filhos trinitarizados por criaturas:
22:7.12 (251.2) 1. Os Filhos trinitarizados por ascendentes. Nos seus esforços criadores os finalitores estão tentando trinitarizar algumas realidades conceituais do Supremo Todo-Poderoso, as quais eles adquiriram experiencialmente na sua ascensão pelo tempo e pelo espaço, até o Paraíso.
22:7.13 (251.3) 2. Os Filhos trinitarizados por criaturas do Paraíso-Havona. Os esforços criadores dos Cidadãos do Paraíso e dos havonianos resultam na trinitarização de certos aspectos espirituais elevados do Ser Supremo, os quais eles adquiriram experiencialmente de antecedentes super-supremos que são limítrofes do Último e do Eterno.
22:7.14 (251.4) 3. Os Filhos trinitarizados do Destino. Quando, no entanto, um finalitor e uma criatura do Paraíso-Havona trinitarizam juntos uma nova criatura, esse esforço conjunto repercute em certas fases da Mente Suprema Última. Os filhos resultantes, trinitarizados por criaturas, são supracriacionais; eles representam factualidades da Deidade Suprema Última que não foram atingidas experiencialmente de outro modo e que, por isso mesmo, caem automaticamente no domínio dos Arquitetos do Universo-Mestre, custódios que são de as todas coisas transcendentes aos limites criacionais da idade presente do universo. Os filhos trinitarizados do destino incorporam certos aspectos da função do Supremo Último não revelada no universo-Mestre. Não sabemos muita coisa sobre esses filhos conjuntos do tempo e da eternidade, mas sabemos bem mais do que aquilo que nos foi permitido revelar.
22:8.1 (251.5) Além dos filhos trinitarizados-por-criaturas considerados nesta narrativa, há inúmeras ordens não reveladas de seres trinitarizados-por-criaturas — a progênie diversificada das ligações múltiplas das personalidades dos sete corpos de finalitores e das personalidades do Paraíso-Havona. Todavia, todos esses seres trinitarizados-por-criaturas, revelados e não revelados, são dotados de personalidade pelo Pai Universal.
22:8.2 (251.6) Quando os novos filhos, trinitarizados-por-ascendentes e trinitarizados-por-seres-do-Paraíso-Havona, ainda estão jovens e destreinados, geralmente são despachados para longos períodos de serviço nas sete esferas do Espírito Infinito, no Paraíso, nas quais servem sob a tutela dos Sete Executivos Supremos. Subseqüentemente, podem ser adotados pelos Filhos Instrutores da Trindade para futuros aperfeiçoamentos nos universos locais.
22:8.3 (251.7) Esses filhos adotados, com origem em criaturas elevadas e glorificadas, são aprendizes, assistentes estudiosos dos Filhos Instrutores e, no que diz respeito à classificação, freqüentemente, são numerados de forma temporária, segundo tais Filhos. Eles podem cumprir, e cumprem, muitas tarefas nobres que implicam o desprendimento em favor dos reinos aos quais escolheram servir.
22:8.4 (251.8) Os Filhos Instrutores, nos universos locais, podem propor que os seus tutelados, trinitarizados por criaturas, sejam abraçados pela Trindade do Paraíso. Emergindo desse abraço, como Filhos Trinitarizados de Perfeição, eles integram o serviço dos Anciães dos Dias nos sete superuniversos, sendo esse o destino atualmente conhecido desse grupo singular de seres trinitarizados duplamente.
22:8.5 (252.1) Nem todos os filhos trinitarizados por criaturas são abraçados pela Trindade; muitos se tornam colaboradores e embaixadores dos Sete Espíritos Mestres do Paraíso, dos Espíritos Refletivos dos superuniversos e dos Espíritos Maternos das criações locais. Outros podem aceitar designações especiais na Ilha Eterna. E outros, ainda, podem integrar os serviços especiais nos mundos secretos do Pai e nas esferas do Espírito, no Paraíso. Finalmente, muitos encontram seu caminho aderindo aos corpos conjuntos dos Filhos Trinitarizados nos circuitos internos de Havona.
22:8.6 (252.2) Excetuando-se os Filhos Trinitarizados de Perfeição e aqueles que se estão reunindo em Vicegérington, o destino supremo de todos os filhos trinitarizados por criaturas parece ser o de entrar no corpo de Finalitores Trinitarizados, um dos sete Corpos da Finalidade do Paraíso.
22:9.1 (252.3) Os filhos trinitarizados por criaturas são abraçados pela Trindade do Paraíso em classes de sete mil. Essa progênie trinitarizada de humanos perfeccionados e personalidades do Paraíso-Havona são todos igualmente abraçados pelas Deidades; todavia, são designados para os superuniversos, de acordo com a recomendação dos seus antigos instrutores, os Filhos Instrutores da Trindade. Aqueles que prestaram os melhores serviços são indicados como Assistentes dos Filhos Elevados; aqueles que tiveram atuações menos distinguidas são designados Guardiães Celestes.
22:9.2 (252.4) Esses seres singulares, quando houverem sido abraçados pela Trindade, tornar-se-ão adjuntos valiosos dos governos dos superuniversos. Eles são versados nos assuntos da carreira ascendente, não por ascensão pessoal, mas em conseqüência do seu serviço junto aos Filhos Instrutores da Trindade nos mundos do espaço.
22:9.3 (252.5) Quase um bilhão desses Guardiães Celestes está em missões em Orvônton. Eles são designados, principalmente, às administrações dos Perfeições dos Dias, nas sedes-centrais dos setores maiores, e são competentemente assistidos por um corpo de mortais ascendentes fusionados ao Filho.
22:9.4 (252.6) Os Guardiães Celestes são os oficiais das cortes dos Anciães dos Dias, funcionando como mensageiros das cortes e portadores das citações e decisões dos vários tribunais dos governos dos superuniversos. São agentes de apreensão dos Anciães dos Dias; eles partem de Uversa, em busca de seres cuja presença esteja sendo requisitada perante os juízes dos superuniversos; executam os mandados para a detenção de qualquer personalidade no superuniverso. Eles também acompanham os mortais dos universos locais, fusionados ao Espírito, quando, por qualquer razão, a sua presença é requisitada em Uversa.
22:9.5 (252.7) Os Guardiães Celestes e seus colaboradores, os Assistentes dos Filhos Elevados, nunca foram resididos por Ajustadores. E também não são fusionados nem ao Espírito nem ao Filho. O abraço da Trindade do Paraíso compensa, todavia, por tudo no status de não-fusão desses Filhos Trinitarizados de Perfeição. O abraço da Trindade pode atuar apenas sobre a idéia que é personificada em um filho trinitarizado-por-criatura, deixando inalterado, sob os demais aspectos, o próprio filho abraçado; tal limitação, todavia, ocorre apenas quando assim planejada.
22:9.6 (252.8) Tais filhos, trinitarizados duplamente, são seres maravilhosos, mas não são nem tão versáteis ou tão confiáveis quanto os seus elaboradores ascendentes; falta-lhes a grande e profunda experiência pessoal que o restante dos filhos pertencentes a esse grupo adquiriu, escalando, factualmente, desde os domínios escuros do espaço até alcançarem glorificação. Nós, da carreira ascendente, os amamos e fazemos tudo, dentro da nossa capacidade, para compensar as suas deficiências; e eles fazem-nos ficar mais gratos ainda por causa da nossa origem inferior e da nossa capacidade de experienciar. A sua disposição para reconhecer e demonstrar as próprias deficiências quanto às realidades experienciáveis da ascensão no universo é transcendentalmente bela e, algumas vezes, mesmo, comovedoramente patética.
22:9.7 (253.1) Os Filhos Trinitarizados de Perfeição são limitados, se comparados a outros filhos abraçados pela Trindade, porque a sua capacidade experiencial é inibida tempo-espacialmente. Eles se ressentem da deficiência de experiência, a despeito do longo aperfeiçoamento com os Executivos Supremos e com os Filhos Instrutores, e, se não fosse isso, a saturação experiencial poderia impedir que esses seres ficassem deixados em reserva até adquirirem experiência em uma futura era do universo. Não há simplesmente nada, em toda a existência universal, que possa tomar o lugar da experiência pessoal de fato, e esses filhos trinitarizados por criaturas são mantidos na reserva para exercerem funções experienciais em alguma época futura do universo.
22:9.8 (253.2) Nos mundos das mansões, não raro, tenho visto esses funcionários dignificados das altas cortes do superuniverso contemplarem, desejosa e apelativamente, até mesmo os recém-chegados dos mundos evolucionários do espaço. E não se poderia deixar de perceber como esses possuidores de uma trinitarização não experiencial invejam realmente os seus irmãos, supostamente menos afortunados, que ascenderam no caminho universal, por meio de passos dados, com boa-fé, na experiência e na vivência factual. Apesar das suas dificuldades e limitações, formam um corpo de trabalhadores maravilhosamente útil e sempre disposto, quando se trata da execução dos planos administrativos complexos dos governos dos superuniversos.
22:10.1 (253.3) Os Assistentes dos Filhos Elevados são o grupo superior de filhos trinitarizados e re-trinitarizados dos seres ascendentes glorificados do Corpo Mortal da Finalidade, e dos seus eternos companheiros, as personalidades do Paraíso-Havona. Eles são designados para o serviço dos superuniversos e funcionam como ajudantes pessoais dos filhos elevados dos governos dos Anciães dos Dias; e poderiam ser adequadamente denominados secretários particulares. Eles atuam, de tempos em tempos, como funcionários para comissões especiais e outras coligações grupais dos filhos elevados. Servem aos Perfeccionadores da Sabedoria, Conselheiros Divinos, Censores Universais, Mensageiros Poderosos, Aqueles Elevados em Autoridade e Aqueles sem Nome nem Número.
22:10.2 (253.4) Se, ao dissertar sobre os Guardiães Celestes, pareceu que chamei a atenção para as limitações e dificuldades desses filhos duplamente trinitarizados, deixai-me, agora, com toda a justiça, chamar a atenção para o seu grande ponto forte, o atributo que os torna quase inestimáveis para nós. Esses seres devem a sua própria existência ao fato de serem as personificações de um conceito único e supremo. Eles são a incorporação, em personalidade, de algum ideal universal, de alguma idéia divina, como nunca antes havia sido concebida, expressa ou trinitarizada. E eles foram subseqüentemente abraçados pela Trindade; assim, demonstram e, de fato, corporificam a própria sabedoria da Trindade divina, no que concerne à idéia-ideal da existência da sua personalidade. Na medida em que tal conceito particular for revelável aos universos, essas personalidades incorporam, em tudo e por tudo, o que qualquer inteligência de criatura ou Criador poderia possivelmente conceber, expressar ou exemplificar. Eles são aquela idéia personificada.
22:10.3 (253.5) Será que podeis perceber que essas concentrações vivas, de um único conceito supremo de realidade no universo, poderiam prestar um serviço inenarrável àqueles a quem é confiada a administração dos superuniversos?
22:10.4 (254.1) Não faz muito tempo, fui encarregado de dirigir uma comissão de seis — um de cada, entre os assistentes dos filhos elevados — , designada para o estudo de três problemas pertinentes a um grupo de novos universos na parte sul de Orvônton. Tornei-me intensamente consciente do valor dos Assistentes dos Filhos Elevados quando requisitei, ao dirigente da ordem deles, em Uversa, a designação temporária desses secretários para a minha comissão. A primeira das nossas idéias foi representada por um Assistente dos Filhos Elevados em Uversa, o qual, a partir daí, passou a ser designado para o nosso grupo. O nosso segundo problema foi incorporado por um Assistente dos Filhos Elevados, designado ao superuniverso número três. Obtivemos muita ajuda dessa fonte, por intermédio da agência de distribuição do universo central, para a coordenação e disseminação do conhecimento essencial; mas nada comparável à assistência prestada pela presença factual de uma personalidade que é um conceito trinitarizado por criaturas, em supremacia, e trinitarizado pela Deidade, em finalidade. Quanto ao terceiro problema que tivemos, os registros do Paraíso indicaram que tal idéia não havia nunca sido trinitarizada por criatura alguma.
22:10.5 (254.2) Os Assistentes dos Filhos Elevados são personalizações únicas e originais de conceitos extraordinários e de ideais estupendos. E, enquanto tal, eles tornam-se capazes de conferir, às nossas deliberações, de tempos em tempos, uma iluminação inexprimível. Quando eu estiver atuando em alguma missão remota nos universos do espaço, pensai no que significa, em termos de assistência, se eu for tão afortunado a ponto de ter, na minha missão, um Assistente dos Filhos Elevados que seja a plenitude do conceito divino, em tudo que diga respeito ao problema para a resolução do qual eu houver sido enviado; e eu tenho tido, repetidamente, essa mesma experiência. A única dificuldade com esse plano é que nenhum superuniverso pode ter uma edição completa dessas idéias trinitarizadas; apenas conseguimos um sétimo desses seres; e assim, apenas uma vez em sete, podemos desfrutar da associação pessoal com esses seres, mesmo quando os registros indicarem que a idéia haja sido trinitarizada.
22:10.6 (254.3) Poderíamos usar, com grandes vantagens, um número muito maior desses seres em Uversa. Em vista do seu valor para as administrações dos superuniversos; desse modo, de todos os modos possíveis, encorajamos os peregrinos do espaço e também os residentes do Paraíso, a intentar a trinitarização, pois, após haverem contribuído e interagido uns com os outros, essas realidades vivenciadas são essenciais à realização da aventura criativa da trinitarização.
22:10.7 (254.4) Temos agora, no nosso superuniverso, cerca de um milhão e um quarto de Assistentes dos Filhos Elevados, e eles servem tanto no setor maior quanto no menor, funcionando até mesmo em Uversa. Muito freqüentemente eles acompanham-nos em nossos compromissos nos universos remotos. Os Assistentes dos Filhos Elevados não são designados permanentemente junto a Filho algum ou comissão alguma. Eles ficam em circulação constante, servindo onde a idéia, ou o ideal, que na verdade eles são, possa melhor colaborar com os propósitos eternos da Trindade do Paraíso, de quem eles se tornaram filhos.
22:10.8 (254.5) Eles são afetivos de um modo tocante, são extraordinariamente leais, refinadamente inteligentes, supremamente sábios — no que concerne a uma única idéia — e transcendentalmente humildes. Ao mesmo tempo em que eles podem passar-vos a totalidade do conhecimento do universo, no que se refere à sua idéia única ou ideal, torna-se quase patético observá-los buscando conhecimento e informação sobre muitos outros temas, consultando mesmo até os mortais ascendentes.
22:10.9 (254.6) E esta é a narrativa da origem, natureza e funcionamento de alguns daqueles que são chamados de Filhos Trinitarizados de Deus; mais particularmente daqueles que passaram pelo divino abraço da Trindade do Paraíso, e que depois foram designados para os serviços dos superuniversos, para ali prestarem uma cooperação sábia e compreensiva aos administradores dos Anciães dos Dias, nos seus esforços incansáveis de facilitar o progresso interior dos mortais ascendentes do tempo, na direção do seu destino imediato em Havona e da sua meta final no Paraíso.
22:10.10 (255.1) [Narrado por um Mensageiro Poderoso do corpo revelador de Orvônton.]
O Livro de Urântia
Documento 23
23:0.1 (256.1) OS MENSAGEIROS Solitários são o corpo pessoal e universal do Criador Conjunto; são a primeira e mais experiente ordem das Personalidades mais Altas do Espírito Infinito. Representam a ação criadora inicial do Espírito Infinito atuando solitariamente com o propósito de trazer à existência espíritos personalizados solitários. Nem o Pai, nem o Filho participaram diretamente dessa prodigiosa espiritualização.
23:0.2 (256.2) Esses espíritos-mensageiros foram personalizados em um único episódio criador, e o seu número é estacionário. Embora eu tenha um desses extraordinários seres ligados a mim, nesta presente missão, não sei quantas dessas personalidades existem no universo dos universos. Apenas, de quando em quando, fico sabendo quantos estão inscritos nos nossos registros como funcionando em um certo momento na jurisdição do nosso superuniverso. Segundo o último informe de Uversa, observei que havia quase 7 690 trilhões de Mensageiros Solitários operando, então, dentro das fronteiras de Orvônton; e faço a conjectura de que isso seja consideravelmente menos do que um sétimo do seu número total.
23:1.1 (256.3) Imediatamente após a criação dos Sete Espíritos dos Circuitos de Havona, o Espírito Infinito trouxe à existência o vasto corpo dos Mensageiros Solitários. Não há nenhuma parte da criação universal que seja preexistente aos Mensageiros Solitários, exceto o Paraíso e os circuitos de Havona. Eles têm funcionado por todo o grande universo durante quase toda a eternidade. São fundamentais à técnica divina do Espírito Infinito, para a sua auto-revelação às criações imensas do tempo e do espaço e para o seu contato pessoal com as mesmas.
23:1.2 (256.4) Embora esses Mensageiros existam desde os tempos remotos da eternidade, todos eles são cônscios de um começo da sua individualidade. São conscientes do tempo e são as primeiras criações do Espírito Infinito a possuírem essa consciência do tempo. São as criaturas primogênitas do Espírito Infinito, as primeiras a haverem sido personalizadas no tempo e espiritualizadas no espaço.
23:1.3 (256.5) Esses espíritos solitários surgiram, no alvorecer dos tempos, como seres espirituais plenamente desenvolvidos e perfeitamente dotados. São todos iguais; e, assim, não há classes nem divisões baseadas em variantes pessoais. A classificação deles é fundada inteiramente no tipo de trabalho para o qual são designados, de tempos em tempos.
23:1.4 (256.6) Os mortais começam como seres quase completamente materiais nos mundos do espaço; e ascendem, interiormente, na direção dos Grandes Centros; ao passo que esses espíritos solitários começam a partir do centro de todas as coisas e aspiram a ser designados para as criações longínquas, os mundos individuais dos universos locais mais externos e até mesmo mais além.
23:1.5 (256.7) Embora denominados Mensageiros Solitários, eles não são espíritos solitários, apenas gostam verdadeiramente de trabalhar sozinhos. E são os únicos seres, em toda a criação, que podem apreciar, e apreciam muito, uma existência solitária, embora gostem igualmente de relacionar-se com as poucas ordens de inteligência do universo com as quais eles podem confraternizar.
23:1.6 (257.1) Os Mensageiros Solitários não estão isolados no seu serviço; estão constantemente em contato com as riquezas do intelecto de toda a criação, pois são capazes de “fazer escuta” em todas as transmissões dos reinos da sua permanência. Podem também se intercomunicar com os membros do seu próprio grupo imediato, aqueles seres que estão fazendo o mesmo gênero de trabalho, no mesmo superuniverso. Eles poderiam comunicar-se com os outros da sua numeração, mas receberam ordens, do conselho dos Sete Espíritos Mestres, de não o fazer e, como são um grupo leal, não desobedecem nem falham. Não há registro de que um Mensageiro Solitário haja, sequer uma vez, tropeçado e caído na escuridão.
23:1.7 (257.2) Os Mensageiros Solitários, como os Diretores do Poder do Universo, estão entre os poucos tipos de seres que operam em todos os reinos e que estão isentos de apreensão e de detenção pelos tribunais do espaço e do tempo. Eles não poderiam ser chamados para comparecer diante de ninguém, a não ser dos Sete Espíritos Mestres; mas, em todos os anais do universo-mestre, não consta que esse conselho do Paraíso jamais tenha sido convocado para julgar sequer um caso de um Mensageiro Solitário.
23:1.8 (257.3) Esses mensageiros de missões solitárias são um grupo de seres criados, derivados da Terceira Fonte e Centro; e cada um deles é confiável, autônomo, versátil, profundamente espiritual e amplamente compassivo. Eles atuam com a autoridade do Espírito Infinito, residente na Ilha Central do Paraíso, e das suas personalizações nas esferas-sede dos universos locais. Eles compartilham constantemente o circuito direto que emana do Espírito Infinito, até mesmo quando funcionam nas criações locais, sob a influência imediata dos Espíritos Maternos dos universos locais.
23:1.9 (257.4) Há uma razão técnica pela qual os Mensageiros Solitários devem viajar e trabalhar sozinhos. Por períodos curtos, e quando em postos fixos, eles podem colaborar incorporados em um grupo, mas, quando assim reunidos, eles são totalmente cortados da sustentação e da direção do seu circuito no Paraíso, e ficam inteiramente isolados. Quando se encontram em trânsito, ou quando operam nos circuitos do espaço e nas correntes do tempo, se dois ou mais dos dessa ordem estiverem em estreito contato, ambos, ou todos, são lançados fora da ligação de contato com as forças mais elevadas que circulam. Eles estão como que em “curto-circuito”, para usar a vossa linguagem de símbolos ilustrativos. Por isso eles possuem, inerentemente, em seu interior, um poder automático de alarme, um sinal de advertência que opera infalivelmente, para preveni-los de conflitos que possam advir, poder esse que atua sempre e sem falta mantendo-os separados o suficiente, para que nada interfira no funcionamento próprio e eficaz de cada um. Eles também possuem poderes, inerentes e automáticos, de detectar e indicar a proximidade tanto dos Espíritos Inspirados da Trindade, quanto dos Ajustadores do Pensamento divinos.
23:1.10 (257.5) Esses mensageiros não possuem nenhum poder de extensão de personalidade, nem de reprodução; contudo, não há praticamente nenhum trabalho, nos universos, no qual eles não se possam engajar, e para o qual eles não possam contribuir com algo de essencial e de ajuda. Em especial, fazem grandes economias de tempo para os administradores dos assuntos do universo; e nos assistem a todos nós, do mais elevado ao mais baixo.
23:2.1 (257.6) Os Mensageiros Solitários não são designados para servir permanentemente a quaisquer personalidades celestes individuais ou a grupos de personalidades celestes. Sempre atuam em missões definidas; e, durante o seu serviço, trabalham sob a supervisão imediata daqueles que dirigem os reinos das suas missões. Entre eles próprios, não há organização, nem governo de qualquer espécie; eles são Mensageiros Solitários.
23:2.2 (258.1) Os Mensageiros Solitários são designados pelo Espírito Infinito para as sete especificações de serviços que se seguem:
23:2.3 (258.2) 1. Mensageiros da Trindade do Paraíso.
23:2.4 (258.3) 2. Mensageiros dos Circuitos de Havona.
23:2.5 (258.4) 3. Mensageiros dos Superuniversos.
23:2.6 (258.5) 4. Mensageiros dos Universos Locais.
23:2.7 (258.6) 5. Exploradores em Missões Não Dirigidas.
23:2.8 (258.7) 6. Embaixadores e Emissários de Missões Especiais.
23:2.9 (258.8) 7. Reveladores da Verdade.
23:2.10 (258.9) Esses mensageiros espirituais, em todos os sentidos, podem ser trocados de um tipo de serviço para outro; e tais transferências acontecem constantemente. Não existem ordens separadas de Mensageiros Solitários; eles são semelhantes espiritualmente e iguais em todos os sentidos. Ainda que sejam designados, geralmente, pela sua numeração, são conhecidos do Espírito Infinito por seus nomes pessoais. Eles são conhecidos de todos nós pelo nome ou número designativo da sua missão atual.
23:2.11 (258.10) 1. Mensageiros da Trindade do Paraíso. Não me é permitido revelar muito sobre o trabalho do grupo de mensageiros designado para a Trindade. São os servidores secretos e de confiança das Deidades; e, quando lhes foram confiadas mensagens especiais, envolvendo as diretrizes não reveladas e a conduta futura dos Deuses, nunca se soube que eles houvessem divulgado um segredo ou traído a confiança depositada na sua ordem. E tudo isso é mencionado aqui, não para vangloriar-nos da sua perfeição, mas antes para que destaquemos que as Deidades podem criar, e criam, seres perfeitos.
23:2.12 (258.11) A confusão e os distúrbios em Urântia não significam que os Governantes do Paraíso não tenham interesse ou capacidade para encaminhar as coisas de um modo diferente. Os Criadores têm plenas condições de fazer de Urântia um verdadeiro Paraíso; um Éden assim, entretanto, não contribuiria para o desenvolvimento dos caracteres firmes, nobres e experimentados, que os Deuses, muito certamente, estão forjando no vosso mundo, entre as bigornas da necessidade e os martelos da angústia. As vossas ansiedades e penas, provações e desapontamentos são tanto uma parte do plano divino para a vossa esfera quanto o são a perfeição aprimorada e a adaptação infinita de todas coisas para o seu supremo propósito nos mundos do universo central e perfeito.
23:2.13 (258.12) 2. Mensageiros dos Circuitos de Havona. Em toda a carreira ascendente, vós sereis capazes de detectar, vaga mas crescentemente, a presença dos Mensageiros Solitários; entretanto, até alcançardes Havona, vós não os reconhecereis sem alguns equívocos. Os primeiros desses mensageiros com os quais estareis face a face serão aqueles dos circuitos de Havona.
23:2.14 (258.13) Os Mensageiros Solitários gozam de relações especiais com os nativos dos mundos de Havona. Esses mensageiros, que têm a sua operacionalidade dificultada quando associados uns aos outros, podem ter, e têm, uma comunhão muito estreita e pessoal com os nativos de Havona. Mas é totalmente impossível comunicar às mentes humanas a satisfação suprema que advém do contato das mentes desses seres divinamente perfeitos com os espíritos daquelas personalidades quase transcendentes.
23:2.15 (259.1) 3. Mensageiros dos Superuniversos. Os Anciães dos Dias, personalidades com origem na Trindade, que presidem aos destinos dos sete superuniversos, naqueles trios de poder divino e sabedoria administrativa, são supridos abundantemente de Mensageiros Solitários. Apenas por intermédio dessa ordem de mensageiros é que esses governantes trinos de um superuniverso podem comunicar-se, direta e pessoalmente, com os governantes de outro superuniverso. Os Mensageiros Solitários são o único tipo disponível, de inteligência espiritual — exceto, possivelmente, os Espíritos Inspirados da Trindade — , que pode ser despachado da sede-central de um superuniverso diretamente para a sede-central de outro. Todas as outras personalidades devem fazer tais excursões passando por Havona e pelos mundos executivos dos Espíritos Mestres.
23:2.16 (259.2) Algumas espécies de informação há, que não podem ser obtidas pelos Mensageiros por Gravidade, nem por refletividade, nem por transmissão. E, quando os Anciães dos Dias querem saber dessas coisas com segurança, eles devem despachar um Mensageiro Solitário à fonte do seu conhecimento. Muito antes da presença da vida em Urântia o mensageiro, agora ligado a mim, esteve designado para uma missão fora de Uversa, no universo central. E esteve ausente das listas de chamada de Orvônton por quase um milhão de anos, mas retornou no devido tempo com a informação desejada.
23:2.17 (259.3) Não há limitação ao serviço dos Mensageiros Solitários nos superuniversos; eles podem funcionar como executores dos altos tribunais ou como coletores de informações para o bem do reino. De todas as supercriações eles preferem servir em Orvônton, porque aqui a necessidade é maior e as oportunidades para o esforço heróico, muitas vezes, são múltiplas. Nos reinos de maior necessidade, todos nós temos a satisfação de exercer mais plenamente qualquer função.
23:2.18 (259.4) 4. Mensageiros dos Universos Locais. Nos serviços de um universo local, não há limite à atuação dos Mensageiros Solitários. Eles são os reveladores fiéis dos motivos e intentos do Espírito Materno do universo local, embora atuem sob a plena jurisdição do Filho Mestre reinante. E isso é verdade em relação a todos os mensageiros que operam em um universo local; quer estejam trabalhando diretamente vindos das sedes-centrais dos superuniversos, quer estejam atuando temporariamente em ligação com os Pais da Constelação, Soberanos dos Sistemas ou Príncipes Planetários. Antes da concentração de todo o poder nas mãos de um Filho Criador, quando da sua elevação como governante soberano do seu universo, esses mensageiros dos universos locais funcionam sob a direção geral dos Anciães dos Dias e respondem imediatamente ao representante residente deles, o União dos Dias.
23:2.19 (259.5) 5. Exploradores em Missões Não Dirigidas. Quando o corpo de reserva dos Mensageiros Solitários está com excesso de pessoal, um dos Sete Diretores Supremos do Poder emite um chamado de voluntários para exploração; e nunca há falta de voluntários, pois eles sentem prazer em ser despachados, como exploradores livres e desimpedidos, a fim de experienciar a emoção de encontrar núcleos de organização de mundos e universos novos.
23:2.20 (259.6) Eles lançam-se à investigação dos indícios fornecidos pelos contempladores espaciais dos reinos. Indubitavelmente, as Deidades do Paraíso sabem da existência desses sistemas, ainda não descobertos, de energia do espaço, mas Elas nunca divulgam tal informação. Se os Mensageiros Solitários não explorassem e cartografassem esses centros novos de energia ainda em organização, tais fenômenos permaneceriam por longo tempo sem serem notados, até mesmo pelos serviços de informação dos reinos adjacentes. Toda classe dos Mensageiros Solitários é altamente sensível à gravidade; e, desse modo, algumas vezes eles podem detectar a presença provável de pequeníssimos planetas escuros, aqueles mundos que são mesmo os mais adaptados aos experimentos de vida.
23:2.21 (260.1) Esses mensageiros-exploradores, de missões não dirigidas, rondam o universo-mestre. Eles estão constantemente em expedições exploradoras, nas regiões não cartografadas de todo o espaço exterior. Grande parte das informações que possuímos sobre as transações nos reinos do espaço exterior deve-se às explorações dos Mensageiros Solitários, pois eles trabalham e estudam, freqüentemente, com os astrônomos celestes.
23:2.22 (260.2) 6. Embaixadores e Emissários de Missões Especiais. Os universos locais, situados dentro de um mesmo superuniverso, costumeiramente, fazem os embaixadores selecionados alternarem-se no serviço das suas ordens nativas de filiação. Mas, para evitar demoras, os Mensageiros Solitários são solicitados, freqüentemente, a ir como embaixadores de uma criação local até outra, a fim de representar e interpretar um reino para um outro. Por exemplo: quando um reino recém-habitado é descoberto, pode resultar que esteja em um ponto tão longínquo, no espaço, que demore um tempo muito longo para um embaixador transportado por um serafim alcançar esse universo excessivamente distante. Um ser levado por um serafim não pode exceder a velocidade de 899 370, dos quilômetros de Urântia, por um segundo, também do vosso tempo. As estrelas maciças, as contracorrentes e os desvios, bem como as atrações tangenciais, todos tenderão a retardar essa velocidade, e de um modo tal que, em uma viagem prolongada, a velocidade média ficará em torno de 885 000 quilômetros por segundo.
23:2.23 (260.3) Quando acontece de se fazerem necessárias centenas de anos para que um embaixador nativo chegue a um universo local excessivamente distante, solicita-se sempre que um Mensageiro Solitário parta para lá, imediatamente, a fim de atuar como embaixador interino. Os Mensageiros Solitários podem ir muito rapidamente, não totalmente de modo independente do tempo e do espaço, como o fazem os Mensageiros por Gravidade, mas quase do mesmo modo. Eles também servem, em outras circunstâncias, como emissários de missões especiais.
23:2.24 (260.4) 7. Reveladores da Verdade. Os Mensageiros Solitários consideram a missão de revelar a verdade como sendo a mais elevada manifestação de confiança à sua ordem. E executam essa função, quase sempre, tanto para os superuniversos quanto para os planetas do espaço em particular. Eles fazem parte, freqüentemente, das comissões que são enviadas aos mundos e sistemas, para ampliar a revelação da verdade.
23:3.1 (260.5) Os Mensageiros Solitários são o mais elevado tipo de personalidade, perfeita e confidencial, disponível em todos os reinos, para a transmissão rápida de mensagens urgentes e importantes, quando não é indicado, nem conveniente, utilizar um serviço de transmissão ou o mecanismo da refletividade. Eles servem em missões de uma variedade infinda, ajudando aos seres espirituais e materiais dos reinos, particularmente quando o elemento tempo está envolvido. De todas as ordens designadas para os serviços, nos domínios dos superuniversos, eles são os seres personalizados mais elevados e mais versáteis que mais podem vir a desafiar o tempo e o espaço.
23:3.2 (260.6) O universo está bem suprido de espíritos que utilizam a gravidade para os propósitos de trânsito; eles podem ir a qualquer lugar em qualquer tempo — instantaneamente — mas eles não são pessoas. Alguns outros cruzadores por gravidade são seres pessoais, como os Mensageiros por Gravidade e os Registradores Transcendentais, mas não estão disponíveis para os administradores dos superuniversos e universos locais. Os mundos parecem estar cheios de anjos, de homens e de outros seres altamente pessoais, mas todos estes têm dificuldades no tempo e no espaço: a velocidade limite, para a maioria dos seres que não são transportados por serafins, é de 299 790 quilômetros do vosso mundo, por segundo, no vosso tempo; as criaturas intermediárias e algumas outras podem atingir, e freqüentemente atingem, o dobro dessa velocidade, ou seja, a de 599 580 quilômetros por segundo, enquanto os serafins e outros seres podem cruzar o espaço à velocidade de 899 370 quilômetros por segundo, ou seja, três vezes mais. Contudo, não há personalidades de transporte, nem mensageiros, que funcionem entre as velocidades instantâneas dos cruzadores de gravidade e as velocidades relativamente vagarosas dos serafins, excetuando-se os Mensageiros Solitários.
23:3.3 (261.1) Os Mensageiros Solitários são, pois, geralmente usados para serem despachados em serviço naquelas situações em que a personalidade é essencial ao cumprimento da missão e se deseja evitar a perda de tempo, ocasionada pelo envio de qualquer outro tipo, prontamente disponível, de mensageiro pessoal. Eles são os únicos seres definitivamente personalizados que podem sincronizar-se com as correntes universais combinadas do grande universo. A sua velocidade para atravessar o espaço é variável, dependendo de uma grande variedade de influências que podem interferir, mas os registros mostram que, na jornada para completar esta missão, o mensageiro interligado a mim perfez uma velocidade de 1 346 169 220 000 dos vossos quilômetros, por segundo, no vosso tempo.
23:3.4 (261.2) Está totalmente além da minha capacidade poder explicar ao tipo de mente material como um espírito pode ser uma pessoa real e, ao mesmo tempo, atravessar o espaço em velocidades tão altas. Todavia, esses mesmos Mensageiros Solitários, de fato, vêm até Urântia e vão nestas velocidades imperscrutáveis; e toda a economia da administração universal estaria despojada, realmente em muito, do seu elemento pessoal, caso isso não fosse um fato.
23:3.5 (261.3) Os Mensageiros Solitários são capazes de funcionar como linhas de emergência de comunicação, em todas as regiões e reinos remotos do espaço não abrangidos dentro dos circuitos estabelecidos do grande universo. Acontece que um mensageiro, quando funcionando assim, pode transmitir uma mensagem ou enviar um impulso, pelo espaço, a um outro mensageiro, a uma distância de cerca de cem anos-luz, como os astrônomos de Urântia estimam as distâncias estelares.
23:3.6 (261.4) Das miríades de seres que cooperam conosco, na condução dos assuntos dos superuniversos, nenhum é mais importante em assistência prática e na economia de tempo. Nos universos do espaço, devemos reconhecer as dificuldades do tempo; daí a magnitude do serviço dos Mensageiros Solitários, que, por meio das suas prerrogativas pessoais de comunicação, são quase independentes do espaço e ainda, em virtude da sua imensa velocidade de trânsito, quase independentes do tempo.
23:3.7 (261.5) Não consigo explicar aos mortais de Urântia como os Mensageiros Solitários podem existir sem uma forma e, ainda assim, possuir personalidades reais e definidas. Embora existam sem aquela forma que seria associada naturalmente à personalidade, eles possuem uma presença espiritual que é discernível por todos os tipos mais elevados de seres espirituais. Os Mensageiros Solitários são a única classe de seres que parece estar de posse de quase todas as vantagens de um espírito sem forma, acompanhadas de todas as prerrogativas de uma personalidade plena. Sendo verdadeiras pessoas, ainda assim, são dotados de quase todos os atributos de manifestação dos espíritos impessoais.
23:3.8 (261.6) Nos sete superuniversos, geralmente — mas não sempre — , tudo o que tende a aumentar a liberação de qualquer criatura das dificuldades do tempo e do espaço reduz proporcionalmente as prerrogativas da personalidade. Os Mensageiros Solitários são uma exceção a essa lei geral. Nas suas atividades, praticamente são irrestritos na utilização de todo e qualquer entre os caminhos ilimitados da expressão espiritual, do serviço divino, do ministério pessoal e da comunicação cósmica. Se pudésseis ver esses extraordinários seres, à luz da minha experiência na administração do universo, vós compreenderíeis quão difícil seria coordenar os assuntos dos superuniversos, não fosse a cooperação versátil deles.
23:3.9 (262.1) Não importa quanto o universo possa expandir-se, provavelmente não se criarão mais Mensageiros Solitários. À medida que os universos crescem, um trabalho cada vez mais extenso de administração deve ser crescentemente assumido por outros tipos de ministros espirituais e por aqueles seres que tiveram origem nessas novas criações, tais como as criaturas geradas pelos Filhos Soberanos e Espíritos Maternos dos universos locais.
23:4.1 (262.2) Os Mensageiros Solitários parecem ser coordenadores das personalidades de todos os tipos de seres espirituais. A ministração deles ajuda a fazer com que todas as personalidades do vasto mundo espiritual sejam afins. E contribuem muito para o desenvolvimento, em todos os seres espirituais, de uma consciência de identidade de grupo. Todo tipo de ser espiritual é servido por grupos especiais de Mensageiros Solitários que fomentam a capacidade desses seres de compreender todos os outros tipos e ordens, não importando quão dessemelhantes sejam, e de confraternizar com os mesmos.
23:4.2 (262.3) Os Mensageiros Solitários demonstram uma capacidade espantosa de coordenação ente todos os tipos e ordens de personalidades finitas — e mesmo de fazer contato com o regime absonito dos supercontroladores do Universo-Mestre — , tanto que alguns de nós postulam que a criação desses mensageiros, pelo Espírito Infinito, de alguma maneira, esteja relacionada à dotação que o Agente Conjunto faz à mente Supremo-Última.
23:4.3 (262.4) Quando um finalitor e um Cidadão do Paraíso cooperam na trinitarização de um “filho do tempo e da eternidade” — uma transação envolvendo os potenciais não revelados da mente do Supremo-Último — , e, quando essa personalidade não classificada é despachada para Vicegérington, então um Mensageiro Solitário (uma suposta repercussão na personalidade, da outorga dessa mente-deidade) é sempre designado como companheiro-guardião desse filho trinitarizado por criaturas. Esse mensageiro acompanha o novo filho do destino ao mundo do seu desígnio e nunca mais deixa Vicegérington. Quando ligado, assim, aos destinos de um filho do tempo e da eternidade, um Mensageiro Solitário é, para sempre, transferido para a supervisão única dos Arquitetos do Universo-Mestre. Qual possa ser o futuro de uma associação tão extraordinária, não sabemos. Durante idades, essas associações de personalidades tão singulares vêm, continuamente, reunindo-se em Vicegérington, mas nem mesmo um par sequer foi alguma vez adiante dali.
23:4.4 (262.5) Os Mensageiros Solitários existem em números estacionários, mas a trinitarização dos filhos do destino é uma técnica ilimitada, aparentemente. Já que todo filho trinitarizado do destino tem um Mensageiro Solitário, designado para si, quer-nos parecer que, em algum momento no futuro remoto, a reserva de mensageiros possa vir a esgotar-se. Quem assumirá o seu trabalho no grande universo? O serviço deles será assumido por algum novo desenvolvimento entre os Espíritos Inspirados da Trindade? Será que o grande universo, em algum período remoto, irá ser administrado, mais de perto, pelos seres originários da Trindade, enquanto as criaturas de origem única, ou dual, se locomovem para os reinos do espaço exterior? Se os mensageiros retornarem ao seu serviço inicial, será que esses filhos do destino irão acompanhá-los? Será que as trinitarizações feitas pelos finalitores e pelos Havonianos do Paraíso cessarão, quando a reserva de Mensageiros Solitários estiver absorvida, inteiramente, na função de companheiros-guardiães desses filhos do destino? Será que todos os nossos eficientes Mensageiros Solitários concentrar-se-ão em Vicegérington? Será que essas extraordinárias personalidades espirituais permanecerão eternamente ligadas a esses filhos trinitarizados de destino não revelado? Que significação deve ser atribuída ao fato de que esses pares, que se reúnem em Vicegérington, estejam sob a exclusiva direção desses poderosos seres misteriosos, os Arquitetos do Universo-Mestre? Fazemos essas e muitas perguntas similares a nós mesmos e a muitas outras ordens de seres celestes, mas não sabemos as respostas.
23:4.5 (263.1) Essa transação indica, inequivocamente, junto com muitas ocorrências similares na administração do universo, que o pessoal do grande universo, e mesmo de Havona e do Paraíso, está passando por uma reorganização certa e determinada, em coordenação com as grandes evoluções na energia, que agora estão acontecendo em todos os reinos do espaço exterior, e em referência a elas.
23:4.6 (263.2) Temos a tendência de acreditar que o futuro eterno testemunhará fenômenos de evolução do universo os quais irão transcender, em muito, a tudo o que o eterno passado experienciou. E antecipamos tais aventuras grandiosas, como vós próprios deveis antecipar, com uma agradável ansiedade e uma expectativa cada vez mais elevada.
23:4.7 (263.3) [Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 24
24:0.1 (264.1) EM UVERSA, todas as personalidades e entidades do Criador Conjunto estão repartidas em três grandes divisões: as Personalidades Mais Elevadas do Espírito Infinito, as Hostes de Mensageiros do Espaço e os Espíritos Ministradores do Tempo, aqueles seres espirituais que se ocupam do ensino e da ministração às criaturas de vontade do esquema ascendente de progressão mortal.
24:0.2 (264.2) Essas Personalidades Mais Elevadas do Espírito Infinito, mencionadas nestas narrativas, operam em todo o grande universo em sete divisões:
24:0.3 (264.3) 1. Mensageiros Solitários.
24:0.4 (264.4) 2. Supervisores dos Circuitos do Universo.
24:0.5 (264.5) 3. Diretores do Censo.
24:0.6 (264.6) 4. Auxiliares Pessoais do Espírito Infinito.
24:0.7 (264.7) 5. Inspetores Associados.
24:0.8 (264.8) 6. Sentinelas Designadas.
24:0.9 (264.9) 7. Guias dos Graduados.
24:0.10 (264.10) Os Mensageiros Solitários, os Supervisores dos Circuitos, os Diretores do Censo e Auxiliares Pessoais são caracterizados por possuírem dons imensos de antigravidade. Os Mensageiros Solitários não têm uma sede-central conhecida; eles circulam pelo universo dos universos. Os Supervisores dos Circuitos do Universo e os Diretores do Censo mantêm uma sede-central nas capitais dos superuniversos. Os Auxiliares Pessoais do Espírito Infinito ficam estacionados na Ilha Central de Luz. Os Inspetores Associados e as Sentinelas Designadas permanecem fixos, respectivamente, nas capitais dos universos locais e capitais dos seus sistemas componentes. Os Guias dos Graduados residem e funcionam no bilhão de mundos do universo de Havona. A maior parte dessas personalidades mais elevadas tem postos nos universos locais, mas não se encontram organicamente vinculadas às administrações dos reinos evolucionários.
24:0.11 (264.11) Das sete classes que compõem esse grupo, apenas os Mensageiros Solitários e talvez os Auxiliares Pessoais percorrem o universo dos universos. Os Mensageiros Solitários são encontrados no Paraíso e afora: desde os circuitos de Havona, nas capitais dos superuniversos, e, daí para fora, nos diversos setores e universos locais e suas subdivisões, e até mesmo nos mundos habitados. Embora os Mensageiros Solitários pertençam às Personalidades Mais Elevadas do Espírito Infinito, a sua origem, natureza e serviço foram abordados no documento precedente.
24:1.1 (265.1) Pode parecer que as imensas correntes de poder do espaço e os circuitos da energia do espírito operem automaticamente; pode parecer que funcionem sem controles nem entraves, mas não é realmente assim. Todos esses sistemas estupendos de energia estão sob controle; estão sujeitos a uma supervisão inteligente. Os Supervisores dos Circuitos do Universo ocupam-se, não dos reinos da energia puramente física ou material — domínio dos Diretores do Poder no Universo — , mas dos circuitos da energia espiritual relativa e daqueles circuitos modificados que são essenciais à manutenção dos seres altamente desenvolvidos espiritualmente, tanto quanto dos tipos moronciais ou de transição de criaturas inteligentes. Os supervisores não dão origem a circuitos de energia e de superessência de divindade, mas, em geral, eles têm a ver com os circuitos espirituais mais elevados do tempo e da eternidade e com todos os circuitos espirituais relativos, envolvidos na administração das partes componentes do grande universo. Eles dirigem e manipulam todos esses circuitos de energia-espírito fora da Ilha do Paraíso.
24:1.2 (265.2) Os Supervisores dos Circuitos do Universo são uma criação exclusiva do Espírito Infinito e funcionam somente como agentes do Agente Conjunto. Eles são personalizados para o serviço nas quatro ordens seguintes:
24:1.3 (265.3) 1. Supervisores Supremos dos Circuitos.
24:1.4 (265.4) 2. Supervisores Associados dos Circuitos.
24:1.5 (265.5) 3. Supervisores Secundários dos Circuitos.
24:1.6 (265.6) 4. Supervisores Terciários dos Circuitos.
24:1.7 (265.7) Os supervisores supremos de Havona e também os supervisores associados dos sete superuniversos têm o seu número já completo; dessas ordens, nenhum mais está sendo criado. Os supervisores supremos são sete, em número, e estão estacionados nos mundos-pilotos dos sete circuitos de Havona. Os circuitos dos sete superuniversos ficam entregues ao encargo de um grupo maravilhoso de sete supervisores associados, que mantêm sua sede-central nas sete esferas do Espírito Infinito, no Paraíso, os mundos dos Sete Executivos Supremos. De lá eles supervisionam e dirigem os circuitos dos superuniversos do espaço.
24:1.8 (265.8) Nessas esferas do Espírito, no Paraíso, os sete supervisores integrados dos circuitos e a primeira ordem dos Centros Supremos de Potência efetuam uma ligação que, sob a direção dos Executivos Supremos, resulta na coordenação subparadisíaca de todos os circuitos materiais e espirituais que vão até os sete superuniversos.
24:1.9 (265.9) Os supervisores secundários dos universos locais do tempo e do espaço estão estacionados nos mundos-sede de cada superuniverso. Os setores maior e menor são divisões administrativas dos supergovernos, mas não se ocupam com as questões da supervisão da energia-espírito. Não sei quantos supervisores secundários de circuitos existem no grande universo, mas em Uversa há 84 691 desses seres. Os supervisores secundários estão sendo constantemente criados; de tempos em tempos, eles surgem, em grupos de setenta, nos mundos dos Executivos Supremos. Nós podemos obtê-los por requisição quando vamos fazer o estabelecimento de circuitos separados de energia espiritual, e de poder de ligação, para os novos universos em evolução que se encontram sob a nossa jurisdição.
24:1.10 (265.10) Um supervisor terciário de circuito funciona nos mundos-sede de cada universo local. Essa ordem, bem como a dos supervisores secundários, está em contínua criação, sendo criada em grupos de setecentos. Eles são designados para os universos locais pelos Anciães dos Dias.
24:1.11 (266.1) Os supervisores dos circuitos são criados para as suas tarefas específicas; e servem eternamente nos grupos do seu compromisso original. Eles não fazem rotações no serviço e por isso efetuam um estudo, durante toda uma idade, dos problemas existentes nos reinos do seu compromisso original. Por exemplo: o supervisor terciário de circuitos de número 572 842 tem funcionado em Sálvington desde a concepção inicial do vosso universo local, e é um membro da assessoria pessoal de Michael de Nébadon.
24:1.12 (266.2) Atuando, seja no universo local, seja em um universo mais elevado, os supervisores dos circuitos dirigem todos os envolvidos nos circuitos adequados a serem empregados na transmissão de todas as mensagens espirituais e relativas ao trânsito de todas as personalidades. No seu trabalho de supervisão dos circuitos, esses eficientes seres utilizam todas as forças intermediárias, personalidades e agências no universo dos universos. Eles empregam as “altas personalidades espirituais de controle dos circuitos” não reveladas; e são competentemente assistidos por inúmeras equipes compostas de personalidades do Espírito Infinito. Eles é que isolariam um mundo evolucionário, caso o seu Príncipe Planetário se rebelasse contra o Pai Universal e seu Filho vice-regente. São capazes de retirar qualquer mundo de certos circuitos da ordem espiritual mais elevada do universo, mas não podem anular as correntes materiais dos diretores de potência.
24:1.13 (266.3) Os Supervisores dos Circuitos do Universo têm, com os circuitos espirituais, algo como a relação que os Diretores do Poder no Universo têm com os circuitos materiais. As duas ordens são complementares, exercendo, juntas, toda a supervisão de todos os circuitos materiais e espirituais que são controláveis e manipuláveis pelas criaturas.
24:1.14 (266.4) Os Supervisores dos Circuitos exercem certa supervisão sobre aqueles circuitos da mente que são associados ao espírito, assim como os diretores de potência têm uma certa jurisdição sobre aquelas fases da mente associadas à energia-física — a mente mecânica. Em geral, as funções de uma ordem expandem-se por ligação com a outra, mas os circuitos da mente pura não estão sujeitos à supervisão de nenhum deles. As duas ordens não são coordenadas. Em todos os seus múltiplos trabalhos, os Supervisores dos Circuitos do Universo ficam sujeitos aos Sete Diretores do Poder Supremo e aos seus subordinados.
24:1.15 (266.5) Se bem que os supervisores dos circuitos sejam inteiramente iguais dentro das suas ordens respectivas, todos são também indivíduos distintos. São verdadeiramente seres pessoais, mas possuem um tipo de personalidade outra que-não-a-dotada-pelo-Pai, não encontrada em qualquer outro tipo de criatura em toda a existência universal.
24:1.16 (266.6) Embora ireis reconhecê-los e saber deles à medida que evoluirdes no caminho interno do Paraíso, vós não tereis nenhuma relação pessoal com eles. São os supervisores dos circuitos e ocupam-se estrita e eficientemente do seu assunto. Lidam somente com aquelas personalidades e entidades que têm a supervisão dessas atividades que envolvem os circuitos sujeitos à sua supervisão.
24:2.1 (266.7) Se bem que a mente cósmica da Inteligência da Informação Universal seja conhecedora da presença e do paradeiro de todas as criaturas pensantes, há, em operação no universo dos universos, um método independente para se manter a contagem de todas as criaturas volitivas.
24:2.2 (266.8) Os Diretores do Censo são uma criação especial já completa do Espírito Infinito, e existem em números desconhecidos para nós. Foram criados de modo a serem capazes de manter uma sincronia perfeita com a técnica de refletividade dos superuniversos, enquanto, ao mesmo tempo, são pessoalmente sensíveis e responsivos à vontade inteligente. Esses diretores, por uma técnica não completamente entendida, tornam-se imediatamente sabedores do nascimento de um ser de vontade, em qualquer parte do grande universo. Sempre têm, pois, competência para nos fornecer o número, a natureza e o paradeiro de todas as criaturas de vontade, em qualquer parte da criação central e dos sete superuniversos. Mas não funcionam no Paraíso; não há necessidade deles ali. No Paraíso o conhecimento é inerente; as Deidades sabem de todas as coisas.
24:2.3 (267.1) Sete Diretores do Censo operam em Havona, sendo que cada um fica estacionado em um mundo-piloto de cada circuito de Havona. Com exceção desses sete e das reservas da ordem nos mundos do Espírito no Paraíso, todos os Diretores do Censo funcionam sob a jurisdição dos Anciães dos Dias.
24:2.4 (267.2) Um Diretor do Censo preside às sedes-centrais de cada superuniverso e, sob o comando desse diretor-chefe, na capital de cada universo local, estão milhares e milhares de seres. Todas as personalidades dessa ordem são iguais, excetuando-se aquelas dos mundos-piloto de Havona e os dirigentes dos sete superuniversos.
24:2.5 (267.3) No sétimo superuniverso há cem mil Diretores do Censo. Esse número consiste inteiramente naqueles que são designáveis para os universos locais; e não inclui o corpo de assessoria de Usátia, comandante dos diretores de todo o superuniverso de Orvônton. Usátia, como os outros comandantes no superuniverso, não está preparado diretamente para sintonizar o registro da vontade inteligente. Encontra-se sintonizado unicamente com os seus subordinados estacionados nos universos de Orvônton; assim, ele atua como uma magnífica personalidade totalizadora de todos os informes, que vêm das capitais das criações locais.
24:2.6 (267.4) De tempos em tempos os registradores de Uversa fazem o registro do status do superuniverso, tal como está indicado nos anais e na personalidade de Usátia. Esses dados do recenseamento são próprios dos superuniversos; esses informes não são transmitidos a Havona, nem ao Paraíso.
24:2.7 (267.5) Os Diretores do Censo ocupam-se com os seres humanos — bem como outras criaturas volitivas — apenas para registrar o fato da função da vontade. Não se preocupam com os registros da vossa vida, nem com os atos dela; e não estão de modo algum fazendo os registros das personalidades. O Diretor do Censo de Nébadon, de número 81 412 de Orvônton, agora estacionado em Sálvington, é, neste momento mesmo, pessoalmente sabedor da vossa presença aqui em Urântia; e ele permitirá a confirmação dos registros da vossa morte no momento em que cessardes de funcionar como criaturas volitivas.
24:2.8 (267.6) Os Diretores do Censo registram a existência de uma nova criatura de vontade sempre que acontece o primeiro ato de vontade; indicam a morte de uma criatura de vontade quando acontece o seu último ato de vontade. O surgimento parcial da vontade, observado nas reações de alguns dos animais mais elevados, não pertence ao domínio dos Diretores do Censo. Eles não mantêm a conta de nada que não sejam as autênticas criaturas de vontade, e não são sensíveis a nada, a não ser à função da vontade. Mas não sabemos exatamente como eles registram a função da vontade.
24:2.9 (267.7) Esses seres têm sido sempre, e sempre serão, os Diretores do Censo. E seriam relativamente inúteis em qualquer outra divisão de trabalho do universo. Mas são infalíveis na própria função; nunca cometem erros nem falsificam nada. E, apesar dos seus poderes maravilhosos e prerrogativas inacreditáveis, são pessoas; têm presença espiritual e forma reconhecível.
24:3.1 (268.1) Não temos conhecimento autêntico a respeito da época e do modo da criação dos Ajudantes Pessoais. O seu número deve ser o de uma legião, mas não se encontra registrado em Uversa. Por uma dedução conservadora, baseada no nosso conhecimento do trabalho deles, aventuro-me a estimar que o seu número alcance os trilhões. Sustentamos a opinião de que o Espírito Infinito não esteja limitado, quanto à quantidade numérica, para a criação desses Ajudantes Pessoais.
24:3.2 (268.2) Os Ajudantes Pessoais do Espírito Infinito existem para assistir exclusivamente a presença paradisíaca da Terceira Pessoa da Deidade. Embora ligados diretamente ao Espírito Infinito e localizados no Paraíso, eles circulam por todos os lugares, até às extremidades da criação. Para onde quer que os circuitos do Criador Conjunto se estendam, ali, esses Ajudantes Pessoais podem aparecer com o propósito de executar as ordens do Espírito Infinito. Atravessam o espaço de um modo semelhante ao dos Mensageiros Solitários, mas não são pessoas no sentido que os mensageiros o são.
24:3.3 (268.3) Os Ajudantes Pessoais são todos iguais e idênticos; não apresentam nenhuma diferenciação de individualidade. Embora o Agente Conjunto considere-os como verdadeiras personalidades, torna-se difícil para os outros considerá-los pessoas reais; eles não manifestam uma presença espiritual para os outros seres espirituais. Os seres cuja origem é o Paraíso têm sempre consciência da proximidade desses Ajudantes; mas nós não reconhecemos a presença de personalidade neles. A falta dessa forma-presença, sem dúvida, torna-os a todos mais úteis à Terceira Pessoa da Deidade.
24:3.4 (268.4) De todas as ordens reveladas de seres espirituais que têm origem no Espírito Infinito, os Ajudantes Pessoais são quase os únicos que não ireis encontrar durante a vossa ascensão interior ao Paraíso.
24:4.1 (268.5) Os Sete Executivos Supremos, nas sete esferas do Espírito Infinito no Paraíso, funcionam coletivamente como a junta administrativa de superdirigentes dos sete superuniversos. Os Inspetores Associados são a corporificação pessoal da autoridade dos Executivos Supremos para os universos locais do tempo e do espaço. Esses altos observadores dos assuntos das criações locais são progênie conjunta do Espírito Infinito e dos Sete Espíritos Mestres do Paraíso. Nos tempos próximos à eternidade, setecentos mil deles foram personalizados, e seus corpos de reservas habitam o Paraíso.
24:4.2 (268.6) Os Inspetores Associados trabalham sob a supervisão direta dos Sete Executivos Supremos; são representantes pessoais deles e têm os devidos poderes nos universos locais do tempo e do espaço. Um inspetor permanece designado para a esfera sede-central de cada criação local e está estreitamente associado ao União dos Dias residente.
24:4.3 (268.7) Os Inspetores Associados recebem informes e recomendações somente das suas subordinadas, as Sentinelas Designadas, estacionadas nas capitais dos sistemas locais de mundos habitados, as quais fazem relatórios apenas ao seu superior imediato, o Executivo Supremo do superuniverso envolvido.
24:5.1 (268.8) As Sentinelas Designadas são personalidades coordenadoras e representantes de ligação dos Sete Executivos Supremos. Foram personalizadas no Paraíso pelo Espírito Infinito e criadas com os propósitos específicos das suas designações. Têm um número estacionário: existem exatamente sete bilhões delas.
24:5.2 (269.1) Do mesmo modo que um Inspetor Associado representa os Sete Executivos Supremos para todo um universo local, há em cada um dos dez mil sistemas dessa criação local, também, uma Sentinela Designada, que atua como a representante direta da bem distante e suprema junta de supercontrole dos assuntos de todos os sete superuniversos. As sentinelas em serviço nos governos do sistema local de Orvônton estão atuando sob a autoridade direta do Executivo Supremo Número Sete, o coordenador do sétimo superuniverso. Mas, na sua organização administrativa, todas as sentinelas a serviço em um universo local estão subordinadas ao Inspetor Associado, estacionado na sede-central do universo.
24:5.3 (269.2) Dentro de uma criação local as Sentinelas Designadas servem em rodízio, sendo transferidas de sistema para sistema. Elas são mudadas, em geral, a cada milênio do tempo do universo local. Estão entre as mais elevadas classes de personalidades estacionadas em uma capital de sistema, mas nunca participam das deliberações que concernem aos assuntos dos sistemas. Nos sistemas locais servem como dirigentes ex officio dos vinte e quatro administradores que provêm dos mundos evolucionários; mas fora disso os mortais ascendentes têm pouco contato com elas. As sentinelas ocupam-se quase que exclusivamente em manter o Inspetor Associado do seu universo plenamente informado sobre tudo o que importa em relação ao bem-estar e ao estado geral dos sistemas da sua designação.
24:5.4 (269.3) As Sentinelas Designadas e os Inspetores Associados não se reportam aos Executivos Supremos por meio da sede-central de um superuniverso. São responsáveis apenas perante o Executivo Supremo do superuniverso envolvido; as suas atividades são distintas da administração dos Anciães dos Dias.
24:5.5 (269.4) Os Executivos Supremos, os Inspetores Associados e as Sentinelas Designadas, junto com os omniafins e uma hoste de personalidades não reveladas, constituem um sistema eficaz, direto, centralizado e muito vasto, de coordenação consultiva e administrativa de todo o grande universo de coisas e de seres.
24:6.1 (269.5) Os Guias dos Graduados, como grupo, patrocinam e conduzem a universidade de altos estudos de instrução técnica e de educação espiritual, tão essencial para que os mortais alcancem a meta das idades: Deus, o repouso e, em seguida, a eternidade do serviço perfeccionado. Esses seres altamente pessoais têm o seu nome segundo a natureza e propósito do serviço que prestam. Eles devotam-se exclusivamente às tarefas de guiar os mortais graduados, vindos dos superuniversos do tempo, durante o seu percurso de educação e aperfeiçoamento, em Havona, que serve no preparo dos peregrinos ascendentes para serem admitidos no Paraíso e no Corpo de Finalidade.
24:6.2 (269.6) Não me é proibido arcar com a responsabilidade de contar-vos sobre o trabalho desses Guias dos Graduados, mas é uma tarefa tão ultra-espiritual que perco a esperança de ser capaz de retratar adequadamente à mente material um conceito que abranja as atividades múltiplas deles. Nos mundos das mansões, depois que o alcance da vossa visão estiver ampliado e depois que estiverdes livres das correntes das comparações materiais, vós podereis começar a compreender o significado das realidades que o “olho não pode ver, nem o ouvido escutar, e que nunca fizeram parte dos conceitos das mentes humanas”, até mesmo aquelas coisas que “Deus preparou para aqueles que amam tais verdades eternas”. Vós não tereis para sempre um alcance tão limitado de visão, nem de compreensão espiritual.
24:6.3 (270.1) Os Guias dos Graduados ocupam-se em pilotar os peregrinos do tempo pelos sete circuitos dos mundos de Havona. O guia que te saudar, na tua chegada ao mundo de recepção do circuito externo de Havona, permanecerá contigo durante toda a tua carreira nos circuitos celestes. Embora vás associar-te com um número incontável de outras personalidades durante a tua permanência neste bilhão de mundos, o teu Guia dos Graduados seguirá contigo até o fim da tua progressão em Havona e testemunhará a tua entrada no sono terminal do tempo, o sono do trânsito da eternidade para a meta no Paraíso, onde, ao acordares, serás saudado pelo Companheiro do Paraíso designado para dar-te as boas-vindas e, talvez, para permanecer contigo até que tu sejas iniciado como membro do Corpo Mortal de Finalidade.
24:6.4 (270.2) O número de Guias dos Graduados está acima do poder que a mente humana tem de captar, e continuam a aparecer. A sua origem é algo misteriosa. Não têm existido desde a eternidade; misteriosamente, eles apareceram à medida que se fizeram necessários. Não há registro de um Guia dos Graduados em todos os reinos do universo central, até aquele dia bem longínquo em que o primeiro peregrino mortal de todos os tempos percorreu o seu caminho até o cinturão externo da criação central. No instante em que chegou ao mundo-piloto do circuito externo, ele deparou com a recepção amigável de Malvórian, o primeiro dos Guias dos Graduados e que agora é o dirigente do conselho supremo e o diretor da vasta organização educacional mantida por eles.
24:6.5 (270.3) Nos registros do Paraíso, sobre Havona, na seção denominada “Guias dos Graduados”, aparece este registro inicial:
24:6.6 (270.4) “E Malvórian, o primeiro desta ordem, acolheu e instruiu o peregrino descobridor de Havona e conduziu-o dos circuitos exteriores de experiência inicial, passo a passo e circuito por circuito, até que ele chegasse à presença mesma da Fonte e Destino de todas personalidades, atravessando depois o umbral da eternidade até o Paraíso.”
24:6.7 (270.5) Naquela época longínqua, eu estava ligado ao serviço dos Anciães dos Dias em Uversa, e todos nós nos rejubilamos, na certeza de que, finalmente, os peregrinos do nosso superuniverso iriam alcançar Havona. Durante idades, nos havia sido ensinado que as criaturas evolucionárias do espaço alcançariam o Paraíso, e a emoção de todos os tempos percorreu as cortes celestes quando o primeiro peregrino, de fato, chegou.
24:6.8 (270.6) Grandfanda é o nome desse peregrino descobridor de Havona, e ele veio do planeta 341 do sistema 84 da constelação 62 do universo local 1 131 situado no superuniverso de número um. A sua chegada foi o sinal do estabelecimento do serviço de teletransmissão do universo dos universos. Até então, apenas as transmissões dos superuniversos e dos universos locais haviam estado em operação, mas o anúncio da chegada de Grandfanda, nos portais de Havona, assinalou a inauguração dos “informes espaciais da glória”, assim denominados porque a transmissão inicial universal informava a chegada a Havona do primeiro ser evolucionário a conseguir a entrada na meta da existência ascendente.
24:6.9 (270.7) Os Guias dos Graduados nunca deixam os mundos de Havona; eles dedicam-se ao serviço dos peregrinos graduados do tempo e do espaço. E ireis, em algum tempo, encontrar esses seres nobres face a face, se não rejeitardes o plano certo e todo-perfeccionado destinado a efetivar a vossa sobrevivência e ascensão.
24:7.1 (270.8) Embora a evolução não seja a norma do universo central, acreditamos que os Guias dos Graduados sejam os membros perfeccionados ou mais experientes de uma outra ordem de criaturas do universo central, a dos Servidores de Havona. Os Guias dos Graduados dão prova de uma simpatia tão ampla e uma capacidade tal para compreender as criaturas ascendentes, que estamos convencidos de que eles adquiriram essa cultura servindo efetivamente nos reinos dos superuniversos, como os Servidores de Havona de ministração universal. Se esse ponto de vista não estivesse correto, como então poderíamos explicar o desaparecimento contínuo dos servidores mais antigos ou mais experientes?
24:7.2 (271.1) Um servidor que fique ausente longamente de Havona, em um compromisso no superuniverso, tendo estado anteriormente em muitas dessas missões, ao retornar à sua casa, ser-lhe-á concedido o privilégio de “contato pessoal” com o Brilho Central do Paraíso, será abraçado pelas Pessoas Luminosas, e desaparecerá do reconhecimento dos seus companheiros espirituais, para nunca mais reaparecer entre os da sua espécie.
24:7.3 (271.2) Ao retornar do serviço no superuniverso, um Servidor de Havona pode desfrutar de inúmeros abraços divinos e deles emergir simplesmente como um servidor enaltecido. Experienciar o abraço luminoso não significa necessariamente que o servidor deva transformar-se em um Guia dos Graduados, mas quase um quarto daqueles que alcançam o abraço divino nunca retorna para o serviço dos reinos.
24:7.4 (271.3) Nos arquivos superiores, aparece uma sucessão de registros como este:
24:7.5 (271.4) “E o servidor de número 842 842 682 846 782 de Havona, de nome Sudna, veio do serviço do superuniverso, foi recebido no Paraíso, conheceu o Pai, entrou no abraço divino, e não mais existe.”
24:7.6 (271.5) Quando uma anotação como essa aparece nos registros, a carreira desse servidor está encerrada. Mas, depois de apenas três momentos (um pouco menos do que três dias do vosso tempo), um Guia de Graduados recém-nascido “espontaneamente” aparece no circuito exterior do universo de Havona. E o número de Guias de Graduados, com pouquíssima diferença, sem dúvida, devido àqueles em transição, iguala-se exatamente ao número dos servidores desaparecidos.
24:7.7 (271.6) Há ainda uma outra razão para supor que os Guias dos Graduados sejam os Servidores de Havona evoluídos, e essa é a tendência infalível que esses guias e seus colaboradores servidores têm para formar relacionamentos tão extraordinários. A maneira pela qual os seres dessas ordens, supostamente separadas, de seres compreendem e simpatizam uns com os outros é totalmente inexplicável. É reconfortante e inspirador presenciar a sua devoção mútua.
24:7.8 (271.7) Os Sete Espíritos Mestres e os Sete Diretores Supremos do Poder coligados são, respectivamente, os depositários pessoais do potencial da mente e do potencial de poder do Ser Supremo, pois este ainda não os opera pessoalmente. E quando esses coligados do Paraíso colaboram para criar os Servidores de Havona, estes últimos ficam inerentemente envolvidos em certas fases da Supremacia. Os Servidores de Havona são, pois, assim, um reflexo, no universo central perfeito, de certas potencialidades evolucionárias dos domínios do espaço-tempo; e tudo isso é revelado quando um servidor passa pela transformação da sua recriação. Acreditamos que tal transformação aconteça em resposta à vontade do Espírito Infinito, sem dúvida agindo em nome do Supremo. Os Guias dos Graduados não são criados pelo Ser Supremo, mas todos nós conjecturamos que a Deidade experiencial, de algum modo, está relacionada às transações que trazem esses seres à existência.
24:7.9 (271.8) A Havona que agora é atravessada pelos mortais ascendentes difere, sob muitos aspectos, do universo central tal como era antes dos tempos de Grandfanda. A chegada dos ascendentes mortais, aos circuitos de Havona, inaugurou modificações radicais na organização da criação divina central, modificações sem dúvida iniciadas pelo Ser Supremo — o Deus das criaturas evolucionárias — , em resposta à chegada dos seus primeiros filhos experienciais dos sete superuniversos. O aparecimento dos Guias dos Graduados, junto com a criação dos supernafins terciários, é indicativo dessas atuações de Deus, o Supremo.
24:7.10 (272.1) [Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 25
25:0.1 (273.1) AS HOSTES de Mensageiros do Espaço estão em um nível intermediário da família do Espírito Infinito. Estes seres versáteis funcionam como elos de ligação entre as personalidades mais elevadas e os espíritos ministradores. As hostes de mensageiros incluem as seguintes ordens de seres celestes:
25:0.2 (273.2) 1. Servidores de Havona.
25:0.3 (273.3) 2. Conciliadores Universais.
25:0.4 (273.4) 3. Conselheiros Técnicos.
25:0.5 (273.5) 4. Custódios dos Registros do Paraíso.
25:0.6 (273.6) 5. Registradores Celestes.
25:0.7 (273.7) 6. Companheiros Moronciais.
25:0.8 (273.8) 7. Companheiros do Paraíso.
25:0.9 (273.9) Dos sete grupos enumerados, apenas três — o dos Servidores, Conciliadores e Companheiros Moronciais — são criados como tais; os quatro restantes representam níveis a serem alcançados pelas ordens angélicas. De acordo com a natureza inerente e o status alcançado, as hostes dos mensageiros servem de modos variados no universo dos universos, mas sempre submetidas à direção daqueles que governam os reinos dos seus compromissos.
25:1.1 (273.10) Embora recebam o nome de Servidores, estas “criaturas intermediárias” do universo central não são servas no sentido mais comum da palavra. No mundo espiritual, não existe algo como o trabalho servil; todo o serviço é sagrado e apaixonante; e os seres das ordens mais elevadas tampouco desdenham as ordens inferiores de existência.
25:1.2 (273.11) Os Servidores de Havona são o resultado de um trabalho criativo conjunto dos Sete Espíritos Mestres e seus colaboradores, os Sete Diretores Supremos de Potência. Essa colaboração criativa é a que mais se aproxima do modelo para a longa lista de reproduções de ordem dual nos universos evolucionários, estendendo-se desde a criação de um Brilhante Estrela Matutino, pelo enlace de um Filho Criador com um Espírito Criativo Materno, até a procriação sexuada em mundos como Urântia.
25:1.3 (273.12) O número de Servidores é prodigioso, e mais deles estão sendo criados todo o tempo. Surgem em grupos de mil, no terceiro momento que se segue à reunião dos Espíritos Mestres e dos Diretores Supremos do Poder, na sua área conjunta no distante setor norte do Paraíso. Cada quarto servidor criado tem um tipo mais físico do que os outros; isto é, em cada mil deles, setecentos e cinqüenta são aparentemente fiéis ao tipo espiritual, mas duzentos e cinqüenta são de natureza semifísica. Essas quartas criaturas, de algum modo, são da ordem dos seres materiais (materiais no sentido que isso tem em Havona), sendo mais semelhantes aos diretores físicos do poder do que aos Espíritos Mestres.
25:1.4 (274.1) Nas relações de personalidade, o espiritual é dominante sobre o material, ainda que não pareça ser assim agora em Urântia; e, na produção dos Servidores de Havona, a lei do predomínio do espírito prevalece; a proporção estabelecida é de três seres espirituais para um semifísico.
25:1.5 (274.2) Todos os Servidores recém-criados, junto com os Guias dos Graduados recém-surgidos, passam pelos cursos de aprendizado que os Guias seniores continuamente dirigem em cada um dos sete circuitos de Havona. Os servidores são designados, então, para as atividades às quais estão mais bem adaptados e, já que são de dois tipos — o espiritual e o semifísico — , há poucos limites ao tipo de trabalho que esses seres versáteis podem fazer. Os grupos mais elevados, ou espirituais, são seletivamente designados para os serviços do Pai, do Filho e do Espírito, e para o trabalho dos Sete Espíritos Mestres. São despachados em grande número, de tempos em tempos, para servirem nos mundos de estudo que circundam as esferas-sede centrais dos sete superuniversos, os mundos devotados ao aperfeiçoamento final e à cultura espiritual das almas ascendentes do tempo, as quais se estão preparando para avançar até os circuitos de Havona. Tanto os Servidores espirituais quanto os seus semelhantes mais físicos são designados como assistentes e associados dos Guias dos Graduados, na ajuda e na instrução das várias ordens de criaturas ascendentes que alcançaram Havona e que buscam alcançar o Paraíso.
25:1.6 (274.3) Os Servidores de Havona e os Guias dos Graduados manifestam uma transcendente emoção no seu trabalho e uma afeição comovente uns pelos outros, afeição que, ainda que espiritual, vós só poderíeis compreender por meio de uma comparação com o fenômeno do amor humano. Quando os Servidores são despachados em missões além dos limites do universo central, como freqüentemente ocorre, a sua separação dos Guias tem um aspecto divino comovente; mas eles partem com alegria, e não com tristeza. O júbilo de satisfação por prestarem deveres elevados é a emoção preponderante dos seres espirituais. A tristeza não pode existir em face da consciência do dever divino fielmente cumprido. E, quando a alma ascendente do homem se coloca perante o Juiz Supremo, a decisão de importância eterna não será determinada por êxitos materiais, nem por sucessos quantitativos; o veredicto que reverbera nas altas cortes declara: “Muito bem, servidor bom e fiel; tu tens sido fiel em alguns pontos essenciais; tu passarás a ter predomínio sobre as realidades universais”.
25:1.7 (274.4) No serviço do superuniverso, os Servidores de Havona são sempre designados ao domínio presidido pelo Espírito Mestre ao qual eles mais se assemelham pelas suas prerrogativas de espírito em geral e em especial. Eles servem apenas nos mundos educacionais circunvizinhos das capitais dos sete superuniversos, e o último relatório de Uversa indica que quase 138 bilhões de Servidores estavam servindo nos seus 490 satélites. Eles abraçam uma variedade sem fim de atividades ligadas ao trabalho desses mundos educacionais, que compreendem as superuniversidades do superuniverso de Orvônton. Ali, permanecem como companheiros vossos; eles desceram do domínio da vossa próxima carreira para estudar-vos e inspirar-vos com a realidade e a certeza da vossa graduação final de saída dos universos do tempo, para os domínios da eternidade. E, nesses contatos, os Servidores ganham aquela experiência preliminar de ministração às criaturas ascendentes do tempo, que é de tanta ajuda no seu trabalho subseqüente, nos circuitos de Havona, como colaboradores dos Guias dos Graduados ou — Servidores transferidos — como os próprios Guias dos Graduados.
25:2.1 (275.1) Para cada Servidor de Havona criado, sete Conciliadores Universais são trazidos à existência, um em cada superuniverso. Tal ato criativo envolve uma técnica superuniversal definida de resposta refletiva às transações que têm lugar no Paraíso.
25:2.2 (275.2) Nos mundos-sede dos sete superuniversos, funcionam as sete refletividades dos Sete Espíritos Mestres. É difícil tentar retratar, para a mente material, as naturezas desses Espíritos Refletivos. Eles são personalidades verdadeiras; e, ainda assim, cada membro do grupo de um superuniverso é o reflexo perfeito de apenas um dos Sete Espíritos Mestres. E, toda vez que os Espíritos Mestres se associam aos diretores de potência, com o propósito de criar um grupo de Servidores de Havona, acontece uma focalização simultânea em um dos Espíritos Refletivos de cada um dos grupos, nos superuniversos, e, surge, imediata e plenamente, um número igual de Conciliadores Universais nos mundos-sede das supercriações. Se, para a criação dos Servidores, é o Espírito Mestre de Número Sete que deve tomar a iniciativa, ninguém senão os Espíritos Refletivos da sétima ordem é que se engravidam de Conciliadores; e, concomitantemente com a criação de mil Servidores orvontonianos, mil Conciliadores da sétima ordem devem aparecer em cada capital dos super- universos. Desses episódios, que refletem a natureza sétupla dos Espíritos Mestres, nascem as sete ordens criadas de Conciliadores que servem em cada superuniverso.
25:2.3 (275.3) Os Conciliadores de status pré-paradisíaco não servem fazendo trocas entre os superuniversos, eles ficam restritos ao segmento nativo da criação. Cada corpo superuniversal, abrangendo um sétimo de cada ordem criada, passa, portanto, um tempo muito longo sob a influência de um e apenas de um dos Espíritos Mestres, pois, enquanto todos os sete são refletidos para as capitais dos superuniversos, apenas um é o dominante em cada supercriação.
25:2.4 (275.4) Cada uma das sete supercriações está efetivamente impregnada pelo Espírito Mestre que preside aos seus destinos. Cada superuniverso, assim, torna-se um espelho gigantesco, refletindo a natureza e o caráter do Espírito Mestre que o supervisiona; e tudo isso tem ainda continuação em cada universo local subsidiário, pela presença e função dos Espíritos Maternos Criativos. O efeito desse ambiente sobre o crescimento evolucionário é tão profundo que, nas suas carreiras pós-superuniversais, os Conciliadores manifestam coletivamente quarenta e nove pontos de vista experienciais, ou discernimentos interiores, cada um de um ângulo — incompleto, portanto — , mas todos se compensam mutuamente e, juntos, tendem a abranger o círculo da Supremacia.
25:2.5 (275.5) Em cada superuniverso, os Conciliadores Universais encontram-se segregados, inata e estranhamente, em grupos de quatro, e, interassociados assim, continuam a servir. Em cada grupo, três são personalidades espirituais e uma, como a quarta das criaturas dos servidores, é um ser semimaterial. Esse quarteto constitui uma comissão conciliadora e é formado como se descreve a seguir:
25:2.6 (275.6) 1. O Juiz-Árbitro. Aquele que é designado, por unanimidade, pelos outros três como o mais competente e mais bem qualificado para atuar como o dirigente judiciário do grupo.
25:2.7 (275.7) 2. O Advogado Espiritual. Aquele que é apontado pelo juiz-árbitro para apresentar as evidências e salvaguardar os direitos de todas as personalidades envolvidas em qualquer questão designada para o julgamento a ser feito pela comissão de conciliação.
25:2.8 (276.1) 3. O Executor Divino. O conciliador qualificado, pela sua natureza inerente, para fazer contato com os seres materiais dos reinos e executar as decisões da comissão. Os Executores divinos, sendo quartas criaturas — seres quase materiais — , são quase, mas não completamente, visíveis para a vista de curto alcance das raças mortais.
25:2.9 (276.2) 4. O Registrador. O membro restante da comissão, automaticamente, torna-se o registrador, o escrevente do tribunal. Ele assegura que todos os registros sejam adequadamente preparados para os arquivos do superuniverso e para os registros do universo local. Se a comissão está servindo em um mundo evolucionário, um terceiro relato, com a assistência do Executor, é preparado para os registros físicos do governo do sistema da jurisdição.
25:2.10 (276.3) Quando em sessão, uma comissão funciona como um grupo de três, pois o advogado é destacado durante o julgamento e participa da formulação do veredicto apenas na conclusão da audiência. E é por isso que essas comissões são algumas vezes chamadas de trios de arbitragem.
25:2.11 (276.4) Os Conciliadores são de muito valor para manter o universo dos universos funcionando em harmonia. Atravessando o espaço com a velocidade seráfica tríplice, eles servem como cortes itinerantes nos mundos, como comissões devotadas ao julgamento rápido das dificuldades menores. Não fosse por essas comissões móveis e eminentemente equânimes, os tribunais das esferas estariam irremediavelmente sobrecarregados com os desentendimentos menores dos reinos.
25:2.12 (276.5) Esses trios de árbitros não julgam as questões de importância eterna; a alma, a perspectiva eterna de uma criatura do tempo, nunca é colocada em perigo pelos atos deles. Os Conciliadores não lidam com questões que ultrapassam a existência temporal e o bem-estar cósmico das criaturas do tempo. Contudo, uma vez que uma comissão haja aceitado a jurisdição de um problema, as suas determinações são finais e sempre unânimes; não há apelo quanto à decisão do juiz-árbitro.
25:3.1 (276.6) Os Conciliadores mantêm sedes grupais na capital do seu superuniverso, onde a sua corporação principal de reserva é mantida. As suas reservas secundárias ficam estacionadas nas capitais dos universos locais. Os comissários mais jovens e menos experientes começam o seu serviço nos mundos inferiores, mundos como Urântia, e avançam para o julgamento de problemas maiores, depois de haverem amadurecido em experiência.
25:3.2 (276.7) A ordem dos Conciliadores é totalmente digna de confiança, nenhum deles jamais se desviou. Embora não sejam infalíveis em sabedoria e em julgamento, a sua confiabilidade é inquestionável e a sua fidelidade infalível. Eles têm origem na sede de um superuniverso e, finalmente, voltam para lá, avançando pelos níveis seguintes de serviço no universo:
25:3.3 (276.8) 1. Os Conciliadores dos Mundos. Sempre que as personalidades supervisoras dos mundos individuais ficam altamente perplexas, ou em um impasse genuíno, quanto ao procedimento adequado sob as circunstâncias existentes, e, se a questão não é de importância suficiente para ser apresentada aos tribunais regularmente constituídos do reino, então, após receber uma petição de duas personalidades, uma de cada uma das partes em contenda, uma comissão conciliadora começará imediatamente a funcionar.
25:3.4 (277.1) Depois que essas dificuldades administrativas e jurídicas hajam sido colocadas nas mãos dos Conciliadores, para estudo e julgamento, eles tornam-se supremos em autoridade. Mas não formularão uma decisão até que todas as evidências hajam sido examinadas, e não há absolutamente nenhum limite para a sua autoridade de convocar testemunhas de todo e qualquer lugar. E, conquanto não possa haver apelação das suas decisões, algumas vezes, as questões desenvolvem-se de um modo tal que a comissão fecha os seus registros, em um determinado ponto, conclui as suas opiniões e transfere toda a questão para um tribunal mais elevado do reino.
25:3.5 (277.2) As decisões dos comissários são colocadas nos registros do planeta e, se necessário, são levadas a efeito pelo Executor divino. O seu poder é muito grande, e o alcance das suas atividades em um mundo habitado é bastante amplo. Os Executores divinos são manipuladores exímios de tudo o que seria de interesse para o que deveria ser. O seu trabalho, por vezes, é executado para o bem-estar aparente do reino e, por vezes, os seus atos, nos mundos do tempo e do espaço, são de difícil explicação. Embora os seus decretos não sejam executados em desafio à lei natural, nem à ordem usual do reino, freqüentemente realizam os seus estranhos feitos e impõem os mandados dos Conciliadores de acordo com as leis mais altas da administração do sistema.
25:3.6 (277.3) 2. Os Conciliadores das Sedes dos Sistemas. Depois de servir nos mundos evolucionários, essas comissões de quatro integrantes são promovidas para o serviço em uma sede de sistema. Ali, há muito trabalho a ser executado, e elas demonstram ser amigas compreensivas dos homens, dos anjos e de outros seres espirituais. Os trios de arbitragem não se interessam tanto pelas diferenças pessoais quanto pelas contendas grupais e pelos desentendimentos que surgem entre ordens diferentes de criaturas; pois, na sede de um sistema, vivem tanto seres espirituais quanto materiais, e também os tipos combinados, tais como os Filhos Materiais.
25:3.7 (277.4) No momento em que os Criadores trazem à existência indivíduos em evolução com o poder de escolha, nesse momento, o trabalho suave da perfeição divina fica de lado; é certo que desentendimentos surgirão, e medidas devem ser tomadas para o acerto equânime dessas diferenças sinceras de pontos de vista. Deveríamos todos lembrar-nos de que os Criadores todo-sábios e Todo-Poderosos poderiam ter feito os universos locais tão perfeitos quanto Havona, onde as comissões de conciliação não necessitam funcionar no universo central. Mas os Criadores não escolheram, com a sua sabedoria total, fazer assim. E, conquanto hajam produzido universos nos quais as diferenças abundam e as dificuldades fervilham, do mesmo modo, muniram os universos de mecanismos e meios para que todas essas diferenças sejam acomodadas, harmonizando toda essa confusão aparente.
25:3.8 (277.5) 3. Os Conciliadores das Constelações. Depois de prestar serviço nos sistemas, os Conciliadores são promovidos para o julgamento dos problemas de uma constelação, encarregando-se das dificuldades menores que surgem entre os seus cem sistemas de mundos habitados. Não são muitos os problemas, desenvolvendo-se na sede da constelação, que caem sob a sua jurisdição; mas eles se mantêm ocupados, indo de sistema em sistema, coletando evidências e preparando as declarações preliminares. Se a contenda é sincera, se as dificuldades surgem de diferenças francas de opinião e de uma diversidade honesta de pontos de vista, não importa que sejam poucas as pessoas envolvidas, não importa quão aparentemente trivial seja o mal-entendido, uma comissão de conciliação pode sempre julgar os méritos dentro da controvérsia.
25:3.9 (277.6) 4. Os Conciliadores dos Universos Locais. No trabalho mais abrangente de um universo, os comissários são de grande ajuda, tanto para os Melquisedeques quanto para os Filhos Magisteriais e os governantes das constelações e as hostes de personalidades envolvidas na coordenação e na administração das cem constelações. As diferentes ordens de serafins e outros residentes das esferas-sede de um universo local também utilizam a ajuda e as decisões dos trios de arbitragem.
25:3.10 (278.1) É quase impossível explicar a natureza dessas diferenças, que podem surgir nos assuntos detalhados de um sistema, constelação ou universo. As dificuldades surgem, mas são muito diferentes da pequenez dos pleitos e provações da existência material, do modo como são vividos nos mundos evolucionários.
25:3.11 (278.2) 5. Os Conciliadores dos Setores Menores do Superuniverso. Depois dos problemas dos universos locais, os comissários avançam, passando ao estudo das questões que surgem nos setores menores do seu superuniverso. Quanto mais se eleva interiormente, afastando-se dos planetas individuais, menos o Executor divino tem questões materiais sob o seu dever; gradualmente ele assume um novo papel de intérprete da justiça-misericórdia, ao mesmo tempo — sendo quase material — mantendo a comissão, como um todo, em compassivo contato com os aspectos materiais das suas investigações.
25:3.12 (278.3) 6. Os Conciliadores dos Setores Maiores do Superuniverso. O caráter do trabalho dos comissários continua a mudar, à medida que eles avançam. Há cada vez menos desentendimentos para julgar e cada vez mais fenômenos misteriosos a explicar e interpretar. De estágio em estágio, eles evoluem, passando de árbitros de divergências a explicadores de mistérios — são juízes que evoluem até o estado de educadores interpretativos. Árbitros eles foram, uma vez, daqueles que, por causa de sua ignorância, permitiram que dificuldades e desentendimentos surgissem; mas agora eles estão se transformando em instrutores daqueles que são inteligentes e tolerantes o suficiente para evitar choques entre as mentes e guerras de opiniões. Quanto mais elevada é a educação de uma criatura, mais respeito ela terá pelo conhecimento, pela experiência e opiniões dos outros.
25:3.13 (278.4) 7. Os Conciliadores do Superuniverso. Aqui, os Conciliadores tornam-se coordenados — quatro árbitros-educadores mutuamente em compreensão e funcionando perfeitamente. O Executor divino é despojado do seu poder distributivo e torna-se a voz física do trio espiritual. Nesse momento, esses conselheiros e educadores ter-se-ão tornado profundamente familiarizados com a maioria dos problemas e dificuldades reais encontrados na conduta dos assuntos do superuniverso. Assim, transformam-se em Conselheiros maravilhosos e educadores sábios dos peregrinos ascendentes que têm residência nas esferas educacionais circunvizinhas dos mundos-sede dos superuniversos.
25:3.14 (278.5) Todos os Conciliadores servem sob a supervisão geral dos Anciães dos Dias e a direção imediata dos Auxiliares de Imagens, até o momento em que avançam rumo ao Paraíso. Durante a permanência no Paraíso, eles reportam-se ao Espírito Mestre que preside ao superuniverso da sua origem.
25:3.15 (278.6) Os registros dos superuniversos não enumeram os Conciliadores que passaram adiante da sua jurisdição, e essas comissões estão amplamente espalhadas no grande universo. O último relatório de registro de Uversa dá o número dos que operam em Orvônton como sendo de quase dezoito trilhões de comissões — mais de setenta trilhões de indivíduos. Mas esses são somente uma pequena fração da multidão dos Conciliadores que têm sido criados em Orvônton; esse número acaba sendo de uma magnitude ainda mais elevada e é equivalente ao número total de Servidores de Havona, com uma margem para a transmutação em Guias dos Graduados.
25:3.16 (278.7) De tempos em tempos, à medida que cresce o número de Conciliadores dos superuniversos, eles são transladados para o conselho de perfeição no Paraíso, do qual depois emergem como corporificações de coordenadores evolucionados por meio do Espírito Infinito, para o universo dos universos: um grupo maravilhoso de seres que está crescendo constantemente em número e em eficiência. Por meio da ascensão experiencial e pelo aperfeiçoamento no Paraíso, eles adquirem uma compreensão única da realidade emergente do Ser Supremo, e viajam pelo universo dos universos em missões especiais.
25:3.17 (279.1) Os membros de uma comissão de conciliação nunca se separam. Um grupo de quatro seres juntos serve para sempre, exatamente como foram ligados originalmente. Mesmo no seu serviço glorificado, eles continuam a funcionar como quartetos de experiência cósmica acumulada e sabedoria experiencial perfeccionada. Eles ficam eternamente associados como uma corporificação da justiça suprema do tempo e do espaço.
25:4.1 (279.2) Estas mentes jurídicas e técnicas do mundo espiritual não foram criadas como tais. O Espírito Infinito selecionou, dentre os primeiros supernafins e omniafins, um milhão de mentes, das mais ordenadas, como núcleo desse grupo vasto e versátil. E, desde esse tempo longínquo, uma experiência real, na aplicação das leis da perfeição aos planos da criação evolucionária, tem sido requisitada de todos os que aspiram a tornar-se Conselheiros Técnicos.
25:4.2 (279.3) Os Conselheiros Técnicos são recrutados das fileiras das ordens das seguintes personalidades:
25:4.3 (279.4) 1. Os Supernafins.
25:4.4 (279.5) 2. Os Seconafins.
25:4.5 (279.6) 3. Os Tertiafins.
25:4.6 (279.7) 4. Os Omniafins.
25:4.7 (279.8) 5. Os Serafins.
25:4.8 (279.9) 6. Certos Tipos de Mortais Ascendentes.
25:4.9 (279.10) 7. Certos Tipos de Criaturas Intermediárias Ascendentes.
25:4.10 (279.11) No momento presente, não contando os mortais e criaturas intermediárias, que são de designação transitória, o número de Conselheiros Técnicos registrado em Uversa e operando em Orvônton excede ligeiramente aos sessenta e um trilhões.
25:4.11 (279.12) Os Conselheiros Técnicos freqüentemente funcionam como indivíduos, mas organizados para o serviço, em grupos de sete, mantêm sedes-centrais comuns nas esferas da sua designação. Em cada grupo, ao menos cinco devem ser de status permanente, enquanto dois podem ser de vínculo temporário. Os mortais ascendentes e as criaturas intermediárias ascendentes servem nessas comissões de conselho enquanto estão buscando a sua ascensão ao Paraíso, mas não entram nos cursos regulares de aperfeiçoamento para Conselheiros Técnicos, e jamais se tornam membros permanentes da ordem.
25:4.12 (279.13) Os mortais e as criaturas intermediárias que servem transitoriamente junto aos Conselheiros são escolhidos para esse trabalho conforme a sua perícia no conceito da lei universal e da justiça suprema. À medida que vós fordes caminhando em direção à meta do Paraíso, constantemente adquirindo mais conhecimento e maior habilidade, ser-vos-ão dadas oportunidades contínuas de passardes a outros a sabedoria e a experiência que já houverdes acumulado; e, em todo o caminho até Havona, estareis fazendo o papel de um aluno-mestre. Ireis elaborar o vosso caminho, nos níveis ascendentes dessa vasta universidade experiencial, repartindo com aqueles abaixo de vós os conhecimentos recém-adquiridos no avançar da vossa carreira. No regime universal, só sereis considerados como possuidores, vós próprios, do conhecimento e da verdade, quando houverdes demonstrado a vossa capacidade e vontade de passar esse conhecimento e essa verdade aos outros.
25:4.13 (280.1) Depois de um longo aperfeiçoamento e de uma experiência factual, a qualquer dos espíritos ministradores, acima do status de querubim, é permitido receber uma indicação permanente como Conselheiro Técnico. Todos os candidatos entram voluntariamente nessa ordem de serviço; todavia, uma vez que hajam assumido tais responsabilidades, não podem abandoná-las. Apenas os Anciães dos Dias podem transferir esses Conselheiros para outras atividades.
25:4.14 (280.2) O aperfeiçoamento dos Conselheiros Técnicos, iniciado nas Faculdades Melquisedeques dos universos locais, continua até as cortes dos Anciães dos Dias. Desse aperfeiçoamento, no superuniverso, eles vão para as “escolas dos sete círculos”, localizadas nos mundos-pilotos dos circuitos de Havona. E, depois dos mundos-pilotos, são recebidos nas “Faculdades de ética da lei e técnica da Supremacia”, a escola de aperfeiçoamento do Paraíso que aperfeiçoa os Conselheiros Técnicos.
25:4.15 (280.3) Esses Conselheiros são mais do que peritos jurídicos; são estudantes e professores da lei aplicada, leis do universo aplicadas às vidas e destinos de todos os que habitam os vastos domínios da imensa criação. À medida que passa o tempo, eles transformam-se nas bibliotecas vivas sobre a lei do tempo e do espaço, solucionando problemas sem fim e impedindo demoras desnecessárias, instruindo as personalidades do tempo a respeito das formas e modos de procedimento mais aceitáveis para os governantes da eternidade. Desse modo, ficam aptos a aconselhar os trabalhadores do espaço, de modo a torná-los capazes de funcionar em harmonia com os pré-requisitos do Paraíso; eles são os professores de todas as criaturas no que diz respeito às técnicas dos Criadores.
25:4.16 (280.4) Uma tal biblioteca viva, da lei aplicada, não poderia ser criada; esses seres devem evoluir por meio da experiência real. As Deidades infinitas são existenciais e, portanto, têm compensada a sua falta de experiência, elas sabem de tudo, antes mesmo de experienciar todas e quaisquer coisas; contudo não passam esse conhecimento não-experiencial às suas criaturas subordinadas.
25:4.17 (280.5) Os Conselheiros Técnicos dedicam-se ao trabalho de impedir os atrasos, facilitando o progresso e aconselhando realizações. Há sempre um modo melhor e mais certo de se fazer as coisas; há sempre a técnica da perfeição, um método divino, e esses conselheiros sabem como encaminhar-nos para que encontremos esse modo melhor.
25:4.18 (280.6) Esses seres extremamente sábios e práticos estão estreitamente ligados, sempre, ao serviço e trabalho dos Censores Universais. Os Melquisedeques têm à sua disposição um desses corpos de peritos. Os governantes dos sistemas, constelações, universos e setores dos superuniversos estão todos amplamente supridos dessas mentes referenciais técnicas e jurídicas do mundo espiritual. Um grupo especial atua como conselheiro legal para os Portadores da Vida, aconselhando esses Filhos a respeito do quanto lhes deve ser permitido afastarem-se da ordem estabelecida da propagação da vida e instruindo-os, também, a respeito das suas prerrogativas e amplitude da sua função. São conselheiros para todas as classes de seres, sobre os usos adequados e técnicas de todas as transações do mundo do espírito. Todavia, não lidam direta nem pessoalmente com as criaturas materiais dos reinos.
25:4.19 (280.7) Além de aconselhar sobre os usos legais, os Conselheiros Técnicos devotam-se igualmente à interpretação eficiente de todas as leis que concernem às criaturas — físicas, mentais e espirituais. Estão disponíveis para os Conciliadores Universais e todos aqueles que desejarem saber a verdade da lei; em outras palavras, saber como se pode confiar, na Supremacia da Deidade, para reagir diante de uma dada situação que comporta fatores de uma ordem física, mental ou espiritual estabelecida. Eles tentam, mesmo, elucidar a técnica do Último.
25:4.20 (281.1) Os Conselheiros Técnicos são seres selecionados e testados; nunca soube que um deles se houvesse desviado. Não temos registros, em Uversa, de que sequer uma vez hajam sido julgados por desacato às leis divinas; leis que, de um modo tão eficaz e eloqüente, eles próprios expõem e interpretam. Não há limite conhecido para o domínio do serviço deles, e tampouco do seu progresso. Eles continuam como conselheiros até mesmo diante dos portais do Paraíso; o universo todo, da lei e da experiência, está aberto para eles.
25:5.1 (281.2) Dentre os supernafins terciários de Havona são escolhidos alguns dos registradores comandantes mais experientes, para serem os Custódios dos Registros, os mantenedores dos arquivos formais da Ilha da Luz, aqueles arquivos que, como contraste, destacam-se dos arquivos de registros vivos nas mentes dos Custódios do conhecimento, algumas vezes designados como a “biblioteca viva do Paraíso”.
25:5.2 (281.3) Os anjos registradores dos planetas habitados são a fonte de todos os registros individuais. Em todos os universos, outros registradores funcionam, tanto como registros formais quanto como registros vivos. De Urântia até o Paraíso, ambos os registros são encontrados: em um universo local, um pouco mais dos registros escritos e menos dos registros vivos; no Paraíso, mais dos registros vivos e menos dos formais; em Uversa, ambos estão igualmente disponíveis.
25:5.3 (281.4) Na criação organizada e habitada, todo acontecimento de significação é motivo de registro. Enquanto os eventos cuja importância não é maior do que a local, tão somente é feito um registro local; aqueles de significação mais ampla são tratados de acordo. Dos planetas, sistemas e constelações de Nébadon, tudo o que é de importância para o universo fica assentado em Sálvington; e, desta capital do universo, os episódios são passados aos registros mais elevados, que pertencem aos assuntos dos setores e supergovernos. O Paraíso também tem um sumário relevante dos dados dos superuniversos e de Havona; e esse relato histórico e cumulativo, do universo dos universos, está sob a custódia desses excelsos supernafins terciários.
25:5.4 (281.5) Conquanto alguns desses seres hajam sido despachados para os superuniversos, a fim de servirem como Comandantes dos Registros, dirigindo as atividades dos Registradores Celestes, nenhum jamais foi removido da lista permanente da sua ordem.
25:6.1 (281.6) Estes são os registradores que elaboram todos os arquivos em duplicata, efetuando um registro espiritual original e uma contrapartida semimaterial — aquilo que poderia ser chamado de cópia feita com papel carbono. E eles podem fazer isso, por causa da sua capacidade peculiar de manipular simultaneamente tanto a energia espiritual quanto a material. Os Registradores Celestes não são criados como tais; eles são serafins ascendentes dos universos locais. São recebidos, classificados e designados para as suas esferas de trabalho, pelos conselhos dos Comandantes dos Registros nas sedes-centrais dos sete superuniversos. Também lá estão localizadas as escolas de aperfeiçoamento dos Registradores Celestes. A escola em Uversa é dirigida pelos Perfeccionadores da Sabedoria e Conselheiros Divinos.
25:6.2 (281.7) À medida que os registradores, em um universo, avançam no serviço, eles continuam o seu sistema de registro dual, tornando assim os seus registros sempre acessíveis a todas as classes de seres, desde os da ordem material até os elevados espíritos de luz. Na vossa experiência de transição, à medida que ascenderdes desse mundo material, vós sereis sempre capazes de consultar os arquivos e, por outro lado, de relacionar-vos com os registros da história e das tradições da vossa esfera de status.
25:6.3 (282.1) Os registradores são um corpo testado e provado. Eu nunca soube da deserção de um Registrador Celeste, e nunca foi descoberta uma falsificação nos seus registros. Eles estão sujeitos a uma inspeção dual, os seus registros são minuciosamente examinados pelos seus elevados companheiros de Uversa e pelos Mensageiros Poderosos, que certificam sobre a exatidão das duplicatas quase físicas dos registros espirituais originais.
25:6.4 (282.2) Embora seja de trilhões sobre trilhões o número dos registradores progressivos estacionados nas esferas de registro subordinadas dos universos de Orvônton, o número daqueles que alcançaram esse status em Uversa não é senão de menos de oito milhões. Esses registradores seniores, ou graduados, são os Custódios do superuniverso e os transmissores dos arquivos do tempo e do espaço sob a sua responsabilidade. A sua sede-central permanente fica nas moradas circulares que circundam a área dos registros em Uversa. Eles nunca entregam a custódia desses registros a outros; como indivíduos, eles podem ausentar-se, mas nunca em grande número.
25:6.5 (282.3) Como esses supernafins que se tornaram os Custódios dos Registros, o corpo dos Registradores Celestes é de compromisso permanente. Uma vez que os serafins e os supernafins passam a pertencer a esses serviços, eles irão respectivamente permanecer como Registradores Celestes e Custódios dos Arquivos até o dia de uma administração nova e modificada na personalização plena de Deus, o Supremo.
25:6.6 (282.4) Em Uversa, esses Registradores Celestes seniores podem mostrar os registros de tudo o que contiver importância cósmica em todo o Orvônton, desde os longínquos dias da chegada dos Anciães dos Dias; enquanto, na Ilha Eterna, os Custódios dos Registros guardam os arquivos daquele reino os quais atestam as transações do Paraíso desde os tempos da personificação do Espírito Infinito.
25:7.1 (282.5) Estes filhos do Espírito Materno do universo local são os amigos e colaboradores de todos aqueles que passam pela vida moroncial ascendente. Eles não são indispensáveis ao verdadeiro trabalho de progressão de uma criatura, na sua ascensão, nem substituem, em nenhum sentido, o trabalho dos guardiães seráficos que freqüentemente acompanham os seus companheiros mortais nas jornadas ao Paraíso. Os Companheiros Moronciais são simplesmente anfitriões graciosos para aqueles que estão começando a sua longa ascensão interior. São também hábeis patrocinadores do lazer, sendo assistidos de modo competente, nesse trabalho, pelos diretores de retrospecção.
25:7.2 (282.6) Embora tenhais tarefas cada vez mais difíceis e sérias a executar, nos mundos de aperfeiçoamento moroncial de Nébadon, ser-vos-ão sempre proporcionadas temporadas regulares de descanso e diversão. Durante a jornada ao Paraíso, haverá sempre tempo para o descanso e para o lazer espiritual; e, na carreira de luz e vida, há sempre tempo para a adoração e para as novas realizações.
25:7.3 (282.7) Esses Companheiros Moronciais associam-se de uma forma tão amigável que, quando finalmente deixardes a última fase da experiência moroncial e estiverdes preparando-vos para embarcar na aventura espiritual do superuniverso, vós ireis realmente lamentar que essas criaturas companheiras não possam acompanhar-vos, pois elas servem exclusivamente nos universos locais. Em todos os estágios da carreira ascendente, todas as personalidades contatáveis serão tanto amigas quanto companheiras, mas, até encontrardes os Companheiros do Paraíso, nenhum outro grupo será tão devotado à amizade e ao companheirismo.
25:7.4 (283.1) O trabalho dos Companheiros Moronciais é descrito de um modo mais completo nas narrativas que lidam com os assuntos do vosso universo local.
25:8.1 (283.2) Os Companheiros do Paraíso são um grupo composto, recrutado das fileiras dos serafins, seconafins, supernafins e omniafins. Embora servindo por um período de tempo que vós consideraríeis extremamente longo, eles não ficam nesse status permanentemente. Quando esse ministério houver sido completado, geralmente (mas não invariavelmente), eles retornam aos deveres que tinham quando convocados para o serviço no Paraíso.
25:8.2 (283.3) Os membros das hostes angélicas recebem convocações para esse serviço dos Espíritos Maternos dos universos locais, dos Espíritos Refletivos dos superuniversos e de Majeston do Paraíso. Eles são convocados para a Ilha Central ficando incumbidos da função de Companheiros do Paraíso por um dos Sete Espíritos Mestres. À parte o status permanente no Paraíso, esse serviço temporário de companheirismo, no Paraíso, é a mais alta honra já conferida aos espíritos ministradores.
25:8.3 (283.4) Esses anjos seletos dedicam-se ao serviço de companheirismo e são designados como colaboradores de todas as classes de seres que, circunstancialmente, estejam sozinhos no Paraíso, principalmente os ascendentes mortais, mas também todos os outros que estiverem a sós na Ilha Central. Os Companheiros do Paraíso nada têm de especial a realizar por aqueles com quem se confraternizam; eles são companheiros simplesmente. Quase todos os outros seres que vós mortais ireis encontrar, durante a vossa permanência no Paraíso — à parte os vossos semelhantes peregrinos — , terão algo definido a fazer convosco ou para vós; mas esses companheiros são designados apenas para estarem convosco e para comungarem convosco, como companheiros para a vossa personalidade. Eles freqüentemente são assistidos, na sua ministração, pelos graciosos e brilhantes Cidadãos do Paraíso.
25:8.4 (283.5) Os mortais vêm de raças que são muito sociáveis. Os Criadores sabem muito bem que “não é bom para o homem estar só” e então lhe é providenciada uma companhia, mesmo estando no Paraíso.
25:8.5 (283.6) Se vós, ascendentes mortais, alcançardes o Paraíso na companhia de um companheiro ou de um coligado próximo da vossa carreira na Terra, ou se o vosso guardião seráfico de destino tiver a chance de chegar convosco ou se estiver aguardando por vós, então nenhum companheiro permanente será designado para vós. Mas se chegardes sozinhos, um companheiro certamente irá receber-vos quando acordardes na Ilha da Luz, saindo do último sono do tempo. Ainda que seja sabido que vós sereis acompanhados por algum ser de ligação ascendente, companheiros temporários serão designados para dar-vos as boas-vindas às margens eternas e acompanhar-vos até a instalação preparada para receber-vos e aos vossos colaboradores. Vós podeis estar certos de que sereis calorosamente acolhidos, nas margens perenes do Paraíso, ao experienciardes a ressurreição para a eternidade.
25:8.6 (283.7) Os companheiros dessa acolhida são designados durante os últimos dias da vossa permanência como ascendentes, no último circuito de Havona; e eles examinam cuidadosamente os registros da vossa origem mortal e da vossa movimentada ascensão pelos mundos do espaço e pelos círculos de Havona. Quando saúdam os mortais do tempo, eles já estão bastante versados sobre as carreiras desses peregrinos que chegam, e, sendo assim imediatamente demonstram ser companheiros surpreendentes e compassivos.
25:8.7 (283.8) Durante a vossa permanência como pré-finalitores no Paraíso, se, por qualquer razão, fordes separados temporariamente dos vossos companheiros na carreira ascendente — seres mortais ou seráficos — , um Companheiro do Paraíso será imediatamente designado para aconselhar-vos e acompanhar-vos. Uma vez designado para um mortal ascendente de residência solitária no Paraíso, o Companheiro permanece com essa pessoa até que ela se reúna de novo aos seus amigos ascendentes ou seja devidamente integrada ao Corpo de Finalidade.
25:8.8 (284.1) Os Companheiros do Paraíso são designados pela seqüência da espera, mas um ser ascendente nunca é entregue ao encargo de um companheiro cuja natureza seja diferente do seu tipo superuniversal. Se um mortal de Urântia estiver chegando ao Paraíso hoje, será designado para ele o primeiro companheiro, na espera, que seja originário de Orvônton ou cuja natureza seja a do Sétimo Espírito Mestre. Por isso é que o omniafim não serve junto às criaturas ascendentes dos sete superuniversos.
25:8.9 (284.2) Muitos serviços adicionais são prestados pelos Companheiros do Paraíso: se um mortal ascendente chegasse ao universo central sozinho e, enquanto atravessasse Havona, falhasse em alguma fase da aventura da Deidade, ele seria reenviado, no tempo devido, aos universos do tempo e logo seria feita uma chamada às reservas dos Companheiros do Paraíso. Dos dessa ordem seria designado um para seguir com o peregrino reprovado, com o fito de estar com ele, confortando-o e alegrando-o; permanecendo com ele até que retorne ao universo central para retomar a sua ascensão ao Paraíso.
25:8.10 (284.3) Se um peregrino ascendente deparar-se com a derrota, na aventura da Deidade, enquanto estiver atravessando Havona na companhia de um serafim ascendente, o anjo guardião da carreira mortal, este escolherá acompanhar o seu companheiro mortal. Esses serafins sempre se fazem voluntários e lhes é permitido acompanhar os seus antigos camaradas mortais de volta aos serviços do tempo e do espaço.
25:8.11 (284.4) Mas isso não acontece com dois mortais ascendentes estreitamente ligados: se um alcança Deus, enquanto o outro falha temporariamente, aquele que teve êxito individual, invariavelmente, escolhe ir de volta para as criações evolucionárias, junto com a personalidade que se decepcionou; mas isso não lhe é permitido. Em lugar disso, é feita uma chamada às reservas dos Companheiros do Paraíso, e um dos voluntários é escolhido para acompanhar o peregrino decepcionado. Um Cidadão do Paraíso voluntário, então, torna-se colaborador do mortal que teve êxito; e este permanece na Ilha Central à espera de que o camarada derrotado venha de Havona; e, nesse meio tempo, leciona em algumas escolas do Paraíso, apresentando a história da sua ascensão evolucionária repleta de aventuras.
25:8.12 (284.5) [Promovido por Um Elevado em Autoridade de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 26
26:0.1 (285.1) OS SUPERNAFINS são espíritos ministradores do Paraíso e do universo central; eles são a mais alta ordem do grupo menos elevado de filhos do Espírito Infinito — as hostes angélicas. Esses espíritos ministradores são encontrados desde a Ilha do Paraíso até os mundos do tempo e do espaço. Nenhuma das partes maiores da criação organizada e habitada fica desprovida dos serviços deles.
26:1.1 (285.2) Os anjos são os espíritos ministradores que colaboram com as criaturas volitivas evolucionárias e ascendentes de todo o espaço; são também os companheiros e colaboradores de trabalho das mais elevadas hostes de personalidades divinas das esferas. Os anjos, de todas as ordens, são personalidades definidas e altamente individualizadas. Todos eles têm uma grande capacidade de valorar as ministrações dos diretores de retrospecção (ou lazer). Junto com as Hostes dos Mensageiros do Espaço, os espíritos ministradores desfrutam de temporadas de descanso e de transformação; eles possuem naturezas bastante sociáveis e têm uma capacidade de colaboração que em muito transcende a dos seres humanos.
26:1.2 (285.3) Os espíritos ministradores do grande universo são classificados do seguinte modo:
26:1.3 (285.4) 1. Supernafins.
26:1.4 (285.5) 2. Seconafins.
26:1.5 (285.6) 3. Tertiafins.
26:1.6 (285.7) 4. Omniafins.
26:1.7 (285.8) 5. Serafins.
26:1.8 (285.9) 6. Querubins e Sanobins.
26:1.9 (285.10) 7. Criaturas Intermediárias.
26:1.10 (285.11) Os membros individuais das ordens angélicas não são de todo estacionários quanto ao seu status pessoal no universo. Os anjos de certas ordens podem tornar-se Companheiros do Paraíso, por uma temporada; alguns se tornam Registradores Celestes; outros ascendem às fileiras dos Conselheiros Técnicos. Certos querubins podem aspirar ao status e ao destino seráfico, ao passo que os serafins evolucionários podem alcançar os níveis espirituais dos Filhos ascendentes de Deus.
26:1.11 (285.12) As sete ordens de espíritos ministradores, tais como reveladas, são agrupadas, para apresentação, de acordo com as suas funções de maior importância para as criaturas ascendentes:
26:1.12 (285.13) 1. Os Espíritos Ministradores do Universo Central. Três ordens de supernafins servem no sistema Paraíso-Havona. Os supernafins primários, ou do Paraíso, que são criados pelo Espírito Infinito. As ordens secundárias e terciárias, servindo em Havona, são as progênies dos Espíritos Mestres e dos Espíritos dos Circuitos, respectivamente.
26:1.13 (286.1) 2. Os Espíritos Ministradores dos Superuniversos — os seconafins, tertiafins e omniafins. Os seconafins, filhos dos Espíritos Refletivos, servem diversificadamente nos sete superuniversos. Os tertiafins, originários do Espírito Infinito, acabam ficando dedicados ao serviço de ligação entre os Filhos Criadores e os Anciães dos Dias. Os omniafins são criados em conjunto pelo Espírito Infinito e os Sete Executivos Supremos; e são Servidores exclusivos destes últimos. A análise dessas três ordens forma o tema de uma das narrativas seguintes desta série.
26:1.14 (286.2) 3. Os Espíritos Ministradores dos Universos Locais abrangem os serafins e os seus assistentes, os querubins. Com essa descendência do Espírito Materno do Universo é que os mortais ascendentes têm o contato inicial. As criaturas intermediárias, que nascem nos mundos habitados, não são realmente das ordens angélicas propriamente ditas, embora funcionalmente sejam muitas vezes agrupadas junto com os espíritos ministradores. A sua história, junto com uma exposição sobre os serafins e os querubins, é apresentada nos documentos que tratam dos assuntos do vosso universo local.
26:1.15 (286.3) Todas as ordens de hostes angélicas devotam-se aos serviços vários do universo e servem, de um ou de outro modo, às ordens mais elevadas de seres celestes; mas são os supernafins, seconafins e serafins que, em números elevados, são empregados na execução do esquema ascendente de perfeccionamento progressivo dos filhos do tempo. Funcionando no universo central, nos super- universos e nos universos locais, eles formam aquela corrente inquebrantável de espíritos ministradores, a qual tem sido provida pelo Espírito Infinito, para ajudar e guiar todos aqueles que procuram alcançar o Pai Universal por intermédio do Filho Eterno.
26:1.16 (286.4) Os supernafins estão limitados à “polaridade do espírito” no que concerne a uma única fase da ação, aquela junto ao Pai Universal. Eles podem trabalhar isoladamente, exceto quando estiverem utilizando diretamente os circuitos exclusivos do Pai. Quando estiverem ligados, no seu poder de recepção, sob a ministração direta do Pai, os supernafins devem ligar-se, voluntariamente, aos pares, para que sejam capazes de operar. Os seconafins são limitados da mesma forma e, além disso, devem trabalhar aos pares quando forem sincronizar-se com os circuitos do Filho Eterno. Os serafins podem trabalhar isoladamente, como personalidades discretas, definidas e localizadas; mas são capazes de entrar em circuito apenas quando polarizados e ligados aos pares. Um desses seres espirituais é chamado de complemento do outro, quando estão associados aos pares. As relações de complementaridade podem ser passageiras; elas não são necessariamente de natureza permanente.
26:1.17 (286.5) Essas criaturas brilhantes de luz são sustentadas diretamente pela absorção da energia espiritual dos circuitos primários do universo. Os mortais de Urântia precisam obter luz-energia por meio da absorção de vegetais, mas as hostes angélicas estão ligadas aos circuitos; elas “têm alimentos que vós não conheceis”. E também participam dos ensinamentos circulantes dos maravilhosos Filhos Instrutores da Trindade; e fazem recepção do conhecimento e uma forma de absorção da sabedoria muito semelhantes à técnica pela qual assimilam as energias vitais.
26:2.1 (286.6) Os supernafins são ministros hábeis para ministrar a todos os tipos de seres que estejam no Paraíso e no universo central. Estes anjos elevados são criados em três ordens maiores: primária, secundária e terciária.
26:2.2 (287.1) Os supernafins primários. São progênies vindas exclusivamente do Criador Conjunto. Eles dividem o seu ministério de um modo quase igualitário entre alguns corpos de Cidadãos do Paraíso e os grupos, sempre crescentes, de peregrinos ascendentes. Esses anjos da Ilha Eterna são altamente eficientes para fomentar o aperfeiçoamento essencial de ambos os grupos de residentes do Paraíso. Contribuem muito para tudo o que é de ajuda à compreensão mútua entre essas duas ordens únicas de criaturas do universo — uma sendo o tipo mais elevado de criaturas volitivas, divinas e perfeitas; e a outra, a evolução perfeccionada do tipo mais baixo de criaturas volitivas em todo o universo dos universos.
26:2.3 (287.2) O trabalho dos supernafins primários é tão único e notável que será abordado em separado no documento seguinte.
26:2.4 (287.3) Os supernafins secundários são os diretores dos assuntos dos seres ascendentes, nos sete circuitos de Havona. Eles estão igualmente empenhados na ministração de aperfeiçoamentos educacionais a inúmeras ordens de Cidadãos do Paraíso, os quais permanecem por longos períodos nos circuitos dos mundos da criação central; mas nós não podemos discorrer sobre essa fase do seu serviço.
26:2.5 (287.4) Há sete tipos desses anjos elevados, cada um tendo origem em um dos Sete Espíritos Mestres; e a sua natureza é conformada segundo o modelo original. Coletivamente, os Sete Espíritos Mestres criam vários diferentes grupos únicos de seres e de entidades, e os membros individuais de cada ordem são relativamente uniformes na sua natureza. Contudo, quando esses mesmos Sete Espíritos criam individualmente, as ordens resultantes são sempre sétuplas, pela sua natureza; os filhos de cada Espírito Mestre compartilham da natureza do seu criador, sendo, portanto, diferentes dos outros. Essa é a origem dos supernafins secundários; e esses anjos, de todos os sete tipos criados, funcionam bem em todos os ramos de atividades abertos para a sua ordem, sobretudo nos sete circuitos do universo central e divino.
26:2.6 (287.5) Cada um dos sete circuitos planetários de Havona está sob a supervisão direta de um dos Sete Espíritos dos Circuitos, eles próprios sendo uma criação coletiva — e, portanto, uniforme — dos Sete Espíritos Mestres. Mesmo participando da natureza da Terceira Fonte e Centro, esses sete Espíritos subsidiários de Havona não fizeram parte do universo arquetípico original. Eles estiveram em função depois da criação original (eterna), mas muito antes dos tempos de Grandfanda. Eles apareceram, indubitavelmente, como uma resposta criativa dos Espíritos Mestres ao propósito emergente do Ser Supremo; e já estavam em função, quando da organização do grande universo. O Espírito Infinito e todos os seus colaboradores criativos, como coordenadores universais, parecem dotados abundantemente da capacidade de dar respostas criativas adequadas aos desenvolvimentos simultâneos das Deidades experienciais, e nos universos em evolução.
26:2.7 (287.6) Os supernafins terciários têm origem nos Sete Espíritos dos Circuitos. A cada um destes, nos círculos separados de Havona, o Espírito Infinito dá o poder de criar um número suficiente de altos ministros superáficos, da ordem terciária, para satisfazer às necessidades do universo central. Embora os Espíritos dos Circuitos hajam produzido relativamente poucos desses ministros angélicos, antes da chegada dos peregrinos do tempo em Havona, os Sete Espíritos Mestres nem mesmo haviam começado a criação dos supernafins secundários, até a chegada de Grandfanda. A mais antiga das duas ordens, a dos supernafins terciários, será, pois, examinada em primeiro lugar.
26:3.1 (288.1) Esses servidores dos Sete Espíritos Mestres são os especialistas angélicos dos vários circuitos de Havona; e a sua ministração estende-se tanto aos peregrinos ascendentes do tempo quanto aos peregrinos descendentes vindos da eternidade. Naquele bilhão de mundos de estudo, da criação central perfeita, os vossos companheiros superáficos, de todas as ordens, serão plenamente visíveis para vós. Ali, no sentido mais elevado, todos vós sereis fraternais e compreensivos, em compaixão e contato mútuos. E também reconhecereis totalmente, e vos confraternizareis, de um modo agradável, com os peregrinos descendentes, os Cidadãos do Paraíso, que atravessam esses circuitos vindos de dentro para fora, entrando em Havona através do mundo-piloto do primeiro circuito e, continuando para fora, indo até o sétimo.
26:3.2 (288.2) Os peregrinos ascendentes dos sete superuniversos passam por Havona, na direção oposta, entrando pela via do mundo-piloto, do sétimo circuito, e continuando para dentro. Não há limite de tempo estabelecido para o progresso das criaturas ascendentes, de mundo a mundo e de circuito a circuito; do mesmo modo que nenhum tempo fixo para residência, nos mundos moronciais, está arbitrariamente determinado para eles. Todavia, ainda que os indivíduos, adequadamente desenvolvidos, possam ser eximidos de permanecer em um ou mais dos mundos de educação dos universos locais, nenhum peregrino pode evitar passar por todos os sete circuitos da espiritualização progressiva de Havona.
26:3.3 (288.3) Aquele corpo de supernafins terciários, designado principalmente para o serviço dos peregrinos do tempo, é classificado como se segue:
26:3.4 (288.4) 1. Os Supervisores da Harmonia. Torna-se evidente que alguma espécie de influência coordenadora seria necessária, mesmo na perfeita Havona, para manter o sistema e assegurar a harmonia em todo o trabalho de preparação dos peregrinos do tempo para as suas realizações subseqüentes no Paraíso. Esta é a verdadeira missão dos supervisores da harmonia — conservar tudo dentro de um movimento suave e expedito. Originados no primeiro circuito, eles servem em toda Havona; e a sua presença nos circuitos significa que nada, certamente, poderá dar errado. Os supernafins têm uma grande capacidade para coordenar atividades bastante diversas, envolvendo personalidades de ordens diferentes — e, até mesmo, em níveis múltiplos — , o que lhes permite prestarem assistência onde e quando forem requisitados. Eles contribuem enormemente para a compreensão mútua entre os peregrinos do tempo e os peregrinos da eternidade.
26:3.5 (288.5) 2. Os Registradores Principais. Esses anjos são criados no segundo circuito, mas operam em qualquer lugar no universo central. Eles registram em triplicata, efetuando registros para os arquivos literais de Havona, para o arquivo espiritual da sua ordem e para os registros formais do Paraíso. Além disso, eles transmitem automaticamente as transações de importância para o conhecimento verdadeiro às bibliotecas vivas do Paraíso, que são os Custódios do conhecimento, da ordem primária de supernafins.
26:3.6 (288.6) 3. Os Difusores. Os filhos do terceiro Espírito do Circuito funcionam em toda Havona, se bem que a sua estação oficial esteja localizada no planeta de número setenta, do circuito mais externo. Estes mestres da técnica são transmissores e receptores da criação central, e diretores dos informes espaciais de todos os fenômenos da Deidade no Paraíso. Eles podem operar todos os circuitos básicos do espaço.
26:3.7 (288.7) 4. Os Mensageiros têm a sua origem no circuito de número quatro. Eles percorrem o sistema Paraíso-Havona como portadores de todas as mensagens que requerem transmissão pessoal. Servem aos seus companheiros, às personalidades celestes, aos peregrinos do Paraíso e até mesmo às almas ascendentes do tempo.
26:3.8 (289.1) 5. Os Coordenadores da Informação. Esses supernafins terciários, filhos do quinto Espírito do Circuito, são sempre os promotores sábios e compassivos da associação fraternal entre peregrinos ascendentes e descendentes. Eles ministram a todos os habitantes de Havona, e especialmente aos ascendentes, mantendo-os sempre informados sobre os assuntos do universo dos universos. Em virtude de contatos pessoais com transmissores e refletores, esses “jornais vivos” de Havona ficam instantaneamente atualizados sobre todas as informações que passam pelos amplos circuitos de notícias do universo central. Eles asseguram a informação pelo método gráfico de Havona, que os capacita automaticamente a assimilar uma quantidade de informação tal, no período de uma hora do tempo de Urântia, que, pela maioria das vossas técnicas mais rápidas de transmissão, requereria mil anos.
26:3.9 (289.2) 6. As Personalidades de Transporte. Estes seres, com origem no circuito número seis, operam normalmente a partir do planeta de número quarenta, no circuito mais externo. São eles que levam de volta os candidatos desapontados, aqueles que temporariamente falham na aventura da Deidade. E permanecem prontos para servir a todos que devem ir e vir, no serviço de Havona, e que não se autotransportam no espaço.
26:3.10 (289.3) 7. O Corpo de Reserva. As flutuações, no trabalho com os seres ascendentes, os peregrinos do Paraíso e outras ordens de seres estabelecidos em Havona, tornam necessário manter as reservas de supernafins, no mundo-piloto do sétimo círculo, onde têm a sua origem. Criados sem designações especiais eles são competentes para assumir o serviço nas fases menos exigentes de quaisquer deveres dos seus companheiros superáficos da ordem terciária.
26:4.1 (289.4) Os supernafins secundários são ministros dos sete circuitos planetários do universo central. Parte deles está devotada ao serviço dos peregrinos do tempo, e a metade de toda a ordem está designada para o aperfeiçoamento dos peregrinos da eternidade, no Paraíso. Estes Cidadãos do Paraíso, na sua peregrinação pelos circuitos de Havona, são também assistidos pelos voluntários do Corpo Mortal de Finalidade, e esse arranjo tem prevalecido desde que o primeiro grupo de finalitores se formou.
26:4.2 (289.5) De acordo com os seus compromissos periódicos, na ministração aos peregrinos ascendentes, os supernafins secundários trabalham nos sete grupos seguintes:
26:4.3 (289.6) 1. Ajudantes dos Peregrinos.
26:4.4 (289.7) 2. Guias da Supremacia.
26:4.5 (289.8) 3. Guias da Trindade.
26:4.6 (289.9) 4. Descobridores do Filho.
26:4.7 (289.10) 5. Guias do Pai.
26:4.8 (289.11) 6. Assessores e Conselheiros.
26:4.9 (289.12) 7. Complementos do Repouso.
26:4.10 (289.13) Cada um desses grupos de trabalho tem anjos de todos os sete tipos criados; e um peregrino do espaço é sempre tutorado por um supernafim secundário, com origem no Espírito Mestre que preside ao superuniverso de nascimento do peregrino. Quando vós, mortais de Urântia, alcançardes Havona, certamente sereis pilotados por supernafins cujas naturezas de criação — como as vossas próprias naturezas evoluídas — derivaram do Espírito Mestre de Orvônton. E, posto que os vossos tutores advêm do Espírito Mestre do vosso próprio superuniverso, eles estão especialmente qualificados para entender-vos, confortar-vos e assistir-vos em todos os vossos esforços para alcançar a perfeição do Paraíso.
26:4.11 (290.1) Os peregrinos do tempo são transportados, através dos corpos escuros de gravidade de Havona, até os seus circuitos planetários exteriores, pelas personalidades de transporte da ordem primária de seconafins que operam a partir das sedes-centrais dos sete superuniversos. Na sua maioria, mas não todos, os serafins do serviço planetário e do universo local, que foram credenciados para a ascensão ao Paraíso, partirão com seus companheiros mortais, antes do longo vôo para Havona; e começarão imediatamente um longo e intenso aperfeiçoamento, para o compromisso superno, na expectativa, enquanto serafins, de alcançarem a perfeição da existência e a supremacia do serviço. E eles fazem isso com a esperança de juntar-se aos peregrinos do tempo e serem reconhecidos entre aqueles que, para sempre, seguem o curso dos mortais, os quais alcançaram o Pai Universal e receberam a designação para o serviço indiscriminado nos Corpos da Finalidade.
26:4.12 (290.2) O peregrino aterrissa no planeta de recepção de Havona, o mundo-piloto do sétimo circuito, com um único dom de perfeição: a perfeição de propósito. O Pai Universal decretou: “Sede perfeitos, como sou Eu próprio perfeito”. Este é o convite-mandado assombroso difundido aos filhos finitos dos mundos do espaço. A promulgação dessa injunção impulsionou toda a criação a fazer um esforço cooperativo entre os seres celestes, para que todos ajudem a realizar, em toda a plenitude, esse comando prodigioso da Primeira Grande Fonte e Centro.
26:4.13 (290.3) Quando fordes, por intermédio e graça da ministração de todas as hostes de ajudantes do esquema universal de sobrevivência, finalmente colocados no mundo de recepção de Havona, vós chegareis lá com uma única espécie de perfeição — a perfeição no propósito. O vosso propósito tem sido profundamente provado; a vossa fé tem sido testada. Sois conhecidos como sendo à prova de desapontamento. Nem mesmo o fracasso em discernir o Pai Universal pode abalar a fé ou perturbar seriamente a confiança de um mortal ascendente que houver tido a experiência, pela qual todos devem passar, no seu propósito de alcançar as esferas perfeitas de Havona. Ao alcançardes Havona, a vossa sinceridade ter-se-á tornado sublime. A perfeição no propósito e a divindade no desejo, com firmeza de fé, terão assegurado as vossas entradas nas moradas firmes da eternidade; a vossa libertação das incertezas do tempo será inteira e completa; e deveis estar face a face, agora, com os problemas de Havona e as imensidões do Paraíso; pois vós tendes sido muito longamente preparados para essa chegada ao Paraíso, nas épocas experienciais do tempo e nas escolas do mundo do espaço.
26:4.14 (290.4) A fé conquistou, para o peregrino ascendente, uma perfeição de propósito que abre, para esse filho do tempo, os portais da eternidade. Agora, os ajudantes dos peregrinos devem começar o seu trabalho de desenvolver aquela perfeição de entendimento e a técnica da compreensão, tão indispensáveis à personalidade para alcançar do nível de perfeição do Paraíso.
26:4.15 (290.5) A aptidão para compreender é o passaporte dos mortais para o Paraíso. A vontade de acreditar é a chave de Havona. A aceitação da filiação e a cooperação com o Ajustador residente são o preço da sobrevivência evolucionária.
26:5.1 (291.1) O primeiro dos sete grupos de supernafins secundários que será encontrado é o de ajudantes dos peregrinos, aqueles seres de entendimento rápido e compaixão ampla que acolhem os ascendentes muito viajados do espaço nos mundos estabilizados e de economia estabelecida do universo central. Simultaneamente, esses altos ministros começaram o seu trabalho com os peregrinos da eternidade do Paraíso: os primeiros a chegar ao mundo-piloto do circuito interno de Havona, e que o fizeram concomitantemente com a aterrissagem de Grandfanda, no mundo-piloto do circuito mais externo. Naqueles dias longínquos, os peregrinos do Paraíso e os peregrinos do tempo encontraram-se, pela primeira vez, nos mundos de recepção do circuito de número quatro.
26:5.2 (291.2) Esses ajudantes dos peregrinos, atuando no sétimo círculo dos mundos de Havona, conduzem seu trabalho para com os mortais ascendentes em três divisões maiores: a primeira, a compreensão suprema da Trindade do Paraíso; a segunda, a compreensão espiritual da interassociação Pai-Filho; e a terceira, o reconhecimento intelectual do Espírito Infinito. Cada uma dessas fases de instrução é dividida em sete ramificações, com doze divisões menores, de setenta grupos subsidiários; e cada um desses setenta agrupamentos subsidiários de instrução é apresentado em mil classificações. Uma instrução com mais detalhes é proporcionada nos círculos subseqüentes; mas uma visão geral de todos os requisitos do Paraíso é ensinada pelos ajudantes dos peregrinos.
26:5.3 (291.3) Este, então, é o curso primário ou elementar à espera dos peregrinos testados na sua fé e muito viajados do espaço. Todavia, bem antes de alcançar Havona, esses filhos ascendentes do tempo já terão aprendido a regozijar-se com a incerteza, a alimentar-se com o desapontamento, a entusiasmar-se com a derrota aparente, a revigorar-se em presença das dificuldades, a exibir coragem indômita em face da imensidão, e a exercitar uma fé inquebrantável quando confrontados com o desafio do inexplicável. Há muito, o grito de batalha desses peregrinos passou a ser: “Junto com Deus, nada — absolutamente nada — é impossível”.
26:5.4 (291.4) Há um requisito definido, para os peregrinos do tempo, em cada um dos círculos de Havona; e ainda que cada peregrino continue sob a tutela dos supernafins, adaptados por natureza a ajudar esse tipo especial de criatura ascendente, o curso do qual se deve obter a mestria é bastante uniforme para todos os seres ascendentes que alcançam o universo central. O curso dessa realização é quantitativo, qualitativo e experiencial — intelectual, espiritual e supremo.
26:5.5 (291.5) O tempo é de pouca importância nos círculos de Havona. E, só de uma forma limitada, o tempo entra nas possibilidades de avanço, pois a conclusão com êxito é o teste supremo e final. No momento mesmo em que o teu companheiro superáfico te considerar competente para adentrar o próximo círculo, tu serás levado perante os doze ajudantes do sétimo Espírito do Circuito. Ali, será requisitado de ti que passes nas provas do círculo, determinadas no superuniverso da tua origem e no sistema do teu nascimento. O grau de realização na divindade, nesse círculo, tem lugar no mundo-piloto e consiste no reconhecimento espiritual e na compreensão espiritual do Espírito Mestre do superuniverso do peregrino ascendente.
26:5.6 (291.6) Quando terminar o trabalho do círculo mais externo de Havona e o método apresentado estiver sob mestria, os ajudantes dos peregrinos levam os seus tutelados para o mundo-piloto do próximo círculo e os entregam aos cuidados dos Guias da Supremacia. Os ajudantes dos peregrinos sempre permanecem por uma temporada para cuidar que a transferência seja tão agradável quanto proveitosa.
26:6.1 (292.1) Quando transladados do sétimo para o sexto círculo e colocados sob a supervisão imediata dos Guias da Supremacia os seres ascendentes do espaço são chamados de “graduados espirituais”. Estes guias não devem ser confundidos com os Guias dos Graduados — pertencentes às Personalidades Mais Elevadas do Espírito Infinito — que, junto com seus parceiros de serviço, ministram, em todos os circuitos de Havona, tanto aos peregrinos ascendentes quanto aos descendentes. Os Guias da Supremacia funcionam apenas no sexto círculo do universo central.
26:6.2 (292.2) É nesse círculo que os seres ascendentes conseguem uma nova compreensão da Divindade Suprema. Nas suas longas carreiras, nos universos evolucionários, os peregrinos do tempo têm experimentado uma consciência crescente da realidade do supercontole Todo-Poderoso das criações do tempo-espaço. Aqui, neste circuito de Havona, eles estão próximos de encontrar a fonte da unidade do tempo-espaço no universo central — a realidade espiritual de Deus, o Supremo.
26:6.3 (292.3) Encontro certa dificuldade ao explicar o que acontece nesse círculo. Nenhuma presença personalizada da Supremacia é perceptível aos seres ascendentes. Sob certos pontos de vista, novas relações com o Sétimo Espírito Mestre compensam essa não-contatabilidade do Ser Supremo. Porém, a despeito da nossa incapacidade de compreender a técnica, cada criatura ascendente parece estar submetida a um crescimento transformador, uma nova integração de consciência, uma nova espiritualização de propósito, uma nova sensibilidade para a divindade, as quais dificilmente podem ser explicadas satisfatoriamente, sem presumir-se uma atividade não revelada do Ser Supremo. Para aqueles de nós que observaram essas transações misteriosas, é como se Deus, o Supremo, estivesse dotando afetuosamente os seus filhos experienciais, até os limites mesmos das suas capacidades experienciais, com aqueles acréscimos de compreensão intelectual, discernimento espiritual interior e alcance de personalidade, dos quais irão necessitar tanto, em todos os seus esforços para penetrar o nível de divindade da Trindade da Supremacia e alcançar as Deidades Eternas e existenciais do Paraíso.
26:6.4 (292.4) Quando os Guias da Supremacia consideram que os seus discípulos estejam maduros para prosseguir no seu avanço, levam-nos diante da comissão dos setenta, um grupo misto que serve de banca examinadora no mundo-piloto do circuito número seis. Após satisfazerem a essa comissão, quanto à sua compreensão do Ser Supremo e da Trindade da Supremacia, os peregrinos são confirmados como prontos para o traslado ao quinto circuito.
26:7.1 (292.5) Os Guias da Trindade são os ministros incansáveis do quinto círculo de aperfeiçoamento de Havona, para os peregrinos em avanço do tempo e do espaço. Os graduados espirituais, aqui, são designados “candidatos à aventura da Deidade”, pois é nesse círculo, sob a direção dos Guias da Trindade, que os peregrinos recebem a instrução avançada a respeito da Trindade divina, nos seus preparativos com o intento de realizar o reconhecimento da personalidade do Espírito Infinito. E, aqui, os peregrinos ascendentes descobrem o que significam o verdadeiro estudo e o esforço mental real, assim como começam a discernir a natureza mais desgastante e a prática espiritual muito mais árdua que será requerida, para satisfazer às demandas da elevada meta estabelecida, para a realização deles, nos mundos desse circuito.
26:7.2 (292.6) Os Guias da Trindade são extremamente fiéis e eficientes; e cada peregrino recebe a atenção, não dividida, de um supernafim secundário pertencente a essa ordem, e desfruta de todo o seu afeto. Um peregrino do tempo nunca iria encontrar a primeira pessoa alcançável da Trindade do Paraíso, não fossem a ajuda e a assistência desses guias e da hoste de outros seres espirituais empenhados na instrução aos seres ascendentes sobre a natureza e a técnica para a aventura, na Deidade, que se aproxima.
26:7.3 (293.1) Após completarem o curso de aperfeiçoamento nesse circuito, os Guias da Trindade levam os seus discípulos ao seu mundo-piloto e apresentam-nos diante de uma das muitas comissões trinas que funcionam como examinadoras e certificadoras dos candidatos à aventura da Deidade. Essas comissões consistem em um companheiro dentre os finalitores, um dos diretores de conduta da ordem dos supernafins primários, e um Mensageiro Solitário do espaço ou um Filho Trinitarizado do Paraíso.
26:7.4 (293.2) Quando uma alma ascendente parte, de fato, para o Paraíso, ela é acompanhada apenas pelo trio de trânsito: o Companheiro superáfico do círculo, o Guia dos Graduados e o parceiro de serviço sempre-presente deste último. Essas excursões, dos círculos de Havona até o Paraíso, são viagens probatórias; os seres ascendentes ainda não têm status para o Paraíso. E eles não alcançam o status de residentes do Paraíso antes de haverem passado pelo repouso final do tempo, que vem depois de alcançarem o Pai Universal, e da liberação definitiva dos circuitos de Havona. Eles só participam da “essência da divindade” e do “espírito da supremacia” depois do repouso divino; quando, desse modo, realmente começam a funcionar no círculo da eternidade e na presença da Trindade.
26:7.5 (293.3) Os Companheiros que formam o trio de trânsito do ser ascendente não têm a obrigação de torná-lo capaz de localizar a presença geográfica da luminosidade espiritual da Trindade, mas, sim, de fornecer toda a assistência possível a um peregrino, na sua tarefa difícil de reconhecer, discernir e compreender o suficiente do Espírito Infinito, para que isso constitua um reconhecimento de personalidade. Qualquer peregrino ascendente, no Paraíso, pode discernir a presença geográfica ou de localização da Trindade; a grande maioria é capaz de contatar a realidade intelectual das Deidades, especialmente a Terceira Pessoa, mas nem todos podem reconhecer, nem mesmo parcialmente compreender, a realidade da presença espiritual do Pai e do Filho. E ainda mais difícil é a compreensão espiritual até mesmo mínima do Pai Universal.
26:7.6 (293.4) Raramente a busca do Espírito Infinito deixa de ser consumada e, quando os seus tutelados tiverem tido êxito nessa fase da aventura da Deidade, os Guias da Trindade preparar-se-ão para transferi-los ao ministério dos Descobridores do Filho, no quarto círculo de Havona.
26:8.1 (293.5) O quarto circuito de Havona é chamado, algumas vezes, de “circuito dos Filhos”. Dos mundos desse circuito, os peregrinos ascendentes vão ao Paraíso para conseguir um contato de compreensão com o Filho Eterno; ao passo que, nos mundos desse circuito, os peregrinos descendentes alcançam uma nova compreensão da natureza e da missão dos Filhos Criadores, no tempo e no espaço. Nesse circuito há sete mundos nos quais o corpo reserva dos Michaéis do Paraíso mantém escolas de serviço especial de ministério mútuo, tanto para os peregrinos ascendentes, quanto para os descendentes; e é nesses mundos dos Filhos Michaéis que os peregrinos do tempo e os peregrinos da eternidade alcançam o seu primeiro verdadeiro entendimento uns com os outros. Sob muitos aspectos, as experiências desse circuito são as mais intrigantes de toda a estada em Havona.
26:8.2 (294.1) Os Descobridores do Filho são os ministros superáficos dos mortais ascendentes no quarto circuito. Além do trabalho geral de preparativos dos seus candidatos para uma compreensão das relações do Filho Eterno com a Trindade, esses Descobridores do Filho devem instruir tão plenamente os seus pupilos para que eles obtenham êxito: primeiro, na compreensão espiritual adequada do Filho; segundo, no reconhecimento satisfatório da personalidade do Filho; e terceiro, na diferenciação, de modo adequado, entre o Filho e a personalidade do Espírito Infinito.
26:8.3 (294.2) Depois de alcançar o Espírito Infinito, eles não são mais submetidos a exames. Os testes dos círculos internos são as próprias atuações dos candidatos peregrinos, quando são abraçados pelo manto das Deidades. O avanço é determinado puramente pela espiritualidade do indivíduo, e ninguém, senão os Deuses, pode presumir fazer essa qualificação. Em caso de fracasso, nenhum motivo é jamais assinalado; nem os próprios candidatos, nem os seus vários tutores e guias recebem reprimendas ou críticas. No Paraíso, jamais o desapontamento é encarado como derrota; o adiamento nunca é visto como uma desgraça; os fracassos aparentes do tempo nunca são confundidos com os atrasos significativos na eternidade.
26:8.4 (294.3) Não são muitos os peregrinos que experimentam o atraso de um fracasso aparente na aventura da Deidade. Quase todos alcançam o Espírito Infinito, ainda que ocasionalmente algum peregrino do superuniverso de número um não tenha tido êxito na primeira tentativa. Os peregrinos que alcançam o Espírito raramente falham em encontrar o Filho; e entre aqueles que falham na primeira aventura, quase todos vêm dos superuniversos três e cinco. A grande maioria daqueles que falham em alcançar o Pai, na primeira aventura, após haverem encontrado tanto o Espírito quanto o Filho, provém do superuniverso de número seis, ainda que uns poucos dos universos de número dois e três, do mesmo modo, não tenham tido êxito. E tudo isso parece indicar claramente que haja alguma razão boa e suficiente para esses aparentes fracassos; na realidade são atrasos simplesmente inevitáveis.
26:8.5 (294.4) Os candidatos derrotados na aventura da Deidade são colocados sob a jurisdição dos comandantes das designações, um grupo de supernafins primários, e são remanejados para o trabalho nos reinos do espaço, por um período não menor do que um milênio. Eles nunca retornam aos superuniversos do seu nascimento, sempre vão para as supercriações mais propícias ao seu reaperfeiçoamento no preparo da segunda aventura da Deidade. Em seguida a esse serviço, e por sua própria vontade, eles retornam ao círculo externo de Havona, são imediatamente acompanhados até o círculo onde a sua carreira foi interrompida e logo retomam os preparativos para a aventura da Deidade. Os supernafins secundários jamais falham em pilotar com êxito os seus tutelados na segunda tentativa, e os mesmos ministros superáficos e outros guias sempre prestam assistência a tais candidatos durante essa segunda aventura.
26:9.1 (294.5) Quando a alma do peregrino alcança o terceiro círculo de Havona, ela fica sob a tutela dos Guias do Pai, os mais antigos, altamente hábeis e mais experientes de todos os ministros superáficos. Nos mundos desse circuito, os Guias do Pai mantêm escolas de sabedoria e colégios de técnica, onde todos os seres que residem no universo central servem como instrutores. Nada que pudesse ser útil a uma criatura do tempo, nessa aventura transcendente de alcance da eternidade, é negligenciado.
26:9.2 (294.6) O alcançar do Pai Universal é o passaporte para a eternidade, não obstante haver circuitos restantes a serem atravessados. E, portanto, é uma ocasião memorável, no mundo-piloto do círculo de número três, quando o trio de trânsito anuncia que a última aventura do tempo está para começar; que uma nova criatura do espaço busca a sua entrada no Paraíso, pelos portais da eternidade.
26:9.3 (295.1) O teste do tempo está quase chegando ao fim; a escalada para a eternidade já foi quase inteiramente percorrida. Os dias de incerteza estão por terminar; a tentação de duvidar está desaparecendo; a injunção de ser perfeito foi obedecida. Da parte mais baixa da existência inteligente, a criatura do tempo e de personalidade material ascendeu até as esferas evolucionárias do espaço, provando, assim, a viabilidade do plano de ascensão, e demonstrando, para sempre, a justiça e a retidão do comando do Pai Universal às Suas criaturas inferiores dos mundos: “Sede perfeitos, como Eu próprio sou perfeito”.
26:9.4 (295.2) Passo a passo, vida a vida, mundo a mundo, a carreira ascendente foi conquistada e, com mestria, a meta da Deidade foi alcançada. A sobrevivência foi completada, na perfeição, e a perfeição está repleta, na supremacia da divindade. O tempo perdeu-se na eternidade, o espaço foi engolfado na identidade, na adoração e harmonia com o Pai Universal. As transmissões de Havona emitem os informes espaciais da glória, as boas-novas de que, em verdade, as criaturas com a consciência de natureza animal e de origem material, por meio da ascensão evolucionária, tornaram-se, em realidade e em eternidade, filhos perfeccionados de Deus.
26:10.1 (295.3) Os Assessores e os Conselheiros superáficos do segundo círculo são os instrutores dos filhos do tempo a respeito da carreira da eternidade. Alcançar o Paraíso subentende uma responsabilidade de uma ordem nova mais elevada; e a permanência no segundo círculo proporciona oportunidade ampla de receber o conselho colaborador desses devotados supernafins.
26:10.2 (295.4) Aqueles que não têm êxito no primeiro esforço de alcançar a Deidade avançam, do círculo do seu fracasso, diretamente para o segundo círculo, antes de serem reenviados ao serviço no superuniverso. Assim, também os Assessores e Conselheiros servem como conselheiros e confortadores para esses peregrinos desapontados. Eles acabaram de ter o seu maior desapontamento, o qual de nenhum modo difere, a não ser pela magnitude, de outros da longa lista dessas experiências, nas quais eles escalaram, como em uma escada, do caos à glória. Esses são aqueles seres que esvaziaram a taça experiencial à sua última gota; e eu tenho observado que eles retornam, temporariamente, aos serviços dos super- universos como o mais elevado tipo de ministradores de amor para os filhos do tempo que tiveram desilusões temporais.
26:10.3 (295.5) Após uma longa estada no circuito de número dois, aqueles que passaram por tais desilusões são examinados pelos conselhos da perfeição, que se reúnem no mundo-piloto desse círculo e que certificam que eles passaram no teste de Havona; e isso, quanto ao status não-espiritual, confere a eles uma posição nos universos do tempo, a mesma que teriam caso houvessem conseguido êxito, factualmente, na aventura da Deidade. O espírito desses candidatos foi plenamente aceitável; o fracasso deles foi inerente a alguma fase da técnica de abordagem ou alguma parte dos seus antecedentes experienciais.
26:10.4 (295.6) Eles são levados, então, pelos conselheiros do círculo, perante os comandantes das designações no Paraíso e são remanejados para os serviços do tempo nos mundos do espaço; e, com alegria e contentamento, encaminham-se às tarefas de dias e idades anteriores. Em outro dia, eles retornarão ao círculo do seu maior desapontamento e novamente tentarão a aventura da Deidade.
26:10.5 (296.1) Para os peregrinos que obtiveram êxito no segundo circuito, o estímulo da incerteza evolucionária chegou ao fim, mas a aventura do compromisso eterno ainda não começou e, ainda que a permanência nesse círculo seja totalmente agradável e altamente proveitosa, falta-lhes um pouco do entusiasmo antecipador vivido nos círculos anteriores. Muitos são os peregrinos que, nessas ocasiões, olham para trás, para a longa, a imensamente longa luta, com uma saudade jubilosa, realmente desejando pudessem voltar aos mundos do tempo e começar tudo de novo, exatamente como vós mortais, quando, ao chegardes a uma idade avançada, algumas vezes olhais para trás, para as lutas da juventude e dos primeiros anos de vida, e verdadeiramente desejáveis poder viver vossas vidas uma vez mais.
26:10.6 (296.2) A travessia do círculo mais interno, porém, está bem à frente e, um pouco mais adiante, o último sono de trânsito terminará; e a nova aventura da carreira eterna começará. Os assessores e os conselheiros do segundo círculo começam os preparativos dos seus tutelados para esse grande descanso final, o sono inevitável que se interpõe sempre entre os estágios epocais marcantes das carreiras ascendentes.
26:10.7 (296.3) Quando esses peregrinos ascendentes, que alcançaram o Pai Universal, completam a experiência do segundo círculo, os seus Guias dos Graduados sempre prestativos emitem a ordem admitindo-os ao círculo final. Esses guias conduzem pessoalmente os seus tutelados ao círculo interno e, ali, colocam-nos sob a custódia dos Complementos do Repouso, a última ordem de serafins secundários designados ao ministério aos peregrinos do tempo, nos circuitos dos mundos de Havona.
26:11.1 (296.4) Grande parte do tempo de um ser ascendente no último circuito é devotada a uma continuação dos estudos dos problemas iminentes para a residência no Paraíso. Uma hoste grande e diversificada de seres, na sua maioria não revelados, é residente, permanente ou transitoriamente, desse anel interno dos mundos de Havona. E a combinação dos tipos, assim múltiplos, proporciona aos Complementos superáficos do repouso um ambiente rico de situações, as quais eles utilizam efetivamente no aprimoramento da educação dos peregrinos ascendentes, especialmente com respeito aos problemas de adaptação que muitos grupos de seres têm ao se encontrarem no Paraíso.
26:11.2 (296.5) Entre os habitantes desse circuito interno, estão os filhos trinitarizados pelas criaturas. Os supernafins primários e secundários são os Custódios gerais do corpo conjunto desses filhos, incluindo as progênies trinitarizadas dos finalitores mortais e as progênies semelhantes dos Cidadãos do Paraíso. Alguns desses filhos são abraçados pela Trindade e empregados nos supergovernos, outros são designados de vários modos, mas a grande maioria está sendo reunida nos corpos conjuntos nos mundos perfeitos do circuito interno de Havona. Ali, sob a supervisão dos supernafins, estão sendo preparados para algum futuro trabalho, por um corpo especial, e sem denominação, de altos Cidadãos do Paraíso, os quais foram, antes dos tempos de Grandfanda, os primeiros assistentes executivos dos Eternos dos Dias. Há muitas razões para conjecturar-se que esses dois grupos singulares de seres trinitarizados irão trabalhar juntos em um futuro remoto, e, dentre essas razões, o seu destino comum, nas reservas dos Corpos de Finalitores Trinitarizados do Paraíso, não é a menos importante delas.
26:11.3 (296.6) Nesse circuito mais interno, tanto os peregrinos ascendentes quanto os descendentes confraternizam-se uns com os outros, e com os filhos trinitarizados pelas criaturas. Tal como os seus pais, esses filhos tiram grande proveito dessa interassociação; e é missão especial dos supernafins facilitar e assegurar a confraternização entre os filhos trinitarizados dos finalitores mortais e os filhos trinitarizados dos Cidadãos do Paraíso. Os Complementos superáficos do repouso não estão empenhados na educação deles, tanto quanto estão em promover uma relação de entendimento entre os diversos grupos.
26:11.4 (297.1) Do Paraíso, os mortais receberam o comando: “Sede perfeitos, como o vosso Pai no Paraíso é perfeito”. Para esses filhos trinitarizados do corpo conjunto, os supernafins supervisores nunca cessam de proclamar: “Sede compreensivos para com os vossos irmãos ascendentes, do modo que os Filhos Criadores do Paraíso os conhecem e os amam”.
26:11.5 (297.2) A criatura mortal deve encontrar Deus. O Filho Criador nunca pára até encontrar o homem — a sua mais humilde criatura volitiva. Fora de dúvida, os Filhos Criadores, e os seus filhos mortais, estão-se preparando para algum serviço futuro e desconhecido no universo. Uns e outros estão passando por todas as gamas de universos experienciais e, assim, estão sendo educados e preparados para a sua missão eterna. Em todos os universos está ocorrendo essa fusão única do humano e do divino, a comunhão da criatura e do Criador. Os irrefletidos mortais têm-se referido à manifestação da misericórdia e ternura divinas, especialmente para com os fracos e na defesa dos necessitados, como sendo indicativa de um Deus antropomórfico. Quão errôneo! Essas manifestações de misericórdia e de paciência, antes, deveriam ser consideradas, pelos seres humanos, como evidência de que o homem mortal é residido pelo espírito do Deus vivo; de que a criatura é, afinal, motivada pela divindade.
26:11.6 (297.3) Próximo ao fim da estada no primeiro círculo, os peregrinos ascendentes encontram primeiro os estimuladores do repouso, da ordem primária dos supernafins. Estes são os anjos do Paraíso que saem para acolher aqueles que se encontram nos umbrais da eternidade e estão para completar os seus preparativos para o sono de transição da última ressurreição. E realmente não sereis filhos do Paraíso antes de atravessardes o círculo mais interno e antes de haverdes experimentado a ressurreição da eternidade, depois do sono terminal do tempo. Os peregrinos perfeccionados começam por esse repouso e vão dormir no primeiro círculo de Havona; mas acordam às margens do Paraíso. Entre todos os que ascendem à Ilha Eterna, apenas aqueles que chegam lá desse modo são filhos da eternidade; os outros vão como visitantes, como convidados sem status de residência.
26:11.7 (297.4) E agora, culminando a carreira de Havona, ao adormecerdes no mundo-piloto do círculo mais interno, vós, mortais, não ireis sós para o repouso, como o fizestes nos mundos da vossa origem, quando fechastes os vossos olhos no sono natural do falecimento mortal, nem como fizestes quando entrastes no longo transe, no trânsito preparatório para a vossa jornada até Havona. Agora, ao preparar-vos para o repouso de realização, ao vosso lado caminha o vosso Companheiro de longo tempo, desde o primeiro círculo, o majestoso Complemento do repouso, que se prepara, uno convosco, para entrar no sono, como uma garantia dada por Havona de que a vossa transição está completa e de que vós esperais apenas os toques finais da perfeição.
26:11.8 (297.5) A vossa primeira transição foi de fato a morte; a segunda, um sono ideal; e agora, a terceira metamorfose, é o verdadeiro repouso, o descanso das idades.
26:11.9 (297.6) [Apresentado por um Perfeccionador da Sabedoria de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 27
27:0.1 (298.1) OS SUPERNAFINS primários são os Servidores supernos das Deidades na Ilha Eterna do Paraíso. Nunca se soube que eles tenham saído dos caminhos da luz e da retidão. As listas de chamada estão completas; desde a eternidade sequer um membro das suas magníficas hostes foi perdido. Esses elevados supernafins são seres perfeitos, supremos na perfeição; todavia, não são absonitos nem absolutos. Sendo da essência da perfeição, esses filhos do Espírito Infinito trabalham voluntariamente, de modo intercambiável, em todas as fases dos seus múltiplos deveres. Eles não funcionam, em uma escala considerável, fora do Paraíso, se bem que participem dos vários encontros milenares e reuniões de grupo no universo central. Eles também saem como mensageiros especiais das Deidades e, em grande número, ascendem e tornam-se Conselheiros Técnicos.
27:0.2 (298.2) Os supernafins primários são também colocados no comando das hostes seráficas que ministram nos mundos isolados em vista de rebeliões. Quando um Filho do Paraíso se auto-outorga em um mundo assim, ele completa a sua missão, ascende até o Pai Universal, é aceito e retorna como o libertador acreditado desse mundo isolado; um supernafim primário é sempre indicado pelos comandantes das designações para assumir o comando dos espíritos ministradores em serviço na esfera recém-recuperada. Os supernafins, nesse serviço especial, são permutados periodicamente. Em Urântia, o “comandante dos serafins” atual é o segundo dessa ordem a ocupar o posto desde os tempos da auto-outorga de Cristo Michael.
27:0.3 (298.3) Desde a eternidade, os supernafins primários vêm servindo na Ilha da Luz e têm saído em missões de liderança para os mundos do espaço, mas, como classificados agora, eles têm funcionado apenas desde a chegada, ao Paraíso, dos peregrinos do tempo, vindos de Havona. Atualmente, esses anjos elevados ministram, sobretudo, nas sete ordens seguintes de serviço:
27:0.4 (298.4) 1. Condutores da Adoração.
27:0.5 (298.5) 2. Mestres da Filosofia.
27:0.6 (298.6) 3. Custódios do Conhecimento.
27:0.7 (298.7) 4. Diretores da Conduta.
27:0.8 (298.8) 5. Intérpretes da Ética.
27:0.9 (298.9) 6. Comandantes das Designações.
27:0.10 (298.10) 7. Incentivadores do Repouso.
27:0.11 (298.11) Os peregrinos ascendentes só ficam sob a influência direta desses supernafins quando conquistam a residência no Paraíso, de fato; e, então, eles passam por uma experiência de aperfeiçoamento, sob a direção desses anjos, na seqüência inversa da enumeração anterior. Isto é, entrareis, na vossa carreira no Paraíso, sob a tutela dos incentivadores do repouso e, após sucessivas temporadas com as ordens intermediárias, vós terminareis esse período de aperfeiçoamento junto aos condutores da adoração. A partir daí, vós estareis prontos para dar início à interminável carreira de finalitor.
27:1.1 (299.1) Os incentivadores do repouso são inspetores do Paraíso que, saindo da Ilha Central vão para os circuitos mais internos de Havona, e, ali, colaboram com os seus colegas, os complementos do repouso, da ordem secundária dos supernafins. O que é essencial para se desfrutar do Paraíso é o repouso, o repouso divino; e esses incentivadores do repouso são os instrutores finais que aprontam os peregrinos do tempo para serem apresentados à eternidade. Começam seu trabalho quando o peregrino está no círculo final de realização no universo central, e dão continuidade, à sua obra, quando o peregrino desperta do último sono de transição, o adormecimento que credencia uma criatura do espaço ao Reino do eterno.
27:1.2 (299.2) O repouso é de natureza sétupla. Há o repouso do sono e o repouso do recreio, para as ordens inferiores de vida; há o da descoberta, para os seres elevados; e o da adoração para o mais elevado tipo de personalidade do espírito. Há também o repouso normal de absorção de energia, para que os seres se recarreguem com a energia física ou espiritual. E, então, há o sono de trânsito, o adormecimento em inconsciência, quando o ser está enserafinado, durante a passagem de uma esfera para outra. Inteiramente diferente de todos esses é o sono profundo da metamorfose, o descanso da transição entre um estágio e outro do ser, de uma vida para outra, de um estágio para outro da existência; aquele sono que sempre acompanha a transição entre duas fases factuais no universo, diferentemente da evolução feita em vários estágios, de um status qualquer.
27:1.3 (299.3) Mas o último sono metamórfico é algo mais do que esses adormecimentos anteriores de transição que marcaram os status sucessivos de realização na carreira ascendente; é durante esse sono que as criaturas do tempo e do espaço atravessam as margens mais internas do temporal e do espacial, para alcançarem o status residencial nas moradas, fora do tempo e do espaço, do Paraíso. Os Incentivadores e os Complementos do repouso são tão essenciais a essa metamorfose de transcendência quanto os serafins, e os seres coligados a eles, o são para a sobrevivência à morte da criatura mortal.
27:1.4 (299.4) Vós entrareis no repouso, no circuito final de Havona, e sereis ressuscitados, para a vida eterna, no Paraíso. E, quando fordes repersonalizados espiritualmente ali, vós ireis reconhecer, imediatamente, o incentivador do repouso que vos dará as boas-vindas às margens eternas; o mesmo supernafim primário que produziu o sono final no circuito mais interno de Havona; e vos relembrareis do último grande esforço de fé que de novo fizestes, enquanto vos preparáveis para encomendar a guarda da vossa identidade nas mãos do Pai Universal.
27:1.5 (299.5) O último repouso do tempo foi desfrutado; o último sono de transição foi experienciado; agora despertais para a vida perpétua, às margens da morada eterna. “E não haverá mais sono. As presenças de Deus e do Seu Filho estão diante de vós, e sois eternamente os Seus Servidores; vistes a Sua face, e o nome Dele é o vosso espírito. Não haverá noite ali, e não mais necessitareis da luz de nenhum sol, pois a Grande Fonte e Centro vos dá luz; e vivereis para sempre e sempre. E Deus limpará todas as lágrimas dos vossos olhos; não haverá mais morte, nem tristeza, nem lágrimas, nem haverá mais nenhuma dor, pois as coisas anteriores já passaram.”
27:2.1 (300.1) Este é o grupo dos designados, de tempos em tempos, pelo supernafim dirigente, “o modelo original de anjo”, para presidir à organização de todas as três ordens de tais anjos — a primária, a secundária e a terciária. Os supernafins, como corpo, são integralmente autogovernados e auto-regulamentados, exceto pelas funções do seu comandante comum, o primeiro anjo do Paraíso, que sempre preside a todas essas personalidades do espírito.
27:2.2 (300.2) Antes de serem admitidos no Corpo de Finalidade, os anjos das designações têm muito a ver com os mortais glorificados residentes no Paraíso. O estudo e a instrução não são ocupações exclusivas dos recém-chegados ao Paraíso; o serviço também tem o seu papel essencial nas experiências da educação dos pré-finalitores do Paraíso. E eu tenho observado que, em seus períodos de lazer, os mortais ascendentes demonstram predileção por confraternizar com o corpo de reserva dos comandantes superáficos das designações.
27:2.3 (300.3) Quando vós, mortais ascendentes, alcançardes o Paraíso, as vossas relações societárias envolverão muito mais do que o contato com uma hoste de seres divinos elevados e com uma multidão familiar de companheiros mortais glorificados. Vós devereis também confraternizar com mais de três mil ordens diferentes de Cidadãos do Paraíso, os vários grupos dos Transcendentores, e inúmeros outros tipos de habitantes do Paraíso, permanentes e transitórios, que não foram revelados em Urântia. Depois de manter contato com esses intelectos poderosos do Paraíso, é muito repousante estar com os tipos angélicos de mentes; eles fazem os mortais do tempo lembrarem-se dos serafins com quem eles tiveram um contato tão prolongado e uma ligação tão refrescante e restauradora.
27:3.1 (300.4) Quanto mais alto ascenderdes na escala da vida, mais atenção deveis dar à ética no universo. A consciência ética é simplesmente o reconhecimento, por parte de qualquer indivíduo, dos direitos inerentes à existência de todo e qualquer outro indivíduo. A ética espiritual, entretanto, transcende em muito à ética mortal e mesmo aos conceitos moronciais das relações pessoais e grupais.
27:3.2 (300.5) A ética tem sido devidamente ensinada e adequadamente aprendida pelos peregrinos do tempo, na sua longa ascensão às glórias do Paraíso. À medida que essa carreira de ascensão interior tem-se desdobrado, desde os mundos do nascimento no espaço, os seres ascendentes têm continuado a acrescentar grupos e mais grupos aos círculos, sempre em ampliação, dos seus companheiros no universo. Cada novo grupo de colegas encontrado acrescenta mais um nível de ética a ser reconhecido e observado, até que, à época na qual os mortais ascendentes alcançarem o Paraíso, eles necessitarão realmente de alguém que lhes forneça conselhos úteis e amigáveis a respeito das interpretações éticas. Eles não necessitam de que se lhes ensine a ética; mas necessitam de que, tudo aquilo que aprenderam tão laboriosamente, seja interpretado apropriadamente para eles, na medida que forem colocados diante da tarefa extraordinária de entrar em contato com tanta coisa nova.
27:3.3 (300.6) Os intérpretes da ética são de ajuda inestimável aos que chegam ao Paraíso, no seu ajustamento a inúmeros grupos de seres majestáticos durante aquele período, cheio de acontecimentos, que se estende desde o momento em que se alcança o status de residente até o da admissão formal no Corpo de Finalitores Mortais. A muitos dos inúmeros tipos de Cidadãos do Paraíso, os peregrinos ascendentes já os conheceram nos sete circuitos de Havona. Os mortais glorificados também já gozaram do contato íntimo com os filhos trinitarizados por criaturas do corpo conjunto no circuito mais interno de Havona, onde esses seres estão recebendo grande parte da sua educação. E, nos outros circuitos, os peregrinos ascendentes já conheceram inúmeros residentes, ainda não revelados do sistema Paraíso-Havona, que estão buscando ali o aperfeiçoamento grupal preparatório para os compromissos não descobertos do futuro.
27:3.4 (301.1) Todas essas convivências celestes são recíprocas, invariavelmente. Como mortais ascendentes, vós não apenas vos beneficiais desses contatos sucessivos com os companheiros do universo e com as ordens tão numerosas de colaboradores, crescentemente divinos; mas compartilhais com cada um desses seres fraternais algo da vossa própria personalidade e experiência, que torna para sempre cada um deles diferente e melhor por haver estado em ligação com um mortal ascendente vindo dos mundos evolucionários do tempo e do espaço.
27:4.1 (301.2) Tendo sido já plenamente instruídos sobre a ética das relações no Paraíso — nem formalidades sem sentido, nem ditames de castas artificiais, mas, antes, o que é inerentemente próprio — , os mortais ascendentes acham útil receber o conselho dos Diretores superáficos da conduta, que esclarecem, aos novos membros da sociedade do Paraíso sobre os usos da conduta perfeita dos seres elevados que estão na Ilha Central de Luz e Vida.
27:4.2 (301.3) A harmonia é o tom básico do universo central, e uma ordenação detectável de coisas predomina no Paraíso. A conduta adequada é essencial ao progresso, pela via do conhecimento e por meio da filosofia, até as alturas espirituais da adoração espontânea. Há uma técnica divina de abordagem da Divindade; e os peregrinos devem aguardar a chegada ao Paraíso para adquirirem essa técnica. A essência dessa técnica foi administrada nos círculos de Havona, mas os toques finais de aperfeiçoamento dos peregrinos do tempo só podem ser aplicados depois que de fato alcançarem a Ilha da Luz.
27:4.3 (301.4) Toda conduta no Paraíso é plenamente espontânea, natural e livre, em todos os sentidos. Mas há, ainda assim, um modo perfeito e adequado de se fazer as coisas na Ilha Eterna, e os diretores da conduta estão sempre ao lado dos “estranhos dentro dos portões”, para instruí-los e, assim, guiar os seus passos, de modo a deixá-los perfeitamente à vontade e, ao mesmo tempo, tornando os peregrinos capazes de evitar a confusão e a incerteza que, de outro modo, seriam inevitáveis. Apenas com esse arranjo, é possível evitar uma confusão interminável; e a confusão nunca surge no Paraíso.
27:4.4 (301.5) Esses Diretores da conduta realmente se prestam a servir como mestres e guias glorificados. Estão empenhados principalmente em instruir os novos residentes mortais a respeito da nova série quase interminável de situações e de costumes pouco conhecidos. Não obstante toda a longa preparação para tudo isso e a longa jornada até ali, o Paraíso é ainda inexprimivelmente estranho e inesperadamente novo para aqueles que afinal alcançam o status de residentes.
27:5.1 (301.6) Os Custódios superáficos do conhecimento são as “epístolas vivas” mais elevadas, conhecidas e lidas por todos os que residem no Paraíso. Eles são os registros divinos da verdade, os livros vivos do conhecimento verdadeiro. Vós tendes ouvido falar sobre os arquivos nos “livros da vida”. Os Custódios do conhecimento são exatamente esses livros vivos, arquivos da perfeição, impressos nas placas eternas da vida divina e certeza suprema. Eles são, na realidade, bibliotecas vivas, automáticas. Os fatos dos universos são inerentes a esses supernafins primários, pois estão efetivamente registrados nesses anjos; e é inerentemente impossível também que uma inverdade ganhe espaço nas mentes desses depositários perfeitos e completos da verdade na eternidade e da inteligência do tempo.
27:5.2 (302.1) Esses Custódios dão cursos informais para instrução dos residentes da Ilha Eterna, mas a sua função principal é a da referência e verificação. Qualquer hóspede no Paraíso pode, segundo a sua vontade, ter a seu lado o depositário vivo do fato particular ou da verdade que possa desejar conhecer. Na extremidade norte da Ilha encontram-se disponíveis os localizadores vivos do conhecimento, os quais designarão o diretor do grupo que tem a informação buscada; e, em seguida, aparecerão os seres brilhantes que são a própria coisa que gostaríeis de conhecer. Não mais deveis buscar o esclarecimento em páginas supersaturadas; agora vós comungais com a informação viva, face a face. O conhecimento supremo, vós o obtendes, assim, dos seres vivos que são os custódios finais dele.
27:5.3 (302.2) Quando localizardes o supernafim que é exatamente o que desejais verificar, vós encontrareis, disponíveis, todos os fatos conhecidos de todos os universos; pois esses Custódios do conhecimento são os sumários finais vivos da vasta rede de comunicação dos anjos de arquivamento, e esta se estende dos serafins e seconafins, nos universos locais e nos superuniversos, aos dirigentes arquivadores dos supernafins terciários em Havona. E tal acumulação viva de conhecimento é distinta dos registros formais do Paraíso, do sumário cumulativo da História Universal.
27:5.4 (302.3) A sabedoria da verdade tem origem na divindade do universo central, mas o conhecimento, o conhecimento experiencial, tem os seus começos, em grande parte, nos domínios do tempo e do espaço — daí a necessidade de serem mantidos, nos superuniversos, as vastas organizações dos serafins e supernafins de registro, sob a responsabilidade dos Arquivistas Celestes.
27:5.5 (302.4) Esses supernafins primários, os quais inerentemente estão de posse do conhecimento do universo, são, também, responsáveis pela sua organização e classificação. Constituindo eles próprios a biblioteca viva de referência do universo dos universos, eles classificaram o conhecimento em sete grandes ordens, cada uma possuindo cerca de um milhão de subdivisões. A facilidade, com a qual os residentes do Paraíso podem consultar esse vasto estoque de conhecimento, é devida somente aos esforços voluntários e sábios dos Custódios do conhecimento. Os Custódios são também os mestres elevados do universo central, que distribuem livremente seus tesouros vivos a todos os seres de todo e qualquer circuito de Havona; e eles são, extensivamente, ainda que indiretamente, utilizados pelas cortes dos Anciães dos Dias. Mas essa biblioteca viva, sempre disponível ao universo central e aos superuniversos, não é acessível às criações locais. Apenas indiretamente, e por refletividade, os benefícios do conhecimento do Paraíso ficam assegurados aos universos locais.
27:6.1 (302.5) Próximo da satisfação suprema da adoração está o regozijo da filosofia. Nunca chegareis a subir tão alto, ou a avançar até tão à frente, a ponto de não restarem mil mistérios que demandem o emprego da filosofia para uma tentativa de solução.
27:6.2 (302.6) Os Mestres filósofos do Paraíso deliciam-se em guiar a mente dos seus habitantes, tanto a dos nativos como a dos que ascenderam, na busca jubilosa de tentar solucionar os problemas do universo. Esses mestres superáficos da filosofia são “homens sábios do céu”, seres do saber que fazem uso da verdade do conhecimento e fatos da experiência nos seus esforços para ter a mestria do desconhecido. Com eles, o conhecimento atinge a verdade, e a experiência ascende à sabedoria. No Paraíso, as personalidades ascendentes do espaço experimentam o ponto mais elevado do ser: têm conhecimento; conhecem a verdade; e podem filosofar — pensar a verdade — ; eles podem até mesmo procurar abranger os conceitos do Último e intentar compreender as técnicas dos Absolutos.
27:6.3 (303.1) Na extremidade sul dos vastos domínios do Paraíso, os Mestres da filosofia conduzem cursos aprofundados sobre as setenta divisões funcionais da sabedoria. Ali, discorrem sobre os planos e propósitos da Infinitude e procuram coordenar as experiências e compor o conhecimento de todos aqueles que têm acesso à sua sabedoria. Eles desenvolveram uma atitude altamente especializada para com os vários problemas do universo, mas as suas conclusões finais são sempre obtidas na uniformidade do consenso.
27:6.4 (303.2) Esses filósofos do Paraíso ensinam por meio de todos os métodos possíveis de instrução, incluindo a mais alta técnica gráfica de Havona e certos métodos do Paraíso de comunicar a informação. Todas as mais elevadas técnicas de compartilhar o conhecimento e transmissão de idéias estão muito além da capacidade de compreensão da mente humana, até mesmo das mais altamente desenvolvidas. Uma hora de instrução no Paraíso seria equivalente a dez mil anos dos métodos urantianos de palavra-memória. Vós não podeis apreender tais técnicas de comunicação, e não há simplesmente nada, na experiência mortal, a que elas possam ser comparadas, nada a que possam assemelhar-se.
27:6.5 (303.3) Os mestres da filosofia têm um prazer supremo de compartilhar a sua interpretação do universo dos universos com os seres que ascenderam dos mundos do espaço. E, conquanto a filosofia possa nunca estar firme, nas suas conclusões, tanto quanto os fatos do conhecimento e verdades da experiência, ainda assim, quando houverdes escutado esses supernafins primários discorrendo sobre os problemas não resolvidos da eternidade e sobre as atuações dos Absolutos, vós sentireis uma satisfação certa e duradoura a respeito das questões ainda em aberto.
27:6.6 (303.4) Tais buscas intelectuais do Paraíso não são teledifundidas; a filosofia da perfeição está disponível apenas para aqueles que se encontram pessoalmente presentes. As criações que giram à volta do Paraíso ficam sabendo desses ensinamentos apenas por intermédio dos que passaram por essa experiência e que, subseqüentemente, levaram tal sabedoria até os universos do espaço.
27:7.1 (303.5) A adoração é o privilégio mais elevado e o dever primordial de todas as inteligências criadas. A adoração é o ato, em consciência e regozijo, do reconhecimento e admissão, na verdade e no fato, das relações íntimas e pessoais dos Criadores com as suas criaturas. A qualidade da adoração é determinada pela profundidade da percepção da criatura; e à medida que o conhecimento do caráter infinito dos Deuses progride, o ato da adoração torna-se crescentemente todo-abrangente, até que, finalmente, atinge a glória do encantamento experiencial mais elevado e o prazer mais delicado que os seres criados conhecem.
27:7.2 (303.6) Ainda que a Ilha do Paraíso possua locais definidos para a adoração, toda ela é, nitidamente, um vasto santuário de serviço divino. A adoração é a paixão principal e dominante de todos que escalam as suas margens abençoadas — a ebulição espontânea dos seres que aprenderam sobre Deus o suficiente para alcançar a Sua presença. Círculo a círculo, durante a jornada adentro, através de Havona, a adoração é uma paixão crescente, até que, no Paraíso, torna-se necessário dirigir e controlar a sua expressão de outros modos.
27:7.3 (304.1) Os impulsos periódicos e outras explosões especiais de adoração suprema ou de louvor espiritual espontâneos, grupais, desfrutados no Paraíso, são conduzidos sob a liderança de um corpo especial de supernafins primários. Sob a direção desses Condutores da adoração, essa homenagem alcança a meta do supremo prazer da criatura e atinge o auge da perfeição de auto-expressão sublime e de regozijo pessoal. Todos os supernafins primários almejam ser condutores da adoração; e todos os seres ascendentes rejubilar-se-iam de permanecer para sempre em atitude de adoração, caso os comandantes das designações não dispersassem essas reuniões periodicamente. Todavia, nenhum ser ascendente jamais será requisitado para entrar nos compromissos do serviço eterno antes de haver alcançado a plena satisfação na adoração.
27:7.4 (304.2) A tarefa dos Condutores da adoração é ensinar às criaturas ascendentes como adorar, e de um modo tal que consigam alcançar essa satisfação de auto-expressão sendo, ao mesmo tempo, capazes de dar atenção às atividades essenciais do regime do Paraíso. Sem aperfeiçoamentos na técnica da adoração, seriam necessárias centenas de anos para que o mortal mediano, que alcança o Paraíso, pudesse dar expressão plena e satisfatória às emoções, de apreciação inteligente e gratidão, do ascendente. Os Condutores da adoração abrem novas e até então desconhecidas vias de expressão, de modo que esses maravilhosos filhos do ventre do espaço e do trabalho do tempo consigam alcançar a satisfação plena da adoração dentro do menor tempo.
27:7.5 (304.3) Todas as artes, de todos os seres do universo inteiro, que são capazes de intensificar e exaltar a capacidade de auto-expressão, na transmissão do seu apreço, são empregadas, na sua mais elevada capacidade, na adoração das Deidades do Paraíso. A adoração é o júbilo mais elevado da existência no Paraíso; é o recreio refrescante do Paraíso. O que a recreação faz pelas vossas mentes sobrecarregadas, da Terra, a adoração irá fazer pelas vossas almas perfeccionadas do Paraíso. O modo de adoração no Paraíso está muito além da compreensão mortal, mas, a essência de tal adoração, vós podeis começar a apreciá-la ainda aqui, em Urântia; pois os espíritos dos Deuses agora mesmo residem em vós, envolvendo-vos e inspirando-vos para a verdadeira adoração.
27:7.6 (304.4) No Paraíso as horas e os locais para a adoração são indicados, mas estes não são adequados para dar vazão ao fluxo sempre crescente das emoções espirituais da inteligência, que se amplia, e do reconhecimento, em expansão, à divindade, da parte dos seres brilhantes que ascenderam experiencialmente à Ilha Central. Nunca, desde os tempos de Grandfanda, os supernafins conseguiram acomodar satisfatoriamente o espírito de adoração no Paraíso. Se julgarmos pelos preparativos, há sempre ali uma adoratividade em excesso. E isso acontece porque as personalidades da perfeição inerente nunca podem avaliar plenamente as reações prodigiosas das emoções espirituais dos seres que, vagarosa e laboriosamente, caminharam para a glória do Paraíso, vindos das profundezas da escuridão espiritual dos mundos mais baixos do tempo e do espaço. Quando esses anjos e seres mortais do tempo alcançam a presença dos Poderes do Paraíso, acontece a expressão das emoções acumuladas das idades; um espetáculo que surpreende os anjos do Paraíso e que produz o regozijo supremo da satisfação divina, nas Deidades do Paraíso.
27:7.7 (304.5) Algumas vezes, todo o Paraíso permanece engolfado por uma maré dominante de expressão espiritual e adoração. Muitas vezes, os Condutores da adoração não podem controlar esses fenômenos, até o aparecimento da flutuação tríplice da luz da morada Divina, significando que o coração divino dos Deuses ficou plena e completamente satisfeito com a adoração sincera dos residentes do Paraíso: cidadãos perfeitos da glória e criaturas ascendentes do tempo. Que triunfo do aperfeiçoamento da técnica! Que frutificação do plano eterno e do propósito dos Deuses é o amor inteligente dos filhos criaturas que dá plena satisfação ao amor infinito do Pai Criador!
27:7.8 (305.1) Após a realização da satisfação suprema da plenitude da adoração, estareis qualificados para a admissão ao Corpo de Finalidade. A carreira ascendente está quase terminada, e o sétimo jubileu prepara-se para ser celebrado. O primeiro jubileu marcou o acordo mortal com o Ajustador do Pensamento, quando o propósito de sobreviver foi selado; o segundo foi o despertar na vida moroncial; o terceiro foi a fusão com o Ajustador do Pensamento; o quarto foi o do despertar em Havona; o quinto celebrou o encontro do Pai Universal; e o sexto jubileu foi a ocasião do despertar no Paraíso, depois do adormecimento final do tempo. O sétimo jubileu marca a entrada no corpo mortal de finalitores e o começo do serviço na eternidade. O cumprimento, da parte de um finalitor, do sétimo estágio da realização do espírito, provavelmente assinalará a celebração do primeiro dos jubileus da eternidade.
27:7.9 (305.2) E assim termina a história dos supernafins do Paraíso, a mais elevada ordem entre todas as ordens dos espíritos ministradores; aqueles seres que, como uma classe universal, sempre vos prestam assistência, desde o mundo da vossa origem, até receberdes finalmente o adeus dos Condutores da adoração, quando fizerdes o juramento eterno da Trindade e fordes incorporados ao Corpo Mortal de Finalidade.
27:7.10 (305.3) O serviço interminável à Trindade do Paraíso está para começar; e agora o finalitor está face a face com o desafio de Deus, o Último.
27:7.11 (305.4) [Apresentado por um Perfeccionador da Sabedoria de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 28
28:0.1 (306.1) ASSIM COMO os supernafins formam as hostes angélicas do universo central, e os serafins as dos universos locais, os seconafins são os espíritos ministradores dos superuniversos. Em grau de divindade e em potencial de supremacia, entretanto, esses filhos dos Espíritos Refletivos são muito mais como os supernafins do que como os serafins. Eles não servem sozinhos nas supercriações e, tão intrigantes quanto numerosas, são as transações promovidas pelos seus colaboradores não revelados.
28:0.2 (306.2) Tais como são apresentados nestas narrativas, os espíritos ministradores dos superuniversos abrangem as três ordens seguintes:
28:0.3 (306.3) 1. Os Seconafins.
28:0.4 (306.4) 2. Os Tertiafins.
28:0.5 (306.5) 3. Os Omniafins.
28:0.6 (306.6) Posto que as duas últimas ordens não estão empenhadas tão diretamente no esquema ascendente de progressão mortal, serão tratadas resumidamente aqui, antes de considerarmos os seconafins de um modo mais abrangente. Tecnicamente, nem os tertiafins, nem os omniafins são espíritos ministradores dos superuniversos, se bem que ambos sirvam como instrutores espirituais nesses domínios.
28:1.1 (306.7) Esses anjos elevados estão registrados nas sedes-centrais dos superuniversos e, a despeito de servirem nas criações locais, tecnicamente, eles residem nas capitais dos superuniversos, visto que não são nativos dos universos locais. Os tertiafins são filhos do Espírito Infinito, sendo personalizados, no Paraíso, em grupos de mil. Esses seres supernos, de originalidade divina e versatilidade quase suprema, são dádivas do Espírito Infinito para os Filhos Criadores de Deus.
28:1.2 (306.8) Quando um Filho Michael se separa do regime paternal do Paraíso e está pronto para partir na aventura do espaço no universo, um grupo de mil desses espíritos companheiros nasce do Espírito Infinito. E tais majestosos tertiafins acompanham esse Filho Criador, quando ele embarca na aventura da organização do universo.
28:1.3 (306.9) Nos tempos iniciais, de construção do universo, esses mil tertiafins formam a única assessoria pessoal de um Filho Criador. E adquirem uma poderosa experiência, como assistentes do Filho, durante essas idades movimentadas de montagem do universo e de outras manipulações astronômicas. Servem ao lado do Filho Criador até o dia da personalização do Brilhante Estrela Matutino, o primogênito a nascer em um universo local. A partir daí, as renúncias formais dos tertiafins são apresentadas e aceitas. E, com o aparecimento das ordens iniciais da vida angélica nativa, eles retiram-se do serviço ativo no universo local, para o qual haviam sido designados, tornando-se os ministros de ligação entre o Filho Criador e os Anciães dos Dias do superuniverso correspondente.
28:2.1 (307.1) Os omniafins, criados pelo Espírito Infinito em enlace com os Sete Executivos Supremos, são os servidores e mensageiros exclusivos desses mesmos Executivos Supremos. Os omniafins são designados para o grande universo e, em Orvônton, o seu corpo mantém a sua sede-central na parte norte de Uversa, onde residem em uma colônia especial de cortesia. Não têm registro em Uversa, nem são designados para a nossa administração. Também não têm participação direta no esquema ascendente de progressão dos mortais.
28:2.2 (307.2) Os omniafins estão inteiramente ocupados com a vigilância dos superuniversos, no interesse da coordenação administrativa, do ponto de vista dos Sete Executivos Supremos. A nossa colônia de omniafins, em Uversa, recebe instruções apenas do Executivo Supremo de Orvônton e a ele reporta-se, situado que fica na esfera executiva conjunta de número sete, no anel externo dos satélites do Paraíso.
28:3.1 (307.3) As hostes secoráficas são criadas pelos sete Espíritos Refletivos designados para a sede-central de cada superuniverso. Há uma técnica definida, que responde ao Paraíso, associada à criação desses anjos, em grupos de sete. De cada sete seconafins, há sempre um primário, três secundários e três terciários; e são personalizados sempre nessas proporções exatas. Quando sete desses seconafins são criados, um deles, o primário, é designado para o serviço dos Anciães dos Dias. Os três anjos secundários associam-se aos três grupos de administradores originários do Paraíso, nos supergovernos: o de Conselheiros Divinos, de Perfeccionadores da Sabedoria e de Censores Universais. Os três anjos terciários ficam ligados aos colaboradores trinitarizados ascendentes dos governantes dos superuniversos: os Mensageiros Poderosos, Aqueles Elevados Em Autoridade e Aqueles Sem Nome Nem Número.
28:3.2 (307.4) Esses seconafins dos superuniversos são uma progênie dos Espíritos Refletivos e, portanto, a refletividade é inerente à sua natureza. Eles são sensíveis refletivamente a cada uma das fases de toda criatura originária da Terceira Fonte e Centro e dos Filhos Criadores do Paraíso; no entanto, eles não são diretamente refletivos dos seres e entidades, pessoais ou não, originários apenas da Primeira Fonte e Centro. Possuímos muitas evidências da factualidade dos circuitos universais de informação do Espírito Infinito, mas, ainda que não tivéssemos nenhuma outra prova, as atuações refletivas dos seconafins teriam sido suficientes para demonstrar a realidade da presença universal da mente infinita do Agente Conjunto.
28:4.1 (307.5) Os seconafins primários, designados para os Anciães dos Dias, são espelhos vivos a serviço desses governantes trinos. Pensai sobre o que significa, para a economia de um superuniverso, poder olhar dentro de um espelho vivo, por assim dizer, e conseguir ver nele e dele escutar as respostas indubitáveis de um outro ser, a uma distância de mil ou de cem mil anos-luz, e tudo isso feito instantânea e infalivelmente. Os registros são essenciais à condução dos universos, as transmissões prestam um serviço enorme, o trabalho dos Mensageiros Solitários e de outros é de muita ajuda, mas os Anciães dos Dias, da posição deles, a meio caminho entre os mundos habitados e o Paraíso — entre o homem e Deus — , podem instantaneamente olhar nos dois sentidos, escutar de ambos os lados, e conhecer ambos os lados.
28:4.2 (308.1) Tal capacidade — de escutar e ver, por assim dizer, todas as coisas — pode ser perfeitamente realizada, nos superuniversos, apenas pelos Anciães dos Dias e apenas nos seus respectivos mundos-sede. E, mesmo ali, há limitações: de Uversa, essa comunicação é limitada aos mundos e universos de Orvônton; e, ainda que seja inoperante para os superuniversos entre si, essa mesma técnica de refletividade mantém cada um deles em contato estreito com o universo central e com o Paraíso. Os sete supergovernos, ainda que separados individualmente, desse modo, são perfeitamente refletivos da autoridade superior e integralmente solidários, assim como perfeitamente sabedores das necessidades vindas de baixo, podendo assim prestar colaboração e demonstrar compreensão.
28:4.3 (308.2) Os seconafins primários têm a tendência de inclinar-se, por sua natureza inerente, para sete tipos de serviços; e é próprio que a primeira série dessa ordem seja dotada de modo tal que saiba interpretar inerentemente a mente do Espírito para os Anciães dos Dias:
28:4.4 (308.3) 1. A Voz do Agente Conjunto. Em cada superuniverso, o primeiro seconafim primário e todos os sétimos dessa ordem, criados subseqüentemente, demonstram um grau elevado de adaptabilidade para entender e interpretar a mente do Espírito Infinito, para os Anciães dos Dias e para os seus colaboradores nos supergovernos. Isso é de grande valor nas sedes-centrais dos superuniversos, pois, ao contrário das criações locais, com as suas Ministras Divinas, a sede de um supergoverno não dispõe de uma personalização especializada do Espírito Infinito. Portanto, essas vozes secoráficas chegam o mais próximo possível de serem as representantes pessoais da Terceira Fonte e Centro, em uma esfera de importância tão capital. É bem verdade que os sete Espíritos Refletivos estão lá, mas essas mães das hostes secoráficas refletem o Agente Conjunto de modo menos verdadeiro e automático do que refletem os Sete Espíritos Mestres.
28:4.5 (308.4) 2. A Voz dos Sete Espíritos Mestres. O segundo seconafim primário e cada um dos sétimos, criados em seguida, inclinam-se a retratar as naturezas e as reações coletivas dos Sete Espíritos Mestres. Embora cada Espírito Mestre já esteja representado, na capital de um superuniverso, por um dos sete Espíritos Refletivos designados, essa representação é individual, não coletiva. Coletivamente, eles estão presentes apenas por refletividade; por isso, os Espíritos Mestres acolhem, com prazer, os serviços desses anjos altamente pessoais, a segunda série dos seconafins primários, tão competentes para representá-los perante os Anciães dos Dias.
28:4.6 (308.5) 3. A Voz dos Filhos Criadores. O Espírito Infinito deve ter tido algo a ver com a criação ou com o aperfeiçoamento dos Filhos do Paraíso, da ordem de Michael, pois o terceiro seconafim primário e todos os sétimos, da série posterior, possuem o dom notável de serem refletivos das mentes desses Filhos Criadores. Se os Anciães dos Dias quiserem saber — realmente conhecer — a atitude de Michael de Nébadon sobre qualquer questão que esteja sendo considerada, eles não têm de chamá-lo nas linhas do espaço; apenas precisam chamar o Chefe das Vozes de Nébadon, que, a seu pedido, apresentará o seconafim de registro de Michael; e então, ali, naquele exato momento, os Anciães dos Dias captarão a voz do Filho Mestre de Nébadon.
28:4.7 (309.1) Nenhuma outra ordem de filiação é “refletível” desse modo, e nenhuma outra ordem de anjo pode funcionar assim. Não compreendemos plenamente o modo exato como isso é realizado; e duvido muito que até mesmo os próprios Filhos Criadores o compreendam plenamente. Todavia, com toda certeza, sabemos que funciona, e que funciona infalivelmente, e de um modo adequado, também o sabemos, pois, em toda a história de Uversa, as vozes secoráficas nunca erraram nas suas apresentações.
28:4.8 (309.2) Vós estais, agora, começando a ver algo da maneira pela qual a divindade engloba o espaço no tempo e domina o tempo no espaço. Vós estais, aqui, tendo uma das vossas primeiras percepções rápidas sobre a técnica do ciclo da eternidade, que diverge momentaneamente para ajudar os filhos do tempo nas suas tarefas de dominar as árduas dificuldades do espaço. E esses fenômenos acrescem-se à técnica estabelecida, no universo, pelos Espíritos Refletivos.
28:4.9 (309.3) Ainda que aparentemente privados da presença pessoal dos Espíritos Mestres acima, e dos Filhos Criadores abaixo, os Anciães dos Dias têm, sob o seu comando, seres vivos sincronizados com os mecanismos cósmicos de perfeição refletiva e precisão última, por meio dos quais podem desfrutar da presença refletiva de todos os seres elevados cuja presença pessoal lhes seja negada. Por intermédio desses meios e, ainda, por outros desconhecidos de vós, Deus está potencialmente presente nas sedes-centrais dos superuniversos.
28:4.10 (309.4) Os Anciães dos Dias deduzem perfeitamente qual é a vontade do Pai, equalizando a transmissão da voz do Espírito, vinda de cima, e a transmissão da voz de Michael, vinda de baixo. Assim, podem estar seguros e certos ao identificarem a vontade do Pai a respeito dos assuntos administrativos dos universos locais. Contudo, para deduzirem a vontade de um dos Deuses, a partir do conhecimento da dos outros dois, os três Anciães dos Dias devem atuar juntos; dois deles apenas não seriam capazes de alcançar a resposta. E, por essa mesma razão, ainda que não houvesse outras, os superuniversos têm sempre a presidi-los os três Anciães dos Dias e não apenas um ou mesmo dois deles.
28:4.11 (309.5) 4. A Voz das Hostes Angélicas. O quarto seconafim primário e todos os sétimos, na seqüência, demonstram ser anjos especialmente sensíveis aos sentimentos de todas as ordens de anjos, inclusive os supernafins de cima e os serafins de baixo. Assim, a atitude de qualquer anjo, no comando ou na supervisão, torna-se imediatamente disponível para ser examinada em qualquer conselho dos Anciães dos Dias. Nunca se passa um dia, no vosso mundo, sem que o chefe dos serafins de Urântia se torne consciente de que algum fenômeno de transferência refletiva, de Uversa, esteja recorrendo a ele por algum propósito; mas, a menos que seja prevenido por um Mensageiro Solitário, ele permanece inteiramente ignorante sobre o que está sendo buscado e sobre o que deve ser feito. Enquanto espíritos ministradores do tempo, eles estão constantemente fornecendo essa espécie de testemunho inconsciente e, por isso mesmo, certamente, livre de preconceitos, a respeito da série sem fim de assuntos que requerem a atenção e o conselho dos Anciães dos Dias e seus colaboradores.
28:4.12 (309.6) 5. Os Receptores das Transmissões. Há uma classe especial de mensagens transmitidas, as quais são recebidas apenas por esses seconafins primários. Embora não sejam eles os emissores regulares de Uversa, eles trabalham em ligação com os anjos das vozes refletivas, no propósito de sincronização da visão refletiva dos Anciães dos Dias para certas mensagens factuais que provêm dos circuitos estabelecidos da comunicação no universo. Os receptores das transmissões são da quinta série, o quinto seconafim primário a ser criado e cada sétimo depois dele.
28:4.13 (310.1) 6. As Personalidades de Transporte. Esses são os seconafins que carregam os peregrinos do tempo, dos mundos-sede dos superuniversos, para os círculos externos de Havona. Eles formam os corpos de transporte dos superuniversos, operando para dentro, rumo ao Paraíso e, para fora, até os mundos dos seus respectivos setores. Esse corpo é composto do sexto seconafim primário e de todos os sétimos subseqüentemente criados.
28:4.14 (310.2) 7. O Corpo de Reserva. Um grupo muito grande de seconafins, a série dos sétimos primários, é mantido em reserva, para os deveres não classificados e compromissos de emergência dos reinos. Não sendo altamente especializados, podem funcionar bastante bem em qualquer das funções dos seus diversos companheiros; no entanto, um trabalho especializado é feito apenas em emergências. As suas tarefas usuais consistem na realização dos deveres generalizados, em um superuniverso, que não são parte do serviço dos anjos de compromissos específicos.
28:5.1 (310.3) Os seconafins da ordem secundária não são menos refletivos do que os seus companheiros primários. Ser classificado como primário, secundário ou terciário não indica qualquer diferença de status ou função, no caso dos seconafins; denota meramente as ordens de procedimento. Qualidades idênticas são demonstradas por todos os três grupos nas suas atividades.
28:5.2 (310.4) Os sete tipos refletivos de seconafins secundários são designados para os serviços dos colaboradores coordenados, originários da Trindade, dos Anciães dos Dias, como segue:
28:5.3 (310.5) Para os Perfeccionadores da Sabedoria: as Vozes da Sabedoria, Almas da Filosofia e Uniões das Almas.
28:5.4 (310.6) Para os Conselheiros Divinos: os Corações de Conselho, Regozijos da Existência e Satisfações de Serviço.
28:5.5 (310.7) Para os Censores Universais: os Discernidores dos Espíritos.
28:5.6 (310.8) Como ordem primária, esse grupo é criado em série; isto é, o primeiro a nascer foi uma Voz da Sabedoria; e o sétimo depois dele foi um semelhante, e assim é com os seis outros tipos desses anjos refletivos.
28:5.7 (310.9) 1. A Voz da Sabedoria. Alguns destes seconafins estão em ligação perpétua com as bibliotecas vivas do Paraíso, os custódios do conhecimento pertencentes à ordem dos supernafins primários. Para os serviços refletivos especializados, as Vozes da Sabedoria são concentrações e enfoques vivos, correntes, repletos e profundamente confiáveis da sabedoria coordenada do universo dos universos. Em relação ao volume quase infinito de informação que circula nos circuitos mestres dos superuniversos, esses seres extraordinários são tão refletivos e seletivos, tão sensíveis, que se tornam capazes de separar e receber a essência da sabedoria e transmitir, sem erro, essas jóias da mentalização aos seus superiores, os Perfeccionadores da Sabedoria. E funcionam tão bem que os Perfeccionadores da Sabedoria não apenas escutam as expressões factuais originais dessa sabedoria, como também, refletivamente, vêem os próprios seres, de alta ou de baixa origem, que deram voz a ela.
28:5.8 (310.10) Está escrito: “Se a algum homem faltar sabedoria, que ele pergunte”. Em Uversa, quando se torna necessário chegar a decisões de sabedoria, nas situações embaraçosas dos assuntos complexos do governo do superuniverso; quando a sabedoria da perfeição, bem como a da prática, devem ser postas em ação, então os Perfeccionadores da Sabedoria convocam um batalhão das Vozes da Sabedoria e, por meio da habilidade consumada dessa ordem, sintonizam e direcionam esses receptores vivos para a sabedoria da mente, que circula no universo dos universos; e de tal modo que, muito rapidamente, dessas vozes secoráficas é emitida uma corrente da sabedoria da divindade, vinda do universo acima; bem como um fluxo da sabedoria da prática, que vem das mais altas mentes dos universos abaixo.
28:5.9 (311.1) Se alguma confusão surge, na harmonização dessas duas versões da sabedoria, um apelo imediato é feito aos Conselheiros Divinos, que decidem, em seguida, quanto à combinação adequada de procedimentos. Se existir alguma dúvida quanto à autenticidade de algo que venha de reinos onde a rebelião se haja instalado, um apelo é feito aos Censores, que, com os seus Discernidores de Espíritos, são capazes de decidir imediatamente quanto a “que tipo de espírito” teria atuado sobre tal conselheiro. Assim, a sabedoria das idades e o intelecto do momento estão sempre presentes junto aos Anciães dos Dias, como um livro aberto diante do seu olhar benevolente.
28:5.10 (311.2) Apenas vagamente podeis compreender o que tudo isso significa para aqueles que são responsáveis pela condução dos governos do superuniverso. A imensidão e abrangência dessas transações estão muito além da concepção finita. Quando vos colocardes, como eu tenho repetidamente feito, nas câmaras especiais de recepção do templo da sabedoria, em Uversa, e presenciardes tudo isso de fato em operação, sereis levados à adoração, pela perfeição da complexidade e pela segurança do funcionamento das comunicações interplanetárias dos universos. Ireis prestar uma homenagem à sabedoria divina e à bondade dos Deuses que planejam e executam com uma técnica tão extraordinária. E tais coisas de fato se dão exatamente como eu as descrevi.
28:5.11 (311.3) 2. A Alma da Filosofia. Estas mestras maravilhosas estão também ligadas aos Perfeccionadores da Sabedoria e, quando não direcionadas de outro modo, permanecem focalizadas em sincronia com os Mestres da filosofia no Paraíso. Pensais estar diante de um imenso espelho vivo, por assim dizer, mas, em vez de estardes diante da imagem do vosso eu material e finito, ireis aperceber-vos do reflexo da sabedoria da divindade e da filosofia do Paraíso. E caso se torne desejável “encarnar” essa filosofia da perfeição, de modo a diluí-la e torná-la prática, para a aplicação e assimilação dos seres mais baixos dos mundos inferiores, esses espelhos vivos têm apenas que voltar as suas faces para baixo e refletir os modelos e necessidades de um outro mundo ou universo.
28:5.12 (311.4) Por meio dessas mesmas técnicas, os Perfeccionadores da Sabedoria adaptam as decisões e recomendações às necessidades reais e ao estado factual dos povos e mundos em consideração; e atuam, sempre, em consenso com os Conselheiros Divinos e os Censores Universais. Todavia, a complexidade sublime dessas transações está além mesmo da minha capacidade de compreensão.
28:5.13 (311.5) 3. A União das Almas. Completando o quadro trino da assessoria dos Perfeccionadores da Sabedoria estão estas refletoras dos ideais e do status das relações éticas. Entre todos os problemas no universo a requererem um exercício de consumada sabedoria da experiência e da adaptabilidade, nenhum é mais importante do que aqueles que brotam dos relacionamentos e das interligações de seres inteligentes. Seja nas ligações humanas de comércio e negócios, amizade e casamento, seja nas ligações das hostes angélicas, sempre irão continuar a surgir pequenos atritos, desentendimentos menores, demasiado triviais para ocupar a atenção de Conciliadores, mas irritantes e perturbadores o suficiente para estorvar o decorrer tranqüilo das coisas, no universo, caso se permita que se multipliquem e continuem. Por isso, os Perfeccionadores da Sabedoria colocam a experiência sábia da sua ordem à disposição, como o “bálsamo da reconciliação”, de um superuniverso inteiro. Em todo esse trabalho, os sábios dos superuniversos encontram-se competentemente secundados pelas suas colaboradoras refletivas, as Uniões das Almas, que tornam disponíveis as informações atuais a respeito do status do universo e, ao mesmo tempo, retratam o ideal, do ponto de vista do Paraíso, do melhor ajuste nessas questões cheias de perplexidades. Quando não direcionados especificamente para um outro local, esses seconafins permanecem em ligação refletiva com os intérpretes da ética no Paraíso.
28:5.14 (312.1) São estes os anjos que facilitam e promovem o trabalho de equipe em todo o Orvônton. Uma das lições mais importantes a serem aprendidas, durante a vossa carreira mortal, é o trabalho em equipe. As esferas da perfeição são povoadas por aqueles que já têm a mestria dessa arte de trabalhar com outros seres. Poucos são os deveres no universo para os Servidores isolados. Quanto mais para o alto ascenderdes, mais isolados vos tornareis quando temporariamente privados do relacionamento com os vossos semelhantes.
28:5.15 (312.2) 4. O Coração de Conselho. Este é o primeiro grupo desses gênios refletivos a ser colocado sob a supervisão dos Conselheiros Divinos. Os seconafins desse tipo estão de posse dos fatos do espaço, sendo seletivos em relação a tais dados, nos circuitos do tempo. E são especialmente refletivos dos coordenadores superáficos da informação, mas são também refletivos seletivamente do conselho de todos os seres, sejam de alto ou baixo nível. Sempre que os Conselheiros Divinos são convocados para dar aconselhamentos ou para tomadas importantes de decisão, eles imediatamente requisitam um conjunto de Corações de Conselho; e, em seguida, é-lhes passado um comando que, de fato, incorpora em si a sabedoria coordenada e o aconselhamento das mentes mais competentes do superuniverso inteiro, todos os quais havendo já sido censurados e revistos à luz do conselho das mentes elevadas de Havona e mesmo do Paraíso.
28:5.16 (312.3) 5. O Júbilo da Existência. Por natureza, estes seres estão refletivamente sintonizados com os supervisores superáficos da harmonia acima e com alguns dos serafins abaixo, mas torna-se difícil explicar, exatamente, o que os membros desse interessante grupo realmente fazem. As suas atividades principais são dirigidas para promover reações de regozijo entre as várias ordens de hostes angélicas e criaturas inferiores dotadas de vontade. Os Conselheiros Divinos, a quem estão agregados, raramente usam-nos para detectar especificamente a alegria. De um modo mais geral e em colaboração com os diretores de retrospecção, funcionam como centros de distribuição das alegrias, procurando realçar as reações de prazer nos reinos, tentando melhorar o gosto pelo humor, para desenvolver o super-humor entre os mortais e os anjos. Eles tentam demonstrar que há alegria inerente, na existência com livre-arbítrio, independentemente de todas as influências externas; e eles estão certos, ainda que encontrem grandes dificuldades em inculcar essa verdade nas mentes dos homens primitivos. As personalidades dos espíritos mais elevados, bem como os anjos, respondem mais rapidamente a esses esforços educacionais.
28:5.17 (312.4) 6. A Satisfação do Serviço. Estes são anjos altamente refletivos da atitude dos diretores da conduta no Paraíso e, funcionando muito como os Regozijos da Existência, eles tentam enaltecer o valor do serviço e aumentar as satisfações que se derivam deste. Muito fizeram para iluminar as recompensas desprezadas, inerentes ao serviço não-egoísta, o serviço que visa à expansão do reino da verdade.
28:5.18 (312.5) Os Conselheiros Divinos, aos quais essa ordem está agregada, utilizam-na para refletir, de um mundo para outro, os benefícios que são obtidos do serviço espiritual. E, aproveitando as atuações dos melhores, para inspirar e encorajar os medíocres, esses seconafins contribuem imensamente para a qualidade do serviço devotado nos superuniversos. Um uso eficiente do espírito de competitividade fraternal é feito mediante a circulação, em qualquer mundo, da informação sobre o que os outros estiverem fazendo, particularmente os melhores. Uma rivalidade restauradora e benéfica é promovida, até mesmo entre as hostes seráficas.
28:5.19 (313.1) 7. O Discernidor dos Espíritos. Uma ligação especial existe entre os assessores e os conselheiros do segundo círculo de Havona e estes anjos refletivos. Eles são os únicos seconafins agregados aos Censores Universais; mas, provavelmente, são os mais exclusivamente especializados de todos os seus companheiros. Seja qual for a fonte ou o canal de informação; não importando quão pequena possa ser a evidência à mão, quando submetida ao escrutínio refletivo deles, esses discernidores irão informar-nos, em seguida, quanto ao verdadeiro motivo, o propósito factual e a natureza verdadeira da sua origem. Maravilho-me com a excelência operacional desses anjos, que tão inequivocamente refletem de fato o caráter moral e espiritual de qualquer indivíduo, posto sob a sua observação focalizada.
28:5.20 (313.2) Os Discernidores dos Espíritos executam tais serviços complexos pela virtude de um “discernimento espiritual” inerente, se é que eu posso usar tais palavras com a intenção de transmitir à mente humana o pensamento de que esses anjos refletivos funcionam, assim, intuitivamente, de modo inerente e sem cometerem equívocos. Quando os Censores Universais se vêem diante dessas apresentações, ficam face a face com a alma nua do indivíduo refletido; e essa certeza e perfeição mesmas do reflexo explicam, em parte, por que os Censores podem sempre funcionar de um modo tão justo, na sua retidão de juízes. Os discernidores sempre acompanham os Censores, em qualquer missão longe de Uversa; e são tão eficientes nos universos afora, quanto nas suas sedes-centrais em Uversa.
28:5.21 (313.3) Asseguro-vos de que todas essas transações do mundo do espírito são reais; de que elas acontecem de acordo com os usos estabelecidos e em harmonia com as leis imutáveis dos domínios universais. Os seres de toda ordem recém-criada, imediatamente, ao receberem o sopro da vida, de modo instantâneo, são refletidos para o alto; um retrato vivo da natureza da criatura, e do seu potencial, é transmitido à sede-central do superuniverso. Assim, por meio dos Discernidores, os Censores tornam-se conhecedores plenos de “qual tipo de espírito”, exatamente, acabou de nascer nos mundos do espaço.
28:5.22 (313.4) E assim é com o homem mortal: o Espírito Materno de Sálvington vos conhece plenamente, pois o Espírito Santo no vosso mundo “investiga todas as coisas”, e qualquer dado que o Espírito divino obtenha sobre vós, torna-se imediatamente disponível toda vez que os Discernidores secoráficos refletem, com o Espírito, sobre o conhecimento que o Espírito possa ter sobre vós. Deveria, contudo, ser mencionado que o conhecimento e os planos dos fragmentos do Pai não são refletíveis. Os Discernidores podem refletir, e refletem, a presença dos Ajustadores (e os Censores os declaram divinos), mas não podem decifrar o conteúdo da mente dos Monitores Misteriosos.
28:6.1 (313.5) Da mesma maneira que os seus companheiros, estes anjos são criados em série e em sete tipos refletivos; todavia, esses tipos não são designados individualmente aos serviços separados dos administradores do superuniverso. Todos os seconafins terciários são coletivamente designados para os Filhos Trinitarizados de Realização, e esses filhos ascendentes usam-nos de uma maneira intercambiável; isto é, os Mensageiros Poderosos podem utilizar qualquer dos tipos terciários, e o fazem, como também os seus coordenados: Aqueles Elevados em Autoridade e Aqueles Sem Nome Nem Número. Esses sete tipos de seconafins terciários são:
28:6.2 (314.1) 1. O Significado das Origens. Os Filhos ascendentes Trinitarizados do governo de um superuniverso estão encarregados da responsabilidade de lidar com todas as questões que advêm da origem de qualquer indivíduo, raça, ou mundo; e o significado da origem é a questão mais importante, em todos os nossos planos de avanço cósmico, para as criaturas vivas dos reinos. Todos os relacionamentos e aplicações da ética surgem dos fatos fundamentais da origem. A origem é a base da reação ao relacionamento com os Deuses. Sempre, o Agente Conjunto “toma nota sobre o homem, e do modo que ele nasceu”.
28:6.3 (314.2) No caso dos seres descendentes mais elevados, a origem é simplesmente um fato a ser admitido; todavia, com os seres ascendentes, incluindo as ordens inferiores de anjos, a natureza e as circunstâncias de origem não são sempre assim tão claras, ainda que sejam de importância igualmente vital a quase todo momento nos assuntos universais — daí o valor de termos à nossa disposição uma série de seconafins refletivos que possam instantaneamente retratar qualquer coisa que seja pedida, a respeito da gênese de qualquer ser, seja do universo central, seja de qualquer parte do reino de um superuniverso.
28:6.4 (314.3) Os Significados das Origens são as genealogias vivas para a referência imediata das vastas hostes de seres — homens, anjos e outros — que habitam os sete superuniversos. Eles estão sempre prontos para fornecer aos seus superiores uma estimativa atualizada, completa e confiável, dos fatores ancestrais e do estado factual presente de qualquer indivíduo em qualquer mundo dos seus respectivos superuniversos; e a computação dos fatos em seu poder é sempre detalhada até o nível dos minutos.
28:6.5 (314.4) 2. A Memória da Misericórdia. Estes são os registros reais, plenos, repletos e vivos da misericórdia que tem sido estendida aos indivíduos e raças, por meio das ministrações ternas dos recursos do Espírito Infinito, na missão de adaptar a justiça da retidão ao status dos reinos; tal como está revelado nas descrições dos Significados das Origens. A Memória da Misericórdia revela o débito moral dos filhos da misericórdia: as suas dívidas espirituais a serem contrabalançadas pelos aos seus quadros de créditos provisionais estabelecidos pelos Filhos de Deus. Ao revelar a misericórdia preexistente do Pai, os Filhos de Deus estabelecem o crédito necessário para assegurar a sobrevivência de cada um. E então, de acordo com o que é achado pelos Significados das Origens, um crédito de misericórdia é estabelecido para a sobrevivência de cada criatura racional, um crédito de proporções generosas e de graça, suficientes para assegurar a sobrevivência de toda alma que realmente almeje a cidadania divina.
28:6.6 (314.5) A Memória da Misericórdia é uma balança de julgamento vivo, um extrato atualizado da vossa conta com as forças sobrenaturais dos reinos. São esses os registros vivos da ministração da misericórdia, para serem lidos no testemunho das cortes de Uversa, quando o direito de cada indivíduo à vida interminável vem a julgamento; quando “os tronos são elevados e os Anciães dos Dias sentam-se. As transmissões de Uversa são emitidas e surgem diante deles; milhares e milhares ministram a eles, e dez mil vezes dez mil postam-se diante deles. O julgamento fica preparado, e os livros são abertos”. E os livros que são abertos em tais ocasiões importantes, são os registros vivos dos seconafins terciários dos superuniversos. Os registros formais estão nos arquivos para corroborar o testemunho das Memórias da Misericórdia, caso isso seja necessário.
28:6.7 (314.6) A Memória da Misericórdia deve mostrar que o crédito da poupança salvadora, estabelecido pelos Filhos de Deus, foi pago, integral e fielmente, pela ministração amorosa das personalidades pacientes da Terceira Fonte e Centro. Porém, quando a misericórdia é exaurida, quando a “memória” dela atesta o seu esgotamento, então deve a justiça prevalecer e a retidão deve passar a decretar. Pois a misericórdia não é para ser impingida àqueles que a desprezam; a misericórdia não é um dom a ser pisoteado pelos rebeldes persistentes no tempo. Entretanto, ainda que a misericórdia seja assim preciosa e tão caramente outorgada, os vossos créditos de saque individual ficam sempre muito além da vossa capacidade de exaurir a reserva, se fordes sinceros de propósito e honestos de coração.
28:6.8 (315.1) Os refletores da misericórdia, com os seus companheiros terciários, estão empenhados em inúmeras ministrações no superuniverso, incluindo o ensino às criaturas ascendentes. Entre outras tantas coisas, os Significados das Origens ensinam àqueles seres ascendentes como aplicar a ética espiritual e, seguindo esse aperfeiçoamento, as Memórias da Misericórdia ensinam a eles como ser verdadeiramente misericordiosos. Ainda que as técnicas espirituais de ministração da misericórdia estejam fora do alcance da vossa conceituação, vós deveríeis, ainda agora, entender que a misericórdia é uma qualidade de crescimento. Vós deveríeis compreender que há uma grande recompensa de satisfação pessoal em ser justo, em primeiro lugar; em seguida, equânime e, depois, paciente; e, então, gentilmente bondoso. E, posteriormente, sobre essa fundação, se vós a escolherdes e a tiverdes no vosso coração, podereis dar o próximo passo e realmente demonstrar misericórdia; mas vós não podeis demonstrar a misericórdia em si mesma. Esses passos devem ser dados um a um; de outro modo, não pode haver misericórdia genuína. Pode haver paternalização, condescendência ou caridade — a piedade, até mesmo — , mas não a misericórdia. A verdadeira misericórdia vem apenas como um belo ápice para esses adjuntos precedentes da compreensão grupal, apreciação mútua, companheirismo fraternal, comunhão espiritual e harmonia divina.
28:6.9 (315.2) 3. A Importância do Tempo. O tempo é o único dom universal de todas as criaturas volitivas; é o “único talento” confiado a todos os seres inteligentes. Todos vós tendes tempo para assegurar a vossa sobrevivência; e o tempo só é fatalmente desperdiçado e enterrado na negligência quando falhardes em utilizá-lo de modo a assegurar a sobrevivência da vossa alma. O fracasso em aproveitar o vosso tempo, do modo mais extenso possível, não impõe penalidades fatais; apenas atrasa o peregrino do tempo, na sua jornada de ascensão. Se a sobrevivência é conquistada, todas as outras perdas podem ser resgatadas.
28:6.10 (315.3) Nas designações de responsabilidades, o aconselhamento das Importâncias do Tempo não tem preço. O tempo é um fator vital em tudo, deste lado de Havona e do Paraíso. No julgamento final, perante os Anciães dos Dias, o tempo é um elemento de evidência. As Importâncias do Tempo devem sempre proporcionar um testemunho que demonstre que cada indivíduo teve suficiente amplidão de tempo para tomar as suas decisões e realizar a escolha.
28:6.11 (315.4) Essas avaliadoras do tempo são também o segredo da profecia; retratam o elemento do tempo que será necessário para completar qualquer empreendimento e, como indicadoras, são tão confiáveis quanto os frandalanques e cronoldeques de outras ordens viventes. Os Deuses prevêem e, portanto, conhecem com antecipação; mas as autoridades ascendentes, dos universos do tempo, devem consultar as Importâncias do Tempo, para fazerem-se capazes de prever os acontecimentos do futuro.
28:6.12 (315.5) Vós primeiro ireis encontrar esses seres nos mundos das mansões, e ali eles irão instruir-vos no uso vantajoso daquilo a que vós chamais de “tempo”; tanto em seu uso positivo, o trabalho, quanto em seu emprego negativo, o descanso. Ambos os usos do tempo são importantes.
28:6.13 (315.6) 4. A Solenidade da Confiança. A confiança é o teste crucial para as criaturas volitivas. A confiabilidade é a verdadeira medida da automestria sobre o próprio caráter. Esses seconafins realizam um propósito duplo, na economia dos superuniversos: retratam, para todas as criaturas de vontade, o sentido da obrigação, do sagrado e da solenidade da confiança. Ao mesmo tempo, eles refletem, sem equívocos, para as autoridades governantes, a exata medida da confiabilidade de qualquer candidato à confiança ou à responsabilidade.
28:6.14 (316.1) Em Urântia, grotescamente, vós ensaiais como ler o caráter e estimar as capacidades específicas, em Uversa, todavia, nós fazemos tais coisas factualmente com perfeição. Esses seconafins pesam a confiabilidade nas balanças vivas de uma avaliação sem erro do caráter e, após haverem olhado para dentro de vós, temos apenas que olhar para eles, a fim de conhecermos as limitações da vossa capacidade de absorver a responsabilidade, de executar e cumprir as missões confiavelmente. O vosso ativo de confiabilidade está claramente estabelecido, ao lado dos vossos débitos por possíveis falhas ou traições.
28:6.15 (316.2) É plano dos vossos superiores fazer-vos avançar, aumentando as vossas responsabilidades, tão rapidamente quanto se desenvolve o vosso caráter; de modo que esteja desenvolvido o suficiente para que possais suportar, airosamente, as responsabilidades crescentes; no entanto, sobrecarregar o indivíduo apenas causa o desastre e assegura a decepção. E o erro de dar responsabilidade, prematuramente, seja ao homem, seja ao anjo, pode ser evitado com a utilização da ministração desses avaliadores infalíveis da capacidade de confiabilidade dos indivíduos do tempo e do espaço. Esses seconafins acompanham sempre Aqueles Elevados Em Autoridade; e esses executivos nunca fazem designações antes de os seus candidatos haverem sido pesados nas balanças secoráficas e até que seja pronunciado o “nada a desejar”.
28:6.16 (316.3) 5. A Santidade do Serviço. O privilégio do serviço segue imediatamente à descoberta da confiabilidade. Nada pode estar interposto entre vós e a oportunidade crescente de serviço, exceto a vossa própria inconfiabilidade, a vossa falta de capacidade de apreciação da solenidade da confiança.
28:6.17 (316.4) O serviço — o serviço voluntário, não a escravatura — produz a mais alta satisfação e expressa a dignidade mais divina. O serviço — e mais serviço, serviço acrescido, serviço difícil, serviço arriscado e, enfim, serviço divino e perfeito — é a meta do tempo e o destino do espaço. Contudo, sempre os ciclos de recreação do tempo alternar-se-ão com os ciclos do serviço para o progresso. E, após o serviço do tempo, segue-se o supra-serviço da eternidade. Durante o jogo no tempo, deveríeis visualizar o trabalho da eternidade; do mesmo modo que, durante o serviço na eternidade, tereis reminiscências do recreio do tempo.
28:6.18 (316.5) A economia universal é baseada no consumir e no produzir; na carreira eterna, vós jamais encontrareis a monotonia da inação ou estagnação da personalidade. O progresso torna-se possível pelo movimento inerente; o avanço advém da capacidade divina para a ação; e a realização é filha da aventura imaginativa. Inerente, porém, a essa capacidade de realização, é a responsabilidade da ética, a necessidade de reconhecer que o mundo e o universo estão repletos de uma multidão de tipos diferentes de seres. Essa criação magnífica, que vos inclui, foi toda feita não apenas para vós. Esse não é um universo egocêntrico. Os Deuses decretaram: “Mais abençoado é dar do que receber”. E disse o vosso Filho Mestre: “Aquele que quiser ser o maior entre vós, que seja um servidor de todos”.
28:6.19 (316.6) A natureza real de qualquer serviço, seja ele prestado pelo homem ou pelo anjo, é plenamente revelada nas faces dessas indicadoras secoráficas de serviço, as Santidades do Serviço. A análise plena do verdadeiro motivo, e dos motivos ocultos, é claramente mostrada. Esses anjos são, de fato, leitores da mente, investigadores do coração e reveladores da alma, em todo o universo. Os mortais podem usar as palavras para ocultar os seus pensamentos, mas esses altos seconafins deixam a nu os motivos profundos do coração humano e da mente angélica.
28:6.20 (317.1) 6 e 7. O Segredo da Grandeza e a Alma da Bondade. Havendo despertado para a importância do tempo, os peregrinos ascendentes têm seu caminho preparado para a compreensão da solenidade da confiança e a apreciação da santidade do serviço. Embora sejam esses os elementos morais da grandeza, há também os segredos da grandeza. Quando os testes espirituais de grandeza são aplicados, os elementos morais não são desconsiderados; mas a qualidade do altruísmo, revelada no trabalho desinteressado, para o bem-estar dos próprios companheiros terrenos e, particularmente, para os seres merecedores, pela sua necessidade e pelo seu sofrimento, essa é a medida real da grandeza planetária. E a manifestação da grandeza, em um mundo como Urântia, é a demonstração do autocontrole. O grande homem não é aquele que “conquista uma cidade” ou que “domina uma nação”, mas antes “aquele que subjuga a própria língua”.
28:6.21 (317.2) Grandeza é sinônimo de divindade. Deus é supremamente grande e bom. A grandeza e a bondade simplesmente não podem estar divorciadas uma da outra. Elas foram, para sempre, tornadas unas em Deus. Essa verdade é ilustrada, literal e definitivamente, pela interdependência refletiva, entre o Segredo da Grandeza e a Alma da Bondade, pois um não pode funcionar sem o outro. Ao refletir as outras qualidades da divindade, os seconafins do superuniverso podem atuar isoladamente, e fazem-no; mas os avaliadores refletivos, da grandeza e da bondade, parecem ser inseparáveis. Conseqüentemente, em qualquer mundo e universo, esses refletores da grandeza e bondade devem trabalhar juntos; dando sempre uma mostra, dual e mutuamente interdependente, de cada ser sobre quem eles se focalizarem. A grandeza não pode ser avaliada sem que se saiba o seu conteúdo de bondade e, ao mesmo tempo, a bondade não pode ser retratada sem demonstrar a sua grandeza inerente e divina.
28:6.22 (317.3) A estimativa da grandeza varia de esfera para esfera. Ser grande é ser como Deus. E, uma vez que a qualidade da grandeza seja integralmente determinada pelo seu conteúdo de bondade, segue-se que, mesmo no vosso estado atual de humanos, se por meio da graça vós puderdes tornar-vos bons, estareis conseqüentemente tornando-vos grandes. Quanto mais firme e constantemente contemplardes os conceitos da divina bondade e quanto mais persistentemente os perseguirdes, mais seguramente crescereis em grandeza e na verdadeira magnitude do caráter genuíno da sobrevivência.
28:7.1 (317.4) Os seconafins têm a sua origem e suas sedes-centrais nas capitais dos super- universos; mas, com os seus companheiros de ligação, eles cuidam de todos os lugares, das margens do Paraíso aos mundos evolucionários do espaço. Servem como valiosos assistentes para os membros das assembléias deliberativas dos supergovernos e são de grande ajuda para as colônias de cortesia de Uversa: estudantes de astronomia, turistas milenares, observadores celestes e toda uma hoste de outros seres, inclusive seres ascendentes à espera de transporte para Havona. Os Anciães dos Dias têm prazer em designar alguns dos seconafins primários para auxiliar as criaturas ascendentes, domiciliadas nos quatrocentos e noventa mundos de estudo que rodeiam Uversa; e, também ali, muitos daqueles das ordens secundárias e terciárias servem como instrutores. Esses satélites de Uversa são as escolas finais dos universos do tempo, que apresentam o curso preparatório para a universidade de Havona e seus sete-circuitos.
28:7.2 (317.5) Das três ordens de seconafins, é o grupo dos terciários, agregado às autoridades ascendentes, que ministra em escala mais ampla às criaturas ascendentes do tempo. Vós tereis a ocasião de conhecê-los, logo depois da vossa partida de Urântia; se bem que não ireis livremente fazer uso dos serviços deles, antes de alcançardes os mundos de estada de Orvônton. Ireis desfrutar da companhia deles, depois que vos tornardes inteiramente ambientados com eles durante a vossa permanência nos mundos-escola de Uversa.
28:7.3 (318.1) Esses seconafins terciários são os poupadores de tempo, abreviadores de espaço, detectores de erros, instrutores fiéis e marcos-guia sempiternos — sinais vivos da certeza divina — colocados, por misericórdia, nas encruzilhadas do tempo, para ali guiar os passos dos peregrinos ansiosos, nos momentos de grande perplexidade e incerteza espiritual. Muito antes de alcançardes os portais da perfeição, começareis a ganhar acesso aos instrumentos da divindade e ter contato com as técnicas da Deidade. Da época em que chegardes ao mundo inicial das mansões, crescentemente, até fechardes os vossos olhos, no sono preparatório de Havona, para o vosso trânsito ao Paraíso, ireis desfrutar da ajuda de emergência desses seres maravilhosos, que tão plena e livremente são refletivos do conhecimento seguro e da sabedoria certa desses peregrinos idôneos e confiáveis que vos precederam na longa jornada até os portais da perfeição.
28:7.4 (318.2) É-nos negado o privilégio completo que seria utilizar desses anjos da ordem refletiva, em Urântia. Eles são visitantes freqüentes do vosso mundo; vêm acompanhando as personalidades designadas para cá; mas aqui eles não podem funcionar livremente. Esta esfera ainda está sob quarentena espiritual parcial, e, alguns dos circuitos essenciais ao seu serviço, não passam por aqui atualmente. Quando este vosso mundo novamente estiver restabelecido nos circuitos refletivos a que nos referimos, muito do trabalho e comunicação interplanetária e interuniversos serâo grandemente simplificadas e aceleradas. Os trabalhadores celestes, em Urântia, encontram muitas dificuldades por causa dessa redução funcional dos seus colaboradores refletivos. Nós, porém, continuamos conduzindo, com alegria, os nossos assuntos, com as instrumentalidades disponíveis, apesar de estarmos, atual e localmente, privados de muitos dos serviços desses seres maravilhosos, espelhos vivos do espaço e projetores da presença do tempo.
28:7.5 (318.3) [Auspiciado por um Mensageiro Poderoso de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 29
29:0.1 (319.1) DE TODAS as personalidades do universo empenhadas na regulagem dos assuntos interplanetários e interuniversais, os diretores de potência e os seus colaboradores têm sido os menos compreendidos em Urântia. Ainda que as vossas raças há muito tenham tomado conhecimento da existência de anjos e de outras ordens semelhantes de seres celestes, quase nenhuma informação foi prestada a vós a respeito dos controladores e reguladores do domínio físico. Mesmo agora tenho a permissão para revelar-vos apenas o último dos três grupos seguintes de seres vivos, ligados ao controle da força e à regulagem da energia no universo-mestre:
29:0.2 (319.2) 1. Os Mestres Derivados Primários Organizadores da Força.
29:0.3 (319.3) 2. Os Mestres Associados Organizadores de Força Transcendentais.
29:0.4 (319.4) 3. Os Diretores do Poder do Universo.
29:0.5 (319.5) Embora eu considere impossível descrever a individualidade dos vários grupos de diretores, centros e controladores do poder no universo, espero ser capaz de explicar algo sobre o domínio das atividades deles. São um grupo singular de seres vivos, os quais têm a ver com a regulagem inteligente da energia em todo o grande universo. Incluindo os diretores supremos, eles abrangem as seguintes divisões maiores:
29:0.6 (319.6) 1. Os Sete Diretores Supremos de Potência.
29:0.7 (319.7) 2. Os Centros Supremos de Potência.
29:0.8 (319.8) 3. Os Mestres Controladores Físicos.
29:0.9 (319.9) 4. Os Supervisores do Poder Moroncial.
29:0.10 (319.10) Os Diretores e Centros Supremos de Potência têm existido quase que desde os tempos da eternidade e, até onde sabemos, não foram criados mais seres dessas ordens. Os Sete Diretores Supremos tendo sido personalizados pelos Sete Espíritos Mestres, então colaboraram com os seus pais na produção de mais de dez bilhões de colaboradores. Antes da época dos diretores de potência, os circuitos de energia do espaço, fora do universo central, ficavam sob a supervisão inteligente dos Mestres Organizadores da Força do Paraíso.
29:0.11 (319.11) Com o vosso conhecimento de criaturas materiais, vós tendes, ao menos por contraste, uma concepção dos seres espirituais; mas é muito difícil para a mente mortal visualizar os diretores de potência. No esquema da progressão ascendente até os níveis mais elevados de existência, nada tendes a ver, diretamente, seja com os diretores supremos, seja com os centros de potência. Em algumas ocasiões raras, vós ireis lidar com os controladores físicos e ireis trabalhar livremente com os supervisores do poder moroncial, ao chegardes aos mundos das mansões. Esses Supervisores do Poder Moroncial funcionam tão exclusivamente no regime moroncial das criações locais que é considerado mais apropriado descrever as suas atividades nas seções que tratam do universo local.
29:1.1 (320.1) Os Sete Diretores Supremos de Potência são os reguladores da energia-física do grande universo. A sua criação, feita pelos Sete Espíritos Mestres, é o primeiro exemplo registrado da derivação de progênie semimaterial, com antepassados verdadeiramente espirituais. Quando os Sete Espíritos Mestres criam individualmente, eles dão origem a personalidades altamente espirituais da ordem angélica; todavia, quando eles criam coletivamente, algumas vezes, eles geram esses seres semimateriais de tipos elevados. Mesmo esses seres quase-físicos, porém, seriam invisíveis para a visão de pouco alcance dos mortais de Urântia.
29:1.2 (320.2) Os Diretores Supremos de Potência são sete em número, sendo idênticos na sua aparência e na sua função. Um não pode ser distinguido do outro, exceto por aquele Espírito Mestre com quem cada um deles está em ligação direta, ou em completa subserviência funcional. Cada um dos Espíritos Mestres, assim, está em união eterna com um dos da sua progênie coletiva. O mesmo diretor está sempre em ligação com o mesmo Espírito, e essa sua parceria de trabalho resulta em uma associação singular de energias físicas e espirituais, de um ser semifísico e uma personalidade espiritual.
29:1.3 (320.3) Os Sete Diretores Supremos de Potência estão estacionados no Paraíso periférico, onde as suas presenças, circulando lentamente, indicam os paradeiros das sedes-centrais dos focos de força dos Espíritos Mestres. Esses diretores de potência funcionam individualmente na regulagem da potência da energia dos superuniversos; mas funcionam coletivamente na administração da criação central. Operam do Paraíso, mas mantêm-se como centros efetivos de potência em todas as divisões do grande universo.
29:1.4 (320.4) Esses seres poderosos são os ancestrais físicos da vasta hoste de centros de potência e, por meio destes últimos, também o são dos controladores físicos, espalhados pelos sete superuniversos. Esses organismos subordinados, de controle físico, são basicamente uniformes, idênticos, exceto pelo matiz distinto de cada um dos diferentes corpos dos superuniversos. A fim de modificar o superuniverso de seu serviço, bastaria que retornassem ao Paraíso para um acerto na sua tonalidade. A administração da criação física é fundamentalmente uniforme.
29:2.1 (320.5) Os Sete Diretores Supremos de Potência não são capazes, individualmente, de reproduzir-se; mas, coletivamente, e em associação com os Sete Espíritos Mestres, eles podem reproduzir-se — criarem — outros seres como eles próprios. Essa é a origem dos Centros Supremos de Potência do grande universo, os quais funcionam nos sete seguintes grupos:
29:2.2 (320.6) 1. Centros Supervisores Supremos.
29:2.3 (320.7) 2. Centros de Havona.
29:2.4 (320.8) 3. Centros dos Superuniversos.
29:2.5 (320.9) 4. Centros dos Universos Locais.
29:2.6 (320.10) 5. Centros das Constelações.
29:2.7 (320.11) 6. Centros dos Sistemas.
29:2.8 (320.12) 7. Centros Não Classificados.
29:2.9 (321.1) Esses centros de potência, junto com os Diretores Supremos de Potência, são seres de alta vontade para a liberdade e a ação. Todos eles são dotados com a personalidade da Terceira Fonte e demonstram a capacidade volitiva inquestionável de uma ordem elevada. Esses centros diretores do sistema de força do universo são possuidores de dons raros de inteligência; eles são o intelecto do sistema potencial de força do grande universo e o segredo da técnica de controle da mente de toda a vasta rede das múltiplas funções dos Mestres Controladores Físicos e dos Supervisores do Poder Moroncial.
29:2.10 (321.2) 1. Os Centros Supervisores Supremos. Estes sete coordenados e coligados dos Diretores Supremos de Potência são os reguladores dos circuitos mestres de energia do grande universo. Cada supervisor de centro tem a sua sede-central em um dos mundos especiais dos Sete Executivos Supremos, e trabalham em associação estreita com esses coordenadores dos assuntos gerais do universo.
29:2.11 (321.3) Os Diretores Supremos de Potência e os Centros Supervisores Supremos funcionam, tanto conjuntamente quanto como indivíduos, em todos os fenômenos cósmicos abaixo dos níveis da “energia de gravidade”. Quando atuam em coligação esses quatorze seres são, para o poder da força no universo, o que os Sete Executivos Supremos são para os assuntos gerais no universo e o que os Sete Espíritos Mestres são para a mente cósmica.
29:2.12 (321.4) 2. Os Centros de Havona. Antes da criação dos universos do tempo e do espaço, os centros de potência não eram necessários em Havona, mas, desde esses tempos já muito longínquos, um milhão deles vem funcionando na criação central; cada centro sendo encarregado da supervisão de mil mundos de Havona. Ali, no universo divino, existe a perfeição no controle da energia, uma condição que não existe em nenhum outro local. A perfeição da regulagem da energia é a meta última de todos os centros de potência e dos controladores físicos do espaço.
29:2.13 (321.5) 3. Os Centros dos Superuniversos. Ocupando uma enorme área na esfera capital de cada um dos sete superuniversos, há mil centros de potência de terceira ordem. Três correntes de energia primária, cada uma com dez segregações, entram nesses centros de potência, e sete circuitos de potência especializados e bem direcionados, ainda que imperfeitamente controlados, saem das suas sedes de ação unida. Essa é a organização eletrônica da potência no universo.
29:2.14 (321.6) Toda a energia está ligada ao circuito do ciclo do Paraíso, mas os Diretores de Potência no Universo dirigem as energias-força do Paraíso inferior do modo como as encontram, modificadas, nas funções espaciais do universo central e dos superuniversos, convertendo e direcionando essas energias para os canais de aplicação útil e construtiva. Há uma diferença entre a energia de Havona e as energias dos superuniversos. A carga de potência de um superuniverso consiste em três fases de energia, cada uma com dez segregações diferentes. Essa carga tríplice de energia espalha-se pelo espaço do grande universo; é como um imenso oceano de energia em movimento, que envolve e banha inteiramente cada uma das sete supercriações.
29:2.15 (321.7) A organização eletrônica da potência no universo funciona em sete fases, e tem respostas variáveis à gravidade local ou linear. Esse circuito sétuplo provém dos centros de potência dos superuniversos e penetra cada supercriação. Essas correntes especializadas, do tempo e do espaço, são movimentos definidos e localizados de energia, iniciados e direcionados para propósitos específicos, de modo muito semelhante ao da Corrente do Golfo, que funciona como um fenômeno circunscrito no meio do oceano Atlântico.
29:2.16 (321.8) 4. Os Centros dos Universos Locais. Nas sedes-centrais de cada universo local, estão estacionados cem centros de potência da quarta ordem. Eles funcionam para rebaixar e também para modificar, de outros modos, os sete circuitos de potência que emanam das sedes-centrais dos superuniversos, tornando-os, assim, apropriados aos serviços das constelações e dos sistemas. As catástrofes astronômicas locais do espaço são uma preocupação passageira para esses centros de potência; eles estão empenhados no envio ordenado efetivo de energia às constelações e aos sistemas subsidiários. Eles são de grande ajuda para os Filhos Criadores, durante a fase final de organização do universo e de mobilização da energia. Esses centros são capazes de prover canais intensificados de energia, úteis à comunicação interplanetária entre pontos habitados importantes. Uma linha ou canal de energia como esse, algumas vezes também chamado de trajeto de energia, é um circuito direto de energia que vem de um centro de potência para outro centro de potência, ou de um controlador físico para outro controlador. É uma corrente individualizada de potência e contrasta com os movimentos, no espaço livre, das energias indiferenciadas.
29:2.17 (322.1) 5. Os Centros das Constelações. Dez desses centros vivos de potência estão estacionados em cada constelação, funcionando como projetores de energia para os cem sistemas tributários locais. Desses seres saem as linhas de potência para a comunicação e transporte, bem como para a energização daquelas criaturas vivas que dependem de certas formas de energia física para a manutenção da vida. Todavia, nem os centros de potência, nem os controladores físicos subordinados, de modo algum, estão ocupados com a vida como uma organização funcional.
29:2.18 (322.2) 6. Os Centros dos Sistemas. Um Centro Supremo de Potência é permanentemente designado para cada sistema local. Esses centros de sistemas despacham os circuitos de potência para os mundos habitados do tempo e do espaço. Eles coordenam as atividades dos controladores físicos subordinados e funcionam também para assegurar uma distribuição satisfatória da potência nos sistemas locais. O relé de ligação do circuito entre os planetas depende da coordenação perfeita de certas energias materiais e das regulagens eficientes da potência física.
29:2.19 (322.3) 7. Os Centros Não Classificados. Estes centros são os que funcionam em situações locais especiais, mas não nos planetas habitados. Os mundos individuais estão a cargo dos Mestres Controladores Físicos e recebem as linhas de força em circuitos despachados pelos centros de potência dos seus sistemas. Apenas aquelas esferas de relações energéticas mais extraordinárias têm centros de potência, da sétima ordem, atuando como volantes equilibradores universais ou dirigentes da energia. Em cada fase da atividade, esses centros de potência são completamente iguais àqueles que funcionam nas unidades mais altas de controle, mas nem um corpo espacial, entre um milhão, abriga tal organização de poder vivente.
29:3.1 (322.4) Os Centros Supremos de Potência distribuídos pelos superuniversos, com os seus colaboradores e subordinados, ultrapassam o número de dez bilhões. E eles todos estão em sincronia perfeita e ligação completa com os seus progenitores do Paraíso, os Sete Diretores Supremos de Potência. O controle da potência do grande universo, assim, está confiado à guarda e direção dos Sete Espíritos Mestres criadores dos Sete Diretores Supremos de Potência.
29:3.2 (322.5) Os Diretores Supremos de Potência e todos os seus colaboradores, assistentes e subordinados estão para sempre eximidos de apreensões ou de interferências, da parte dos tribunais de todo o espaço; e também não estão sujeitos, seja à direção administrativa do governo dos Anciães dos Dias no superuniverso, seja à administração dos Filhos Criadores no universo local.
29:3.3 (323.1) Tais centros e diretores de potência são trazidos à existência pelos filhos do Espírito Infinito. Eles não pertencem à administração dos Filhos de Deus, embora se afiliem aos Filhos Criadores, durante as épocas finais da organização material do universo. Contudo, de algum modo, os centros de potência estão estreitamente associados ao supercontole cósmico do Ser Supremo.
29:3.4 (323.2) Os centros de potência e os controladores físicos não se submetem a nenhum aperfeiçoamento; são todos criados na perfeição e são inerentemente perfeitos na ação. Nunca passam de uma função para outra; servem sempre no compromisso originalmente determinado. Não há evolução nas suas fileiras; e isto é verdadeiro para todas as sete divisões de ambas as ordens.
29:3.5 (323.3) Sem nenhum passado ascendente para recordar-se, na sua memória, os centros de potência e os controladores físicos nunca têm recreios; eles são caprichosamente sérios em todas as suas ações. Eles estão sempre em função; não há dispositivos no esquema universal para interrupções das linhas físicas de energia; nunca, sequer por uma fração de segundo, podem esses seres abandonar a sua supervisão direta dos circuitos de energia do tempo e do espaço.
29:3.6 (323.4) Os diretores, os centros e os controladores de potência não têm nada a ver com coisa alguma em toda a criação, exceto com a energia da potência, material ou da energia semifísica; eles não originam, mas modificam, manipulam e direcionam essa energia. Também não têm nada a ver com a gravidade física, exceto para resistir à sua força de atração. A sua relação com a gravidade é inteiramente negativa.
29:3.7 (323.5) Os centros de potência utilizam-se de imensos mecanismos e coordenações, de ordem material, em ligação com os mecanismos vivos das várias concentrações da energia segregada. Cada centro de potência individual é constituído exatamente de um milhão de unidades de controle funcional, e essas unidades modificadoras da energia não são estacionárias como os órgãos vitais do corpo físico do homem; esses “órgãos vitais” de regulagem da potência são móveis e verdadeiramente caleidoscópicos, pelas suas possibilidades associativas.
29:3.8 (323.6) Está muito além da minha capacidade, explicar a maneira pela qual esses seres vivos englobam a manipulação e a regulagem dos circuitos mestres da energia do universo. Assumir informar-vos ainda mais sobre o tamanho e a função desses centros gigantescos, e quase perfeitamente eficientes, de potência, apenas iria causar-vos mais confusão e constrangimento. Eles não apenas são vivos e “pessoais”, como estão além da vossa compreensão.
29:3.9 (323.7) Fora de Havona, os Centros Supremos de Potência funcionam apenas em esferas especialmente construídas (arquitetônicas) ou em corpos espaciais adequadamente constituídos. Os mundos arquitetônicos são construídos de um modo tal que os centros vivos de potência podem atuar como interruptores seletivos, que direcionam, modificam e concentram as energias do espaço, à medida que elas são vertidas sobre tais esferas. Eles não poderiam funcionar, assim, em um sol ou um planeta evolucionário comum. Alguns grupos atendem também às necessidades de aquecimento e a outras necessidades materiais desses mundos sede-centrais especiais. E, embora esteja fora do escopo do conhecimento em Urântia, posso dizer que essas ordens de personalidades vivas de potência muito têm a ver com a distribuição da luz que brilha sem calor. Elas não produzem tal fenômeno, mas ocupam-se da sua disseminação e direcionamento.
29:3.10 (323.8) Os centros de potência e os seus controladores subordinados são designados para os trabalhos com todas as energias físicas do espaço organizado. Eles trabalham com três correntes básicas de dez energias cada. Essa é a carga de energia do espaço organizado; e o espaço organizado é o domínio deles. Os Diretores de Potência no Universo nada têm a ver com essas ações imensamente grandes de força que agora estão acontecendo fora das fronteiras atuais dos sete superuniversos.
29:3.11 (324.1) Os centros de potência e os controladores exercem um controle perfeito apenas sobre sete das dez formas de energia contidas em cada corrente básica do universo; e as formas que estão parcial ou totalmente fora do seu controle devem representar os reinos imprevisíveis de manifestação de energia dominados pelo Absoluto Inqualificável. Se exercem uma influência sobre as forças primordiais desse Absoluto, não somos conhecedores de tais funções; embora haja uma ligeira evidência a garantir a opinião de que alguns dos controladores físicos sejam, algumas vezes, automaticamente sensíveis a certos impulsos do Absoluto Universal.
29:3.12 (324.2) Esses mecanismos vivos de potência não estão relacionados conscientemente ao supercontole do Absoluto Inqualificável da energia no universo-mestre; mas supomos que todo o seu esquema, quase perfeito, de direção de potência seja, de uma maneira desconhecida, subordinado a tal presença da supergravidade. Sobre qualquer situação da energia local, os centros e os controladores exercem uma quase-supremacia, mas eles estão sempre conscientes da presença da supra-energia e atuação não identificável do Absoluto Inqualificável.
29:4.1 (324.3) Estes seres são os subordinados móveis dos Centros Supremos de Potência. Os controladores físicos são dotados com uma tal capacidade de metamorfosear-se, na sua individualidade, que podem engajar-se em uma diversidade notável de autotransportes, sendo capazes de atravessar o espaço local a velocidades que se aproximam das do vôo dos Mensageiros Solitários. Todavia, como todos os outros cruzadores do espaço, eles necessitam da assistência, tanto dos seus companheiros como de alguns outros tipos de seres, para vencer a ação da gravidade e a resistência da inércia, ao partirem de uma esfera material.
29:4.2 (324.4) Os Mestres Controladores Físicos servem em todo o grande universo. Eles são governados diretamente do Paraíso, pelos Sete Diretores Supremos de Potência, até as sedes-centrais dos superuniversos, de onde eles são direcionados e distribuídos pelo Conselho do Equilíbrio, os altos comissionados da potência despachados pelos Sete Espíritos Mestres a partir do pessoal dos Mestres Organizadores Associados da Força. Esses altos comissionados têm o poder de interpretar as leituras e os registros dos mestres frandalanques, os quais são os instrumentos vivos a indicar a pressão da força e a carga de energia de um superuniverso inteiro.
29:4.3 (324.5) Embora a presença das Deidades do Paraíso englobe o grande universo e abranja o círculo da eternidade, a influência de qualquer um dos Sete Espíritos Mestres limita-se a um único superuniverso. Há uma distinção clara na seleção da energia e uma separação nos circuitos de potência entre cada uma das sete supercriações; e vem disso a necessidade de prevalecerem, como efetivamente prevalecem, os métodos de controles individualizados.
29:4.4 (324.6) Os Mestres Controladores Físicos são uma progênie direta dos Centros Supremos de Potência, e as suas fileiras incluem:
29:4.5 (324.7) 1. Diretores Adjuntos de Potência.
29:4.6 (324.8) 2. Controladores Mecânicos.
29:4.7 (324.9) 3. Transformadores de Energia.
29:4.8 (325.1) 4. Transmissores de Energia.
29:4.9 (325.2) 5. Associadores Primários.
29:4.10 (325.3) 6. Dissociadores Secundários.
29:4.11 (325.4) 7. Frandalanques e Cronoldeques.
29:4.12 (325.5) Nem todas essas ordens são pessoas, no sentido de possuírem o poder individual da escolha; e especialmente os quatro últimos, os quais parecem ser seres totalmente automáticos e mecânicos nas respostas aos impulsos dos seus superiores, e nas reações a condições existentes de energia. Contudo, ainda que tal resposta pareça ser totalmente maquinal, não o é; eles podem parecer autômatos, mas todos eles demonstram ter a função diferencial da inteligência.
29:4.13 (325.6) A personalidade não é necessariamente uma concomitância da mente. A mente pode pensar mesmo quando desprovida de todo poder de escolha, como acontece com numerosos tipos menos elevados de animais e alguns desses controladores físicos subordinados. Muitos desses reguladores mais automáticos da potência física não são pessoas, em quaisquer sentidos dessa palavra. Eles não são dotados de vontade e independência de decisão, sendo totalmente subservientes à perfeição mecânica do projeto, nas tarefas a eles designadas. Entretanto, todos são seres altamente inteligentes.
29:4.14 (325.7) Os controladores físicos ocupam-se principalmente com o ajustamento de energias básicas, ainda não descobertas em Urântia. Essas energias desconhecidas são essenciais ao sistema interplanetário de transporte e a algumas técnicas de comunicação. Quando estabelecemos as linhas de energia com o propósito de transportar os equivalentes do som ou de ampliar a visão, essas formas não descobertas de energia são utilizadas pelos controladores físicos vivos e pelos seus agregados. Essas mesmas energias, conforme a ocasião, também são utilizadas pelas criaturas intermediárias nos seus trabalhos rotineiros.
29:4.15 (325.8) 1. Diretores Adjuntos de Potência. Estes seres maravilhosamente eficientes ficam incumbidos da designação e despacho de todas as ordens dos Mestres Controladores Físicos, de acordo com as sempre mutáveis necessidades do status energético nos reinos. Nos mundos sedes-centrais dos setores menores são mantidas imensas reservas de controladores físicos e, desses pontos de concentração, são periodicamente despachados, pelos diretores adjuntos de potência, para as sedes-centrais dos universos, constelações, sistemas e planetas individuais. Sendo designados assim, os controladores físicos ficam provisoriamente sujeitos às ordens dos executores divinos das comissões de conciliação; mas, não sendo assim, ficam submetidos apenas aos seus diretores adjuntos e Centros Supremos de Potência.
29:4.16 (325.9) Três milhões de diretores adjuntos de potência são designados para cada um dos setores menores de Orvônton, perfazendo uma cota total, para o superuniverso, de três bilhões desses seres surpreendentemente versáteis. As próprias reservas deles são mantidas nesses mesmos mundos do setor menor, onde servem também como instrutores para todos aqueles que estudam as ciências das técnicas de controle e transmutação inteligente da energia.
29:4.17 (325.10) Esses diretores alternam períodos de serviço executivo, nos setores menores, com períodos iguais de serviço de inspeção, nos reinos do espaço. Ao menos um inspetor atuante está sempre presente em cada sistema local, mantendo a sua sede-central na própria esfera capital. Eles conservam toda a vasta agregação de energia viva em sincronia harmoniosa.
29:4.18 (325.11) 2. Controladores Mecânicos. Estes são os assistentes extremamente versáteis e móveis dos diretores adjuntos de potência. Trilhões e trilhões deles encarregam-se de missões em Ensa, o vosso setor menor. Esses seres são chamados de controladores mecânicos, porque eles são completamente dominados pelos seus superiores, porque são plenamente subservientes à vontade dos diretores adjuntos de potência. Eles próprios, contudo, são muito inteligentes, e o seu trabalho, ainda que mecânico e preso ao factual, pela sua natureza, é habilmente efetuado.
29:4.19 (326.1) De todos os Mestres Controladores Físicos designados para os mundos habitados, os controladores mecânicos são, de longe, os mais poderosos. Possuindo o dom vivo da antigravidade, que excede em muito ao de todos os outros seres, cada controlador tem uma resistência à gravidade apenas igualada por esferas enormes que giram a altas velocidades. Dez desses controladores estão agora estacionados em Urântia, e uma das suas atividades planetárias mais importantes é a de facilitar a partida dos transportes seráficos. Funcionando assim, todos os dez controladores mecânicos atuam em uníssono enquanto uma bateria de mil transmissores de energia fornece o momento-de-força inicial para a partida seráfica.
29:4.20 (326.2) Os controladores mecânicos são competentes para direcionar o fluxo de energia e facilitar a sua concentração nas correntes especializadas, ou circuitos. Esses seres poderosos muito têm a ver com a seleção, o direcionamento e a intensificação das energias físicas e com a equalização das pressões entre os circuitos interplanetários. São especialistas na manipulação de vinte e uma das trinta energias físicas do espaço, que constituem a carga de potência de um superuniverso. São também capazes de realizar muito para a gestão e controle de seis dentre as nove formas mais sutis de energia física. Colocando esses controladores em uma relação técnica adequada uns com os outros, e com alguns dos centros de potência, os diretores adjuntos de potência tornam-se capacitados para efetuar mudanças inacreditáveis no ajustamento da potência e no controle da energia.
29:4.21 (326.3) Os Mestres Controladores Físicos funcionam, muitas vezes, em baterias de cem, de mil e até mesmo de milhões e, fazendo variar as suas posições e formações, tornam-se hábeis para efetuar o controle da energia, em uma capacidade coletiva, assim como individual. Segundo variam as necessidades, eles podem aumentar e acelerar o volume e o movimento da energia e, mesmo, deter, condensar e retardar as correntes de energia. Têm influência nas transformações da energia e da potência, de um modo semelhante ao dos chamados agentes catalisadores que implementam as reações químicas. Eles funcionam por uma capacidade inerente e em cooperação com os Centros Supremos de Potência.
29:4.22 (326.4) 3. Transformadores de Energia. O número destes seres em um superuniverso é inacreditável. Há quase um milhão deles apenas em Satânia, e a cota costumeira é de cem por mundo habitado.
29:4.23 (326.5) Os transformadores de energia são uma criação conjunta dos Sete Diretores Supremos de Potência e dos Sete Supervisores Centrais. Eles estão entre as ordens mais pessoais de controladores físicos e, exceto quando um diretor adjunto de potência está presente em um mundo habitado, os transformadores ficam no comando. Eles são os inspetores planetários de todos os transportes seráficos que partem. Todas as classes de vida celeste podem utilizar-se das ordens menos pessoais de controladores físicos, apenas por meio de uma ligação com as ordens mais pessoais dos diretores adjuntos e dos transformadores de energia.
29:4.24 (326.6) Esses transformadores são interruptores vivos, poderosos e efetivos, sendo capazes de colocar a si próprios a favor de uma dada disposição ou direcionamento de potência ou contra estes. Eles também são hábeis nos seus esforços para isolar os planetas contra as poderosas correntes de energia que passam entre gigantescos vizinhos planetários e estelares. Os seus atributos transmutadores de energia tornam-nos muito úteis na importante tarefa de manter o equilíbrio energético universal, ou o equilíbrio de potência. Num momento eles parecem consumir ou armazenar energia; em outros momentos, eles parecem exsudar ou liberar a energia. Os transformadores são capazes de aumentar ou reduzir o potencial das “baterias de estoque”, das energias vivas e mortas, dos seus respectivos reinos. Mas lidam apenas com as energias físicas e semimateriais, não atuam diretamente no domínio da vida, nem alteram as formas dos seres vivos.
29:4.25 (327.1) Sob alguns aspectos, os transformadores de energia são as mais notáveis e mais misteriosas entre todas as criaturas vivas semimateriais. Eles são fisicamente diferenciados, de um modo desconhecido, e, fazendo variar as suas formas de ligação, são capazes de exercer uma profunda influência sobre a energia que corre através das suas presenças associadas. O status dos reinos físicos parece passar por uma transformação sob a sua hábil manipulação. Não apenas podem transformar, como transformam, a forma física das energias do espaço. Com a ajuda dos seus companheiros controladores, são de fato capazes de mudar a forma e o potencial de vinte e sete das trinta energias físicas da carga de potência (força) do superuniverso. Que três dessas energias estejam além do seu controle comprova que eles não são instrumentalidades do Absoluto Inqualificável.
29:4.26 (327.2) Os quatro grupos remanescentes de Mestres Controladores Físicos dificilmente podem ser considerados pessoas, dentro de qualquer definição aceitável dessa palavra. Esses transmissores, associadores, dissociadores e frandalanques são integralmente automáticos nas suas reações, não obstante sejam, em todos os sentidos, inteligentes. Somos muito limitados no nosso conhecimento dessas entidades maravilhosas, porque não podemos comunicar-nos com elas. Parecem entender a linguagem do reino, mas não podem comunicar-se conosco. Parecem plenamente capazes de receber as nossas comunicações, mas são inteiramente incapazes de dar respostas.
29:4.27 (327.3) 4. Transmissores de Energia. Estes seres funcionam, principalmente, se bem que não totalmente, na sua aptidão intraplanetária. Eles são despachadores maravilhosos da energia, tal como esta se manifesta nos mundos individuais.
29:4.28 (327.4) Quando a energia tem de ser enviada a um novo circuito, os transmissores dispõem a si próprios em uma linha, ao longo do caminho desejado para a energia, e, em virtude dos seus atributos singulares de atração da energia, eles podem, de fato, induzir um crescimento no fluxo da energia numa direção desejada. E fazem isso tão literalmente quanto certos circuitos metálicos que direcionam o fluxo de certas formas de energia elétrica; e são supercondutores vivos para mais da metade das trinta formas de energia física.
29:4.29 (327.5) Os transmissores formam ligações eficientes, que são hábeis na reabilitação de correntes enfraquecidas da energia especializada que passa de planeta para planeta; e de estação para estação, em um mesmo planeta. Eles podem detectar correntes que são fracas demais para serem reconhecidas por qualquer outro tipo de ser vivo, e, assim, podem aumentar tais energias, de modo tal que a mensagem que as acompanha torne-se perfeitamente inteligível. Os seus serviços são inestimáveis para os receptores de difusões.
29:4.30 (327.6) Os transmissores de energia podem funcionar com todas as formas de percepção comunicável; podem tornar “visível” uma cena afastada, e “audível” um som distante. Eles fornecem as linhas de emergência de comunicação nos sistemas locais e planetas individuais. Esses serviços devem ser usados praticamente por todas as criaturas, com o propósito de efetuar comunicações fora dos circuitos regularmente estabelecidos.
29:4.31 (327.7) Junto com os transformadores de energia, esses seres são indispensáveis à manutenção da existência mortal nos mundos que têm uma atmosfera empobrecida, e são uma parte integrante da técnica de vida nos planetas em que os seres não respiram.
29:4.32 (328.1) 5. Associadores Primários. Estas entidades interessantes e inapreciáveis são conservadoras e custódias magistrais da energia. Do mesmo modo que uma planta armazena a luz solar, também esses organismos vivos estocam a energia durante os tempos em que as suas manifestações são abundantes. Eles trabalham em uma escala gigantesca, convertendo as energias do espaço em um estado físico não conhecido em Urântia. E são capazes também de levar adiante essas transformações, a ponto de produzir algumas das unidades primitivas de existência material. Esses seres agem pela sua simples presença. De nenhum modo se exaurem, nem decaem nessa função; eles atuam como agentes catalíticos vivos.
29:4.33 (328.2) Durante as estações de manifestações deficitárias, eles têm o poder de liberar as energias acumuladas. Mas o vosso conhecimento da energia e da matéria não é avançado suficientemente para que seja possível explicar a técnica dessa fase do trabalho deles. Eles sempre operam, no cumprimento da lei universal, manejando e manipulando átomos, elétrons e ultímatons, de um modo semelhante ao que vós manobrais os tipos ajustáveis para fazer com que os mesmos símbolos alfabéticos contem histórias muito diferentes.
29:4.34 (328.3) Os associadores são o primeiro grupo de vida a surgir em uma esfera em organização material, e podem funcionar sob temperaturas físicas que vós consideraríeis como absolutamente incompatíveis com a existência de seres vivos. Eles representam uma ordem de vida que está simplesmente além do alcance da imaginação humana. Junto com os seus colaboradores, os dissociadores, eles são as mais servis de todas as criaturas inteligentes.
29:4.35 (328.4) 6. Dissociadores Secundários. Comparados com os associadores primários, esses seres de imensas faculdades antigravitacionais são trabalhadores de funções inversas. Nunca há perigo algum de que as formas especiais ou modificadas de energia física, nos mundos ou nos sistemas locais, se esgotem, pois essas organizações vivas são dotadas com o poder único de desenvolver suprimentos ilimitados de energia. Eles ocupam-se principalmente com a evolução de uma forma de energia que dificilmente é conhecida em Urântia, a partir de uma forma de matéria que é ainda menos conhecida. Eles são verdadeiramente os alquimistas do espaço e elaboradores de maravilhas do tempo. Mas em todas as maravilhas que operam, eles jamais transgridem os mandados da Supremacia Cósmica.
29:4.36 (328.5) 7. Frandalanques. Estes seres são uma criação conjunta de todas as três ordens de seres controladores de energia: os organizadores primários e secundários da força e os diretores de potência. Os frandalanques são os mais numerosos de todos os Mestres Controladores Físicos; só em Satânia, o número deles está além dos vossos conceitos numéricos. Eles estão estacionados em todos os mundos habitados e encontram-se sempre agregados às mais elevadas ordens de controladores físicos. Eles funcionam de modo intercambiável no universo central, nos superuniversos e nos domínios do espaço exterior.
29:4.37 (328.6) Os frandalanques são criados em trinta divisões, uma para cada forma de força básica do universo; e funcionam exclusivamente como indicadores vivos e automáticos de pressões e de velocidades. Esses barômetros vivos estão empenhados unicamente em registros automáticos e infalíveis do status de todas as formas de energia-força. Eles são para o universo físico o que o amplo mecanismo de refletividade é para o universo da mente. Os frandalanques que registram o tempo, além da presença quantitativa e qualitativa da energia, são chamados de cronoldeques.
29:4.38 (328.7) Reconheço que os frandalanques são inteligentes, mas não posso classificá-los senão como máquinas vivas. O único modo pelo qual eu posso ajudar-vos a compreender esses mecanismos vivos é comparando-os aos vossos próprios dispositivos mecânicos que operam com uma precisão e uma exatidão quase inteligentes. E então, caso queirais conceber esses seres, fazei um apelo à vossa imaginação, indo a ponto de reconhecer que, no grande universo, de fato nós temos mecanismos vivos e inteligentes (entidades) capazes de efetuar as tarefas mais intrincadas possíveis envolvendo computações também prodigiosas e com uma delicadeza de precisão tão grande que chega mesmo à ultimidade da precisão.
29:5.1 (329.1) Os organizadores da força residem no Paraíso, mas funcionam em todo o universo-mestre, mais particularmente nos domínios do espaço não organizado. Estes seres extraordinários não são nem criadores nem criaturas, e compreendem duas grandes divisões de serviço:
29:5.2 (329.2) 1. Mestres Derivados Primários Organizadores da Força.
29:5.3 (329.3) 2. Mestres Associados Transcendentais Organizadores da Força.
29:5.4 (329.4) Estas duas poderosas ordens de manipuladores da força-primordial operam, exclusivamente, sob a supervisão dos Arquitetos do Universo-Mestre e, na época presente, não funcionam em grande escala dentro das fronteiras do grande universo.
29:5.5 (329.5) Os Mestres Organizadores Primários da Força são os manipuladores das forças primordiais ou básicas do Absoluto Inqualificável no espaço; eles são criadores de nebulosas. Eles são os instigadores vivos dos ciclones de energia do espaço e os primeiros organizadores e direcionadores dessas manifestações gigantescas. Esses organizadores da força transmutam a força primordial (a pré-energia, não responsiva à gravidade direta do Paraíso) em energia primária ou energia potencial, a energia que se transmuta saindo da atração exclusiva do Absoluto Inqualificável, para a atração da gravidade da Ilha do Paraíso. Eles são, a partir daí, sucedidos pelos organizadores associados da força, que continuam o processo de transmutação da energia, desde as primárias até as secundárias, ou o estágio gravidade-energia.
29:5.6 (329.6) Quando os planos da criação de um universo local se completam, coisa que é assinalada pela chegada de um Filho Criador, os Mestres Organizadores Associados da Força dão lugar às ordens dos diretores de potência que atuam no superuniverso da jurisdição astronômica. Todavia, na ausência desses planos, os organizadores associados da força continuam, indefinidamente, encarregados dessas criações materiais, do mesmo modo como elas operam agora no espaço exterior.
29:5.7 (329.7) Os Mestres Organizadores da Força suportam temperaturas e funcionam sob condições físicas que seriam intoleráveis até mesmo para os versáteis centros de potência e para os controladores físicos de Orvônton. Os únicos outros tipos de seres revelados capazes de operar nesses reinos do espaço exterior são os Mensageiros Solitários e os Espíritos Inspirados da Trindade.
29:5.8 (329.8) [Auspiciado por um Censor Universal, atuando com a autorização dos Anciães dos Dias de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 30
30:0.1 (330.1) AS personalidades e outras entidades, além das pessoais, atualmente em função no Paraíso e no grande universo, constituem um número quase ilimitado de seres vivos. Até mesmo o número de ordens e tipos principais deixaria atônita a imaginação humana, sem falar dos incontáveis subtipos e variações. É desejável, contudo, apresentar algo de duas das classificações básicas de seres vivos — uma sugestão sobre a classificação do Paraíso e um resumo do Registro das Personalidades de Uversa.
30:0.2 (330.2) Não é possível formular classificações abrangentes e inteiramente consistentes das personalidades do grande universo, porque nem todos os grupos foram revelados. Seriam necessários inúmeros documentos a mais para abranger uma continuidade, na revelação, suficiente para classificar todos os grupos de forma sistemática. Muito dificilmente tal expansão de conceitos seria desejável, pois iria privar os mortais pensantes, durante os próximos mil anos, daquele estímulo à reflexão criativa que é proporcionado pelos conceitos revelados assim parcialmente. É melhor que o homem não tenha uma dose excessiva de revelação; já que isso oblitera a imaginação.
30:1.1 (330.3) Os seres vivos, no Paraíso, são classificados segundo a relação inerente e a relação alcançada por eles com as Deidades do Paraíso. Durante as grandes reuniões no universo central e nos superuniversos, aqueles que estão presentes são agrupados, freqüentemente, de acordo com a origem: os de origem trina, ou que alcançaram a Trindade; os de origem dual; e aqueles de uma origem única. Difícil torna-se interpretar, para a mente mortal, a classificação feita no Paraíso dos seres vivos, mas estamos autorizados a apresentar o seguinte:
30:1.2 (330.4) I. OS SERES DE ORIGEM TRINA. Seres criados por todas as três Deidades do Paraíso, como pessoas, ou como Trindade, junto com o Corpo Trinitarizado; designação esta que se refere a todos os grupos de seres trinitarizados, revelados e não revelados.
30:1.3 (330.5) A. Os Espíritos Supremos.
30:1.4 (330.6) 1. Os Sete Espíritos Mestres.
30:1.5 (330.7) 2. Os Sete Executivos Supremos.
30:1.6 (330.8) 3. As Sete Ordens de Espíritos Refletivos.
30:1.7 (330.9) B. Os Filhos Estacionários da Trindade.
30:1.8 (330.10) 1. Os Segredos Trinitarizados da Supremacia.
30:1.9 (330.11) 2. Os Eternos dos Dias.
30:1.10 (330.12) 3. Os Anciães dos Dias.
30:1.11 (330.13) 4. Os Perfeições dos Dias.
30:1.12 (331.1) 5. Os Recentes dos Dias.
30:1.13 (331.2) 6. Os Uniões dos Dias.
30:1.14 (331.3) 7. Os Fiéis dos Dias.
30:1.15 (331.4) 8. Os Perfeccionadores da Sabedoria.
30:1.16 (331.5) 9. Os Conselheiros Divinos.
30:1.17 (331.6) 10. Os Censores Universais.
30:1.18 (331.7) C. Os Seres de Origem Trinitária e os Seres Trinitarizados.
30:1.19 (331.8) 1. Os Filhos Instrutores da Trindade.
30:1.20 (331.9) 2. Os Espíritos Inspirados da Trindade.
30:1.21 (331.10) 3. Os Nativos de Havona.
30:1.22 (331.11) 4. Os Cidadãos do Paraíso.
30:1.23 (331.12) 5. Os Seres Não Revelados de Origem Trinitária.
30:1.24 (331.13) 6. Os Seres Não Revelados Trinitarizados pelas Deidades.
30:1.25 (331.14) 7. Os Filhos Trinitarizados de Realização.
30:1.26 (331.15) 8. Os Filhos Trinitarizados de Seleção.
30:1.27 (331.16) 9. Os Filhos Trinitarizados de Perfeição.
30:1.28 (331.17) 10. Os Filhos Trinitarizados pelas Criaturas.
30:1.29 (331.18) II. OS SERES DE ORIGEM DUAL. Aqueles seres originários de duas quaisquer das Deidades do Paraíso, ou criados de outro modo por quaisquer outros dois seres de descendência direta ou indireta das Deidades do Paraíso.
30:1.30 (331.19) A. As Ordens Descendentes.
30:1.31 (331.20) 1. Os Filhos Criadores.
30:1.32 (331.21) 2. Os Filhos Magisteriais.
30:1.33 (331.22) 3. Os Brilhantes Estrelas Matutinas.
30:1.34 (331.23) 4. Os Pais Melquisedeques.
30:1.35 (331.24) 5. Os Melquisedeques.
30:1.36 (331.25) 6. Os Vorondadeques.
30:1.37 (331.26) 7. Os Lanonandeques.
30:1.38 (331.27) 8. Os Brilhantes Estrelas Vespertinas.
30:1.39 (331.28) 9. Os Arcanjos.
30:1.40 (331.29) 10. Os Portadores da Vida.
30:1.41 (331.30) 11. Os Ajudantes Não Revelados do Universo.
30:1.42 (331.31) 12. Os Filhos Não Revelados de Deus.
30:1.43 (331.32) B. As Ordens Estacionárias.
30:1.44 (331.33) 1. Os Abandonteiros.
30:1.45 (331.34) 2. Os Susátias.
30:1.46 (331.35) 3. Os Univitátias.
30:1.47 (331.36) 4. Os Espirongas.
30:1.48 (331.37) 5. Os Seres Não Revelados de Origem Dual.
30:1.49 (331.38) C. As Ordens Ascendentes.
30:1.50 (331.39) 1. Os Mortais Fusionados ao Ajustador.
30:1.51 (331.40) 2. Os Mortais Fusionados ao Filho.
30:1.52 (331.41) 3. Os Mortais Fusionados ao Espírito.
30:1.53 (331.42) 4. Os Intermediários Transladados.
30:1.54 (331.43) 5. Os Ascendentes não Revelados.
30:1.55 (332.1) III. OS SERES DE UMA ORIGEM ÚNICA. Aqueles que têm a sua origem em uma única das Deidades do Paraíso; ou que foram criados, de outro modo, por qualquer ser de descendência direta ou indireta das Deidades do Paraíso.
30:1.56 (332.2) A. Os Espíritos Supremos.
30:1.57 (332.3) 1. Os Mensageiros por Gravidade.
30:1.58 (332.4) 2. Os Sete Espíritos dos Circuitos de Havona.
30:1.59 (332.5) 3. Os Auxiliares Duodecátuplos dos Circuitos de Havona.
30:1.60 (332.6) 4. Os Ajudantes Refletivos de Imagens.
30:1.61 (332.7) 5. Os Espíritos Maternos do Universo.
30:1.62 (332.8) 6. Os Espíritos Sétuplos Ajudantes da Mente.
30:1.63 (332.9) 7. Os Seres Não Revelados Originários da Deidade.
30:1.64 (332.10) B. As Ordens Ascendentes.
30:1.65 (332.11) 1. Os Ajustadores Personalizados.
30:1.66 (332.12) 2. Os Filhos Materiais Ascendentes.
30:1.67 (332.13) 3. Os Serafins Evolucionários.
30:1.68 (332.14) 4. Os Querubins Evolucionários.
30:1.69 (332.15) 5. Os Ascendentes Não Revelados.
30:1.70 (332.16) C. A Família do Espírito Infinito.
30:1.71 (332.17) 1. Os Mensageiros Solitários.
30:1.72 (332.18) 2. Os Supervisores dos Circuitos do Universo.
30:1.73 (332.19) 3. Os Diretores do Censo.
30:1.74 (332.20) 4. Os Ajudantes Pessoais do Espírito Infinito.
30:1.75 (332.21) 5. Os Inspetores Associados.
30:1.76 (332.22) 6. As Sentinelas Designadas.
30:1.77 (332.23) 7. Os Guias dos Graduados.
30:1.78 (332.24) 8. Os Servidores de Havona.
30:1.79 (332.25) 9. Os Conciliadores Universais.
30:1.80 (332.26) 10. Os Companheiros Moronciais.
30:1.81 (332.27) 11. Os Supernafins.
30:1.82 (332.28) 12. Os Seconafins.
30:1.83 (332.29) 13. Os Tertiafins.
30:1.84 (332.30) 14. Os Omniafins.
30:1.85 (332.31) 15. Os Serafins.
30:1.86 (332.32) 16. Os Querubins e os Sanobins.
30:1.87 (332.33) 17. Os Seres Não Revelados Originários do Espírito.
30:1.88 (332.34) 18. Os Sete Diretores Supremos de Potência.
30:1.89 (332.35) 19. Os Centros Supremos de Potência.
30:1.90 (332.36) 20. Os Mestres Controladores Físicos.
30:1.91 (332.37) 21. Os Supervisores do Poder Moroncial.
30:1.92 (332.38) IV. OS SERES TRANSCENDENTAIS DERIVADOS. No Paraíso é encontrada uma vasta hoste de seres transcendentais, cuja origem não é ordinariamente desvelada aos universos do tempo e do espaço, antes que eles estejam estabelecidos em luz e vida. Esses Transcendentores não são nem criadores nem criaturas; eles são a progênie dos derivados da divindade, da ultimidade e da eternidade. Esses “derivados” não são finitos nem infinitos — eles são absonitos; e a absonitude não é nem a infinitude nem a absolutez.
30:1.93 (333.1) Estes não criadores, não-criados, sempre são leais à Trindade do Paraíso e obedientes ao Último. Eles existem em quatro níveis últimos de atividade da personalidade e funcionam, nos sete níveis do absonito, em doze grandes divisões que consistem em mil grupos maiores de operação, cada um contendo sete classes. Esses seres derivados incluem as ordens seguintes:
30:1.94 (333.2) 1. Os Arquitetos do Universo-Mestre.
30:1.95 (333.3) 2. Os Registradores Transcendentais.
30:1.96 (333.4) 3. Os Outros Transcendentores.
30:1.97 (333.5) 4. Os Mestres Derivados Primários Organizadores da Força.
30:1.98 (333.6) 5. Os Mestres Trancendentais Associados Organizadores da Força.
30:1.99 (333.7) Deus, enquanto suprapessoa, manifesta; Deus, enquanto pessoa, cria; Deus, enquanto pré-pessoa, fragmenta-se; e esse fragmento Ajustador, Dele próprio, faz a alma espiritual evoluir na mente material e mortal, de acordo com a escolha feita em livre-arbítrio pela personalidade que foi outorgada à criatura mortal, pelo ato paterno de Deus, como Pai.
30:1.100 (333.8) V. AS ENTIDADES FRAGMENTADAS DA DEIDADE. Essa ordem de existência vivente, originando-se do Pai Universal, tem o seu melhor tipo representativo nos Ajustadores do Pensamento, embora essas entidades não sejam de modo algum as únicas fragmentações da realidade pré-pessoal da Primeira Fonte e Centro. As funções dos outros fragmentos, além dos Ajustadores, são múltiplas, mas pouco conhecidas. A fusão com um Ajustador, ou com um outro desses fragmentos, faz da criatura um ser fusionado ao Pai.
30:1.101 (333.9) As fragmentações do espírito da pré-mente da Terceira Fonte e Centro, ainda que dificilmente comparáveis aos fragmentos do Pai, devem ser aqui registradas. Essas entidades diferem bastante dos Ajustadores; elas não residem, como aquelas, em Espiritíngton, nem, como estas, atravessam os circuitos da gravidade da mente; nem residem nas criaturas mortais durante a sua vida na carne. Elas não são pré-pessoais, no sentido em que os Ajustadores o são, mas tais fragmentos do espírito da pré-mente são outorgados a alguns dos mortais sobreviventes e essa fusão faz deles os mortais fusionados ao Espírito, que são distintos dos mortais fusionados ao Ajustador.
30:1.102 (333.10) Ainda mais difícil de descrever é o espírito individualizado de um Filho Criador; e a união com ele faz da criatura um mortal fusionado ao Filho. E há ainda outras fragmentações da Deidade.
30:1.103 (333.11) VI. OS SERES SUPRAPESSOAIS. Há uma vasta hoste de seres outros, além dos pessoais, de origem divina, e que prestam múltiplos serviços ao universo dos universos. Alguns desses seres residem nos mundos do Filho, no Paraíso; outros, como os representantes suprapessoais do Filho Eterno, são encontrados em locais diferentes. A maior parte deles não é mencionada nestas narrativas e seria inteiramente irrelevante tentar descrevê-los para as criaturas pessoais.
30:1.104 (333.12) VII. AS ORDENS NÃO CLASSIFICADAS NEM REVELADAS. Durante a atual idade do universo, não seria possível colocar todos os seres, os pessoais e os outros, em classificações pertinentes à presente idade do universo; nem foram reveladas todas as categorias nestas narrativas; assim, inúmeras ordens foram omitidas nestas listas. Considerai as seguintes:
30:1.105 (333.13) O Consumador do Destino do Universo.
30:1.106 (333.14) Os Vice-Regentes Qualificados do Último.
30:1.107 (334.1) Os Supervisores Inqualificáveis do Supremo.
30:1.108 (334.2) As Agências Criativas Não Reveladas dos Anciães dos Dias.
30:1.109 (334.3) Majeston do Paraíso.
30:1.110 (334.4) As Ligações Refletivadoras Inominadas de Majeston.
30:1.111 (334.5) As Ordens Midsonitas dos Universos Locais.
30:1.112 (334.6) Nenhum significado especial deve ser atribuído a essa lista de ordens agrupadas anteriormente, exceto pelo fato de que nenhuma delas aparece na classificação do Paraíso, do modo como é revelado nestes documentos. Estas são as poucas não classificadas; vós tendes ainda de aprender sobre as muitas não reveladas.
30:1.113 (334.7) Há os espíritos: entidades espirituais, presenças espirituais, espíritos pessoais, espíritos pré-pessoais, espíritos suprapessoais, existências espirituais, personalidades espirituais — mas nem a linguagem mortal, nem o intelecto mortal são adequados para descrevê-los. No entanto, podemos afirmar que não há personalidades constituídas de “mente pura”; nenhuma entidade tem personalidade, a menos que haja sido dotada com ela por Deus, que é espírito. Qualquer entidade mental que não esteja associada a uma energia espiritual ou física não é uma personalidade. Porém, do mesmo modo, existem personalidades espirituais que têm mente, há personalidades mentais que têm espírito. Majeston e os seus colaboradores são uma ilustração bastante boa de seres dominados pela mente, mas há ilustrações melhores desse tipo de personalidade, desconhecidas para vós. Há, mesmo, ordens inteiras não reveladas de tais personalidades mentais, mas elas estão sempre ligadas ao espírito. Algumas outras criaturas não reveladas são o que poderíamos chamar de personalidades-de-energia-mental-e-física. Os seres desse tipo não são sensíveis à gravidade espiritual, no entanto, são personalidades verdadeiras — estão no circuito do Pai.
30:1.114 (334.8) Estes documentos nem sequer tentam — nem poderiam — esgotar a história das criaturas vivas, dos criadores, dos derivados, e ainda, dos seres que existem por outros modos, que vivem, adoram e servem aos universos pululantes do tempo e ao universo central da eternidade. Vós, mortais, sois pessoas; e por isso é que podemos descrever para vós os seres que são personalizados, mas como poderia um ser absonitizado ser jamais explanado para vós?
30:2.1 (334.9) A família divina dos seres vivos está registrada, em Uversa, sob sete grandes divisões:
30:2.2 (334.10) 1. As Deidades do Paraíso.
30:2.3 (334.11) 2. Os Espíritos Supremos.
30:2.4 (334.12) 3. Os Seres Originários da Trindade.
30:2.5 (334.13) 4. Os Filhos de Deus.
30:2.6 (334.14) 5. As Personalidades do Espírito Infinito.
30:2.7 (334.15) 6. Os Diretores de Potência do Universo.
30:2.8 (334.16) 7. O Corpo de Cidadania Permanente.
30:2.9 (334.17) Esses grupos de Deidades e criaturas volitivas estão divididos em numerosas classes e subdivisões menores. A apresentação dessa classificação das personalidades do grande universo está, contudo, empenhada principalmente em enunciar aquelas ordens de seres inteligentes reveladas nestas narrativas; a maioria das quais será encontrada na experiência ascendente dos mortais do tempo, na sua escalada progressiva ao Paraíso. As listas seguintes não fazem nenhuma menção às vastas ordens de seres do universo que prosseguem com o seu trabalho totalmente à parte do esquema de ascensão dos mortais.
30:2.10 (335.1) I. AS DEIDADES DO PARAÍSO.
30:2.11 (335.2) 1. O Pai Universal.
30:2.12 (335.3) 2. O Filho Eterno.
30:2.13 (335.4) 3. O Espírito Infinito.
30:2.14 (335.5) II. OS ESPÍRITOS SUPREMOS.
30:2.15 (335.6) 1. Os Sete Espíritos Mestres.
30:2.16 (335.7) 2. Os Sete Executivos Supremos.
30:2.17 (335.8) 3. Os Sete Grupos de Espíritos Refletivos.
30:2.18 (335.9) 4. Os Ajudantes Refletivos de Imagens.
30:2.19 (335.10) 5. Os Sete Espíritos dos Circuitos.
30:2.20 (335.11) 6. Os Espíritos Criativos do Universo Local.
30:2.21 (335.12) 7. Os Espíritos Ajudantes da Mente.
30:2.22 (335.13) III. OS SERES ORIGINÁRIOS DA TRINDADE.
30:2.23 (335.14) 1. Os Segredos Trinitarizados da Supremacia.
30:2.24 (335.15) 2. Os Eternos dos Dias.
30:2.25 (335.16) 3. Os Anciães dos Dias.
30:2.26 (335.17) 4. Os Perfeições dos Dias.
30:2.27 (335.18) 5. Os Recentes dos Dias.
30:2.28 (335.19) 6. Os Uniões dos Dias.
30:2.29 (335.20) 7. Os Fiéis dos Dias.
30:2.30 (335.21) 8. Os Filhos Instrutores da Trindade.
30:2.31 (335.22) 9. Os Perfeccionadores da Sabedoria.
30:2.32 (335.23) 10. Os Conselheiros Divinos.
30:2.33 (335.24) 11. Os Censores Universais.
30:2.34 (335.25) 12. Os Espíritos Inspirados da Trindade.
30:2.35 (335.26) 13. Os Nativos de Havona.
30:2.36 (335.27) 14. Os Cidadãos do Paraíso.
30:2.37 (335.28) IV. OS FILHOS DE DEUS.
30:2.38 (335.29) A. Os Filhos Descendentes.
30:2.39 (335.30) 1. Os Filhos Criadores — Os Michaéis.
30:2.40 (335.31) 2. Os Filhos Magisteriais — Os Avonais.
30:2.41 (335.32) 3. Os Filhos Instrutores da Trindade — Os Dainais.
30:2.42 (335.33) 4. Os Filhos Melquisedeques.
30:2.43 (335.34) 5. Os Filhos Vorondadeques.
30:2.44 (335.35) 6. Os Filhos Lanonandeques.
30:2.45 (335.36) 7. Os Portadores da Vida.
30:2.46 (335.37) B. Os Filhos Ascendentes.
30:2.47 (335.38) 1. Os Mortais Fusionados ao Pai.
30:2.48 (335.39) 2. Os Mortais Fusionados ao Filho.
30:2.49 (335.40) 3. Os Mortais Fusionados ao Espírito.
30:2.50 (335.41) 4. Os Serafins Evolucionários.
30:2.51 (335.42) 5. Os Filhos Materiais Ascendentes.
30:2.52 (335.43) 6. Os Intermediários Transladados.
30:2.53 (335.44) 7. Os Ajustadores Personalizados.
30:2.54 (336.1) C. Os Filhos Trinitarizados.
30:2.55 (336.2) 1. Os Mensageiros Poderosos.
30:2.56 (336.3) 2. Aqueles Elevados Em Autoridade.
30:2.57 (336.4) 3. Aqueles Sem Nome Nem Número.
30:2.58 (336.5) 4. Os Custódios Trinitarizados.
30:2.59 (336.6) 5. Os Embaixadores Trinitarizados.
30:2.60 (336.7) 6. Os Guardiães Celestes.
30:2.61 (336.8) 7. Os Assistentes dos Filhos Elevados.
30:2.62 (336.9) 8. Os Filhos Trinitarizados pelos Ascendentes.
30:2.63 (336.10) 9. Os Filhos Trinitarizados do Paraíso-Havona.
30:2.64 (336.11) 10. Os Filhos Trinitarizados do Destino.
30:2.65 (336.12) V. AS PERSONALIDADES DO ESPÍRITO INFINITO.
30:2.66 (336.13) A. As Personalidades Mais Elevadas do Espírito Infinito.
30:2.67 (336.14) 1. Os Mensageiros Solitários.
30:2.68 (336.15) 2. Os Supervisores dos Circuitos do Universo.
30:2.69 (336.16) 3. Os Diretores do Censo.
30:2.70 (336.17) 4. Os Ajudantes Pessoais do Espírito Infinito.
30:2.71 (336.18) 5. Os Inspetores Associados.
30:2.72 (336.19) 6. As Sentinelas Designadas.
30:2.73 (336.20) 7. Os Guias dos Graduados.
30:2.74 (336.21) B. As Hostes de Mensageiros do Espaço.
30:2.75 (336.22) 1. Os Servidores de Havona.
30:2.76 (336.23) 2. Os Conciliadores Universais.
30:2.77 (336.24) 3. Os Conselheiros Técnicos.
30:2.78 (336.25) 4. Os Custódios dos Arquivos no Paraíso.
30:2.79 (336.26) 5. Os Registradores Celestes.
30:2.80 (336.27) 6. Os Companheiros Moronciais.
30:2.81 (336.28) 7. Os Companheiros do Paraíso.
30:2.82 (336.29) C. Os Espíritos Ministradores.
30:2.83 (336.30) 1. Os Supernafins.
30:2.84 (336.31) 2. Os Seconafins.
30:2.85 (336.32) 3. Os Tertiafins.
30:2.86 (336.33) 4. Os Omniafins.
30:2.87 (336.34) 5. Os Serafins.
30:2.88 (336.35) 6. Os Querubins e os Sanobins.
30:2.89 (336.36) 7. Os Intermediários.
30:2.90 (336.37) VI. OS DIRETORES DE POTÊNCIA DO UNIVERSO.
30:2.91 (336.38) A. Os Sete Diretores Supremos de Potência.
30:2.92 (336.39) B. Os Centros Supremos de Potência.
30:2.93 (336.40) 1. Os Centros Supervisores Supremos.
30:2.94 (336.41) 2. Os Centros de Havona.
30:2.95 (336.42) 3. Os Centros dos Superuniversos.
30:2.96 (336.43) 4. Os Centros dos Universos Locais.
30:2.97 (336.44) 5. Os Centros das Constelações.
30:2.98 (336.45) 6. Os Centros dos Sistemas.
30:2.99 (336.46) 7. Os Centros Não Classificados.
30:2.100 (337.1) C. Os Mestres Controladores Físicos.
30:2.101 (337.2) 1. Os Diretores Associados de Potência.
30:2.102 (337.3) 2. Os Controladores Mecânicos.
30:2.103 (337.4) 3. Os Transformadores de Energia.
30:2.104 (337.5) 4. Os Transmissores de Energia.
30:2.105 (337.6) 5. Os Associadores Primários.
30:2.106 (337.7) 6. Os Dissociadores Secundários.
30:2.107 (337.8) 7. Os Frandalanques e os Cronoldeques.
30:2.108 (337.9) D. Os Supervisores do Poder Moroncial.
30:2.109 (337.10) 1. Os Reguladores dos Circuitos.
30:2.110 (337.11) 2. Os Coordenadores dos Sistemas.
30:2.111 (337.12) 3. Os Custódios Planetários.
30:2.112 (337.13) 4. Os Controladores Combinados.
30:2.113 (337.14) 5. Os Estabilizadores das Ligações.
30:2.114 (337.15) 6. Os Classificadores Seletivos.
30:2.115 (337.16) 7. Os Registradores Associados.
30:2.116 (337.17) VII. O CORPO DE CIDADANIA PERMANENTE.
30:2.117 (337.18) 1. Os Intermediários Planetários.
30:2.118 (337.19) 2. Os Filhos Adâmicos dos Sistemas.
30:2.119 (337.20) 3. Os Univitátias das Constelações.
30:2.120 (337.21) 4. Os Susátias do Universo Local.
30:2.121 (337.22) 5. Os Mortais Fusionados ao Espírito dos Universos Locais.
30:2.122 (337.23) 6. Os Abandonteiros dos Superuniversos.
30:2.123 (337.24) 7. Os Mortais Fusionados ao Filho dos Superuniversos.
30:2.124 (337.25) 8. Os Nativos de Havona.
30:2.125 (337.26) 9. Os Nativos das Esferas do Espírito do Paraíso.
30:2.126 (337.27) 10. Os Nativos das Esferas do Pai no Paraíso.
30:2.127 (337.28) 11. Os Cidadãos Criados do Paraíso.
30:2.128 (337.29) 12. Os Cidadãos Mortais do Paraíso Fusionados aos Ajustadores.
30:2.129 (337.30) Essa é a classificação segundo a função das personalidades dos universos, tais como estão registradas no mundo-sede de Uversa.
30:2.130 (337.31) OS GRUPOS DE PERSONALIDADES COMPOSTAS. Há, em Uversa, registros de inúmeros outros grupos, de seres inteligentes, seres que estão também intimamente relacionados à organização e à administração do grande universo. Entre tais ordens, estão os três seguintes grupos de personalidades compostas:
30:2.131 (337.32) A. O Corpo de Finalidade do Paraíso.
30:2.132 (337.33) 1. O Corpo de Finalitores Mortais.
30:2.133 (337.34) 2. O Corpo de Finalitores do Paraíso.
30:2.134 (337.35) 3. O Corpo de Finalitores Trinitarizados.
30:2.135 (337.36) 4. O Corpo de Finalitores Trinitarizados Conjuntos.
30:2.136 (337.37) 5. O Corpo de Finalitores de Havona.
30:2.137 (337.38) 6. O Corpo de Finalitores Transcendentais.
30:2.138 (337.39) 7. O Corpo dos Filhos Não Revelados do Destino.
30:2.139 (337.40) O Corpo de Finalidade dos Mortais é tratado no próximo documento, que é o final desta série.
30:2.140 (338.1) B. Os Ajudantes do Universo.
30:2.141 (338.2) 1. Os Brilhantes Estrelas Matutinas.
30:2.142 (338.3) 2. Os Brilhantes Estrelas Vespertinas.
30:2.143 (338.4) 3. Os Arcanjos.
30:2.144 (338.5) 4. Os Assistentes Mais Elevados.
30:2.145 (338.6) 5. Os Altos Comissários.
30:2.146 (338.7) 6. Os Supervisores Celestes.
30:2.147 (338.8) 7. Os Educadores dos Mundos das Mansões.
30:2.148 (338.9) Em todos os mundos sedes-centrais, tanto dos universos locais quanto dos superuniversos, são tomadas as providências em favor desses seres que estão engajados em missões específicas para os Filhos Criadores, os governantes do universo local. Nós damos as boas-vindas a esses Ajudantes do Universo em Uversa, mas não temos nenhuma jurisdição sobre eles. Esses emissários prosseguem no seu trabalho e fazem as suas observações sob a autoridade dos Filhos Criadores. As suas atividades são descritas de um modo mais completo nas narrativas referentes ao vosso universo local.
30:2.149 (338.10) C. As Sete Colônias de Cortesia.
30:2.150 (338.11) 1. Os Estudantes das Estrelas.
30:2.151 (338.12) 2. Os Artesãos Celestes.
30:2.152 (338.13) 3. Os Diretores de Retrospecção.
30:2.153 (338.14) 4. Os Instrutores das Escolas de Extensão.
30:2.154 (338.15) 5. Os Vários Corpos de Reserva.
30:2.155 (338.16) 6. Os Estudantes Visitantes.
30:2.156 (338.17) 7. Os Peregrinos Ascendentes.
30:2.157 (338.18) Esses sete grupos de seres serão encontrados, assim organizados e governados, em todos os mundos sedes-centrais, desde os sistemas locais até as capitais dos superuniversos, particularmente nessas últimas. As capitais dos sete super- universos são os locais de reunião para quase todas as classes e ordens de seres inteligentes. Nessas capitais locais, as criaturas de vontade, de todas as fases da existência, podem ser observadas e estudadas, à exceção de numerosos grupos de havonianos do Paraíso.
30:3.1 (338.19) As sete colônias de cortesia permanecem por um tempo maior ou menor nas esferas arquitetônicas, enquanto se ocupam em completar as suas missões e em cumprir as funções das suas designações especiais. O seu trabalho pode ser descrito como se segue:
30:3.2 (338.20) 1. Os Estudantes de Astronomia, os astrônomos celestes, escolhem trabalhar em esferas como Uversa, porque tais mundos especialmente construídos são favoráveis de um modo inusitado às suas observações e cálculos. Uversa está favoravelmente situada para o trabalho dessa colônia, não apenas por causa da sua localização central, mas também porque não há sóis gigantes, vivos ou mortos, próximos a ponto de perturbar as correntes de energia. Esses estudantes não estão de modo algum conectados, organicamente, aos assuntos do superuniverso; eles são meramente hóspedes.
30:3.3 (338.21) A colônia astronômica de Uversa tem indivíduos de muitos reinos próximos, do universo central, e até mesmo de Norlatiadeque. Qualquer ser em qualquer mundo, de qualquer sistema e de qualquer universo, pode tornar-se um estudante das estrelas, pode aspirar a juntar-se a algum corpo de astrônomos celestes. Os únicos pré-requisitos são: continuar a viver e ter um conhecimento suficiente dos mundos do espaço, especialmente das suas leis físicas de evolução e de controle. Aos estudantes das estrelas não se faz necessário que sirvam eternamente nesse corpo, mas ninguém que seja admitido nesse grupo pode retirar-se antes de um milênio do tempo de Uversa.
30:3.4 (339.1) A colônia de observadores das estrelas, de Uversa, conta atualmente com mais de um milhão de seres. Esses astrônomos vêm e vão, embora alguns permaneçam por períodos relativamente longos. Eles prosseguem no seu trabalho com a ajuda de uma profusão de instrumentos mecânicos e de aparelhos físicos; eles são também assistidos, de um modo amplo, pelos Mensageiros Solitários e outros exploradores espirituais. Esses astrônomos celestes fazem uso constante dos transformadores e transmissores vivos de energia, bem como das personalidades refletivas, no seu trabalho de estudo das estrelas e de pesquisa do espaço. Eles estudam todas as formas e fases do material do espaço e as manifestações da energia, estando interessados na função da força tanto quanto nos fenômenos estelares; nada em todo o espaço escapa do seu escrutínio.
30:3.5 (339.2) Colônias semelhantes de astrônomos podem ser encontradas nos mundos-sede dos setores do superuniverso, bem como nas capitais arquitetônicas dos universos locais e suas subdivisões administrativas. Exceto no Paraíso, o conhecimento não é inerente; a compreensão do universo físico depende, em larga medida, da observação e da pesquisa.
30:3.6 (339.3) 2. Os Artesãos Celestes servem em todos os sete superuniversos. Os mortais ascendentes têm seu contato inicial com esses grupos durante a carreira moroncial do universo local, e ao estudarmos esta última é que os artesãos serão analisados de um modo mais abrangente.
30:3.7 (339.4) 3. Os Diretores de Retrospecção são os promotores do relaxamento e do humor — a retrospecção das memórias do passado. Eles prestam um grande serviço na operação prática do esquema ascendente da progressão dos mortais, especialmente durante as fases iniciais da transição moroncial e da experiência espiritual. A história deles pertence à narrativa da carreira mortal, no universo local.
30:3.8 (339.5) 4. Os Instrutores das Escolas de Extensão. O mundo residencial seguinte, mais elevado, na carreira ascendente, sempre mantém um forte corpo de instrutores no mundo imediatamente abaixo, uma espécie de escola preparatória para os residentes em progressão daquela esfera; essa é uma fase, do esquema ascendente, para o avanço dos peregrinos do tempo. Essas escolas e os seus métodos de instrução e exames são totalmente diferentes de qualquer coisa que vós tentais fazer em Urântia.
30:3.9 (339.6) Todo o plano ascendente de progressão dos mortais é caracterizado pela prática de comunicar a outros seres novas verdades e experiências, tão logo adquiridas. Vós fazeis vosso caminho pela longa escola da realização, no Paraíso, servindo como mestres aos alunos que estão imediatamente atrás de vós na escala da progressão.
30:3.10 (339.7) 5. Os Vários Corpos de Reserva. Vastas reservas de seres estão mobilizadas em Uversa, não sob a nossa supervisão imediata, como a colônia dos corpos de reservas. Há setenta divisões primárias dessa colônia em Uversa, e faz parte de uma educação liberal ampliadora de horizontes permitir que se passe uma temporada com essas personalidades extraordinárias. Reservas gerais semelhantes são mantidas em Sálvington e outras capitais do universo; elas são despachadas para o serviço ativo, sob a requisição dos seus respectivos diretores de grupo.
30:3.11 (339.8) 6. Os Estudantes Visitantes. Vindos de todo o universo, em uma corrente contínua, os visitantes celestes fluem para todos os vários mundos-sede. Como indivíduos e como classe, esses vários tipos de seres acorrem a nós como observadores e alunos de intercâmbio e estudantes ajudantes. Em Uversa, no presente, há mais de um bilhão de personalidades nessa colônia de cortesia. Alguns desses visitantes podem demorar um dia, outros podem permanecer um ano, tudo dependendo da natureza das suas missões. Essa colônia contém quase todas as classes de seres do universo, exceto as personalidades Criadoras e os mortais moronciais.
30:3.12 (340.1) Os mortais moronciais são estudantes visitantes apenas dentro dos confins do universo local da sua origem. Eles só podem fazer visitas, em função super- universal, depois de haverem alcançado o status de seres espirituais. Mais da metade da nossa colônia de visitantes consiste em “passagens provisórias” de seres a caminho de algum outro local, os quais param para visitar a capital de Orvônton. Essas personalidades podem estar cumprindo um compromisso no universo, ou podem estar desfrutando de um período de lazer — de liberdade de compromissos. O privilégio da viagem intra-universo e da observação é uma parte da carreira de todos os seres em ascensão. O desejo humano de viajar e de observar novos povos e mundos será plenamente gratificado durante a longa e movimentada escalada ao Paraíso, passando pelo universo local, pelo superuniverso e pelo universo central.
30:3.13 (340.2) 7. Os Peregrinos Ascendentes. À medida que os peregrinos ascendentes são designados para os vários serviços ligados à sua progressão até o Paraíso, eles ficam domiciliados, como colônia de cortesia, nas várias esferas-sede centrais. Enquanto funcionam aqui e ali, em um superuniverso, tais grupos são amplamente autogovernados. Eles são uma colônia sempre em mudança, que abrange todas as ordens de mortais evolucionários e os seus aliados ascendentes.
30:4.1 (340.3) Os sobreviventes mortais do tempo e do espaço são denominados peregrinos ascendentes, quando se tornam acreditados para a ascensão progressiva ao Paraíso. E essas criaturas evolucionárias ocupam, nas nossas narrativas, um lugar tão importante que aqui desejamos apresentar uma sinopse dos sete estágios seguintes da carreira ascendente no universo:
30:4.2 (340.4) 1. Mortais Planetários.
30:4.3 (340.5) 2. Sobreviventes Adormecidos.
30:4.4 (340.6) 3. Estudantes dos Mundos das Mansões.
30:4.5 (340.7) 4. Progressores Moronciais.
30:4.6 (340.8) 5. Pupilos do Superuniverso.
30:4.7 (340.9) 6. Peregrinos de Havona.
30:4.8 (340.10) 7. Os que Chegam ao Paraíso.
30:4.9 (340.11) A narrativa seguinte apresenta a carreira de um mortal residido por um Ajustador no universo. Os mortais fusionados ao Filho e ao Espírito compartilham de partes dessa carreira; mas escolhemos contar a história que é a do mortal fusionado ao Ajustador, pois é este destino o que se antecipa para todas as raças humanas de Urântia.
30:4.10 (340.12) 1. Mortais Planetários. Os mortais são todos seres evolucionários, de origem animal, com potencial ascendente. Pela sua origem, natureza e destino, esses vários grupos e tipos de seres humanos não são totalmente diferentes dos povos de Urântia. As raças humanas, de todos os mundos, recebem a mesma ministração dos Filhos de Deus e gozam da presença dos espíritos ministradores do tempo. Depois da morte natural, todos os tipos de ascendentes confraternizam-se como uma única família moroncial nos mundos das mansões.
30:4.11 (341.1) 2. Sobreviventes Adormecidos. Todos os mortais com status de sobreviventes, sob a custódia dos guardiães pessoais do destino, passam pelos portais da morte natural e, no terceiro período, personalizam-se nos mundos das mansões. Os seres acreditados que, por qualquer razão, não foram capazes de alcançar o nível de mestria sobre a inteligência e o dom da espiritualidade, que lhes daria o direito a ter guardiães pessoais, não podem, assim, imediata e diretamente, tomar o rumo dos mundos das mansões. Essas almas sobreviventes devem descansar, em sono inconsciente, até o dia do julgamento de uma nova época, de uma nova dispensação, esperando pela vinda do Filho de Deus, que chame as listas da idade e que julgue o reino, e essa é a prática geral em todo o Nébadon. Foi dito de Cristo Michael que, quando ele ascendeu às alturas, depois da conclusão do seu trabalho na Terra: “Ele retirou uma grande multidão do cativeiro”. E esses cativos eram os sobreviventes adormecidos, desde os dias de Adão até os dias da ressurreição do Mestre em Urântia.
30:4.12 (341.2) O passar do tempo não tem a menor importância para os mortais adormecidos; eles são totalmente inconscientes e estão esquecidos da duração do seu repouso. Quando têm a sua personalidade reconstituída, no fim de uma idade, aqueles que houverem dormido cinco mil anos não reagem de um modo diferente do daqueles que descansaram cinco dias. À parte o atraso do tempo, esses sobreviventes passam ao regime de ascensão de um modo idêntico ao daqueles que evitam o sono, mais longo ou menos longo, da morte.
30:4.13 (341.3) Essas classes dispensacionais, de peregrinos do mundo, são utilizadas para atividades moronciais grupais no trabalho dos universos locais. Há uma grande vantagem na mobilização de grupos tão enormes; e assim, pois, eles são mantidos juntos por longos períodos de serviço efetivo.
30:4.14 (341.4) 3. Estudantes dos Mundos das Mansões. Todos os mortais sobreviventes que despertam nos mundos das mansões pertencem a essa classe.
30:4.15 (341.5) O corpo físico, de carne mortal, não é uma parte da reconstituição dos sobreviventes adormecidos; o corpo físico voltou ao pó. O serafim designado auspicia o novo corpo, a forma moroncial, que é o novo veículo de vida para a alma imortal e para a residência do Ajustador que retorna. O Ajustador é o custódio da transcrição espiritual da mente do sobrevivente adormecido. O serafim designado é o guardião da identidade sobrevivente — a alma imortal — até o ponto em que ela evoluiu. E quando estes dois, o Ajustador e o serafim, reúnem as partes da personalidade confiadas a eles, o novo indivíduo é a ressurreição da antiga personalidade, a sobrevivência da identidade moroncial, em evolução, da alma. Essa reassociação da alma e do Ajustador, muito apropriadamente chamada de ressurreição, é uma reconstituição dos fatores da personalidade; mas mesmo isso não explica inteiramente o reaparecimento da personalidade sobrevivente. Embora provavelmente nunca ireis entender o fato dessa transação tão inexplicável, em algum momento, vós ireis conhecer experiencialmente a verdade dela, se vós não rejeitardes o plano de sobrevivência para os mortais.
30:4.16 (341.6) O plano de retenção inicial dos mortais nos sete mundos de aperfeiçoamento progressivo é quase universal em Orvônton. Em cada sistema local, de aproximadamente mil planetas habitados, existem os sete mundos das mansões, em geral satélites ou subsatélites da capital do sistema. São os mundos que recebem a maioria dos mortais ascendentes.
30:4.17 (341.7) Algumas vezes, todos os mundos de ensino, de residência dos mortais, são chamados de “mansões” do universo, e foi a essas esferas que Jesus aludiu quando disse: “Na casa do meu Pai há muitas moradas”. A partir daí, dentro de um dado grupo de esferas semelhantes aos mundos das mansões, os ascendentes progredirão individualmente, de uma esfera a outra, e de uma fase da vida a outra, mas sempre eles avançarão, de um estágio de estudo, no universo, ao próximo, em agrupamentos ou classes.
30:4.18 (342.1) 4. Progressores Moronciais. Durante a sua elevação, desde os mundos das mansões até as esferas do sistema, da constelação e do universo, os mortais são classificados como progressores moronciais; eles estão passando pelas esferas de transição, da ascensão dos mortais. À medida que os mortais ascendentes progridem dos mundos moronciais inferiores aos mais elevados, eles servem em compromissos incontáveis, em conjunto com os seus instrutores e em companhia dos seus irmãos mais experientes e mais avançados.
30:4.19 (342.2) A progressão moroncial constitui parte do avanço contínuo da forma do intelecto, do espírito e da personalidade. Os sobreviventes são ainda seres com essa natureza tríplice. Durante toda a experiência moroncial, eles permanecem como pupilos do universo local. O regime do superuniverso não funciona antes que se inicie a carreira do espírito.
30:4.20 (342.3) Os mortais adquirem uma identidade espiritual real um pouco antes de deixarem a sede-central do universo local e irem para os mundos de recepção dos setores menores do superuniverso. Passar do estado moroncial final para o primeiro, ou o mais baixo, status do espírito, não é senão uma transição ligeira. A mente, a personalidade e o caráter permanecem imutáveis durante esse avanço; apenas a forma passa por uma modificação. Mas a forma do espírito é tão real quanto o corpo moroncial, e é igualmente discernível.
30:4.21 (342.4) Antes de partirem dos seus universos locais de nascimento, para os mundos de recepção do superuniverso, os mortais do tempo recebem uma confirmação espiritual do Filho Criador e do Espírito Materno do universo local. Desse ponto em diante, o status de mortal ascendente está para sempre estabelecido. Não se conhece nenhum caso de desvio dos pupilos do superuniverso. Os serafins ascendentes também avançam, no seu status angélico, no momento em que partem dos universos locais.
30:4.22 (342.5) 5. Pupilos do Superuniverso. Todos os ascendentes que chegam aos mundos de aperfeiçoamento dos superuniversos tornam-se pupilos dos Anciães dos Dias; eles passaram pela vida moroncial do universo local e agora são acreditados como espíritos. Como espíritos jovens, eles começam a ascensão dentro do sistema de educação e de cultura do superuniverso, que se estende das esferas de recepção dos seus setores menores, passando pelos mundos de estudo dos dez setores maiores e daí para as esferas culturais mais elevadas, nas sedes-centrais dos superuniversos.
30:4.23 (342.6) Há três ordens de espíritos estudantes, segundo a sua permanência nos mundos de progressão espiritual: aqueles dos setores menores, os dos setores maiores e os das sedes-centrais dos superuniversos. Do mesmo modo que os ascendentes moronciais estudaram e trabalharam nos mundos do universo local, os espíritos ascendentes continuam obtendo a mestria de novos mundos, enquanto praticam, distribuindo a outros, tudo aquilo que absorveram nas fontes experienciais da sabedoria. Todavia, ir à escola como um ser espiritual, na carreira do super- universo, é muito diferente de qualquer coisa que jamais haja ocorrido, até mesmo nos domínios da imaginação da mente material do homem.
30:4.24 (342.7) Antes de deixar o superuniverso para seguir até Havona, esses espíritos ascendentes recebem a mesma instrução completa, sobre a administração do superuniverso, que lhes foi dada durante a sua experiência moroncial, sobre a supervisão do universo local. Antes que esses mortais, já espiritualizados, alcancem Havona, o seu principal estudo, mas não a sua ocupação exclusiva, é o da mestria da administração do universo local e do superuniverso. A razão para toda essa experiência não se mostra ainda totalmente; porém, tal aperfeiçoamento é sábio e necessário, sem dúvida, tendo em vista o seu possível destino futuro, como membros do Corpo de Finalidade.
30:4.25 (342.8) O regime do superuniverso não é o mesmo para todos os mortais ascendentes. Eles recebem a mesma educação geral, mas grupos e classes especiais passam por cursos especiais de instrução e são submetidos a cursos de aperfeiçoamento específico.
30:4.26 (343.1) 6. Peregrinos de Havona. Quando o desenvolvimento do espírito está completo, ainda que não esteja repleto, o mortal sobrevivente prepara-se para o longo vôo até Havona, o ancoradouro dos espíritos evolucionários. Na Terra vós fostes criaturas de carne e sangue; ao passardes pelo universo local, fostes seres moronciais; ao cruzardes o superuniverso, fostes espíritos em evolução; com a vossa chegada aos mundos de recepção de Havona, a vossa educação espiritual na realidade começa a sério; e o vosso surgimento final no Paraíso será como espíritos perfeccionados.
30:4.27 (343.2) A vossa jornada, da sede-central do superuniverso para as esferas de recepção de Havona, vós sempre a fazeis a sós. De agora em diante, não mais vos serão ministradas instruções em classes ou grupos. Vós terminastes o vosso aperfeiçoamento técnico e administrativo dos mundos evolucionários do tempo e do espaço. Agora começa a vossa educação pessoal, a vossa educação espiritual individual. Do princípio ao fim, através de toda Havona, a instrução é pessoal e tem uma natureza tríplice: intelectual, espiritual e experiencial.
30:4.28 (343.3) O primeiro ato da vossa carreira em Havona será reconhecer e agradecer, ao vosso seconafim de transporte, pela viagem longa e segura. Em seguida, sereis apresentados àqueles seres que irão promover as vossas primeiras atividades em Havona. Depois vós ireis registrar a vossa chegada e preparar a vossa mensagem de agradecimento e de adoração, que será despachada para o Filho Criador do vosso universo local, o Pai do universo que tornou possível a vossa carreira de filiação. Com isso, ficam concluídas as formalidades da chegada a Havona; e vos será concedido um longo período de lazer para a observação livre, e isso vos dá uma oportunidade para que procureis os vossos amigos, companheiros e colaboradores da vossa longa experiência de ascensão. Vós podeis também consultar as transmissões, para vos certificardes sobre quais, dentre os vossos companheiros peregrinos, já partiram para Havona, desde a época em que deixastes Uversa.
30:4.29 (343.4) A ocasião da vossa chegada aos mundos de recepção de Havona será devidamente transmitida à sede-central do vosso universo local e pessoalmente comunicada ao vosso guardião seráfico, onde quer que esse serafim possa estar.
30:4.30 (343.5) Os mortais ascendentes foram minuciosamente instruídos sobre os assuntos dos mundos evolucionários do espaço; agora, eles começam o seu longo e proveitoso contato com as esferas criadas na perfeição. Que preparação para um trabalho futuro é proporcionada por essa experiência combinada, única e extraordinária! Mas nada posso eu dizer-vos sobre Havona; vós tereis de ver esses mundos para apreciar a sua glória e compreender tal grandeza.
30:4.31 (343.6) 7. Os que Chegam ao Paraíso. Ao chegardes ao Paraíso com status residencial, vós começais o curso progressivo sobre a divindade e a absonitude. A vossa residência no Paraíso significa que vós encontrastes Deus, e que devereis ser incorporados ao Corpo Mortal de Finalidade. De todas as criaturas do grande universo, apenas aquelas que se fusionaram ao Pai são incorporadas ao Corpo Mortal de Finalidade. Apenas tais indivíduos fazem o juramento dos finalitores. Outros seres de Perfeição do Paraíso, ou que hajam alcançado o Paraíso, podem estar temporariamente ligados a esse corpo de finalidade, mas não são de designação eterna para a missão desconhecida e irrevelada dessa hoste acumuladora de veteranos evolucionários e perfeccionados do tempo e do espaço.
30:4.32 (343.7) É concedido um período de liberdade, para os que chegam ao Paraíso, depois do qual eles começam as suas associações com os sete grupos de supernafins primários. Eles são designados como graduados do Paraíso ao concluírem o seu curso com os condutores da adoração, e então, como finalitores, passam a ser designados para o serviço de observação e cooperação, nos confins da vasta criação. Contudo, parece ainda não haver um emprego específico ou estabelecido para o Corpo Mortal de Finalitores, embora eles sirvam, em muitas funções, nos mundos estabelecidos em luz e vida.
30:4.33 (344.1) Ainda que não houvesse nenhum destino futuro não revelado, para o Corpo Mortal de Finalidade, a designação presente desses seres ascendentes já seria adequada e gloriosa. O destino atual deles justifica plenamente o plano universal de ascensão evolucionária. Mas as idades futuras da evolução das esferas do espaço exterior, sem dúvida, passarão a elaborar ainda mais, e, mais completa e divinamente, iluminarão a sabedoria e o amor-bondade dos Deuses, para a execução do seu plano divino de sobrevivência humana e ascensão dos mortais.
30:4.34 (344.2) Esta narrativa, juntamente com o que vos tem sido revelado e com o que podeis aprender com as instruções do vosso próprio mundo, representa, em linhas gerais, a carreira de um mortal ascendente. A história varia consideravelmente nos diferentes superuniversos, mas esta exposição proporciona uma visão do plano comum de progressão dos mortais, do modo como se tornou operativo no universo local de Nébadon e no sétimo segmento do grande universo, o superuniverso de Orvônton.
30:4.35 (344.3) [Auspiciado por um Mensageiro Poderoso de Uversa.]
O Livro de Urântia
Documento 31
31:0.1 (345.1) O CORPO de Finalitores Mortais representa o destino, conhecido até o presente momento, dos mortais ascendentes do tempo, e que já se fusionaram ao Ajustador. Há, no entanto, outros grupos de seres que são também designados para esse corpo. O corpo primário de finalitores é composto do modo seguinte:
31:0.2 (345.2) 1. Os Nativos de Havona.
31:0.3 (345.3) 2. Os Mensageiros por Gravidade.
31:0.4 (345.4) 3. Os Mortais Glorificados.
31:0.5 (345.5) 4. Os Serafins Adotados.
31:0.6 (345.6) 5. Os Filhos Materiais Glorificados.
31:0.7 (345.7) 6. As Criaturas Intermediárias Glorificadas.
31:0.8 (345.8) Os seis grupos acima, de seres glorificados, compõem esse corpo singular de destino eterno. Supomos conhecer o seu trabalho futuro, mas não temos certeza disso. Embora o Corpo dos Finalitores Mortais esteja sendo mobilizado no Paraíso, e, se bem que ministrem presentemente em ampla escala aos universos do espaço e administrem os mundos estabelecidos em luz e vida, o seu destino futuro deverá ser os universos do espaço exterior ora em organização. Ou, pelo menos, é essa a conjectura que se faz em Uversa.
31:0.9 (345.9) Esse corpo é organizado de acordo com as agregações para o serviço aos mundos do espaço e em concordância com a experiência associativa adquirida na longa e movimentada carreira ascendente. Todas as criaturas ascendentes admitidas nesse corpo são recebidas com igualdade, mas essa excelsa igualdade, não anula de modo nenhum a individualidade nem destrói a identidade pessoal. Podemos discernir imediatamente, ao comunicar-nos com um finalitor, se ele é um ascendente mortal, um nativo de Havona, um serafim adotado, uma criatura intermediária ou um Filho Material.
31:0.10 (345.10) Durante a idade atual do universo, os finalitores retornam para servir nos universos do tempo. E são designados para trabalhar sucessivamente nos diferentes superuniversos e jamais nos seus superuniversos de nascimento, até que hajam servido em todas as outras seis supercriações. Desse modo, eles podem alcançar o conceito sétuplo do Ser Supremo.
31:0.11 (345.11) Uma ou mais companhias de finalitores mortais estão constantemente a serviço em Urântia. Não há domínio de serviço no universo para o qual não sejam designados; funcionam universalmente e em períodos iguais, mas alternados, ora sob uma tarefa designada, ora em serviço livre.
31:0.12 (345.12) Não temos idéia da natureza da organização futura desse grupo extraordinário, mas os finalitores são agora um corpo integralmente autogovernado. Eles escolhem os seus próprios líderes e diretores, permanentes ou periódicos, bem como os líderes nas suas missões. Nenhuma influência externa pode jamais ser levada a exercer pressão sobre suas políticas; e o seu juramento de lealdade é prestado apenas à Trindade do Paraíso.
31:0.13 (346.1) Os finalitores mantêm uma sede-central própria no Paraíso, nos superuniversos, nos universos locais e em todas as capitais divisionais. Eles são uma ordem separada da criação evolucionária. Nós não os dirigimos, nem os controlamos diretamente, e, ainda assim, são absolutamente leais e sempre cooperativos em relação a todos os nossos planos. De fato são as almas cumulativamente comprovadas e verdadeiras do tempo e do espaço — o sal evolucionário do universo — e são, para sempre, à prova do mal e a salvo do pecado.
31:1.1 (346.2) Muitos dentre os nativos de Havona que servem como mestres nas escolas de capacitação, para os peregrinos do universo central, desenvolvem uma relação íntima com os mortais ascendentes e, com isso, sentem-se ainda mais curiosos quanto ao trabalho futuro e o destino do Corpo dos Finalitores Mortais. No Paraíso, na sede mais central e administrativa desse corpo, é mantido um registro dos voluntários de Havona, o qual é comandado pelo colaborador de Grandfanda. E, hoje, nessa lista de espera, encontrais milhões e milhões de nativos de Havona. Esses seres perfeitos de criação direta e divina são de muita ajuda ao Corpo de Finalidade Mortal e prestarão indubitavelmente um serviço ainda maior em um futuro mais distante. Eles proporcionam o ponto de vista daqueles que nasceram na perfeição e na plenitude divinas. Os grupos de finalitores, assim, abrangem ambas as fases da existência experiencial — a perfeita e a perfeccionada.
31:1.2 (346.3) Os nativos de Havona devem alcançar certos desenvolvimentos experienciais, nas ligações com os seres evolucionários, para criar a capacidade de recepção do outorgamento de um fragmento do espírito do Pai Universal. O Corpo dos Finalitores Mortais tem como membros permanentes apenas aqueles seres que já se hajam fusionado com o espírito da Primeira Fonte e Centro ou aqueles que, como os Mensageiros por Gravidade, inatamente incorporam esse espírito de Deus, o Pai.
31:1.3 (346.4) Os habitantes do universo central são recebidos no corpo à razão de um para mil — ou uma companhia de finalitores. O corpo é organizado para o serviço temporário em companhias de mil seres, sendo 997 criaturas ascendentes, com um nativo de Havona e um Mensageiro por Gravidade. Os finalitores são, assim, mobilizados em companhias, mas o juramento de finalidade é administrado individualmente. É um juramento de implicações enormes e de importância eterna. Os nativos de Havona fazem o mesmo juramento e tornam-se para sempre ligados ao corpo.
31:1.4 (346.5) Os recrutas de Havona seguem a companhia do seu compromisso; onde quer que o grupo vá, eles vão. E vós deveríeis ver o entusiasmo deles com o novo trabalho como finalitores. A possibilidade de chegar ao Corpo de Finalidade é uma das emoções mais esplêndidas de Havona; a possibilidade de tornar-se um finalitor é uma das aventuras supremas para essas raças perfeitas.
31:1.5 (346.6) Os nativos de Havona também são recebidos, na mesma proporção, no Corpo de Finalitores Conjuntos Trinitarizados em Vicegérington e no Corpo de Finalitores Transcendentais no Paraíso. Os cidadãos de Havona consideram esses três destinos como constituindo as metas supremas nas suas carreiras supernas, junto com a sua possível admissão no Corpo de Finalitores de Havona.
31:2.1 (346.7) Onde e quando os Mensageiros por Gravidade encontrarem-se em operação, os finalitores sempre estarão no comando. Todos os Mensageiros por Gravidade ficam sob a jurisdição exclusiva de Grandfanda, e são designados apenas para o Corpo primário de Finalidade. Eles são de muita valia para os finalitores, ainda agora; e serão bastante úteis no futuro eterno. Nenhum outro grupo de criaturas inteligentes possui um corpo semelhante de mensageiros personalizados capaz de transcender ao tempo e ao espaço. Tipos semelhantes de mensageiros-registradores, agregados a outros corpos de finalitores, não são personalizados e sim absonitizados.
31:2.2 (347.1) Os Mensageiros por Gravidade provêm de Divínington; eles são Ajustadores modificados e personalizados, mas ninguém dentro do nosso grupo de Uversa se empenhará em explicar a natureza de um desses mensageiros. Sabemos que são seres altamente personalizados, divinos, inteligentes e comovedoramente compreensivos, mas não conseguimos entender a sua técnica de atravessar o espaço sem limitações temporais. Parecem ser competentes para utilizar toda e qualquer energia, circuito e, até mesmo, a gravidade. Os finalitores do corpo mortal não podem desafiar o tempo e o espaço, mas têm, associadas a eles e sujeitas ao seu comando, personalidades espirituais praticamente infinitas que podem fazê-lo. Presumimos chamar os Mensageiros por Gravidade de personalidades, mas na realidade são seres supra-espirituais, personalidades ilimitadas e sem fronteiras. São de uma ordem inteiramente diferente de personalidade, se comparados aos Mensageiros Solitários.
31:2.3 (347.2) Os Mensageiros por Gravidade podem estar agregados a uma companhia de finalitores em números ilimitados, mas apenas um deles, o dirigente dos seus companheiros, é incorporado ao Corpo de Finalidade Mortal. Esse dirigente, contudo, tem designada para si uma assessoria permanente de 999 companheiros mensageiros e, conforme exija a ocasião, ele pode convocar assistentes, nas reservas da ordem, em números ilimitados.
31:2.4 (347.3) Os Mensageiros por Gravidade e os finalitores mortais glorificados atingem uma afeição mútua tocante e profunda; eles têm muito em comum: Um é a personalização direta de um fragmento do Pai Universal; o outro, uma personalidade criatura existente na alma imortal sobrevivente, fusionada a um fragmento do mesmo Pai Universal, o espírito Ajustador do Pensamento.
31:3.1 (347.4) Os mortais ascendentes fusionados ao Ajustador compõem a maior parte do Corpo primário de Finalidade. Junto com os serafins adotados e glorificados, eles normalmente constituem 990 membros de cada companhia de finalitores. A proporção de mortais e anjos em qualquer grupo varia, se bem que o número de mortais ultrapasse em muito o de serafins. O número de nativos de Havona, Filhos Materiais glorificados, criaturas intermediárias glorificadas, Mensageiros por Gravidade, membros desconhecidos e ausentes, perfaz apenas um por cento do total do corpo; cada companhia de mil finalitores tem lugar apenas para dez dessas personalidades não mortais e não seráficas.
31:3.2 (347.5) Nós, de Uversa, não sabemos o “destino da finalidade” dos mortais ascendentes do tempo. No presente, residem no Paraíso e temporariamente servem ao Corpo de Luz e Vida, mas um curso tão extraordinário de aperfeiçoamento ascendente e uma disciplina universal tão prolongada devem ter sido programados visando qualificá-los para provas de confiança ainda maiores e serviços com responsabilidades ainda mais sublimes.
31:3.3 (347.6) Embora tais mortais ascendentes hajam alcançado o Paraíso, hajam sido admitidos no Corpo de Finalidade e hajam sido enviados de volta em grandes números para participar na condução de universos locais e dar assistência na administração dos assuntos do superuniverso — em relação, mesmo, a esse destino aparente — , persiste o fato significativo de que eles estão registrados apenas como espíritos do sexto estágio. Sem dúvida, resta mais um passo na carreira dos Mortais do Corpo de Finalidade. Não conhecemos a natureza desse passo, mas temos o conhecimento de três fatos para os quais chamamos a atenção:
31:3.4 (348.1) 1. Por meio dos registros, sabemos que os mortais são espíritos da primeira ordem durante a sua permanência nos setores menores; sabemos que avançam para a segunda ordem quando transladados para os setores maiores; e, para a terceira, quando vão adiante até os mundos centrais de aperfeiçoamento do superuniverso. Os mortais tornam-se espíritos quaternários, ou graduados, depois que atingem o sexto círculo de Havona, e tornam-se espíritos da quinta ordem quando encontram o Pai Universal. Depois disso, atingem o sexto estágio de existência do espírito, ao fazerem o juramento que os admite para sempre no compromisso eterno do Corpo de Finalidade Mortal.
31:3.5 (348.2) Observamos que a classificação do espírito, ou a sua designação, tem sido determinada pelo avanço factual de um reino de serviço no universo para outro reino de serviço no universo, ou de um universo para outro universo; e supomos que o outorgamento da graduação, dado aos mortais do Corpo de Finalidade, enquanto sétimo espírito, será simultâneo ao seu avanço no compromisso eterno de serviço, em esferas até então não registradas nem reveladas, e concomitantemente com o seu alcance de Deus, o Supremo. Mas à parte essa conjectura ousada, realmente não sabemos muito mais do que vós sobre isso; o nosso conhecimento sobre a carreira mortal não vai adiante do seu destino atual no Paraíso.
31:3.6 (348.3) 2. Os finalitores mortais cumpriram plenamente as exigências dos tempos: “Sede perfeitos”. Ascenderam pelo caminho universal da realização mortal; encontraram Deus, e foram devidamente aceitos no Corpo de Finalidade. Esses seres alcançaram o limite atual da progressão espiritual, mas não a finalidade do último status do espírito. Eles alcançaram o limite atual da perfeição da criatura, mas não a finalidade do serviço da criatura. Eles experienciaram a plenitude da adoração da Deidade, mas não a finalidade da realização da Deidade experiencial.
31:3.7 (348.4) 3. Os mortais glorificados do Corpo de Finalidade do Paraíso são seres ascendentes que têm posse do conhecimento experiencial de cada passo na factualização e na filosofia de vida mais plena possível da existência inteligente, pois durante as idades dessa ascensão, desde os mundos materiais mais baixos até as alturas espirituais do Paraíso, essas criaturas sobreviventes foram treinadas até o limite das suas capacidades, no que diz respeito a cada detalhe de todos os princípios divinos da administração justa e eficiente, bem como misericordiosa e paciente, de toda a criação universal do tempo e do espaço.
31:3.8 (348.5) Consideramos que os seres humanos tenham direito de compartilhar das nossas opiniões; e que sois livres para conjecturar junto conosco a respeito do mistério do destino último do Corpo de Finalidade do Paraíso. Parece-nos evidente que as designações atuais das criaturas evolucionárias perfeccionadas sejam parte da natureza dos cursos de pós-graduação, na compreensão do universo e administração do superuniverso; e todos nós perguntamos: “Por que estariam os Deuses assim empenhados em treinar, de modo tão aprofundado, os mortais sobreviventes nas técnicas de governo do universo?”
31:4.1 (348.6) A muitos dos fiéis guardiães seráficos dos mortais é permitido continuar as suas carreiras ascendentes junto com os seus pupilos humanos, e muitos desses anjos guardiães, depois de tornarem-se fusionados ao Pai, reúnem-se aos seus pupilos, fazendo com eles o juramento de finalitor da eternidade e aceitando, para sempre, o mesmo destino dos seus companheiros mortais. Os anjos que passam pela experiência ascendente dos seres mortais podem compartilhar do destino da natureza humana; podem, igual e eternamente, integrar-se a esse Corpo de Finalidade. Grandes números de serafins adotados e glorificados são designados para os vários corpos não mortais de finalitores.
31:5.1 (349.1) Há disposições, nos universos do tempo e do espaço, por meio das quais os cidadãos adâmicos dos sistemas locais, quando há uma longa demora em receber as designações planetárias, podem iniciar uma petição para liberar-se do seu status de cidadania permanente. E se isso lhes for concedido, eles juntam-se aos peregrinos ascendentes nas capitais do universo e, de lá, prosseguem até o Paraíso e o Corpo de Finalidade.
31:5.2 (349.2) Quando um mundo evolucionário avançado atinge as eras mais maduras da idade de luz e vida, os Filhos Materiais, o Adão e a Eva Planetários, podem escolher humanizar-se, receber Ajustadores e embarcar no curso evolucionário de ascensão no universo, que leva ao Corpo Mortal de Finalitores. Alguns desses Filhos Materiais têm fracassado parcialmente, ou falhado tecnicamente, na sua missão de aceleradores biológicos, como sucedeu com Adão em Urântia; e nesse caso são obrigados a retomar o curso natural dos povos do reino, receber Ajustadores, passar pela morte e progredir pela fé, no regime ascendente, alcançando posteriormente o Paraíso e o Corpo de Finalidade.
31:5.3 (349.3) Esses Filhos Materiais não são encontrados em muitas companhias de finalitores. A sua presença empresta a esse grupo um grande potencial de possibilidades de serviço elevado, e são escolhidos invariavelmente como seus líderes. Se ambos os integrantes do par Edênico forem agregados ao mesmo grupo, a eles usualmente ser-lhes-á permitido funcionar em conjunto, como uma única personalidade. Esses pares ascendentes têm muito mais êxito na aventura da trinitarização do que os mortais ascendentes.
31:6.1 (349.4) Em muitos planetas, as criaturas intermediárias são produzidas em grande número, contudo raramente permanecem no seu mundo nativo depois do seu estabelecimento em luz e vida. Assim, logo, ou um pouco depois, são liberadas do seu status de cidadania permanente e iniciam a ascensão ao Paraíso, passando pelos mundos moronciais, pelo superuniverso e por Havona, em companhia dos mortais do tempo e do espaço.
31:6.2 (349.5) As criaturas intermediárias de vários universos diferem muito entre si, pela origem e natureza; mas todas se destinam a um ou a outro dos corpos de finalidade do Paraíso. As criaturas intermediárias secundárias, todas, fusionam-se com o Ajustador e finalmente se integram ao corpo mortal. Muitas companhias de finalitores têm um desses seres glorificados nos seus grupos.
31:7.1 (349.6) Na época atual, cada companhia de finalitores enumera 999 personalidades em status de juramento, como membros permanentes. O lugar vago é ocupado pelo dirigente agregado dos Evangelhos de Luz, designado para alguma missão singular. Mas estes seres são apenas membros transitórios do corpo.
31:7.2 (349.7) Qualquer personalidade celeste designada para o serviço de algum corpo de finalitores é denominada Evangelho de Luz. Esses seres não fazem o juramento dos finalitores e, ainda que sujeitos à organização do corpo, não são de designação permanente. Tal grupo de seres pode abranger Mensageiros Solitários, supernafins, seconafins, Cidadãos do Paraíso, ou a sua progênie trinitarizada — qualquer ser necessário ao cumprimento de um compromisso finalitor transitório. Se o corpo deve, ou não, ter esses seres agregados para as missões eternas, não sabemos. Quando da conclusão desse compromisso, esses Evangelhos de Luz retomam o seu status anterior.
31:7.3 (350.1) Do modo como o Corpo de Finalidade Mortal está constituído atualmente, existem apenas seis classes de membros permanentes. Os finalitores, como era de se esperar, fazem muitas suposições sobre a identidade dos seus futuros camaradas, mas há pouco consenso entre eles.
31:7.4 (350.2) Nós, de Uversa, conjecturamos freqüentemente sobre a identidade do sétimo grupo de finalitores. Temos muitas idéias que abrangem os compromissos possíveis de alguns dos corpos cumulativos dos inúmeros grupos trinitarizados no Paraíso, em Vicegérington e no circuito mais interno de Havona. Também se conjectura que ao Corpo de Finalidade pode ser permitido trinitarizar muitos dos seus assistentes no trabalho da administração do universo, no caso em que eles se destinem ao serviço dos universos atualmente em formação.
31:7.5 (350.3) Um de nós tem a opinião de que esse lugar vago no Corpo de Finalidade será ocupado por algum tipo de ser originado no novo universo do seu futuro serviço; os outros inclinam-se a crer que esse lugar será ocupado por algum tipo de personalidade do Paraíso, ainda não criada, manifestada ou trinitarizada. Mas, muito provavelmente, teremos que esperar pelo ingresso dos finalitores no seu sétimo estágio de realização espiritual, antes de sabermos realmente.
31:8.1 (350.4) Parte da experiência dos mortais perfeccionados no Paraíso, como finalitores, consiste no esforço para alcançar a compreensão da natureza e da função de mais de mil grupos de supracidadãos transcendentais do Paraíso, seres derivados, e de atributos absonitos. Na sua associação com essas suprapersonalidades, os finalitores ascendentes recebem uma grande ajuda, de guiamento útil, das inúmeras ordens de ministradores transcendentais que são designados para a tarefa de apresentar os finalitores evoluídos aos seus novos irmãos do Paraíso. E essa ordem, a dos Transcendentores, toda ela vive na região ocidental do Paraíso, em uma área imensa que ocupa com exclusividade.
31:8.2 (350.5) Na exposição sobre os Transcendentores estamos restringidos, não apenas pelas limitações da compreensão humana, mas também pelos termos do mandado que governa as revelações sobre as personalidades do Paraíso. Esses seres não estão, de nenhum modo, ligados à ascensão dos mortais até Havona. A imensa hoste dos Transcendentores do Paraíso nada tem a ver com os assuntos de Havona nem com os dos sete superuniversos, estando eles empenhados apenas na supra-administração dos assuntos do universo-mestre.
31:8.3 (350.6) Sendo criaturas, vós podeis conceber um Criador, mas dificilmente podeis compreender que exista uma agregação enorme e diversificada de seres inteligentes que não sejam nem Criadores nem criaturas. Esses Transcendentores não criam nenhum ser, e também nunca foram criados. Ao falar da sua origem, com o intuito de evitarmos usar um novo termo — uma designação arbitrária e sem sentido — , parece-nos melhor dizer que os Transcendentores simplesmente derivam-se, ou acontecem ou manifestam-se. O Absoluto da Deidade pode muito bem se haver ocupado da origem deles e pode estar implicado no seu destino, mas esses seres únicos não se encontram agora sob o domínio do Absoluto da Deidade. Estão sujeitos a Deus, o Último, e a sua atual permanência no Paraíso é, sob todos os aspectos, supervisionada e dirigida pela Trindade.
31:8.4 (351.1) Embora todos os mortais que alcançam o Paraíso confraternizem-se freqüentemente com os Transcendentores, como o fazem com os Cidadãos do Paraíso, o primeiro contato sério de um humano com um Transcendentor ocorre naquela ocasião memorável em que, como membro de um novo grupo de finalitores, o mortal ascendente está no círculo de recepção dos finalitores, enquanto o juramento de eternidade à Trindade é administrado pelo dirigente dos Transcendentores, aquele que preside em nome dos Arquitetos do Universo-Mestre.
31:9.1 (351.2) Os Arquitetos do Universo-Mestre são o corpo governante dos Transcendentores do Paraíso. Esse corpo governante tem 28 011 personalidades, seres absonitos supernos dotados de mentes mestras e magníficos espíritos. O presidente desse corpo magnífico, o Arquiteto Mestre sênior, é o dirigente coordenador de todas as inteligências do Paraíso, abaixo do nível da Deidade.
31:9.2 (351.3) A décima sexta prescrição do mandado que autoriza estas narrativas diz: “Caso seja considerado prudente, a existência dos Arquitetos do Universo-Mestre e seres interassociados a eles poderá ser revelada, a sua origem, contudo, a sua natureza e destino não poderão ser plenamente revelados”. Todavia, nós podemos informar-vos de que esses Arquitetos Mestres existem em sete níveis absonitos. Esses sete grupos são classificados do modo seguinte:
31:9.3 (351.4) 1. O Nível do Paraíso. Apenas o Arquiteto sênior ou o primeiro que foi manifestado funciona nesse nível absonito mais elevado. Essa personalidade última — nem Criador, nem criatura — foi um evento do alvorecer da eternidade e funciona agora como um coordenador raro do Paraíso e dos seus vinte e um mundos de atividades interligadas.
31:9.4 (351.5) 2. O Nível de Havona. A segunda manifestação dos Arquitetos produziu três mestres planejadores e administradores absonitos, que sempre se consagraram à coordenação das esferas perfeitas, em número de um bilhão, do universo central. A tradição do Paraíso afirma que esses três Arquitetos, sob o conselho do Arquiteto sênior, manifestado em um evento anterior, contribuíram para o planejamento de Havona, mas na realidade de nada sabemos.
31:9.5 (351.6) 3. O Nível dos Superuniversos. O terceiro nível absonito abrange os sete Arquitetos Mestres dos sete superuniversos, que agora, como um grupo, passam um tempo igual em companhia dos Sete Espíritos Mestres no Paraíso e com os Sete Executivos Supremos nos sete mundos especiais do Espírito Infinito. Eles são os supercoordenadores do grande universo.
31:9.6 (351.7) 4. O Nível Espacial Primário. Este grupo tem setenta Arquitetos, e nós supomos que se ocupem com os planos últimos do primeiro universo do espaço exterior, que está sendo agora mobilizado, além das fronteiras dos sete superuniversos existentes atualmente.
31:9.7 (351.8) 5. O Nível Espacial Secundário. Este quinto corpo de Arquitetos tem 490 membros e, novamente, supomos que eles devam ocupar-se com o segundo universo do espaço exterior, onde os nossos físicos já detectaram mobilizações definidas de energia.
31:9.8 (352.1) 6. O Nível Espacial Terciário. Este sexto grupo de Arquitetos Mestres tem 3 430 membros, e nós inferimos que, do mesmo modo, possam estar se ocupando com os planos gigantescos para o terceiro universo do espaço exterior.
31:9.9 (352.2) 7. O Nível Espacial Quaternário. Este, o último e maior dos corpos, consiste em 24 010 Arquitetos Mestres e, se as nossas suposições anteriores estiverem certas, deve relacionar-se ao quarto e último dos universos, sempre crescentes em tamanho, do espaço exterior.
31:9.10 (352.3) Esses sete grupos de Arquitetos Mestres totalizam 28 011 planejadores do universo. No Paraíso há uma tradição de que, muito remotamente, na eternidade, houve uma tentativa de derivação do Arquiteto Mestre de número 28 012, mas tal ser fracassou em absonitizar-se, experienciando o seqüestro da sua personalidade pelo Absoluto Universal. É possível que a série ascendente dos Arquitetos Mestres haja alcançado o limite de absonitude no Arquiteto de número 28 011 e que a tentativa de número 28 012 haja encontrado o nível matemático da presença do Absoluto. Em outras palavras, no nível de derivação de número 28 012, a qualidade da absonitude já equivalia ao nível do Universal, tendo, pois, atingido a equivalência no nível Absoluto.
31:9.11 (352.4) Na sua organização funcional, os três Arquitetos supervisores de Havona atuam como assistentes associados do Arquiteto solitário do Paraíso. Os sete Arquitetos dos superuniversos atuam como coordenados dos três supervisores de Havona. Os setenta planejadores dos universos, do nível primário do espaço exterior, atualmente se encontram no serviço de assistentes associados dos sete Arquitetos dos sete superuniversos.
31:9.12 (352.5) Os Arquitetos do Universo-Mestre têm à sua disposição inúmeros grupos de assistentes e ajudantes, incluindo duas ordens, com imensos números, de organizadores da força: a dos derivados primários e a dos associados transcendentais. Esses Organizadores Mestres de Força não devem ser confundidos com os diretores de potência, que são próprios do grande universo.
31:9.13 (352.6) Todos os seres criados pela união dos filhos do tempo e da eternidade, como a progênie trinitarizada dos finalitores e dos Cidadãos do Paraíso, tornam-se pupilos dos Arquitetos Mestres. Todavia, de todas as outras criaturas ou entidades reveladas, funcionando nos universos atualmente organizados, apenas os Mensageiros Solitários e os Espíritos Inspirados da Trindade mantêm alguma associação orgânica com os Transcendentores e com os Arquitetos do Universo-Mestre.
31:9.14 (352.7) Os Arquitetos Mestres contribuem com a sua aprovação técnica nas designações dos Filhos Criadores para as suas obras, no espaço, de organização dos universos locais. Há uma estreita ligação entre os Arquitetos Mestres e os Filhos Criadores do Paraíso; e, ainda que essa relação não seja revelada, vós fostes informados sobre a associação dos Arquitetos com os Criadores Supremos do grande universo, na relação com a primeira Trindade experiencial. Esses dois grupos, junto com o Ser Supremo experiencial e em evolução, constituem a Última Trindade dos valores e dos significados transcendentais do universo-mestre.
31:10.1 (352.8) O Arquiteto Mestre sênior tem a supervisão dos sete Corpos de Finalidade, que são:
31:10.2 (352.9) 1. O Corpo dos Finalitores Mortais.
31:10.3 (352.10) 2. O Corpo dos Finalitores do Paraíso.
31:10.4 (352.11) 3. O Corpo dos Finalitores Trinitarizados.
31:10.5 (353.1) 4. O Corpo dos Finalitores Conjuntamente Trinitarizados.
31:10.6 (353.2) 5. O Corpo dos Finalitores de Havona.
31:10.7 (353.3) 6. O Corpo dos Finalitores Transcendentais.
31:10.8 (353.4) 7. O Corpo dos Filhos Não Revelados do Destino.
31:10.9 (353.5) Cada um desses corpos de destino tem um dirigente presidindo-o; e esses sete chefes constituem o Supremo Conselho de Destino no Paraíso; e, durante a idade atual do universo, Grandfanda é quem dirige esse corpo supremo, de designações, para os filhos do destino último, no universo.
31:10.10 (353.6) A reunião desses sete corpos de finalitores significa uma mobilização da realidade dos potenciais, personalidades, mentes, espíritos, absonitos e factualidades experienciais as quais provavelmente transcendem até mesmo às funções do Ser Supremo no universo-mestre futuro. Esses sete corpos de finalitores significam provavelmente a atividade atual da Trindade Última, engajada na incorporação de forças do finito e do absonito na preparação de desenvolvimentos inimagináveis nos universos do espaço exterior. Nada que se assemelhe a essa mobilização ocorreu desde tempos próximos à eternidade, quando, então, a Trindade do Paraíso, de modo semelhante, mobilizou as personalidades existentes do Paraíso e Havona, incumbindo-as da função de administradoras e governantes dos sete superuniversos projetados, do tempo e do espaço. Os sete corpos de finalitores representam a resposta da divindade, no grande universo, às necessidades futuras dos potenciais não desenvolvidos nos universos exteriores de atividades futuro-eternas.
31:10.11 (353.7) Aventuramo-nos a prognosticar futuros universos exteriores ainda maiores, de mundos habitados; novas esferas povoadas por novas ordens de seres raros e únicos, um universo material sublime na sua ultimidade, uma vasta criação carente apenas de um único detalhe de importância — a presença da experiência finita factual na vida universal da existência ascendente. Esse universo virá à existência sob uma limitação experiencial formidável: será privado da participação na evolução do Supremo Todo-Poderoso. Esses universos exteriores irão todos desfrutar do ministério incomparável e do supercontole superno do Ser Supremo; no entanto, o próprio fato dessa presença ativa do Supremo exclui a participação deles na atualização da Deidade Suprema.
31:10.12 (353.8) Durante a idade presente do universo, as personalidades em evolução do grande universo padecem de muitas dificuldades, devido à factualização incompleta da soberania de Deus, o Supremo; mas nós estamos todos compartilhando da experiência única da evolução dele. Nós evoluímos nele e ele evolui em nós. Em algum momento do futuro eterno, a evolução da Deidade Suprema tornar-se-á um fato completo na história do universo; e a oportunidade de participar dessa experiência maravilhosa terá ultrapassado o seu momento na atividade cósmica.
31:10.13 (353.9) Contudo dentre nós aqueles que houverem adquirido tal experiência única, durante a juventude do universo, poderão guardá-la como um tesouro por toda a eternidade futura. E, muitos dentre nós, supomos que administrar esses universos exteriores, por meio de um esforço que compense as deficiências experienciais para aqueles que não houverem participado da evolução, no espaço-tempo, do Ser Supremo, pode ser a missão das reservas gradualmente acumuladas de mortais ascendentes e perfeccionados do Corpo de Finalidade, em associação com os outros seis corpos, os quais, de um modo semelhante, recrutam seres.
31:10.14 (353.10) Essas deficiências são inevitáveis em todos os níveis da existência no universo. Durante a idade presente do universo, nós, dos níveis mais elevados de existências espirituais, agora descemos para administrar os universos evolucionários e ministrar aos mortais ascendentes, tratando, assim, de compensar as suas deficiências nas realidades da experiência espiritual mais elevada.
31:10.15 (354.1) Ainda que realmente nada saibamos sobre os planos dos Arquitetos do Universo-Mestre, quanto a essas criações exteriores, estamos certos sobre três coisas:
31:10.16 (354.2) 1. Há, de fato, um sistema vasto e novo, de universos, em organização gradual, nos domínios do espaço exterior. Novas ordens de criações físicas, de círculos enormes ou gigantescos, de universos e mais universos, acumulando-se para além das fronteiras atuais das criações povoadas e organizadas; e que são visíveis já, por meio dos vossos telescópios. Atualmente, essas criações exteriores são totalmente físicas; aparentemente estão desabitadas e parecem estar desprovidas da administração de criaturas.
31:10.17 (354.3) 2. Durante idades e idades, a mobilização, inexplicável e completamente misteriosa, em direção ao Paraíso, por parte dos seres perfeccionados e ascendentes do tempo e do espaço, interassociados a seis outros corpos de finalitores, tem tido continuidade.
31:10.18 (354.4) 3. Concomitantemente com essas transações, a Pessoa Suprema da Deidade está aumentando o seu poder enquanto soberana todo-poderosa das supercriações.
31:10.19 (354.5) Do modo como encaramos esse desenvolvimento trino, abrangendo criaturas, universos e a Deidade, será que poderíamos ser criticados por anteciparmos que algo novo e não revelado esteja alcançando a sua culminância no universo-mestre? Não é natural que devêssemos associar essa mobilização, de toda uma idade, bem como essa organização de universos físicos, em uma escala até então desconhecida, e também o surgimento da personalidade do Ser Supremo, com esse esquema estupendo, que visa a elevar os mortais do tempo até a perfeição divina, e com a sua mobilização posterior, dentro do Paraíso, até os Corpos de Finalidade — designação e destino estes envolvidos em mistério universal? É uma crença crescente, em toda a Uversa, que os Corpos de Finalidade, ora sendo reunidos, se destinem a um serviço futuro nos universos do espaço exterior; onde já estamos sendo capazes de identificar agrupamentos de, pelo menos, setenta mil agregações de matéria, cada uma delas maior do que qualquer um dos superuniversos atuais.
31:10.20 (354.6) Os mortais evolucionários nascem nos planetas do espaço, passam pelos mundos moronciais, ascendem aos universos do espírito, atravessam as esferas de Havona, encontram Deus, alcançam o Paraíso e são integrados ao Corpo primário de Finalidade; e ali aguardam pelo próximo compromisso de serviço no universo. Há seis outros corpos de finalidade em formação; e Grandfanda, o primeiro mortal ascendente, como dirigente, no Paraíso, preside a todas as ordens de finalitores. Ao contemplarmos esse espetáculo sublime, todos nós exclamamos: Que destino glorioso, para os filhos do tempo, de origem animal, os filhos materiais do espaço!
31:10.21 (354.7) [Auspiciado conjuntamente por um Conselheiro Divino e por Um Sem Nome nem Número, autorizados a funcionarem assim pelos Anciães dos Dias de Uversa.]
* * * * *
31:10.22 (354.8) Estes trinta e um documentos, descrevendo a natureza da Deidade, a realidade do Paraíso, a organização e o funcionamento do universo central e dos superuniversos, as personalidades do grande universo e o destino elevado dos mortais evolucionários, foram formulados e colocados em inglês sob os auspícios de uma alta comissão constituída de vinte e quatro administradores de Orvônton; atuando todos de acordo com um mandado emitido pelos Anciães dos Dias de Uversa, especificando que deveríamos fazer isso em Urântia, 606 de Satânia, em Norlatiadeque de Nébadon, no ano de 1934 d.C.